E aí, gente? Sim, sei que estou meio atrasada, mas tive uns
contratempos bem sinistros nos últimos dias, mas vamos falar da ed. desse mês
que foi muito mais sinistra (só que no bom sentido).
Que emoção, viu? Principalmente porque a revista começa com
uma imagem bem assustadora da rosinha, com aquela meleca preta escorrendo por
todo lado. Confesso que achei bem nojento. E dramático também porque deu para
sentir a aflição dela, o medo e a ansiedade de se encontrar com algo que a
gente ainda não sabia o que era.
Mas como sempre acontece nas histórias do Emerson, essas
passagens tensas são quebradas com momentos de humor. Gente, eu simplesmente
rachei de rir quando o Chico falou em dar banho na Rosinha e a Mônica foi logo
cortando o barato dele. Sem falar dela arrastando a coitada pelo chão e ainda
falando que as meninas são mais delicadas. Foi muita sorte a Rosinha não ter
batido as botas, viu?
Depois de o Chico ter explicado para o Nho Lau o que tinha
acontecido na ed. anterior, as meninas aparecem falando que a Rosinha já estava
bem. Vocês devem ter percebido que essa parte ficou sem texto, o que deve ter
atrapalhado um pouco. O Emerson publicou o esboço com o texto completo que
estava faltando e assim vocês podem entender, por ex, porque eles não a levaram
ao hospital imediatamente e também revelou que a meleca preta tinha cheiro de
enxofre, o que também dava uma dica do que estava por vir.
Na ed. passada eu tinha ficado com muitas dúvidas sobre o
seqüestro do DC que finalmente foram respondidas nessa ed. e mais uma vez
fiquei com vontade de torcer o pescoço dele quando ele falou que tinha ido ao
QG dos aliens por vontade própria. Sim, o DC sendo o DC. Mas dessa vez tinha
complicado a vida de todo mundo. Ou não?
A parte da Denise e do Zeca também foi hilária e cheia de
humor, com ele xavecando e ela sempre dando o fora. Confesso que cheguei a
ficar com pena dele até ler a parte onde ele age como filhinho de papai que
troca de carro a cada seis meses e ainda trata a Denise como se fosse Maria
gasolina. E a parte dos dois brigando? Hahaha, ficou parecendo comentários de
facebook. Ô sujeitinho mais Zé ruela, pelamordeDeus!
Apesar de curtinha e sem expressão, eu também gostei da
participação do Zé Lelé, especialmente da parte onde a Mônica explica coisas
complicadas sobre o Drone do Franja e ele faz aquela cara de bobo: “vô fingi
que eu intendi”.
Ao longo da história, confesso que estranhei bastante as
atitudes do DC, tipo querer ficar em casa ao invés de sair e explorar com os
outros. Se bem que a explicação de ele ter ficado preocupado com a Rosinha me
convenceu (hahaha, doce ilusão!).
Outra coisa que gostei foi o destaque dando a Rosinha,
colocando-a tipo como o centro de grande parte da história. E a participação
dela foi dramática ao aparecer na sala depois que o Franja explicou as
propriedades estranhas da gosma preta, que parecia não existir.
Nota: será mesmo que a Denise está certa? Será que a Mônica
só atrai coisa ruim? Meldels, coitada, não é culpa dela. Bom, não de todo, sei
lá.
Essa história é algo que precisamos ler de vagar e com
cuidado, especialmente nas explicações sobre a relação entre aliens e
civilizações antigas. Muitos suspeitam que eles realmente entraram em contato
com seres de outros mundos. E se olharmos bem, algumas imagens e desenhos que
eles faziam eram mesmo estranhas porque não pareciam humanas. Será mesmo que
tem algo a ver ou é só nossa imaginação? Tipo aquele lance de olhar para uma
nuvem e ver uma forma nela sendo que essa forma não tem significado nenhum?
Mistéeeerio!
A alternância entre as falas do Franja explicando as fotos
do drone e as da Rosinha preenchendo lacunas que ninguém poderia saber foi
muito intensa, cheia de tensão e suspense. Sério, o coração foi só acelerando e
eu fiquei lendo de olhos vidrados sem prestar a atenção em nada. A Rosinha cada vez mais
sinistra e misteriosa, falando em chamado da serpente, a marca de IOR voltando
para assombrar geral e a cereja do bolo foi ela desenhando essa mesma marca na
parede do quarto com a meleca preta. E depois... Boomm! A nave a leva embora
deixando todo mundo arrancando os cabelos. Meldels, mata nóis não!
Sem falar que a participação do Astronauta foi uma surpresa
para mim. Quer dizer, acho que ele é um personagem que eu não esperava ver nas
histórias do Emerson, não sei por que. Mas enfim, isso foi para mostrar que a
turma tem bons contatos e um celular que liga até o fora da Terra enquanto a
maioria não pega nem na varanda de casa.
Mais uma vez, fiquei meio ressabiada com o DC e sua mudança
repentina de atitude, pois normalmente ele seria o primeiro a entrar na nave
para ir ao espaço. Também estranhei o receio dele de ir salvar a Rosinha e
muitos devem ter estranhado também, aposto. Até a Mônica pareceu meio decepcionada
com ele.
Agora, hilário foi o Zeca tentando mandar na Denise. Tipo
assim... um Zé ruela tentando dar ordens para a garota mais forte, segura e
independente de toda a turma? Nem em um milhão de anos e adorei como ela mandou
a real nele. Sem falar que a briga dos dois mostrou muito bem a atitude de
muitos homens diante de uma mulher que não aceita abaixar a cabeça para eles e
nem seguir suas ordens: ser chamada de feminazi (sim, porque na cabeça de muita
gente, lutar por direitos iguais é a mesma coisa que propagar racismo, eugenia
e provocar a morte de 5 milhões de pessoas).
Voltando a história, esse lance de universo inferior me
despertou muito a curiosidade. Tipo assim, como seria esse universo? Teria vida
inteligente além dos aliens-chupa-cabras?
Voltando aos aliens, eu nem imaginava que eles eram uma raça
de transmorfos apesar de em uma história do gibi eles terem assumido a forma do
Cascão (inclusive seu medo de água).
Ah, vocês viram que eles mostraram as fases deles? Inclusive
a que apareceu na ed. 3 da TMJ apesar de essa história ter se passado em outra
dimensão. Eles começaram baixinhos e engraçados e terminaram como uma barata
gigante do mal com pernas de jumento (se bem que para mim parece um pernilongo,
que é mais do mal ainda).
Claro, somente seres do mal para deixar o planeta tão
poluído e desolado. Fala sério, e eles ainda querem infestar a Terra? Ainda bem
que foram expulsos daqui e tomara que não voltem nunca mais. Já chega os seres
humanos para emporcalhar tudo.
Nota n. 2: realmente gostam de colocar o Chico sem camisa.
Bem, eu é que não vou reclamar, né?
A visão daquela torre em forma de... sei lá, duas pirâmides
coladas uma na outra e cheias de tentáculos foi bem assustadora e legal. Acho
que tirando os tentáculos seria um lugar bacana para visitar.
Mas agora começa a parte em que eu tipo levo um susto:
quando acham um sujeito pendurado por correntes com ganchos nas pontas. Gente,
é sério, eu sou meio distraída e nem imaginei que era o DC, já que não dava
para ver o rosto e ele estava sem camisa. Sem falar que eu distraí com as
correntes porque elas lembraram um pouco aquele filme Hellraiser. No filme,
essas correntes ficavam no inferno e eram usadas para torturar as almas.
Só que a surpresa maior foi quando eles descobriram que o
sujeito pendurado era o DC. Tenso, muito tenso. É aquela hora em que a gente
pensa: danou-se. Sim, porque se o DC estava pendurado nas correntes, quem
estava na nave com o astronauta e o Franja? Boa coisa não podia ser. E não era.
