segunda-feira, 4 de junho de 2012

TMJ #46 – Amor de Anjo: críticas


Bom, eu acabei de ler a Ed. 46 e vou agora dizer o que eu achei. Vou logo avisando que nesse texto tem spoilers, então quem ainda não leu, melhor parar por aqui porque eu não quero cortar o barato de ninguém. Agora, quem leu pode continuar.

Olha, confesso que estava até achando a história boa. Do contrário do que eu pensei, não teve nenhuma luta e teve até algumas surpresas interessantes, tipo o monstro que a Nina combatia ser as catástrofes naturais geradas pelos abusos das pessoas.

Foi tão fofo o Ângelo se apaixonando por ela, tendo um sentimento novo... e o fato de ela ser uma ninfa (que não é humana e pelo que sei também não é mortal) poderia até facilitar o romance dos dois.

Mas... como sempre... a MSP resolveu estragar toda a brincadeira fazendo com que os dois terminassem separados. Bom, eu nem posso reclamar muito porque já esperava por isso. Dessa vez não fui boba e nem ingênua em acreditar que os dois ficariam juntos. Então esse final não foi uma surpresa e devo admitir que a desculpa nem foi tão ridícula e patética quanto a do Cebola e da Mônica. Menos mal.

Claro que não precisava nada disso, afinal o comportamento e a vida dos personagens são controlados pelos roteiristas, que poderiam ter colocado o que quisessem. E eles optaram pelo mais fácil e menos trabalhoso, que seria fazer com que os dois terminassem separados.

E sejamos sinceros: todo aquele papo furado de “anjos não podem ter sentimentos humanos porque se tornam humanos, nhém-nhém-nhém” não colou nem um pouco. Quem acompanha as historias sabe que Ângelo sente raiva, amizade, fica irritado, ri e até zoa um pouco. Aliás, até vaidade ele tem. Então, ele já tem sentimentos humanos. Qualquer sentimento que ele possa ter, os humanos também já tem e por que com o amor tem que ser diferente? A única forma de Ângelo não ter sentimentos humanos seria não ter sentimento nenhum. Nem raiva, nem irritação, nem riso e nem aquele sentimento de inutilidade que ele sentiu no início da historia ao ver que a turma não precisava da sua proteção.

Para ser coerente, ele deveria ser um robô sem sentimento algum. Se tem um sentimento, qualquer que seja, já é um sentimento humano. Ou será que existe alguma regra separando os sentimentos em categorias? Tipo: esse sentimento aqui é humano, aquele outro não é. Nunca ouvi falar disso.

Pensando bem, o que o motiva a proteger os humanos? Certamente o amor que tem por eles. Ora, amor é amor. Não importa para quem direcionamos esse sentimento. É sentimento de qualquer forma. O sentimento de proteger e de cuidar também é humano. Se importar com os outros também é sentimento humano. Por que diabos ele pode ter tudo quanto é sentimento, mas na hora de se apaixonar, não pode porque é “coisa de humano”? Coerência, oi?

E onde está escrito que anjos não podem se apaixonar? A literatura sobre anjos é tão ampla e vasta que não se pode dizer que existem regras rígidas e bem específicas sobre eles. Então não há nenhuma lei dizendo que eles não podem amar alguém. Isso não é desculpa para ter feito com que os dois terminassem separados.

Afinal, se hoje em dia vampiro pode brilhar sob a luz do sol e lobisomem pode ser depilado, por que um anjo não pode viver um romance com uma ninfa? A única explicação, a meu ver, é apenas o fato de os roteiristas terem preferido escolher o caminho mais fácil. Não é preciso raciocinar muito para chegar à conclusão de que é muito mais fácil separar os dois no fim da história do que gastar tempo, energia e neurônio tentando encaixar o romance do Ângelo em historias futuras. Ai ai... pensar dá tanto trabalho, né?

Minha nota para essa edição? Vamos contabilizar:

-4 - Os dois terem terminado separados.

6 – A meu ver, a única coisa que dá para aproveitar nessa edição é a mensagem ecológica que ela passa. Nunca é demais alertar sobre os perigos dos abusos que os humanos cometem, então apesar de o tema não ser original e já ter sido falado em outras edições, eu ainda acho que é válido falar desse assunto e pelo menos eles mudaram o enfoque, falando da mesma coisa de uma forma diferente.

-2 – porque achei meio tosco a Nina não querer salvar a irmã do Cebola só “porque não era trabalho dela”. Já pensou se todo mundo resolve seguir essa regra? Eu até entendo que ela ajudou melhor contendo a enchente, mas pelo menos devia ter explicado direito ao invés de ficar apenas repetindo que aquele não era trabalho dela. 

-5 – porque o Ângelo acabou sendo acuado e forçado a escolher continuar anjo. Era isso ou ver pessoas se ferindo e morrendo. Como falei, não há nenhuma lei ou regra bem definida dizendo que anjo não pode se apaixonar.

-3 – pela falta de coerência. Ângelo mostra vários sentimentos e continua sendo anjo. Por que quando se fala em amar alguém, tem que ser diferente?

4 – gostei dos desenhos das fadinhas.

5 – O Cebola também levou um pouco na cara. Ele quis dar lição de moral na Mônica sobre a picuinha dela com a Irene e acabou mostrando a mesma hostilidade com a Nina sem ela ter feito nada contra ele. 

6 – A Maria Cebolinha mandou bem na entrevista que ela deu ao repórter.

-1 - O Cebola foi meio grosseiro ao pedir a ajuda da Nina, chamando-a de "fada do mato" . Nem precisando de ajuda ele consegue ser mais educado? Depois fica falando mal da Mônica!

- 4 – o final me deixou com mal-estar. Eu leio gibis para me descontrair, não para ficar chateada. Pode parecer meio bobo e imaturo, mas eu gosto de finais felizes. Já tem muita tristeza pelo mundo afora, tragédias, muitos desencontros, decepções e pessoas que nunca alcançam o que querem. Se quisesse ver isso, bastava assistir algum programa sensacionalista que gosta de explorar a tragédia alheia. Ou então teria procurado alguma literatura depressiva cheia de desilusões e finais tristes.Tá cheio disso por aí.

-3 - Não rolou nem uma bitoquinha? Fala sério, quanta amarração!

6 - Ver todos trabalhando juntos, passando mensagens contra o consumismo exagerado e até ajudando animais abandonados.


 
Total: 5. Tirando a mensagem ecológica, essa edição foi, a meu ver, um tremendo desperdício de tempo, papel e tinta. Ainda bem que eu publiquei antes o desenho que tinha feito. Foi como eu previ. Se tivesse esperado para ler primeiro e desenhar depois, não teria feito porcaria nenhuma.

Agora é oficial. Toda vez que fizerem barulho em torno de algum provável romance, toda vez que fizerem capas lindas e românticas, já sei que o final vai ser tosco e que os dois terminarão separados.

E eu fico aqui pensando qual será o próximo casal a ser avacalhado pelos roteiristas da MSP? Minhas apostas vão para Titi e Aninha. Eles reatam o namoro no inicio, mas no final o Titi apronta alguma, leva um tapão na cara e os dois continuam separados do mesmo jeito. Ou talvez eles resolvam fazer novamente com que os fãs criem falsas esperanças de que a Mônica e o Cebola fiquem juntos e no fim nada muda.

Só espero que eles pelo menos não avacalhem o namoro de nenhum outro casal já estável da turma, só faltava mais essa!
Agora vou procurar um bom filme de comédia para assistir e limpar minha aura da impressão ruim que essa história me deixou.

Para quem quiser outra opinião, confira o vídeo do Canal Opinião Turma da Mônica Jovem: