É impressão minha ou muita gente ficou de cabelo em pé por
causa dessa edição? Ah, sim! Aposto que essa história despertou vários tipos de
sentimentos nos fãs. Uns amaram, outros odiaram. Agora parece que a rivalidade
entre os pró-Cebola e pró-DC está mais acirrada do que nunca!
Então vamos começar. A turma vai participar de um reality
show com o tema de terror. Vários participantes ficam presos numa casa mal
assombrada e vão sendo eliminados pouco a pouco até ficar um só. O tema não
deixa de ser legal, porque gosto de terror. Mas para botar mais tempero e
pimenta, surge a rivalidade entre Cebola e DC pela Mônica. Uma rivalidade
bastante esperada pelos fãs.
De um lado, o Cebola fazendo suas cebolices de sempre,
zoando com a Mônica, chamando-a de medrosa e se comportando como um Zé ruela.
Nada de novo. De outro, o DC sendo gentil, incentivando e apoiando.
Há quem reclame que estão colocando o Cebola como um
antipático e idiota. Para ser sincera, nem achei que ele foi tãaao chato assim
nessa edição. Tanto que não cheguei a ficar com raiva dele. Em minha opinião,
ele já foi bem pior em outras histórias. Pode-se dizer que o nível de chatice
dele estava normal.
Claro que analisando friamente, foi um tremendo vacilo chamar
de medrosa uma pessoa que arriscou a própria vida se colocando na frente de um
raio mortal para salvá-lo mesmo depois de vê-lo se derretendo todo por outra
mulher (Ed. 66). Olhando por esse lado, ele agiu pior do que um moleque e
mostrou que não conhece a Mônica.
Devo dizer que eles deram um rumo legal a história,
inclusive acrescentando situações engraçadas como a aula totalmente maluca do
Licurgo falando suas sandices de sempre. E aposto que muita gente tentou
entender o que ele estava falando, né? Agora, será que alguém aí ficou com
medinho imaginando como seria fazer prova surpresa no escuro? Isso sim é
terrorismo psicológico!
Para quem não reparou, a apresentadora Elzira é meio que uma
referência a Elvira, a rainha das trevas. Se bem que nesse caso adaptaram só o
nome, já que a Elzira também foi feita para lembrar um pouco a Viviane. Aliás,
foi uma boa sacada criar essa dúvida: será que é só um reality show ou uma
armadilha da bruxa doida para pegar todo mundo? Confesso que cheguei a pensar
nisso.
Outro momento engraçado foi o Cebola querendo ir para cima
do DC por causa da Mônica. Ou teria sido só ego ferido? Não tem como saber, mas
ficou engraçado os rapazes segurando o Cebola para ele não ir para cima do DC.
É um milagre ver ele sofrendo um pouco de ciúmes para variar, já que na grande
maioria das vezes é só a Mônica que sofre.
Ainda na sala de aula, confesso que não entendi muito bem o
que o Titi estava fazendo no meio da turma. Ele não é mais velho? Então por que
está na mesma sala que os outros? Só mesmo se for para compor a história, mas
ainda assim ficou esquisito.
Dentro da casa, o restante da história teve como pano de
fundo típicos clichês de filmes de terror. Quem assiste essa modalidade de
filme deve conhecer todos eles. E claro que DC já tinha percebido tudo isso,
porque é capaz de pensar fora da caixa e enxergar além do óbvio.
E qual é o clichê n. 1 dos filmes de terror? A meu ver, é
quando o grupo se separa. Típico, clássico, previsível. Os que ficam isolados
sempre se dão mal. Tirando, é claro, os desenhos do Scooby Doo. Mas na boa....
ver um bicho feio e não gritar é meio difícil, não? Eu teria esgoelado feito
doida se o Zé Machado aparecesse.
E confesso que fiquei com peninha da Denise. Ela custa a ter
uma chance com o Titi e quando finalmente rola um climinha, o tal Zé Machado
aparece e corta a onda dela? É pra acabar mesmo!
Também é impressionante uma pessoa ver um livro estranho e
mesmo a capa estando escrita com sangue falando que o demônio vai puxar o pé
dela de noite, a criatura sempre abre pra ler. Nunca falha.
Enquanto os candidatos vão sendo eliminados de clichê em
clichê, aos poucos a tensão entre o DC e o Cebola aumenta porque apesar de toda
sua segurança e conhecimento sobre clichês, o DC não consegue evitar que os
amigos sejam eliminados e isso faz sua confiança diminuir.
E, como não podia deixar de ser, vemos a diferença com que
cada um trata a Mônica. Apesar de tudo, DC se preocupa com ela e tem a real
intenção de protegê-la. Cebola quer apenas se exibir e posar de bonzão, mas
sempre zoando quando pode. Mesmo quando tenta se fazer de protetor e solidário,
ele acaba sendo antipático. Mas isso é típico dele, que costuma se mostrar
egoísta e mais interessado em se exibir e inflar o ego do que ajudar as
pessoas.
Finalmente, quando ele é eliminado, vemos a Mônica no auge
do medo se descontrolando e saindo correndo da casa. Outro clichê: a pessoa
corre mais do que o papa-léguas enquanto os zumbis correm menos que lesmas, mas
elas sempre tropeçam e são alcançadas. Só que ela estava apavorada demais para
pensar racionalmente e por isso o DC faz o sacrifício máximo para ajudá-la:
agir dentro do senso comum e se encaixar nos clichês de filme.
