sábado, 13 de julho de 2013

TMJ#59 - Encontro Marcado: críticas

Muitos devem ter estranhado eu demorar tanto para fazer a crítica. Bem... acontece que eu gosto de ler a história duas vezes antes de falar qualquer coisa. Assim pego melhor os detalhes. O problema é que nesse caso eu custei a ler uma vez só, imaginem duas.

Sabe... no mês passado eu pensei que tinham pegado toda a chatice do Cebola e juntado numa revista só. Me enganei. Parece que eles deixaram um bocado para o mês seguinte. Aff... eu não sei o que eles ganham deixando esse personagem tão antipático assim sendo que ele tem muitas qualidades e sabe ser legal quando quer. Mas enfim... tem gosto para tudo.

Por outro lado, essa história me lembrou uma série que eu de vez em quando assistia há muito tempo atrás. Se chama Welcome to Paradox e era uma série de ficção científica que se passava numa cidade futurística chamada “Betaville”. Essa série abordava temas sobre o impacto das novas tecnologias no corpo e na mente humana. Um episódio em particular me chamou bastante a atenção e tem tudo a ver com a edição desse mês.

Resumindo, a história fala de um cara insatisfeito com o seu casamento que resolve comprar um robô para substituir a esposa de carne e osso. No início, parecia a mulher perfeita. Sempre sorridente, nunca brigava e nem questionava, sempre concordava com tudo, se desdobrava para agradá-lo e nunca o contrariava em nada. Qualquer bobagem que ele fizesse, ela achava lindo.

Mas no fim ele percebe que tudo aquilo era artificial. O robô só fazia aquelas coisas porque era programado, não porque queria fazer. Todo o carinho, dedicação e amor eram artificiais e não havia nada espontâneo ali. Então o sujeito resolveu fazer as pazes com a esposa que apesar de ser imperfeita, o amava de verdade, com todas as qualidades e defeitos.  

Foi meio o que aconteceu com a história desse mês e creio que o objetivo seja mostrar que computadores e hologramas podem até ser perfeitos, mas as emoções são falsas e nunca serão capazes de substituir a convivência com gente de verdade.

Muitas vezes as pessoas preferem trocar as relações humanas pelo mundo virtual, jogos e personagens porque não conseguem conviver com o defeito das pessoas. Confesso que de vez em quando eu também me canso das pessoas e suas chatices. É... conviver com pessoas reais não é mole não, crianças!

E sabem uma coisa que eu acho interessante no Cebola? É que ele ilustra perfeitamente aquela frase bíblica: “Hipócrita, tira primeiro a trave do teu olho, e então cuidarás em tirar o argueiro do olho do teu irmão”. Ele parece ser muito intolerante com os defeitos dos outros (especialmente os da Mônica), mas simplesmente não enxerga os próprios e não faz nada para melhorar. Esse é um dos defeitos que prejudica muito a convivência entre as pessoas, porque geralmente enxergamos só os defeitos dos outros e ignoramos os nossos.

Aliás, eu acho muito contraditório ele falar que quer derrotar a Mônica para estar a altura dela, mas ao mesmo tempo criticar tanto seus defeitos. Ora, para querer estar a altura de uma pessoa, é preciso admirá-la. Mas como admirar uma pessoa vendo somente os defeitos dela e ignorando suas qualidades? Tem como?

E o Cebola não apenas gosta de apontar os defeitos da Mônica, como é capaz de se afastar dela por causa de qualquer problema. Ainda que por um tempo, os sentimentos dele por ela ficaram abalados por causa das garotas do game, porque elas eram sempre perfeitas. Sinto muito, mas para mim isso não é amor.

Quando eu dou meus palpites sobre as histórias, geralmente erro muito e acerto pouco. Nesse caso eu até que acertei bastante, mas não estou nem um pouco feliz. Preferia ter errado tudo e me surpreendido com uma bela história. Para mim, foi apenas mais do mesmo: Cebola se encantando com um game, ignorando e maltratando a Mônica, depois ele se decepciona e volta para ela com o rabinho entre as pernas.

Se bem que pelo menos dessa vez ela pareceu ter tomado um pouco de vergonha na cara, mas no fim acabou aceitando ele de volta do mesmo jeito. Daqui a umas edições, a novela mexicana começa de novo: ele vai aprontar, ela vai chorar e sofrer um monte e no fim os dois vão fazer as pazes e blábláblá o de sempre. Aparentemente ela deu o troco nele jogando o mesmo game, mas isso não pareceu incomodá-lo em nada. Ele até achou graça. 

