Oi, gente, beleza? Sei que a crítica está um pouco atrasada,
mas andei tendo alguns probleminhas no trabalho. Mas é claro que não podia
deixar de fazer a crítica de uma história tão boa, né?
Eu gostei bastante do início, onde a Penha aparece relatando
um pouco suas impressões durante o coma e sua descrição do que acontecia ao
redor. Por um instante até pareceu que ela tinha mudado alguma coisa já que não
demonstrou nenhuma raiva de Denise e Sofia, até sentia falta quando elas iam
embora. Também gostei quando ela descreveu a voz da Sofia, deu até para
imaginar como seria. E fiquei imaginando com seria uma voz “miada”. Sério, deve
ser bem engraçada.
Vocês repararam que o começo foi parecido com o da ed. 51
quando Mônica fugia de alguma coisa pela floresta? E quando vimos que era uma
pessoa a seguindo, quem aí ficou na expectativa achando que era o Silencioso?
Pois é, mas era só o Cascão, o que foi uma boa forma de quebrar algo tenso com
bastante humor. Aliás, por que ele estava vigiando a Mônica?
Também gostei do flashback daquela parte da história da ed.
78 que não vimos, quando Magali teve que usar seus poderes para aprisionar o
Cúmulos de novo. Confesso que parte de mim desejou que a garrafa caísse no
chão, o Cúmulos se libertasse de novo e corresse atrás do Cascão, que ia se
borrar todo de medo ao ver seu pior pesadelo se tornando realidade. Mas claro
que isso não se encaixava na história, né?
O jeito foi levar o maluco para a Creuzodete. Eu meio que
estava sentindo falta dela nas histórias, é uma boa personagem.
Apesar do Emerson ter falado que o tal Faraó Faraofá não ia
aparecer, aquela figura esquisita cheia de faixas ao lado do leito da Penha
confundiu bastante. Nem imaginei que fosse o seu Samir, coitado. Ele estava
numa pindaíba de dar pena! Falando no seu Samir, quem leu Cascão 20 - Sobrado assombrado do Senhor Samir, deve ter
percebido várias coisas nessa história que de alguma forma tem a ver com essa
edição. Talvez até pistas que só agora a gente consegue perceber.
Para começar, Cascão
carrega um balde cheio de vermes pensando que era macarrão. Nojento, eu sei.
Mas pensando bem, é até bem esquisito esse tipo de coisa aparecer numa
historinha dos gibis. Quer dizer, como alguém tenta alimentar o porquinho de
estimação com vermes pensando que era macarrão?
Na história, eles
tinham que entrar no sobrado do Seu Samir para resgatar o Chovinista que tinha
ali para não comer a macarronada de vermes. Coincidentemente esse sobrado
parece um bocado a casa fora do tempo, até tem aquela árvore perto da entrada
no mesmo lugar, mas isso não vem ao caso. Sem falar que naquela época ele já
era feio de doer e ainda usava um vestido (sério, por que um vestido) que
parecia um pouco a Agnes na forma monstruosa.

A história é de terror, então eu esperava que fosse bem
tensa. Só que essa foi um pouco mais tensa do que a média, o que achei ótimo.
Especialmente a parte onde seu Samir aparece todo caquético no quarto da Penha
para acordá-la. Por que fez isso e quem mandou ainda é um mistério que deve ser
revelado na ed. 91 ou 92, espero. O importante é que ele finalmente acordou a
jararaca, mais conhecida como Penha, a Temida, do seu coma (isso foi um trovão
lá fora?)
A única coisa que me deixou assim meio decepcionada foi não
ter visto nenhum inseto saindo das bolhas do corpo dele. Poxa, nem ao menos uma
baratinha! Que miséria! Tá, eu sei que não se pode ter tudo na vida. Mas cá
entre nós... precisava ter colocado vermes no hambúrguer da Sofia? Comida é
coisa séria para mim. Preferia ter visto baratas saindo das bolhas, seria mais
decente.
A alternância de cenas entre o hospital e a tenda da
Creuzodete foi uma forma legal de ir construindo e costurando os fatos, as
coisas ocorrendo aqui e ali ao mesmo tempo e se interligando. Deu mais emoção e
movimento a história.
