segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

Cascão jovem - O monstro do mar: críticas

17:19 3 Comentários


Vou ser sincera. Eu esperava que fosse uma história cheia de clichês e que o tal monstro fosse mesmo um fóssil vivo habitando os oceanos. Por isso acabei dando um monte de bola fora nos meus palpites sobre essa edição, acho que nunca errei tanto. Se bem que na parte em que o monstro ia ser caçado eu acertei.

Devo dizer que a história surpreendeu bastante por causa da ausência de clichês. Quem ia imaginar que esse monstro seria algo saído de uma tela construída para olhar o passado? Está aí uma coisa que seria bem interessante: poder ver o passado e saber como a história aconteceu de verdade. Mas acho que se alguém inventasse esse tipo de coisa, acabaria morto antes de poder divulgar essa invenção.

Quer dizer, a história é escrita pelos vencedores e sobreviventes e esse grupo escreve do seu jeito e de acordo com seus interesses. Muitos não iam gostar nem um pouco se a verdade viesse à tona e ela fosse diferente daquilo que eles vêm pregando a vida inteira. Muitos paradigmas seriam quebrados e se tem uma coisa que o ser humano odeia mortalmente é descobrir que aquilo em que ele acreditou a vida inteira está errado e por causa disso ter que mudar seus paradigmas.

Voltando a história, eles também deram destaque a aversão inexplicável que o Cascão tem de água a ponto de impedir que ele consiga apreciar um passeio e se divertir como as outras pessoas. Quer dizer, tudo o que estava sendo mostrado era uma tela com paisagens do fundo do mar. Não havia perigo real e mesmo assim ele não conseguia relaxar e apreciar como o resto da turma.

Na vida real existem mesmo pessoas com fobias que as impedem de viver como gostariam porque o medo paralisa. É impressionante como o Cascão exagera em sua aversão a ponto de achar que uma vasilha d'água dentro do seu quarto seja algo perigoso.

Mas tem uma frase que eu ouvi no filme O diário da princesa: “Coragem não é ausência de medo, e sim, o julgamento de que algo é mais importante do que o medo”. Foi essa a atitude do Cascão ao pular na água apesar de toda sua fobia, porque havia algo mais importante em jogo.


Foi bem interessante ele tendo que aprender a aceitar o Adamastor mesmo sabendo que ele era um animal aquático. Tanto que ele nem queria soltá-lo no mar porque tinha se apegado ao bicho apesar das diferenças.
  

E para falar a verdade, achei a história bem educativa. Foi legal o Franja explicar por que não se pode soltar um animal fora do seu ambiente, porque pode prejudicar as espécies nativas. Isso já foi muito feito no passado e até hoje há lugares com problemas por causa disso. E para quem gosta de bichos pré-históricos, eles falaram um pouco sobre os animais do pré-cambriano.

O final também foi bom, resolveu o problema de todos e espero que o Franja tenha consertado sua máquina para que não aconteça de outros bichos mais perigosos saírem de lá. é... Eu fiquei com dó de o pessoal zoar com ele por causa das suas invenções darem defeito mas infelizmente parece que não tem jeito. As coisas que ele inventa sempre acabam dando xabú.

Fora isso... bem... acho que não tem mais nada. quer dizer, eu achei a história boa sim e gostei de terem dado bastante foco ao Cascão. Afinal, é a edição dele. Só não entendo porque ele tem essa fobia de água. Já vi documentários de pessoas com fobias e na maior parte dos casos, acho que em todos, essa fobia sempre tinha uma origem na infância ou um evento traumático e isso não acontece com o Cascão.

Antes ele convivia com essa aversão a água numa boa e não sentia a menor falta de ir a praia ou piscina com os outros, mas parece que com o tempo isso está se complicando porque ele mesmo já está se sentindo mal por ter medo de água e não poder se divertir como os outros. É nessa hora, quando a coisa já começa a trazer sofrimento, que a pessoa precisaria procurar ajuda.

No resto, eu diria que a história foi boa mas não excepcional, aquela coisa acima da média que deixa a gente de queixo caído. E quanto ao desenho... é que eu não fiquei lá muito inspirada dessa vez. Se no futuro vier a inspiração... talvez eu faça algo.

sábado, 22 de dezembro de 2012

Deus ex machina

21:02 4 Comentários


Quando estava lendo a Ed. 52 eu realmente fiquei surpresa quando o Ângelo apareceu. Foi tipo um... Booom! E olha ele lá com aquela roupa toda incrementada. Então eu decidi refazer o desenho e colorir do meu jeito. Na hora de refazer as asas eu pensei bem e me deu a idéia de fazer com quatro ao invés de duas. Sempre achei legal ver anjos e afins com quatro asas, fica tão incomum!



Como sempre, eu editei e coloquei algumas coisas diferentes, como os detalhes da armadura e o design da espada. Também coloquei os olhos dele porque achei que ficaria melhor do que colocar tudo brilhando.
 
E eu achei que com essa roupa tão legal, quatro asas combinariam melhor, mas para quem quiser, também tem uma versão com duas asas. As imagens estão na página de png’s.



quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

Cena romantica do farol

20:28 5 Comentários


Finalmente, cá está um dos desenhos da Ed. 53. Eu estava pensando em fazer uma cena romântica da Mônica com o Cebola. Aí eu olhei a cena onde eles se beijavam perto do farol e pensei com meus botões que dificilmente ia conseguir fazer algo mais fofo e romântico do que aquilo, então tive a idéia de refazer o desenho. Na revista, eles puseram só a silhueta dos dois, então eu completei com o que faltava usando como referencia para o beijo o desenho da capa da Ed. 34.

Aí eu fiz o céu, o mar, a lua, a luz do farol, etc. e tá aí o resultado. A imagem com fundo transparente está na página de png’s. Como vocês podem ver, os pés da Mônica e do Cebola estão escondidos sob a grama, então eu tentei completar também. 


TMJ#53 - Tem gato no meu café: palpites.

20:14 10 Comentários

É isso aí, saiu a capa da Ed. 53 e agora está na hora dos meus chutes. Bom... Diferente da ed. 52, confesso que também não tenho muitos palpites para essa história. E nem expectativas também, o que vai ser um problema. Acho que antes de ler essa edição, vou precisar de um ataque de amnésia e esquecer tudo o que li na Ed. 51 e 52. Do contrário, vou ficar comparando as histórias e isso não será bom.

Parece que Magali vai abrir um negocio que mistura gatos e café. É bem a cara dela, não nego. Vai misturar as duas coisas que ela mais gosta: gatos e comida. E parece que ela vai contar com a ajuda das amigas e até do DC. Mas confesso que a minha mente chata e excessivamente lógica ficou cheia de perguntas.

A primeira delas é: onde ela vai conseguir o capital para iniciar o negócio? A cafeteria não vai surgir misteriosamente do nada, né? De algum lugar ela vai ter que tirar o material necessário para começar o negócio. Sem falar da documentação, burocracia e todo o trabalho que é para abrir uma empresa aqui no Brasil.

Equilibrar receitas e despesas não é mole não! Ela vai ter que pagar conta de água, luz, telefone, gás, impostos, comida, bebida, funcionários (com direitos trabalhistas e tudo), mais impostos, fornecedores, material de limpeza, uniforme, alimentação dos gatos, mais impostos ainda... E ainda pode ter o aluguel do estabelecimento. Além do mais, eu nem sei se aqui no Brasil a vigilância sanitária permitiria esse tipo de negócio. Gatos fazem caquinha, soltam pelos, etc. Por mais que eles sejam limpos e bem cuidados, a Magali teria que ter um cuidado redobrado para que os clientes não encontrem pelo de gato na comida. Afinal, a expressão “tem gato no meu café” não precisa ser levada ao pé da letra, né?

Ainda bem que é uma história em quadrinhos e por isso não precisa seguir qualquer lógica! Quem dera o mundo real fosse a mesma coisa...

Mesmo assim aposto que vai ter muita confusão e a gente poderá dar umas boas risadas enquanto ela tenta equilibrar as duas coisas. Ainda bem que as amigas vão ajudar e eu fiquei bem curiosa para saber como o DC vai contribuir com o negócio dela com aquele ornitorrinco na mão.

Aliás, vocês sabiam que no Japão já existem cafés que tem gatos? Eles chamam de “Cat Cafés” e são bem populares. Acontece que lá está cada vez mais difícil as pessoas terem bichos de estimação porque o custo de vida é muito alto, as jornadas de trabalho são longas e os apartamentos são umas caixinhas de fósforos e geralmente proíbem ter animais. Só que esses cafés não são muito voltados para comida e bebida, eles cobram para os clientes acariciarem os gatos por uma hora. Alguns também têm TV, internet e vídeo-game. 

Imagino que o da Magali vai ser diferente desses porque ela irá servir comida enquanto os clientes afagam os gatinhos. Vamos ver se vai funcionar, né...

Eu gostei da capa, ficou alegre e colorida. Mas estou estranhando um pouco o jeito que a Mônica está abraçando o gato. Sei lá, o abraço parece apertado demais para ter um gato no colo dela. E eu achei que os olhos do DC fossem pretos e na imagem estão castanhos. Os uniformes ficaram bonitos e lembram um pouquinho aquela roupa que a Mônica usa na capa da Ed. 21 (no país das maravilhas).

No mais, parece que vamos ter uma história leve e divertida e acho que estamos precisando disso para descansar um pouco do dramalhão de novela mexicana que está virando o relacionamento da Mônica e do Cebola. Tomara que não façam histórias focadas nesses dois tão cedo. As Ed. 51 e 52 foram maravilhosas, mas eu enjoei um pouco deles.


sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

Penha a Temida

22:07 7 Comentários


Bom, estou fazendo alguns desenhos da Ed. 52 e consegui terminar esse. Meu Photoshop ultimamente anda muito parecido com um carro velho: tem que dar partida várias vezes para poder pegar. Eu inicio o Photoshop uma vez, ele trava. Duas vezes, a mesma coisa e ele só funciona na terceira ou quarta vez.

Acho que pra resolver, só mesmo formatando meu computador e instalando tudo de novo, mas não dá para fazer isso agora. Vou ter que ir levando do jeito que der, aos trancos e barrancos.

O primeiro desenho é o da Penha. Tentei fazer tipo “mulher fatal”, não sei se consegui o efeito desejado. Só tomem cuidado com aquele olhar de desprezo, heim?

Agora, para falar a verdade, confesso que achei meio nada a ver ela ter voltado para se vingar da Mônica. Quer dizer, quando Madame Creuzodete disse que tudo era uma vingança por tudo o que a Mônica tinha feito, eu pensei que tinha sido algo feito repetidas vezes, sei lá.

Além do mais, quem leu a história sabe que o Cebola não largou a Penha por causa da Mônica e sim porque ela era uma tremenda chata de galocha e ele não tinha agüentado. Ele só ficou interessado na Mônica no fim da história, depois de pensar que gostaria de encontrar uma garota independente.

Sem falar, que o namoro deles durou tão pouco que nem faz sentido a Penha achar que o bairro inteiro sabia que o Cebola a tinha deixado por causa da Mônica. Nesse ponto em particular eu fiquei um pouquinho decepcionada porque pensei que a Mônica tivesse feito algo de muito grave a alguém e no entanto, ela nem tinha feito nada!

Ainda assim achei interessante ver como as duas histórias se relacionam, como se uma fosse continuação da outra. Tudo a ver. Nas duas, foi Denise quem esteve ao lado da Mônica lhe ajudando. Pensando bem, acho que não dava para ser de outro jeito, senão ia ficar algo sem nada a ver.