Isso mostrou que a Mônica é mais importante para ele do que
o hábito de contrariar. Mas no fim, ela reúne coragem e enfrenta o perigo de
frente e é aí que o Cebola, então disfarçado de zumbi, amarela. Claro, é muito
mais fácil ser assustador quando a pessoa já está com medo, né?
É aí que a coisa começa a ficar realmente emocionante. Tudo
parecia caminhar para um final previsível, mas a atitude infantil e idiota do
Cebola teve um preço muito alto. Finalmente a Mônica beijou o DC, o tão
esperado beijo, e tudo virou do avesso e de cabeça para baixo.
Muita gente deve ter pulado de felicidade, outros devem ter
espumado de raiva e quase tacado fogo na revista. Bom, eu confesso que gostei.
Depois do Cebola sendo um vacilão por 68 edições, finalmente a Mônica tomou um
pouco de vergonha na cara, né? E eu dou toda razão para ela. Muita gente deve
ter achado errado, porque ela tem um compromisso com o Cebola, blábláblá. Mas
na boa: que compromisso? A meu ver, eles não têm mais compromisso nenhum.
Raciocinem comigo:
Quem leu a Ed. 63 deve lembrar da Sofia falando que a Penha
estava em coma por um ano. Se entre as Ed. 52 e 63 passou um ano, quanto tempo se
passou entre as Ed. 34 e 68? Certamente mais de um ano. Talvez um ano e meio.
Tá. E daí?
Daí que o Cebola está enrolando a Mônica há mais de um ano.
Vocês acham normal uma pessoa enrolar a outra por todo esse tempo sem tomar
nenhuma atitude? Sejam sinceros: alguém aqui aceitaria esse tipo de coisa? Pois
é. Além de não ter feito praticamente nada para ficar bem com a Mônica e reatar
o namoro, o Cebola ainda xavecou outras garotas na frente dela, se apaixonou
por games e agiu como um perfeito vacilão.
Ele prometeu que ia derrotá-la para reatar o namoro, mas não
cumpriu a promessa. Não chegou nem perto disso. Logo, se ele não honrou o
compromisso que tinha feito com a Mônica, então ela não deve mais nada a ele.
Compromisso só existe quando as duas partes estão envolvidas, mas nós não vemos
quase envolvimento nenhum por parte dele. Só, claro quando as coisas ficam
feias, mas depois tudo acaba na mesmice de sempre.
Na Ed. 66 ele falou que tinha encontrado o tesouro mais
valioso do universo e não ia perdê-lo de jeito nenhum. Jacaré cumpriu a
promessa? Nem ele!
É por isso mesmo que eu até gostei do que aconteceu mesmo
não torcendo pelo DC. Apesar de ele ter sido muito legal e maduro, mesmo que
ele seja o rapaz perfeito, infelizmente eu não tenho como torcer por ele. Por
quê? Simples: todos nós estamos carecas de saber que a Mônica vai ficar com o
Cebola. Logo, torcer para que ela fique com outro rapaz é pura perda de tempo e
energia. Não há pelo que torcer, tudo está determinado.
Colocá-la com outro rapaz vai frustrar a grande maioria dos
fãs que torcem por esses dois. Tipo, para essas pessoas, não importa o que o
Cebola faça, diga ou como se comporte. Ele pode beijar o bairro inteiro na
frente da Mônica, pode trair, xingar, humilhar e se bobear até bater nela, mas
esses fãs vão sempre torcer por ele. E como são esses fãs que compram as
revistas e fazem o dindin entrar na conta bancária, seria um suicídio financeiro
a MSP colocar a Mônica definitivamente com outro rapaz.
Sem falar que fazer isso seria jogar fora a Ed. 50. Aliás, a
meu ver essa edição foi um tiro no pé porque agora eles estão definitivamente
presos a esses dois. Depois de terem mostrado o casamento da Mônica com o
Cebola, eles não podem colocá-la com outro rapaz. Querendo ou não, os dois estão
atrelados por toda eternidade e eles não vão poder colocá-los com pares
diferentes mesmo que queiram muito fazer isso.
O mesmo vale para a Magali e Cascão. Depois de colocar o
Cascão casado com a Cascuda e até com um filho na Ed. 50, agora eles não tem
como fazer com que ele fique com a Magali sem causar mal estar entre os fãs. Se
tentarem, todo mundo vai falar
“ain, mas e a Ed. 50? Como fica? Não valeu nada? Como fica?”
Entendem onde quero chegar? É por essa mesma razão que torcer
pela Mônica e Cebola é perda de tempo também. É tipo torcer para que o sol
nasça no dia seguinte. Isso vai rolar de qualquer jeito, mesmo que aconteçam
alguns tropeços no meio do caminho. Não há pelo que torcer, não há o que
esperar. Sem dúvidas, sem incertezas, medo ou ansiedade. Só o eterno drama que
já conhecemos e só serve pra encher lingüiça.
É por isso mesmo que quem é fã de Mo/DC, melhor aproveitar
enquanto dure, porque isso não vai durar muito tempo. Pode ser que no fim da
Ed. 69, tudo continue a mesma coisa, ou talvez dure mais umas duas ou três
edições, não mais do que isso.
Mas ainda assim fiquei feliz com a surpresa. Eu pensei que
tudo ia acabar na mesmice de sempre e errei. Tudo bem, eu prefiro errar e ser
surpreendida do que acertar e ficar morrendo de tédio com a mesmice de sempre.
Bom, essa foi a crítica do mês. Quem quiser ver outro ponto de
vista diferente, pode conferir esse vídeo no youtube: