Finalmente
saiu a capa da ed. 1 da TMJ. E gente, ficou uma capa muito bonita!
O
fundo é um dos melhores, realmente adorei. Bem mais bonito do que aquelas
coisas abstratas que colocavam antes. O desenho dos dois também está lindo e
romântico.
Só
que a história... sei não... a sinopse diz que o namoro deles vai ficar tipo um
pesadelo por causa de uma carta que o Cebola recebeu. Ai, meldels... os dois
nem começaram a namorar e já vem com drama? Ain... que preguiça!
Bom,
o que será que tem nessa carta maligna para deixar o Cebola tão perturbado? São
várias possibilidades:
1 –
uma ameaça à Mônica. talvez o remetente esteja chantageando o Cebola de alguma
forma e se ele não ceder, a Mônica será prejudicada.
2 –
uma intriga ou mentira que vai atormentá-lo.
3 –
talvez a carta de alguém do passado do Cebola, não sei.
4 –
uma proposta para estudar ou fazer intercambio em outro país.
Confesso
que estou apostando mais nessa quarta possibilidade. Por quê? Reparem no paletó
que o Cebola está usando. Não é o tipo de roupa que ele usa no dia a dia,
certo? Então tudo me leva a crer que isso é um uniforme de alguma escola e ao
que parece deve ser bem chique. Ou então uma roupa mais elegante que ele pode
estar usando para viajar de avião ou ir a um lugar sofisticado.
Talvez
seja esse o tal pesadelo de que a sinopse está falando. Quer dizer, ao receber
essa proposta para estudar longe, o Cebola com certeza vai ficar dividido entre
ir e ficar com a Mônica. Finalmente ele conseguiu reatar com ela e tudo parecia
ir muito bem. Como abrir mão disso tão de repente?
E se
ele vai ficar dividido, é porque com certeza a proposta deve ser boa, algo que
ele quer muito. Pode ser uma escola excelente, que vai abrir caminho para os
seus sonhos de dominação mundial. Caso contrário bastava ele dizer não e as
coisas continuariam como estão.
Foi
prometido no fala Mauricio da ed. 100 que ainda vai ter drama e dificuldade no
namoro deles e parece que esse será o primeiro. Sim, porque com certeza é pedir
muito que esses dois namorem por uma edição inteira sem nenhum drama, certo?
Isso non ecziste.
Agora
só falta saber se ele vai ou não aceitar essa proposta. Bem difícil, não? E a
Mônica? Como ela vai reagir ao saber que eles mal começaram a namorar e o
Cebola já está indo embora para longe? Bem, imagino que ela vai ficar triste,
arrasada, talvez até um tanto arrependida por ter dado uma segunda chance para
ele, pois agora corre o risco de se machucar (coisa que ela queria evitar desde
o início). Mas no fim imagino que ela vai acabar aceitando porque pensa no bem
estar dele e não quer vê-lo perder uma grande oportunidade só por causa dela.
Será
que ele vai mesmo embora? Acho meio difícil. Quer dizer, se o Cebola for para
outra escola, como ele vai aparecer nas histórias? Será que vão abrir mão de um
dos quatro protagonistas? Acho que não. A não ser que ele só vá ficar por um
tempo, talvez seis meses ou um ano. Ainda assim teriam que fazer algumas
edições sem ele. Sem falar que um tempo curto de ausência não seria assim
suficiente para transformar o namoro em um pesadelo, seria?
Repararam
no pingente que a Mônica está usando? E no título da edição? O “te amo para
sempre” está depois de três pontos, indicando que havia algo antes. Talvez seja
uma carta (ou e-mail, porque o Cebola é todo modernoso). Seria uma carta de
despedida? Talvez o pingente seja algo que ele deu para que a Mônica saiba que
mesmo longe, ele vai continuar pensando nela e seu amor não vai diminuir.
E
será que, dessa vez, eles vão namorar por pelo menos uma edição inteira ou irão
separá-los de novo? O fala Mauricio anterior disse qualquer coisa sobre perigos
e desvios nas histórias que abrem caminho para um histórico retorno. Isso quer
dizer que eles ainda não retornaram de fato?
Se
bem que a história é do Flávio e os dois foram unidos pela Petra. E sabemos que
o que um roteirista une, o outro não separa. Só a Petra pode mexer nesse casal,
então podemos concluir que eles não vão terminar. Pelo menos não dessa vez.
Mesmo que o Cebola vá mesmo estudar longe, eles continuarão namorando. Mas será
que a MSP vai mesmo dar esse passo?
Caso
isso aconteça, como vai ser? Com a Mônica longe, será que o Cebola vai resistir
as tentações ou vai correr atrás de qualquer garota bonita que lhe dê bola? E a
Mônica? Vai continuar esperando pacientemente pelo Cebola (por mais oito anos e
quatro meses) ou será que vai acabar se apaixonando por outro rapaz?
Claro
que são só possibilidades, né? O Cebola pode acabar não indo a lugar nenhum e
tudo continua como está. Imagino que a história vai ter uma boa solução, apesar
de tudo. Bom, pelo menos eu espero né? Vou ler esperando o melhor, mas vou me
preparar para o pior também.
Ah,
outra coisa que eu notei, e não imaginava que fosse acontecer, é eles terem
aumentado a faixa etária da revista para 12 anos. Aí sim! Quer dizer, 12 anos
para mim ainda é pouco, mas acho que deve melhorar um pouco as histórias porque
não vai ter tantas restrições, já que o público é um pouco mais velho. Só
fiquei surpresa de terem feito isso, porque pode acabar prejudicando as vendas.
Ou não, sei lá. Tem crianças que lêem conteúdo para pessoas mais velhas e ficam
numa boa. E as histórias da TMJ não tem nada assim de tão tenebroso que uma
criança dessa idade não possa ler.
Vamos
aguardar, né?
(nota:
eu vi a sinopse da próxima edição e ao que parece, ele foi mesmo estudar longe.
Valeu pelo spoiler, MSP!)
No artigo anterior eu falei que o primeiro passo para
aprender o japonês é aprendendo o alfabeto e até fiz algumas comparações com o
nosso para mostrar que o hiragana e katakana não são tão complicados quanto
parecem. Muita gente pode discordar, mas a meu ver esses dois alfabetos (e a
forma de combinar as letras para formar os sons) me pareceu até mais simples do
que o nosso. Eles só assustam porque a escrita é diferente da nossa.
Agora vou ensinar como decorar os dois alfabetos. No início
vai parecer trabalhoso, mas com o tempo vão achar até fácil e divertido. Nós
vamos decorar os novos símbolos usando mnemônicos. Mas o que é isso? É pra
comer ou pra passar no cabelo? Nenhum dos dois.
Mnemônicos são técnicas que usamos para nos ajudar a
memorizar as coisas. Simples assim. Isso tem a ver como o nosso cérebro
funciona. De um jeito simplificado, é assim:
Você viu uma nova informação. Seu cérebro vai pegar isso e
comparar com o que já tem dentro dele. Quanto mais parecido for, mais fácil ele
vai memorizar. Mas se for muito diferente, aí vai ser difícil. Sabe aquele
brinquedo de encaixar blocos em buracos com formatos diversos que as
criancinhas usam? É por aí. Quando seu cérebro pega a nova informação, ele vai
procurar pelo buraco onde ela possa se encaixar melhor. Quanto mais o formato
da nova informação for parecido com os que já existem no nosso cérebro, mais
fácil vai ser o encaixe e a memorização.
Agora imagine o seguinte: a nova informação tem a forma de
estrela, só que no seu cérebro não tem nada parecido. É uma informação
totalmente nova e ele ainda não conhece o formato dela. Vai ficar difícil
assimilar, não vai? É aí que entram os mnemônicos.
Usando um mnemônico, você vai “juntar” essa informação nova
com outra que você já conhece. Com o tempo seu cérebro vai decorar o novo
formato e armazená-lo. Vou dar um exemplo para vocês entenderem.
Imaginem esse hiragana: く a pronuncia dele é ku.
Conseguem lembrar de uma palavra em português que comece com esse som cuja
imagem possa ser encaixada nesse hiragana? Vou dar uma dica: lembram da TMJ 99
quando o Silencioso virou um cuco? Pois é. Junte o hiragana く com o desenho de um cuco e
pronto!
Agora
ficou fácil, não ficou? Por que? Primeiro, porque nosso cérebro já sabe
o que é um cuco. O hiragana ku meio que tem o formato de um bico
aberto, aí só tivemos que juntar as duas coisas. Segundo, porque a
informação é inusitada, divertida. Eu mencionei a TMJ 99 exatamente
porque tem mais impacto para vocês. É um outro segredo dos mnemônicos:
quando for aprender uma nova informação, tentem associá-la com algo
divertido, absurdo, maluco, etc. Sejam criativos e usem bastante a
imaginação. Nosso cérebro tem mais facilidade para decorar coisas
absurdas e diferentes do que coisas normais.
Mais
um exemplo: ひ
(hi) – esse hiragana se
pronuncia como ri em “risada”. Captaram a referencia? Imaginem a bruxa
Viviane se tornando o cavalo da Fome e morrendo de rir na cara da
turma.
Também
tem esse aqui: の (no). Nesse caso, imaginem
uma corda dando um nó. Eu sei que os sons são um pouco diferentes, mas ajuda a
decorar. Claro que alguns outros vão ser um pouco mais desafiadores. Nem sempre
vocês vão achar palavras que comecem com o som do hiragana que dê para usar a
imagem delas.
O
som também pode estar no meio da palavra, mas é importante que ele seja
ressaltado na hora de decorar. Tipo o hiragana り
(tem som de ri como em peRIquito). Acho que não tem em portugues nenhuma
palavra que comece com esse som, então eu usei a palavra periquito para
memorizá-lo.
Ou
esse aqui む (mu). Pensem na vaca Mimosa
do Chico fazendo “muuuu”.
Querem mais um? Que tal esse: お
(o)? Pensando bem, esse hiragana me lembra um pouco a marca
de IOR. Sei que precisa certa imaginação para ver isso, mas se colocarem
dois
traços na diagonal dá para ficar quase parecido. É tipo uma cruz no
formato da
marca de IOR fincada no chão daquele cemitério dos filhos de Umbra, que
fica
atrás da porta vermelha que sobrou da casa queimada da Berenice. Aposto
que ao
usar essas associações, vocês vão lembrar dessa letra com muito mais
facilidade. Reparem que nesse caso, a imagem que usamos não começa com a
letra "o", mas tem ela no meio. Isso vai acontecer várias vezes porque
nem sempre vamos encontrar a imagem certa que começa com o som que
queremos aprender.
É
esse o objetivo dos mnemônicos, associar uma coisa nova e desconhecida com
outra que nos é familiar (mas que ao mesmo tempo seja divertida/maluca) e assim tornar mais fácil para que nossos cérebros
consigam aprender.
Com
o hiragana e katakana é a mesma coisa, só precisa de um pouco mais de empenho.
Criem suas próprias imagens. Eu criei as minhas, mas muitas delas não vão fazer
sentido para vocês. É importante que vocês mesmos criem essas imagens porque
vão decorando a letra durante o processo.
Imprimam
os dois alfabetos de forma que fiquem com um bom tamanho e desenhem em cima
delas com canetinha. Vão fazendo as imagens que vocês consigam decorar. A idéia
é quando vocês verem o hiragana ou katakana, vão logo lembrar da imagem e
conseguirão decorá-los.
Vocês
podem ir aprendendo esses alfabetos escrevendo e escrevendo numa folha até
decorar. Fazer isso ajuda e eu aconselho. Mas tem outras ferramentas legais
também.
Eu
uso esses dois apps (para Android) aqui: Hiragana - Learn Japanese e Katakana - Learn Japanese com eles, posso aprender os dois alfabetos e tem até
recurso para a gente ir desenhando com o dedo. Está em inglês, mas isso não
atrapalha na hora de usar. Os dois apps tem os seguintes recursos:
Choose
the hiragana – escolha o hiragana. É de múltipla escolha. Ele dá o som e
apresenta quatro opções para escolher.
Write
in romanji – escreva em
romanji. Mostra o caractere em hiragana ou katakana e a gente
tem que transcrever em romanji.
Nota: romanji é quando escrevemos palavras japonesas usando as letras do nosso alfabeto. Por exemplo, gato em japonês é 猫. Mas como saber a pronúncia? Através do romanji "neko".
Write
the hiragana – escreva o hiragana. É o que eu mais uso. Nele ouvimos o som e
temos que escrever o hiragana com o dedo.
No início
tem o caractere bem clarinho para a gente ver como é. É só acompanhar o desenho
com o dedo, mas tem a ordem certa. Depois mostram só os pontinhos como
referencia e por último a tela vazia. É um pouquinho só difícil porque a ordem
dos traços é levada em conta e qualquer desvio com o dedo atrapalha tudo. Mas
com o tempo a gente acostuma e fica bem legal. Mesmo já tendo aprendido os dois
alfabetos, ainda uso bastante para manter tudo fresquinho na memória.
Aqui
tem uns vídeos que eu fiz enquanto resolvia os exercícios. Esse é o app
para o hiragana, mas o katakana funciona da mesma forma. O primeiro
mostra a resolução das questões de múltipla escolha. O segundo mostra o
exercício de escrever os romanjis para cada hiragana. O terceiro é o
recurso de escrever o hiragana com o dedo na tela. Para usar esse app,
tem que ser com touchscreen.
Bom,
eu demorei para fazer essa crítica porque... sabe... digamos que eu tinha
outras expectativas para a ed. 100.
Por
um lado eu vivia falando que iam deixar a ed. 100 para a reconciliação da
Mônica e do Cebola, mas eu também achava que ia ter uma aventura bacana
envolvendo os quatro. Ao invés disso, tivemos uma história romântica envolvendo
somente Mônica e Cebola.
E
até que foi bom eu adiar a crítica porque tive a chance de ler o ask da Petra e
tem muitas explicações do por que as coisas terem saído como saíram. Ela tinha
uma idéia (ótima, por sinal), mas a direção da MSP (muito chata e mimizenta)
achou que ia ser uma história violenta para uma ed. histórica e foram mudando
tantas coisas até dar no que deu. A idéia original da Petra é essa aqui:
Eu não
sei de vocês, mas essa história teria sido espetacular. Ação, drama, talvez
Cascão e Magali tendo mais destaque e no fim os cebônicos iam ter o tão sonhado
beijo da Mônica e do Cebola. Acho que tinha tudo para dar certo porque ia ter
uma pegada de jogos vorazes, que é muito popular entre os jovens. Mas nãaaoooo!
A direção tinha que estragar tudo!
“Ain,
mas tem violência, mimimi-mómómó” . Aff, quanta frescura! Para começo de
conversa, eles deveriam ser capazes de adaptar uma história desse tipo para a faixa
etária do público, logo não ia ter o mesmo nível de violência que jogos
vorazes. Para mim, eles desperdiçaram uma história que poderia ter sido
excelente só para enfiarem um provável filho da Mônica e do Cebola no meio.
Outra
coisa que incomodou o pessoal é que a volta deles foi um tanto precipitada. A
Petra explicou que era para a Mônica ter terminado com o DC a mais tempo, só
que foram colocando outras edições na frente e acabou ficando na 96. Mas é para
a gente considerar que no tempo da revista se passaram alguns meses, sei lá.
É
que o Maurício e a Alice queriam de qualquer jeito fazer com que a Mônica
voltasse com o Cebola na ed. 100, por isso apressaram tudo. Eu não tenho nada
contra (nem a favor) eles voltarem, mas acho que a direção da MSP deveria ter
planejado melhor as coisas.
Quer
dizer, ficou estranho a Mônica, de repente, descobrir que ainda tinha
sentimentos pelo Cebola e do nada pular no pescoço dele e tudo acabar num
beijo. Sim, eu sei que é possível ainda ter sentimentos pelo ex que ficam
adormecidos, bláblá, etc. e tal, mas ainda assim ficou estranho porque pareceu
para mim que a Mônica vai passar o resto da vida atrelada ao Cebola.
Quando
ela desistiu dele e foi namorar o DC, de certa forma eu achei que ia ser a
libertação dela, entendem? Achei que ela ia ficar com o coração livre para amar
e ser feliz com outras pessoas. Se ela fosse amar o Cebola novamente, seria um
sentimento novo que ele foi cultivando. Esperava que as coisas fossem feitas
aos poucos, que de forma gradual o Cebola fosse despertando novos sentimentos
nela, que ela fosse vendo as qualidades dele, o quanto ele amadureceu e as
coisas que os dois sempre tiveram em comum.
Então
ia surgindo um clima aqui, uma situação romântica ali até no fim ela acabar
vencendo seus medos e aceitado que está amando ele de novo. Sim, eu sei que
isso ia ser demorado e que não ia dar tempo de colocar a reconciliação deles na
ed. 100, mas acho que teria sido mais natural.
Mas
as coisas são o que são. A história já foi lançada e não dá para voltar atrás.
Mas eu até que gostei apesar dessas restrições. A introdução foi muito boa e
mostrou como é complicado escolher algo. Eu sempre tive esse pensamento de que
o que dificulta fazer escolhas não é o medo de escolher errado e sim o fato de
que quando decidimos por algo, estamos abrindo mão do resto muitas vezes de
forma irreversível.
Quer
dizer, no caso da Magali, ela ainda pode voltar para a sorveteria e escolher
outro sabores, mas há muitas situações em que isso não vai acontecer. Eu também
gostei da parte em que foram mostrando várias alternativas tipo Cebola com
Denise (essa todos já esperavam), Carmem com Quim (mas heim?), Mônica gordinha,
ou então ela trocando de lugar com a Magali...
Teoricamente
existem muitas possibilidades para um mesmo evento, embora nem todas sejam
viáveis. Talvez exista mesmo alguma dimensão por aí em que essas possibilidades
estejam acontecendo ao mesmo tempo, mas aqui no mundo físico somente uma delas
pode ter lugar.
Só
que tem uma coisa da qual eu discordei um pouco: sim, o namoro da Mônica com o
DC acabou. Mas não acho que tenha sido uma escolha errada. Só porque um
relacionamento acabou não quer dizer que não deu certo. Esse namoro serviu para
que a Mônica se libertasse do Cebola e dá para ver que apesar de tudo, ela foi
feliz com o DC. A própria mãe dela falou que nunca tinha visto a filha tão
feliz. E na ed. da estranha história de Sarah vimos a Mônica se cuidando mais,
não vivendo mais com o constante estresse que ela tinha com o Cebola. Então,
sim, o namoro deles deu certo enquanto durou. Se não deu, foi porque apesar de
tudo eles não eram compatíveis.
Quanto
a criança, eu a achei bem fofinha. Só que o cabelo loiro ficou bem esquisito. E
acho que em poucas páginas já deu para imaginar que era o filho deles tentando
juntá-los. Até aí não teve assim muito mistério.
O
primeiro contato deles na história foi bem tenso, com direito a coelhadas
virtuais e tudo. Só não gostei dos dois se enrusgando um com o outro. Sei lá,
tivemos isso durante décadas, acho que já deu né?
Se
bem que dessa vez o Cebola procurou ser gentil e ficar bem com ela, pena que a
Denise apareceu para atrapalhar tudo. E essa parte deixou muita gente com
raiva.
O
pessoal acha que a Petra desvirtua a personalidade da Denise, transformando-a em vilã. Sim, na cabeça de
muita gente, toda vez que um personagem aparece chato ou comete algum erro, ele
se transformou em vilão. Eu
sempre acho que levo tudo a ferro e fogo, mas esse pessoal ganha em disparada!
Tá,
a Denise foi chata. E daí? Acho que o pessoal se acostuma tanto a vê-la como
heroína nas histórias do Emerson que acabam esquecendo de que a Denise nunca
foi santa, desde os gibis. Aliás, eu gostei bastante dessa resposta que a Petra
deu no ask:
Logo,
ela não está desvirtuando a Denise em nada, só mostrando outro lado da sua
personalidade que não vemos nas histórias do Emerson porque roteiros diferentes
tem necessidades diferentes. O Emerson precisou de uma Denise mais heróica, a
Petra precisou dela mais maldosa na história. Mas em momento algum ela foi
vilã.
Tá
na hora de vocês pararem com essa mania de achar que um personagem está sendo
vilanizado só porque não agiu como um perfeito anjo de pureza e bondade. Isso
não existe.
Outra
coisa de que gostei foi da aparição do Ângelo. Sabe, quando ele apareceu na
primeira vez, todo misterioso, cheguei a pensar que fosse um agente da DI.NA.MI.CA. Só
que quando vi as botas dele na pág. 26 acabei lembrando da ed. amor de anjo,
onde ele usava botas parecidas. Claro que durante um tempo fiquei na dúvida,
mas ao longo da história ele foi se revelando.
E
pelo menos Magali e Cascão apareceram. Como coadjuvantes, quase secundários,
mas apareceram. Foi interessante a Mônica tê-los chamado porque tinha medo de
ficar sozinha com o Cebola. E o que a Magali falou tem sentido: duas pessoas
não tem que ficar juntas só porque todo mundo acha que deve ser assim. Talvez
fosse um recado para os leitores que querem os dois juntos a qualquer custo,
qualquer preço, nem que seja na marra. As coisas precisam acontecer de forma
natural.
Quanto
ao desenvolvimento da história, bem... acho que não dá para falar assim muita
coisa. Mônica babando pelo Nick, Cebola com ciúme, a criança tentando juntá-los
e criando confusão, Mônica brigando com o Cebola por causa das confusões que o
provável futuro filho deles tinha criado... Cebola aos poucos perdendo as
esperanças e desistindo... um comecinho de triângulo amoroso na história...
algumas partes engraçadas com o Ângelo sofrendo com as confusões que a criança
levada criava...
A história
até que fluiu bem. A Mônica conseguiu chamar a atenção do Nick, apesar de ter
sido pela sua força. Acho que isso meio que lembrou ela e o DC, que também se
sentiu atraído por ela por causa das suas peculiaridades. Não sei se teria dado
certo com o Nick porque talvez ele a veja mais como heroína de game do que como
garota.
Depois
de muita confusão, desencontro e Cebola de coração partido, finalmente a Magali
resolve colocar alguma lucidez na cabeça da Mônica: a de que ela precisa dar um
voto de confiança para o Cebola e não ficar mais pensando que tudo que ele faz
tem segundas intenções.
Só
que é difícil, gente. Dizem que confiança é que nem vaso: quando quebra, não
tem mais jeito. Depois de sofrer tanto, a Mônica perdeu a confiança no Cebola.
E como ela ainda sentia algo por ele, estava usando essa desconfiança como
escudo para não sofrer mais.
Aí
chegamos na tão sonhada reconciliação: quando ela vê que o Cebola realmente
amadureceu e já não monta mais esquemas e planos como antigamente, ela resolveu
deixar o medo de lado e dar uma segunda chance para ele. E a criança foi salva
aos 45 do segundo tempo. Ufa!
O
beijo deles foi... bonitinho. Impulsivo, não nego, mas foi bonito. O Cebola
levou um tempão para acreditar que aquilo estava mesmo acontecendo. Por um
instante cheguei a pensar que ele fosse afastar a Mônica e dizer que não dava
mais, não sei. Sim, pessoal, a Mônica não é a única que desconfia do Cebola. Eu
ainda tenho aquele pensamento de que ele vai aprontar algo para fazê-la sofrer
apesar de ter prometido que não ia mais dar motivos para ela ter medo. Aham.
Sei.
O
fala Maurício deixou claro que esse namoro ainda vai ter muito drama e mimimi,
logo vocês não devem ficar muito tranqüilos. Não duvido nada que eles voltem a
terminar o namoro mais para frente. Se bem que eu errei quando disse que o
namoro da Mônica com o DC não ia durar muito, talvez eu esteja errada nisso
também.
Sabe,
eu não fiquei triste nem feliz com a volta deles. Na verdade, eu não senti
nada. Há muito tempo eu desisti deles como casal por causa do maldito dramalhão
irritante que estavam fazendo com eles. Aí, para não passar mais raiva, acabei
deixando de lado. O que a MSP decidir, é isso mesmo.
O
meu único medo é que com a volta deles, a gente seja obrigado a tolerar esse
maldito drama de novo. Tá, eu sei que o Cebola mudou, blábláblá... mas eu ainda
não consigo confiar nele. Por exemplo: será que ele não vai voltar a olhar
outras garotas enquanto está com a Mônica? Não vai voltar a babar por qualquer
garota bonitinha que aparecer na frente, deixando a Mônica com ciúmes? Nós já
sabemos como ele fica diante de garotas bonitas e até agora não foi dado nenhum
indício de que ele tenha mudado esse traço na sua personalidade.
Ele
pode ter mudado no lance dos planos, já no resto ninguém garante. Sem falar que não sabemos se a Mônica voltou a confiar no Cebola de fato. Até algumas páginas antes do fim, ela estava até paranoica com ele.
Além
do mais, a volta deles tão repentina e meio impulsiva meio que me deixou
preocupada. Quando eles namoraram pela primeira vez, a coisa toda foi meio que
por impulso. O namoro da Mônica com o DC também começou com um gesto impulsivo
dela. E agora o retorno deles me pareceu a mesma coisa. Nas duas primeiras
vezes o namoro terminou. Quem me garante que a terceira vai ser diferente?
E se
não me engano, a próxima ed. vai mostrar algum problema no namoro dele por
causa de uma carta que o Cebola vai receber. Eita, já começou o drama!
Sim,
pessoal, eu sei que não existe namoro perfeito e que todo casal tem problema.
Só que quando fica dramático demais, problemático demais, com muitas brigas,
lágrimas e sofrimento, então não é um relacionamento saudável, não importa o
quanto o casal se ame. Relacionamento sem problemas não existe, só que com
problemas demais fica desgastante, cansativo, acaba fazendo mal. Espero que a
MSP consiga explorar o namoro deles sem transformar em algo dramático e
doentio.
E
espero também, principalmente, que eles parem de dar tanto foco aos dois e se
lembrem de que existem outros personagens na revista, tipo Magali e Cascão.
Alguém aí lembra deles? Pois é. Há quanto tempo eles não têm uma edição só para
eles? Tirando as histórias do Emerson, eles não recebem grande destaque desde a
ed. 67. (corrigindo: eles tiveram protagonismo na ed. 87 - sangue fresco. Mas ainda assim são poucas edições).
Acho
que o problema maior nisso tudo é a ed. ser mensal. Não dá para ficar
desenvolvendo ou ficar dando muito destaque a todos os personagens porque só
tem uma história por mês. Doze edições significam um ano inteiro para a gente,
por isso não dá para fazer com que os personagens evoluam mais naturalmente,
tem que ir apressando as coisas. E também não dá para atender a todos os
personagens da turma.
Só
que colocar duas ed. por mês não seria viável. Muita gente já tem dificuldade
em comprar uma só, duas pode ser impossível. Então acho que não tem muita coisa
que se possa fazer a não ser aceitar a TMJ do jeito que está.
De
qualquer forma, eu gostei da história sim. Claro que eu preferia que tivesse
sido de outro jeito, a idéia da Petra parece excelente e tomara que algum dia
ela tenha a chance de desenvolvê-la. Mas isso não quer dizer que essa história
alternativa e romântica tenha sido ruim. Vamos ver como as coisas vão seguir
daqui para frente.
Não vamos esquecer do Nick. O que eu achei dele? Bom, por enquanto não dá para dizer muita coisa porque ele não mostrou toda sua personalidade. Sabemos que vai ter um filme da TMJ e ele está sendo introduzido para que os leitores se acostumem com ele.
Só acho meio chatinho é que a primeira vista, me parece que estão querendo manter um triângulo amoroso, só que dessa vez com o Nick tomando o lugar do DC. Espero que esteja errada, mas tudo leva a crer que ele ainda vai continuar atrás da Mônica e não sei se gostei muito dele para ser namorado dela. Deu para ver que ele ficou fascinado pela força dela, não por sua personalidade ou qualidades. Acho que a Mônica merece alguém que goste dela pela pessoa que ela é, não por sua força sobre-humana ou por ela ser diferente das outras garotas.
O bebezinho também foi fofo e achei engraçado ver as confusões que ele(a) criou tentando juntar a Mônica com o Cebola. A participação do Angelo também foi legal. Ele participou da ed. 50 e agora da 100, sempre aturando nos bastidores da união dos dois.
Também gostei do desenho, ficou bem feito apesar de gostar mais do estilo da Roberta Pares. Infelizmente, nem todo leitor gosta do estilo dela, o que é uma pena.
Muita
gente ficou confusa porque vão zerar a TMJ de novo. Bom, se não me engano isso
costuma acontecer quando as revistas atingem o n. 100. Por mim não tem
problema. Eles não vão resetar todo o universo da TMJ, só vão mudar a numeração
mesmo, mas os eventos irão continuar seguindo o tempo da revista.
Bem,
essa foi a crítica do mês. Para mais opiniões, confiram o vídeo do Canal Opinião
Turma da Mônica Jovem:
No artigo anterior eu falei um pouco sobre como aprender um
novo idioma e até indiquei um livro bacana que fala desse assunto, espero que
vocês estejam lendo porque vai ajudar muito não só para aprender inglês como para
aprender outras línguas também.
Beleza. Como começar a aprender o japonês? Ô língua que
assusta, viu? Sim, aposto que muita gente deve ter medo por causa do sistema de
escrita. Vocês devem estar pensando que precisa ser gênio no nível asiático
para poder aprender. Mas por que esse medo todo? Eu fico me perguntando se as
pessoas teriam tanto medo se o alfabeto deles fosse igual ao nosso.
Acho que a resposta é não. Se tivesse o mesmo alfabeto que o
nosso, o japonês não seria tão assustador assim. Por outro lado, acho que
também não seria tão fascinante.
Por que uma língua de alfabeto diferente assusta tanto? Será
que isso a torna tão mais difícil assim? Depende. Nós nos acostumamos com o
nosso bom e velho alfabeto latino desde... sempre. Quando vamos aprender outro
idioma que usa esse alfabeto, nós meio que ficamos com um pezinho na nossa zona
de conforto porque já o conhecemos. Não precisamos aprender todas as letras de
novo. Só precisamos aprender os novos sons.
Mas com uma língua de alfabeto diferente tudo muda de
figura. Isso significa que nós vamos quer que voltar aos tempos da nossa
alfabetização e aprender novamente todo o “abecedário” da nova língua. Não sei
se é isso mesmo, mas eu acho que nosso cérebro se acomodou tanto ao nosso
alfabeto que quando vê algo diferente, logo começa a espernear porque aquilo
não tem nada a ver com o que ele aprendeu ao longo dos anos. É diferente demais
e ele não tem informação sobre aquilo.
Tipo, nós já sabemos como escrever “a” em português, mas
nosso cérebro ainda não conhece como representar esse mesmo som em japonês. Aqueles
novos símbolos não dizem nada, são só rabiscos ou desenhos. Dá aflição, é
estranho. Nós vamos ter que começar do zero igual fizemos quando entramos na
escola e aprendemos a ler. Primeiro aprender cada letra, depois juntar para
formar as palavras, etc.
Sem preguiça, gente! Quem quiser aprender qualquer idioma
com alfabeto diferente do nosso vai ter que passar por isso. Então, para
aprender o japonês, temos que aprender o alfabeto primeiro. Saber cada letra e
o som que ela representa.
De forma resumida, o japonês tem três sistemas diferentes:
hiragana, katakana e kanji. Os dois primeiros são fonéticos, cada letra
representa um som (tipo nosso alfabeto, olha que beleza!). Já o kanji é
diferente porque ele não representa sons e sim idéias. Para ficar mais fácil de
entender, vamos dar uma olhada nesse kanji:
Ele significa gato. Como a gente faz em português? Nós
juntamos as letras g-a-t-o para formar um conjunto de sons que formam uma
palavra conhecida por nós. Só que com o kanji é diferente porque ele não
representa som e sim a idéia de gato.
Já o hiragana e katakana representam sons. O hiragana é
usado meio que de forma geral. As crianças são alfabetizadas com ele e também é
usado para escrever palavras que não tem kanji (ou tem, mas é pouco usado). O
katakana foi feito para escrever palavras de origem estrangeira.
Cada alfabeto tem 46 símbolos. Opa, já querem sair correndo?
Calma aí, vou mostrar para vocês que não é tão ruim quanto parece. Pensem o
seguinte: quantos sons possíveis podemos fazer juntando as legras do nosso
alfabeto? Lembrem de quando aprenderam a escrever e tiveram que ir decorando
como combinar as consoantes com as vogais.
b + a = ba, b + e = be e por aí vai. Depois tivemos que
aprender o q (qui-que e também o qua e quo), entre outras coisas. Lembram da
confusão de letras que produziam sons parecidos, como “s” com som de “z”, “c”
com som de “s”? O “c” antes das letras a-o-u formam um tipo de som, mas antes
de e-i formam outro som. O mesmo vale para “s”. E ainda tem a @#*$% do “ç”.
E eu nem falei do som “nh”, “lh”, algumas letras são
combinadas com r (br, pr, tr), outras vem com l (bl, pl, gl). Quando usamos “m”
mudo ou o “n” mudo? E o “l” mudo, como fica? Tem o “s” mudo também. Ah, e não
se esqueçam dos acentos, viu?
Nós tivemos que aprender como aplicar cada regrinha para ter
o som certo. Do jeito que eu falo parece bizarro mesmo, só que ficamos tão
acostumados que quase nem vemos dificuldade. Mas na hora de aprender foi um
tanto assustador sim. As regras pareciam não acabar nunca.
Estou falando isso porque se pensarmos bem, o português é
mais complexo porque tem mais regras, mais combinações, etc. que o japonês.
Às vezes penso que um japonês teria mais dificuldade para
aprender nossa língua que o contrário. Para começar, o português tem mais
fonemas que o japonês e muitos sons que eles não pronunciam. E não basta
aprender o alfabeto, tem que aprender a combinar as letras conforme já falei.
Imagine o trabalho que um japonês vai ter para aprender isso! Ao aprender
japonês, vamos ter esse trabalho sim, só que bem menos se comparado ao
português.
O katakana tem os mesmos sons que o hiragana, só muda a
forma das letras. Também tem um conjunto novo de sons que foram adicionando
porque esse alfabeto foi feito para escrever palavras de origem estrangeira,
mas isso a gente vai aprendendo com o tempo mesmo, não precisa decorar tudo
agora. Por enquanto, fiquem só no básico.
Não sei se consegui transmitir a idéia, mas a meu ver o
alfabeto japonês é mais fácil que o português em vários pontos. Quando
decoramos tudo, já sabemos como combinar as letras e conhecemos seus sons. Não
é muita coisa, dá para aprender cada um deles em uma semana.
Quêeee? Uma semana? Como assim?
Uma semana, meninos e meninas. Com um pouco de empenho e
dedicação, dá para aprender cada um desses alfabetos em uma semana. Uma para o
hiragana e outra para o katakana.
Mas como fazer isso? Usando a ferramenta certa. No próximo
artigo vou ensinar a vocês como decorar o hiragana e o katakana. Quando pegarem
o jeito, o aprendizado vai fluir que é uma beleza.
Sim, sei que essa pergunta fervilha na cabeça de muita gente
que quer aprender um idioma novo. O que fazer? Como começar?
O método tradicional consiste em bombardear os alunos com
regras gramaticais, exercícios e um bocado de decoreba. Quem tem aula de inglês
na escola vai saber do que estou falando. Alguém aí conseguiu passar do verbo
“to be”? Consegue ler e entender razoavelmente bem o inglês só com o que
aprendeu na escola?
Alguns especialistas em aprendizado de idiomas têm um método
diferente que é baseado na forma como nós aprendemos a falar na infância:
primeiro ouvir e entender, depois falar. Em seguida aprender a ler e por último
escrever. Atualmente as pessoas meio que fazem o contrário disso e acabam tendo
dificuldade para aprender.
Lembram de quando vocês entraram na escola e aprenderam a
ler e escrever? Vocês foram aprendendo com o tempo porque já sabiam falar
quando entraram na escola. Então tudo o que tiveram que fazer foi:
1 – Aprender o nosso alfabeto.
2 – Aprender a combinar as letras para formar os sons
possíveis da nossa língua.
3 – A partir disso, ir entendendo as palavras aos poucos.
Depois vamos entendendo as frases, etc.
Não sei se com vocês foi assim, mas pelo que eu me lembro
foi assim que aprendi a ler e era muito gratificante ir reconhecendo as
palavras e frases. Mas, como falei antes, esse processo foi natural porque eu
já sabia falar. Agora, pensem como é fazer isso sem saber falar a língua. Meio
estranho, não?
Só que alguns especialistas não concordam muito com esse
método e acham que o melhor é começar a falar logo no primeiro dia, ainda que
só palavras simples. Bem desafiador, não?
Atualmente estou lendo um livro “como aprender inglês, o
guia definitivo” de Mairo Vergara (disponível aqui: http://www.mairovergara.com/livro/) e o método dele é o
seguinte: no aprendizado de idioma existem dois processos chamados input
(entrada) e output (saída). Input é o que a gente lê e ouve. Output é a fala e a
escrita.Para ele, o melhor é começar o
aprendizado com input e só depois partir para o output. Isso porque a gente só
vai conseguir falar e escrever aquilo que conhecemos.
Tipo, se no meu cérebro ainda não tiver a informação de como
dizer “eu estou com fome” em outra língua, nunca vou poder falar ou escrever
porque essa informação não existe. Primeiro temos que colocar a informação lá
dentro, aprender. Só então vamos ter condições de usá-la na fala ou escrita.
Sim, eu sei que isso vai um pouco contra a ordem que nós
aprendemos. Seria bom se pudéssemos aprender a entender e falar primeiro, mas
nem todos têm condições de fazer isso. Nós aprendemos a falar porque vivemos
imersos num ambiente onde todos falavam português e nos ensinavam palavras
todos os dias. E o melhor é que nesse ambiente não precisamos ter medo de cometer
erros. Afinal, éramos crianças e muitas vezes até achavam nossos erros
bonitinhos.
Muita gente se pergunta se ir morar no outro país é
essencial. Depende... se a pessoa ficar 24h por dia num ambiente onde todo
mundo só fala em inglês, o tempo inteiro, ela vai acabar aprendendo nem que seja
na marra. Agora, uma coisa que costuma atrapalhar é quando essa pessoa vai para
outro país aprender o idioma e acaba só conversando com quem fala a mesma
língua. Ela faz isso meio que sem querer, porque é mais fácil e confortável. Só
que atrapalha o aprendizado.
Aliás, vocês sabiam que nos EUA tem imigrantes que vivem lá
há anos e nunca aprenderam inglês? É porque eles vivem em comunidades onde só
tem pessoas que falam a mesma língua, tipo os bairros cubanos lá de Miami.
Também me lembro de uma jogadora de vôlei russa que morava no Brasil dando
entrevista. Acho que na época, fazia uns seis anos que ela morava aqui e mesmo
assim precisou de um intérprete.
Então não se sintam mal por não poderem morar no estrangeiro
para poder aprender o idioma porque isso por si só não resolve nada. O
importante é o quanto a pessoa aproveita a oportunidade. Dá para criar um
ambiente de imersão aqui no Brasil também, sem precisar sair de casa. No livro
do Máiro Vergara tem como fazer isso.
Quem puder ter um ambiente assim, ótimo. Aproveita bastante.
Só que nem todos podem. Então só nos resta aprender a ler e ouvir. Isso pode
soar parecido com os cursos tradicionais, mas tem diferença: não vamos nos
concentrar tão obsessivamente em regras gramaticais. Só o suficiente para
entender como a língua funciona.
Alguns autores meio que desprezam o estudo da gramática, ao
passo que os cursos tradicionais se apegam muito a ela. Já eu prefiro o caminho
do meio. Não vou gastar o resto da eternidade só estudando a gramática da
língua, mas também não vou deixá-la totalmente de lado. A gramática é
importante porque nos ajuda a entender um pouco como a língua funciona e assim
a gente não perde tempo redescobrindo a roda todos os dias.
Por exemplo, em português nos falamos “o gato bebe leite”.
Em inglês, é “the cat drinks milk”. Porém, em japonês eles falam algo como “o
gato leite bebe”, tipo o Yoda.
Em português e inglês, usamos a estrutura
sujeito-verbo-objeto (SVO), só que em japonês se usa sujeito-objeto-verbo. Nas
frases, o verbo sempre fica no final. Dá para ver isso durante o aprendizado e
observação, mas estudar um pouco de gramática antes já nos deixa meio que
preparados e economiza tempo.
Não é meu objetivo aqui ensinar vocês a aprender um novo
idioma. O livro do Mairo Vergara vai ensinar isso muito melhor que eu. Ele foi
voltado para o aprendizado de inglês, mas pode ser aplicado para outros idiomas
também. Eu só não concordo muito com a parte de não aprender gramática porque
eu acho que devemos aprender sim, embora somente o básico, pouca coisa mesmo.
Na segunda parte do artigo, vou explicar a vocês como eu
estou fazendo para começar o aprendizado de japonês.
Sei que tenho andado muito tempo longe do blog, mas acontece
que tenho andado muito empenhada em realizar tipo um sonho antigo meu: aprender
japonês. Mas por que japonês? Bem...
Desde pequena a cultura japonesa sempre fez parte da minha
vida de uma forma ou de outra. Os desenhos mais antigos de que eu me lembro de
ter assistido eram animes. Tenho contato com eles desde, sei lá, 5 ou seis
anos. Lembro que os assistia quando estava no jardim de infância e pré-primário
na extinta Rede Manchete, com televisão preto e branco.
Na época eu nem fazia idéia do que estava assistindo, mas
gostava assim mesmo. Piratas do espaço era um deles e também patrulha estelar.
Me lembro de várias cenas e dos nomes de alguns personagens. Também adorava “Super
Aventuras”, que na verdade era uma série que apresentava diversos contos,
muitos conhecidos por nós como “o quebra-nozes”, “Romeu e Julieta”, “o gato de
botas” e “Chapeuzinho Vermelho”. Sério, eu lembro que a música de encerramento
ficou na minha cabeça durante muitos anos e quando finalmente pude ouvi-la de
novo no Youtube, tive a alegria de ver que era quase exatamente como me
lembrava.
Don Drácula era outro desenho que eu amava e várias vezes
quase chorei de tão triste que era o final de alguns episódios. Vale a pena
ver, são poucos episódios (infelizmente).
Me lembro também de ver Dartagnan e os Três Mosqueteiros, que também era um anime só que ao invés
de humanos, eram cães. Se bem que me lembro de um ratinho amigo do Dartagnan e de
uma gata que era malvada, acho que se chamava Milady.
Bem, acho que já deu
para entender. Tenho contato com animes desde criança embora atualmente não esteja
acompanhando por falta de tempo e também porque são tantas opções que fico sem saber
o que escolher.
Na época eu não sabia
o que era anime e não fazia a menor idéia da existência do Japão, mas notava
que tinha alguma coisa diferente naqueles desenhos que não tinha nos outros. Só
não sabia explicar e também não gastava lá muito tempo pensando nisso. Só queria
assistir e me divertir mesmo.
Ah, claro, também não
posso me esquecer das séries porque foi com elas que passei a ter um pouco mais
de contato com o Japão e sua cultura, inclusive vendo um pouco da sua escrita
apesar de não entender nada. O primeiro de todos foi Spectreman.
Depois fui tendo contato com outras como
Changeman, Jaspion, Flashman, Jiraya, Cybercops, Jiban, Black Kamen Rider, Lion Man e Spielvan.
Nota: Lion Man era um samurai que na hora de lutar se
transformava e ganhava uma cabeça de leão tosca de doer, mas na época eu nem
percebia. Olhando hoje eu me acabo de rir com a máscara que deram para o
coitado.
Nota n. 2: sabem a Rita Repulsa, dos Power Rangers? Pois é.
Ela também já participou de dois seriados, Jiraya e Spielvan. Foi a única coisa
que me fez acompanhar Power Rangers por um tempo, senão eu nem teria dado atenção
a série.
E também tem um livro que eu li a muitos anos chamado Shogun
(é um camalhaço enorme, mas vale a pena). Vi ali minhas primeiras palavras em japonês
como água, por favor, obrigado e compreendo/não compreendo. Desde então eu
sempre procurava acompanhar o que podia do Japão.
Também assisti outros animes, claro, mas não vou me estender
muito aqui. Eu vinha adiando esse sonho há bastante tempo, mas agora resolvi
que quero aprender e comecei a estudar. De vez em quando vou postando meus
progressos e impressões sobre a linguagem. Por enquanto estou engatinhando.
Só consegui decorar o hiragana e katakana, sei um kanji aqui
e ali e estou começando a aprender a gramática e também algumas palavras, então
ainda é meio cedo para falar alguma coisa, com o tempo vou dizer mais.
Eu gosto do Japão, apesar de não idolatrar cegamente. Sei que
tem problemas como em qualquer outro país, mas também tem uma cultura rica e
interessante que vale a pena dar uma olhada.