Tá, eu sei que é isso que faz vender revistas (e no fim, é só o que interessa mesmo). Mas sei lá... ando sentindo falta das aventuras de antigamente, quando eles não se penduravam tanto no drama da Mônica com o Cebola e mesmo assim faziam ótimas histórias. Sem falar que o Cebola precisa amadurecer um pouco e parar de se apaixonar por jogos e robôs, né? Fala sério!

A Mônica tinha toda razão por ficar chateada com ele. Se ele tivesse se apaixonado por outra garota, ainda vá lá. É direito dele. Agora, tratá-la como lixo por causa de um joguinho? Por causa de alguém que nem existia de verdade? Por nada? Isso é para vocês verem como é grande o amor que ele sente por ela.

Pelo menos ele foi capaz de enxergar as próprias contradições no fim da história ao ver que as qualidades citadas pela Hortência não tinham nada a ver com o que ele demonstrava na vida real. Acho que um pouco de semancol ele ainda deve ter, então esse crédito ele merece.

E ainda tem as personagens virtuais, que até que dariam boas personagens reais apesar as personalidades delas terem saído um pouco estereotipadas: a meiguinha delicada e cheia de insegurança, a descolada impulsiva e cheia de atitudes e, claro, a garota perfeita que também é uma narcisista arrogante. O nome Narcisa não foi escolhido a toa, né?

O que eu achei mais curioso foi o Cebola ter escolhido justamente a mais tímida e insegura. No início da TMJ, ele parecia ser do tipo que preferia garotas fortes e decididas. Aliás, naquela história do gibi onde ele chegou a namorar a Penha, ele próprio falou que gostaria de namorar uma menina mais segura e confiante. O que deu nele agora para preferir as choronas mimizentas? Ou será que o ego frágil dele não suporta ter ao lado uma garota com vontade própria que não vive por conta só de agradá-lo?

Ah, sim... essa é a parte complicada de se conviver com outras pessoas. Nem sempre elas farão o que a gente quer e muitas vezes farão exatamente o que a gente não quer. Paciência, é assim mesmo. Tanto ele quanto a Mônica precisam aprender isso. sim, porque a Mônica é controladora, mas ele também não fica atrás porque se desgasta muito facilmente com os erros dos outros e costuma ser radical para julgar e condenar.

Bom... é isso. Acho que não consegui escrever nada legal esse mês porque a história realmente não me inspirou. Se bem que eu até consegui fazer um desenho mostrando o final que teria sido mais adequado, só que vai levar um tempinho para sair porque ainda nem comecei a colorir. Eu meio que aproveitei alguns desenhos da revista para fazer esse, espero que fique bom.


21 comentários:

  1. Concordo em tudo, eu também sinto muita falta das histórias mais antigas, e eu acho que o cebola não ama a mônica do jeito que ele fala. E é só eu que estou dando falta do DC nas edições? Ele não aparece há um bom tempo na revista

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  2. Nossa, faz tempo que eu não fico com aquele frio no estômago imaginando como será a próxima edição.
    Se eles querem tanto vender, que voltem com as sagas de 2 ou 3 partes.
    E já que estou sendo sincera, prefiro o traço antigo. Pelo menos eles pareciam ter mesmo 15 anos.

    OBS.: Mallagueta, dê uma olhada no segundo quadrinho da página 108 da edição número 16. Compare com o Cebola atual.

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    1. Não tem comparação. No início da TMJ eu estava até começando a gostar do Cebola, só que depois da ed. 34 tudo desandou e não vejo muitas chances de melhora.

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  3. Certo, eu ainda não li, mas só vou ler mesmo para procurar bons desenhos que ajudem a praticar porque pelo que estou lendo por ai, já vi que vai ser Drama de novela da globo novamente, perai cara, com tantos personagens nessa revista não existem outros para aproveitar além de Mônica e Cebola?
    Para ser sincera eu estava gostando mesmo daquele tempo em que focavam em outros personagens, as histórias eram bobas, mas aproveitavam muito os outros personagens sabia?
    Eu ainda acho que seria legal se a Mônica levasse um belo chute para aprender(desculpa se alguém discorda)mas é verdade, caraca, eta ficando chato e repetitivo, acho que nessa revista a única coisa que vai valer é a arte porque as meninas são muito fofas, mas fora isso nada.
    Eu gostava mais do Cebola antes da ed.34, mas agora ele se tornou chato, arrogante e machista, isso mesmo machista, pois ele acha que ele pode tudo, mas fica todo cheio de mimimi quando a Mônica tenta se liberta.

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    1. Concordo com o que vc disse. Tantos personagens e temas pra explorar e eles ficam pendurados nesse drama entre os dois. Eu também não ficaria com a menor pena se o Cebola sacaneasse a monica. Quem manda ela ficar que nem boba atrás dele?