À medida que o falso DC foi se revelando, eu fui pensando:
“lascou, lascou, lascou!”. Bem... não foi essa a palavra, mas eu não quero
colocar coisas impróprias nesse blog. Mas por outro lado, muita coisa foi
explicada: como ele conseguiu lutar contra o alien tão bem e espantá-lo, como
ele foi capaz de ouvir e entender o idioma deles, porque ele não foi
aprisionado e pode aparecer para salvar a Rosinha, sua relutância em ir ao seu
resgate... muitas coisas explicadas em poucos quadrinhos. Isso sim é um espaço
bem aproveitado!
Foi bem interessante o alien ter assimilado a personalidade
do DC a ponto de questionar a si mesmo e sua própria raça. Isso mostra que,
talvez, eles não sejam essencialmente maus e sim que estão sendo influenciados.
Quer dizer, ele falou que quanto mais perto da serpente, menos ele conseguia
agir por conta própria e era obrigado a seguir suas ordens, então isso faz
pensar até que ponto vai o livre arbítrio deles. Serão eles os vilões ou apenas
criaturas que apenas seguem uma força maior sem poder se libertar?
E como se as coisas não estivessem tensas o bastante, ainda
aparece a Rosinha toda bizarra, de pescoço comprido e vestida de sombras.
Gente, meu coração não aguenta não! ainda mais com a Denise dando uma de louca
e levando uma chicotada no traseiro.
Nessa hora, a Rosinha fala que eles estão num tal de
Quadrivium. Alguém aí consegue pronunciar rápido 3 vezes? E o que significa
nesse troço? Em latim, quer dizer quatro caminhos, ou o lugar onde quatro
caminhos se cruzam. E também era o nome dado ao conjunto de quatro matérias
ensinadas nas universidades helênicas: aritmética, geometria, astronomia e
música. Antes de aprender essas matérias, tinha um tal do trivium que ensinava
gramática, lógica e retórica. Eram as sete artes liberais e no fim tinham as
disciplinas teológicas.
Santo Agostinho falava que o trivium e o quadrivium eram
necessários á compreensão e ensino das escrituras. Não sei se isso tem
realmente alguma coisa a ver com a escolha do nome ou se o Emerson só escolheu
porque achou a palavra bonitinha. Mas acho que li em algum lugar que essa era
uma das quatro torres do firmamento. Uma torre bizarra e esquisita, se querem
saber.
Enquanto isso, Franja e Astronauta estavam passando o maior
aperto com o falso DC que tinha se transformado numa barata gigante assassina.
Essa parte também ficou sem os diálogos. O Emerson falou que essa parte mostrou
que:
1 – O raio mais poderoso do universo não podia matar o
bicho.
2 – O astronauta não queria matar, mas não teve outra
alternativa. Isso foi para mostrar que matar não faz parte da personalidade
dele e sua filosofia heróica.
Sem falar da ironia poética de o bicho não morrer com o raio
mais poderoso do universo, mas foi eliminado pela luz, algo aparentemente
inofensivo. O diálogo que eles tiveram com a criatura também é cheio de
revelações, como todos eles serem criaturas mortas, apenas sombras do passado
(isso parece familiar?) que só existiam porque a serpente queria. Será que, em
algum passado muito distante, eles eram uma raça pacífica que por algum motivo
foi corrompida pela serpente?
Seria essa a tal queda e expulsão do paraíso? Afinal, a
bíblia diz que Adão e Eva foram expulsos do paraíso por causa de uma serpente.
Hum... coincidência? Sei não... talvez tenha acontecido algo semelhante com eles.
Pode ser que eles tenham vivido na Terra, mas por algum motivo foram
corrompidos, passaram a representar uma ameaça ao planeta e por isso foram
chutados para fora.
E como se não tivesse criaturas bizarras o suficiente, ainda
tem aquele bicho que parece uma cobrona enorme. Sério, eu cheguei a pensar que
ele fosse mesmo a serpente. Uia, será que finalmente a margarida apareceu? Não,
não foi dessa vez. Ele era só tipo o secretário dela. Magoei... mimimi...
É nessa hora que eu fiquei meio enojada ao saber que a
meleca preta era sangue de serpente, sombra líquida feita com o lamento das
almas corrompidas, algo assim, e que deixava as pessoas bizarras, sinistras e
sem lembrar de quem são. Mas calma, as coisas ainda vão piorar porque aquela
torre era só a recepção. O buraco era mais embaixo, literalmente.
Quer dizer, eu não imaginava que a serpente ficava embaixo
de um buraco enorme, mas quando o vídeo do Canal Opinião Turma da Mônica Jovem
mencionou o inferno de Dante, acho que fez sentido já que fala dos nove
círculos do abismo, ou nove círculos do inferno como aparece na Divina Comédia.
Vocês podem saber mais aqui: https://pt.wikipedia.org/wiki/Inferno_%28Divina_Com%C3%A9dia%29
Aqui também tem uma foto de um lugar chamado Quinta da
Regaleira, em
Portugal. Dizem que foi construído como referencia a Divina
Comédia. O local tem uma escada em espiral sustentada por colunas esculpidas
até o fundo de um poço ligado a cavernas labirínticas que levam a um jardim
aterrador ladeado por um lago. Claro que o do Planeta Tumba (outra surpresa,
devo mencionar, mas fez bem mais sentido) é mais assustador, já que tem uma
serpente demoníaca no fundo.
Acho que eles nunca ficaram tão perto da serpente antes, bem
perto. Ainda bem que ninguém caiu no buraco. Felizmente o Astronauta apareceu,
impediu a Rosinha de matar todo mundo. Pancadaria, explosão, gritaria, o Zeca
pagando mico para salvar a Denise (um alivio cômico bem vindo), todo mundo fugindo,
as criaturas sinistras se juntando para arrebentar geral... tanta coisa que
fica até difícil falar de tudo separadamente.
Pelo menos descobrimos mais ou menos o que são essas
criaturas, que são tipo coisas mortas. O Franja diz que são zumbis super inteligentes
infectados por vírus, mas nós sabemos que ele tem a tendência a querer explicar
tudo cientificamente, então acho que vou ficar com o lance de povo amaldiçoado
e corrompido pela serpente que se acha top das galáxias, elite da criação.
E, puxa, finalmente um beijo entre a Denise e o Zecão. Bem
fofo e romântico, né? Pena que ele estragou tudo no final sendo um tosco
machista. Homem assim merece viver no ostracismo por toda eternidade. Pronto,
falei.
Tudo terminou bem, eles usaram a luz do sol para matar geral
o povo das sombras, acabaram com a serpente (será?), voltaram ao nosso universo
e tudo ficou de boa. Ainda ficaram algumas perguntas não respondidas. Uma delas
foi: por que só a Rosinha voltou a ser humana ao ser atingida pela luz enquanto
os outros queimaram? Será porque eles estavam assim há muito tempo e perderam
sua verdadeira forma?
Eu não acho que a serpente tenha sido eliminada, não tão
fácil assim. Uma hora ela vai dar o ar da graça para assombrar a turma de novo.
E assim acaba a primeira temporada da supersaga das sombras do passado. Mal
posso esperar pela próxima, viu?
A história foi muito boa. Acho que com umas dez páginas a
mais teria ficado bem melhor, assim poderia caber mais explicações, mais ação e
desenvolvimento. Por causa do limite de páginas, algumas coisas precisam ser
mais espremidas e corridas. Ainda assim gostei bastante, teve ação, mistério,
terror no espaço, a participação de mais personagens ao invés de focar só em
Mônica-Cebola-DC, pancadaria, barraco e explosão. Muita explosão, e baratas
gigantes feitas de sombras.
Agora é esperar pela próxima temporada e já estou ansiosa.
Bom, eu já escrevi demais, acho que vocês vão levar uma hora inteira para ler
tudo. Foi mal, acontece que para uma história como essa não dá para escrever
pouco e eu ainda nem falei do gibi onde tudo começou, mas isso vai ser um post
separado para não ficar grande demais.
Eu colori a imagem da revista onde aparece o Quadrivium e
também fiz um png caso alguém queira usar como capa de fanfic, montagem ou
coisa parecida. Espero que gostem! E para quem quiser ver outra opinião, confiram o vídeo do Canal Opinião Turma da Mônica Jovem: