Sabe... confesso que essa crítica demorou a sair. Dois motivos:
1 – Queria lançar junto com o desenho para essa edição.
2
– Sabem aquela parte onde o Cebola fala para a Mônica “Namorar, só
depois de derrotar você.”? Pois é. Essa parte me deu tanto nojo, tanto
asco, tanta aversão que eu parei de ler na hora e só consegui continuar
uns dois dias depois.
Pode
parecer bobeira, mas eu achei uma tremenda idiotice. Quando Franja
falou sobre os membros da turma superando suas fraquezas, ele comentou
sobre a mudança dos hábitos alimentares da Magali, Cascão tomando banho,
Cebola superando seu problema de fala e na hora de falar da Mônica
eles mostraram essa idiotice? Os roteiristas estão claramente
subestimando a inteligência dos leitores, só pode.
Agora,
eu não sei o que foi pior: ele falando isso ou ela feito retardada
perguntando se podia ser no par ou ímpar. Por isso eu precisei parar e
continuar depois com mais calma. Felizmente essa foi a única parte onde
falaram sobre essa lenga-lenga dos dois, então o resto da leitura foi
bem tranqüila.
Bom,
a história fala sobre a superação dos medos, coisa que todo mundo
precisa fazer ao menos umas 10 vezes na vida. E parece que no caso da
Marina, nem é medo. É fobia mesmo. Tanto que ela sequer consegue ficar
perto de um cachorro tão pequeno e dócil quanto o Bidu.
Quem
tem fobia costuma se sentir bastante limitado e esse medo atrapalha
muitas coisas. Tem um programa no Animal Planet chamado fobias extremas
que trata desse assunto. Algumas pessoas tem um medo tão forte de
determinado animal que mal conseguem sair de casa. É algo que paralisa a
pessoa e atrapalha toda sua vida.
Só
que nesses programas geralmente tem uma explicação para o medo das
pessoas. Tipo, quem tem medo de cachorro relata que foi atacado por um
no passado. É aí que eu acho o medo da Marina totalmente ridículo e
irracional. Em lugar nenhum é explicado porque ela tem tanto medo de
cães. Ela simplesmente tem medo deles sem razão nenhuma.
Uma
coisa interessante é que na edição 4 ela esteve perto do Bidu e não
esboçou o menor medo. O mesmo aconteceu com a Ed. 22. Agora na Ed. 56,
do nada, ela resolve que morre de medo dele? Oi? Coerência mandou
lembranças!
Confesso
que achei ela bem chatinha com todo esse mimimi, mas acabei gostando
de ver como ela lutou contra esse medo para ajudar o 42. É como foi
falado naquele filme Diário da princesa: Coragem não é ausência de medo, e sim, o julgamento de que algo é mais importante do que o medo. Tem hora que a gente precisa mesmo decidir se fica morrendo de medo ou se toma uma atitude.
Outro
ponto positivo para a história foi mostrar a forma correta de cuidar
de um cachorro. Por exemplo, não é saudável para o cão ficar comendo
comida humana como salsicha, macarrão ou batatinha. Muita gente fala que
antigamente se fazia isso e os cães viviam bem, mas aí eu pergunto:
eles viviam por quanto tempo? Será que viviam saudáveis a vida inteira
ou morriam por doenças? Pois é. Dar ração para o cachorro não é
frescura, é necessidade. As necessidades alimentares deles são
diferentes das nossas. Sem falar que nossa comida tem sal e várias
outras coisas que fazem mal para ele.
Além
de uma boa alimentação, os cães também precisam de exercício ou então
ficam malucos dentro de casa. Foi bom ver que com o tempo Marina foi
aprendendo a satisfazer as necessidades do 42. Acabou sendo bom para ele
e para ela também que até passou a fazer mais exercícios. E ele até
lhe deu inspiração para desenhar.
A
história evoluiu de um jeito bem bacana, com Marina morrendo de medo
no inicio, toda a confusão que ela arrumou para resgatar o 42 da
carrocinha (pagando até mico), depois a dificuldade para cuidar dele e
com o tempo ela foi se adaptando e virando uma boa dona de cachorro.
Sabe,
as vezes a gente deseja tanto uma coisa e quando consegue, não fica
satisfeito. Foi o que aconteceu com a Marina quando o sujeito levou o
42. Ela queria tanto que ele conseguisse um lar e quando conseguiu, ela
começou a sentir falta dele porque tinha se apegado.
Aliás,
vilão da história também foi bem bolado, parecendo ser um cara legal
no começo e depois se revelando um traste da pior espécie. Se bem que
aquela cena em que ele bate no cachorro me pareceu um pouquinho forte,
apesar de eles terem mostrado apenas os sons e não a imagem. Mas para
quem gosta de cachorro, foi meio doloroso.
E
para uma pessoa que tinha pavor de cães e não gostava deles, ela se
mostrou muito determinada a salvá-lo a todo custo do dono cruel e até
chorou por ele. pelo menos tudo terminou bem porque o próprio 42 fugiu e
encontrou a casa da Marina. Aí o antigo dono não pode fazer nada e
ainda foi denunciado por maus tratos. Outra coisa boa que a história
mostrou é que maltratar um animal é crime. Não podemos ver um animal
ser maltratado e ficar calado.
Uma
coisa boa nessa história é que ela realmente focou na Marina. O resto
da turma participou, mas como coadjuvantes e sem roubar a cena. Também
foi uma história leve e até instrutiva.
Como
a gente pode ver, ela não superou seu medo totalmente, mas parece que
pelo menos está tentando. Realmente é preciso ter paciência com quem
está superando uma fobia, mesmo que a gente ache esse medo algo idiota e
sem sentido.
Aqui
está o desenho da edição. Não é o meu melhor trabalho, eu sei. Mas
como estou sem câmera, tá muito difícil passar o desenho do papel para o
computador e o resultado acabou não ficando tão bom quanto deveria. Na
verdade eu nem ia fazer nada, mas então eu vi a capa daquele filme
Marley e eu, daí acabei tendo essa idéia. Já tem o png e o
quebra-cabeça também. Divirtam-se!