E, claro que não podia faltar momentos cômicos alternando
com o terror, ajudando a quebrar a tensão e dando mais leveza. Quer dizer, tudo
parece sombrio e desesperador quando Creuzodete fala dos desafios que o Cascão
terá que enfrentar, o que achei ótimo porque ele vai ter uma aventura de
verdade como todo bom personagem principal deveria ter.
Só que a Creuzodete não facilitou nem um pouco e até eu
fiquei com um tantinho assim de medo do que espera pelo coitado. Nove desafios
(tipo os nove níveis da torre invertida. Hum...) e a Creuzodete chorando, foi
bem intenso. E pelo que sabemos, alguém irá morrer, já que ela deixou claro que
ele não vai poder salvar todo mundo. Falou também em dar uma segunda chance a
um inimigo de ontem. Quem pensou na Penha levanta o mouse!
Só achei meio chatinho ela falar sempre em enigmas, tipo o
Mestre dos Magos da caverna do dragão. Mas vá lá, isso até deu um pouco de
comicidade a história com o Cascão tentando anotar tudo do jeito dele e no fim
ela deixou para lá ao chegar a conclusão de que o mundo tá lascado. A careta
dela foi impagável ou não foi?
E quem aí percebeu a referência ao desenho do Pica-Pau?
Confesso que até li na voz da enfermeira e foi bem engraçado. Só não sei se
gostei muito da Mônica dando chilique por ter encontrado o Cebola no hospital.
Meio desatualizado, sei lá. Agora ela não fica mais desconfortável quando o
encontra. Se bem que deu lá um pouco de graça para a história e serviu de
gancho para a Denise se declarar shipper de Cebola com Penha.
Sem falar que eu rachei de rir quando o Cebola primeiro
falou que não ia ficar com a Penha de jeito nenhum e logo ficou todo assanhado
quando ela apareceu na frente dele. Claro que ela se mostrou antipática como
sempre, né? Tranquilo, é a Penha. Mas até que fiquei com pena do Cebola quando
ela jogou na cara dele que nem precisava ter quase se matado pra separar os
dois porque no fim ele acabou fazendo isso mesmo. Sério, não precisa mais pisar
no coitado agora. Aliás, ele apanhou um bocado nessa história, hein? Mas não
acho que tenha sido maldade ou implicância. Acontece que na historinha do gibi
foi a mesma coisa, só que com vasos de flores, cofres e elefantes tocando
piano. Aliás, só falta o Cebola ficar todo perebento nessa também.
Outra coisa que apareceu nas duas histórias foi a parte do "por que me abandonou" ? No gibi, foi o Cebola quem falou isso. Na revista, foi a Magali depois de todo mundo ter ficado todo feliz com a super união jovem.
Agora, só eu achei meio suspeito essa fixação da Penha em
querer estragar outro relacionamento da Mônica? Sei não, viu... Quem desdenha
quer comprar. Vá saber se ela não anda escondendo alguma paixão platônica pela
Mônica? Bem... Não custa sonhar. Pelo menos a cena onde Sofia sai arrastando a Penha pelo pé foi hilária.
Claro que também não posso deixar de mencionar o barraco
entre Penha e Magali. Certo, a criatura nem acordou direito e já estava uma
tremenda sem noção. Ainda bem que o medalhão não tinha poder nenhum, senão todo
mundo ia estar lascado de pai e mãe com um cavalo da peste a solta e a Penha
malucona com tanto poder. Com esses dois a solta, não ia sobrar mundo para a
Serpente destruir depois.
Sabe... quando chegou na parte em que seu Samir tinha
morrido, eu fiquei assim meio que com a pulga atrás da orelha. Quem leu a
história dele nos gibis deve lembrar da parte final onde Magali fala que ele
tinha morrido. Tipo assim... se ele já estava morto, como foi aparecer no
hospital fantasiado de faraó Faraofá e cheio de perebas? Ou será que ele já
estava morto há muitos anos e foi cair só agora? Quer dizer, na hora da
autópsia, os legistas falaram que era como se ele já estivesse apodrecendo
antes de morrer. E cá entre nós, ele já estava com cara de morto no gibi.
Mas vamos falar de coisas legais também, como a Denise mandando
a real na Penha. O chilique dela foi inspirado numa cena de novela onde uma
madame grita feito louca que é rica e podia fazer o que quisesse, coisas assim.
Esse foi meio que o auge da arrogância e prepotência dela, tipo um clímax.
Então veio o balde de água gelada quando Denise cortou a onda dela dizendo que
seus pais não estavam nem aí. Confesso que também fiquei sem entender como eles
foram capazes de deixar a filha sozinha no hospital por mais de um ano enquanto
viviam felizes na Europa. Mas isso serviu para dar um choque de realidade na
Penha e não fiquei com pena nenhuma quando ela chorou.
“mimimi, meus pais me odeiam, mimimi, querem me ver morta”.
Nossa, por que será, né? Ela é uma filha tão boa e meiga! (SQN)
E como se as coisas já não estivessem estranhas o
suficiente, tem aquele zelador do hospital com fixação em insetos e aquele papo
estranho de baratas viverem 9 dias sem a cabeça. Perceberam a recorrência do
número nove? Tipo assim, nove níveis na torre inversa, nove desafios para o
Cascão, nove dias que uma barata sobrevive sem a cabeça... se bem que isso não
é grande coisa. Muita gente por aí vive a vida inteira como se não tivesse a
cabeça.

Esse mesmo Zelador também tinha falado algo sobre os insetos serem os futuros herdeiros da Terra. Percebem outra referência? Sim, pessoal. Referências everywhere! Sem falar que o papo no banheiro foi bem estranho. Tipo assim, por que o cara tem essa fascinação tão grande por insetos?
Eu ainda nem falei da aparição da Melissa, que deve ter
deixado todo mundo surpreso porque ela veio como uma criança, sendo que
atualmente deve ter a idade da Mônica. E ela ainda trouxe a tal boneca tenebrosa?
Agora, o que deixou muita gente de cabelo em pé foi a menina do lago reaparecer
na ala infantil, montada num cavalinho de madeira e cercada de referências aos
filhos de Umbra. Vamos brincar de achar cada um deles na imagem?
Na mesinha, tem o Perna de Pau, a direitadele tem o
Porta-Voz sentado no chão e numa cadeira um violino, referencia ao violinista.
Debaixo do cavalinho de madeira tem uma bola que parece o meteoro que ficava na
cabeça do Absinto. Faltam a Viúva e a Sangria. Acho que mais no lado direito da página, talvez atrás da
Menina do Lago e o cavalo de madeira, tem bonecas que se parecem com elas, mas
na imagem que tenho não dá para ver direito. Quem tiver a revista seria bom dar
uma olhada mais atenta e falar depois se conseguiu ver as duas. E também temos
a marca de Ior desenhada em vários papéis na parede como se fossem estrelinhas.
O que me deixa feliz foi eu ter percebido isso sozinha, sendo que normalmente
eu teria deixado passar batido. Sim, estou aprendendo a olhar mais as imagens e
não só o texto.
Realmente foi uma doideira, não foi? Quer dizer, como a Menina do Lago escapou sendo que no fim da ed. 76 Dona Morte a tinha levado
para o inferno junto com Berenice. Será que ela pulou do barco e voltou
nadando? Sei lá... mas que é sinistro, é sim. Mais sinistro ainda é que com ela
nós temos dois cavalos e meio na história. A Penha, que é o da guerra, seu
Samir que é o da decadência (não sei por que não é o da peste, mas beleza) e a
menina do lago que junto com Berenice era o da morte. Não sabemos se as duas juntas
formavam o cavalo ou se seria só a menina.
E como se tudo já não estivesse maluco o bastante, a Mônica
ainda virou uma coisa estranha e nojenta graças ao arranhão que o seu Samir fez
na cara dela. Com certeza as unhas deviam estar imundas e cheias de germes.
Isso, mais o fato de ele ser o cavalo empestado, fez com que a Mônica virasse...
aquilo.
Mas o clímax mesmo, o que causou bastante impacto foi o seu
Samir aparecendo como o cavalo da decadência. Foi tipo um cruzamento de
maracujá de gaveta com múmia e lacraia, algo bem sinistro mesmo por causa do
tamanho. Quero só ver com vai ser todo mundo correndo pelo hospital afora com
uma lacraia gigante demoníaca atrás dele. Vai ser legal de se ver.
Teve gente que alegou ter sentido desconforto ao ler a
história. Eu gostei bastante apesar de ter sido mais sombria do que a média.
Mas para mim foi tranquilo. Eu assistia filmes de terror sangrentos quando
criança, então para mim não foi assim um bicho de 7 cabeças. Claro que muita gente deve ter se
assustado, mas pelo que tenho lido, a maioria gostou. Foi diferente, com mais
tensão e angustia dos personagens. E gente... vamos lá... em histórias de
terror, os personagens ficam assustados e angustiados, né? Não podemos querer
que fiquem alegres e saltitantes, ainda mais tendo uma lacraia-múmia atrás
deles querendo transformar todo mundo em lesma gigante. Eu também ficaria
apavorada.
A história deixou pontas soltas que devem ser resolvidas nas
ed. 91 e 92, ou talvez em outras edições para frente. Afinal, é uma grande
saga, uma história com vários capítulos. Então respirem fundo, acalmem-se,
bebam um copo de água com açúcar e entendam que não vão ter todos os mistérios
resolvidos de uma vez só. É algo que vai se desenrolando aos poucos. O que não
for esclarecido agora, será no futuro.
Por excemplo, o que aconteceu com os outros pacientes do hospital? Viraram insetos gigantes? Foram compor o corpo de lacraia-múmia do seu Samir? Engraçado como tudo ficou sinistro de repente, com insetos surgindo por toda parte. Pelo menos eu espero que seu Samir não tenha matado os médicos, mas fico imaginando as coisas horríveis que deve ter feito com eles depois que ressuscitou. Uma pena isso não ter sido mostrado...
Por excemplo, o que aconteceu com os outros pacientes do hospital? Viraram insetos gigantes? Foram compor o corpo de lacraia-múmia do seu Samir? Engraçado como tudo ficou sinistro de repente, com insetos surgindo por toda parte. Pelo menos eu espero que seu Samir não tenha matado os médicos, mas fico imaginando as coisas horríveis que deve ter feito com eles depois que ressuscitou. Uma pena isso não ter sido mostrado...
Eu gostei bastante do andamento da trama, que por ser o
começo introduziu todo o terror que veremos no futuro. Mal posso esperar o que
vem pela frente.
E para finalizar, um pedido: quem não gostou e quiser
criticar, pelamordedeus seja original e não fique repetindo o mesmo mimimi ad
nauseam “ain, lambança, ain, time sem capitão, ain adulterando os personagens,
ain...” virem o disco, falem coisas diferentes. Não que eu me importe, claro,
mas imagino que os outros leitores ainda acompanham os comentários e sei que
vão gostar de ver algo diferente.
Aliás, quem não gosta das histórias do Emerson, simplesmente
não leia. É muito mesquinho e infantil acompanhar algo que não gosta e não dá
prazer só para ficar falando mal.
E lembrem de outra coisa: sua opinião pessoal não é fato e
nem verdade absoluta. Só porque vocês não gostam, não quer dizer que seja uma
porcaria, então vamos separar as coisas beleza? Vocês apenas não gostam. Só
isso. O simples fato de vocês não gostarem de algo não quer dizer que seja
ruim. Repitam esse mantra até entenderem bem seu significado:
“Só porque eu não gosto de algo, não quer dizer que seja
ruim ou errado. Eu apenas não gosto e pronto. Mas outras pessoas gostam, acham
incrível e elas tem o direito de pensar assim. Aummmmm”
Essa foi a crítica do mês. Para mais opiniões, assistam ao vídeo do Canal Opinião Turma da Mônica Jovem e também confiram a crítica do blog TMJ Diversidades: TMJ 90 - A Torre Inversa - Críticas