      E não é só o Cebola que é machista. As histórias também são porque ele pode flertar com outras, mas a monica tem que ficar presa a ele sem nem olhar pra ninguem.

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    2. Realmente, eles querem fazer uma história educativa mas acaba sendo machista e impondo coisas que deveriam ser abolidas como a filosofia "O homem pode tudo e a mulher não"

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    1. Eu também. Eles estão estragando a personalidade dela, transformando-a numa garota insegura e chorona.

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  5. Concordo plenamente ! Sinto falta das primeiras edições que tinham boas aventuras e dava para perceber que não era focado no mimimi da Mônica e Cebola, a primeira edição até a 4º é a prova disto, depois disso começa o mimimi que estamos aturando a muito tempo, sinceramente se o Maurício e os outros cartunistas não inovarem um pouco esta coisa de games/robôs/"relacionamentos sendo rompidos" ele pode até perder muito público, eu mesma não comprei esta edição, li pela internet porque percebi que não valia a pena. Eu sou uma pessoa que gosta de variedade e isto esta faltando na TMJ ultimamente , fiquei com muita raiva também em um trecho que ele disse "ela é obediente,sem dúvida." com isto compreendi que ele é meio (MUITO) machista em dizer isto, mesmo que tenha aquela "gotinha de água" na cabeça dele indicando um ar de "brincadeira" .
    E a Magali é outra que me irrita, ela disse que ele olhava para as garotas porque via algo da Mônica estampado nelas...me poupe né ! isto é a coisa menos provável !

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  6. Concordo com você, Malaguetta! Essa coisa de só focar no lance da Mônica e do Cebola tá ficando chato. Preferia as primeiras edições com várias partes, bastante aventura... Até a edição 33 era só aventura! Sem lance de Cebola e Mônica! Tudo bem, que de vez em quando depois dessas edições, escapavam algumas aventuras...sem mimimi...mais pouquíssimas mesmo!

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  7. Na verdade, foi da ed. 50 até 59, mais ou menos. Algumas tiveram mais, outras menos. Espero que eles resolvam mudar isso daqui pra frente porque tá ficando muito enjoativo. Se não querem juntar os dois agora, beleza, mas pelo menos não deviam ficar pendurados só neles.

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  8. Sinceramente, eu preferia o Cebola da edição 0 à 34 que não tinha essa história de ' Só vou te namorar quando derrotar você ' , primeiro ele já mostrou suas chatices na edição 13. Na edição 37, o alternativo dele era bem pior que ele, mas melhorou no fim da história. Bom poupando blá blá blá eu queria que acontecesse alguma coisa com ele pra ficar no mínimo 5 edições sem ele aparecer

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  9. Mallagueta, eu estava vendo suas críticas mais antigas e, realmente, o Cebola é um nojento!!! ''Isso não é jeito de se tratar um homem'', ele disse isso na edição 59... Ninguém é melhor que ninguém! O que ele pensa que é? Não estou generalizando nem nada, só falo daquele mané!

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    1. As histórias da TMJ tem andado com um ranço machista ultimamente. Jeito de tratar um homem? Ele nem é homem ainda! Aquele ali não passa de um pirralho criado a leite com pêra e já está achando que é homem?

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  10. Sabe Mallagueta, tem uma coisa que eu gostei foi o "protagonismo" do Xaveco nesta ed. Você vê as Hqs da Turma clássica de hoje? Cebolunha está contracenando mais com o Xaveco do que o Cascão, tanto que em uma história ele cita o Xaveco como seu melhor amigo.

    Bom, voltando a TMJ, pelo menos a história teve um ponto de realidade. De vários adolescentes deixando a vida de lado por causa de um jogo, pouco se importando com a escola e a vida no cotidiano. Pelo menos ele viu seus erros no fim da historia, e como sempre, tudo acabou bem entre os dois protagonistas da turma. Confesso que a história deixou um pouco a desejar, mas o roteiro foi até criativo.

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    1. A idéia da história é boa, não nego, mas a chatice e antipatia do Cebola sempre estragam tudo.

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    2. Este comentário foi removido pelo autor.

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    3. Mallagueta, que vc prefere para fazer os roteiros da turma? O Emerson ou Petra?

      Acho que o Emerson colocaria mais ação e aventura na turma. Por isso acho que seria melhor ele ser roteirista oficial

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    4. Considerando como tem andado as histórias da Petra ultimamente, acho que eu ia preferir o Emerson como roteirista.

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    5. Este comentário foi removido pelo autor.

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