Bom, tá aí o desenho. A imagem com o fundo transparente está na página de png’s. estou fazendo mais dois que devo publicar nos próximos dias, mas só para dar um gostinho, aqui vai um preview de cada um:









sábado, 8 de dezembro de 2012

Cascão Jovem a cores - Palpites

19:11 9 Comentários























Pois é, finalmente o Cascão teve a sua vez! E sabem o que é melhor? É ter duas edições da TMJ em um único mês. Bem que podia ser assim, nem precisa ser a cores, me contento com o mangá preto e branco. Quem sabe algum dia...

Quanto à história, eu não tenho lá muitos palpites. O Cascão vai ter que encarar um monstro do mar, que deve ser o seu pior pesadelo. Não tanto por ser um monstro e sim porque vive dentro d’água. E se tem uma coisa que poucos esperam ver é o Cascão nadando e mergulhando por causa da sua aversão inexplicável por água.

Vou ver se arrisco alguma coisa. Primeiro, imagino que a turma vai fazer alguma viagem ou passeio até a praia. Quer dizer, para o Cascão encarar o monstro, ele vai ter que ir até o litoral. Aí eu não sei se ele irá sozinho ou se irão os quatro. Talvez eles fiquem sabendo dos boatos sobre uma criatura pré-histórica rondando o lugar, não sei. Pode ser que ninguém acredite, mas pode ser que resolvam investigar.

Mas pelo visto, acho que será o Cascão quem irá encontrar o monstro primeiro. Olhando a quarta capa, a criatura não parece ameaçadora e até tem uns olhinhos fofos. Então eu imagino que o Cascão vai acabar fazendo amizade com ele enquanto que as outras pessoas terão medo da criatura e a verão como perigosa. Talvez até haja algum “caçador” maluco obcecado em pegar o monstro, ou algum cientista ou arqueólogo querendo fama e fortuna. Geralmente é o que acontece em histórias assim.

Então, depois de muita luta para proteger a criatura, ela é finalmente deixada livre para partir e o caçador vai preso ou então se comove e fica bonzinho. Sei lá, não estou muito criativa hoje. De repente não é nada disso, pode ser que o roteirista tenha escrito a história de forma a evitar esses clichês.

Quando eu era criança e me divertia lendo as historias do Cascão e todo seu esforço para não se molhar, jamais teria imaginado que um dia ele estaria vestindo uma roupa de mergulho para encarar um monstro marinho. Era marca registrada dele se manter longe de qualquer coisa molhada.

E confesso que estou feliz por terem feito uma historia focada nele. No mês que vem, a próxima edição vai ser da Magali, o que também é bom. Sei lá, depois de uma saga focada na Mônica e no Cebola, confesso que fiquei enjoada com esse dramalhão de novela mexicana que estão fazendo ao redor dos dois, então ficaria bem feliz se as próximas histórias não fossem focadas em nenhum deles.

Afinal, tem tantos personagens na turma que poderiam dar histórias interessantes, por que limitar tudo somente aos quatro? Se bem que no fim das contas eu entendo que o fato de o mangá só sair uma vez por mês limita muito as coisas. Os gibis saem com mais freqüência, aí dá para fazer uma revistinha para cada um, almanaques, etc. No momento, não dá para fazer isso com o mangá. Uma pena...

Agora, eu gostei muito da capa e dos peixinhos nadando em volta dele. Ficou bonita e adorei os peixinhos em volta do rosto dele. Só não entendo ainda por que eles colocam aquelas falhas na sobrancelha dele. Parece que passou gilete, ficou um pouco estranho.

Bom... Muitos devem estar perguntando pelos desenhos da Ed. 52. Confesso que dessa vez vai ficar difícil porque por algum mistério inexplicável, o Photoshop deu pane. Antes eu usava o CS4 e ele parou de funcionar. Não abria mais e dava mensagem de erro. Aí eu desinstalei e instalei o CS6. Detestei, mas estava quebrando o galho. Só que esse também resolveu me deixar na mão. Agora não consigo instalar o CS6 e nem voltar para o CS4 e não sei quando vou conseguir resolver esse problema.

Para desenhar e colorir eu dependo da pen tool do photoshop e não encontro esse mesmo recurso em outros programas. Tentei o Gimp e não consegui o mesmo efeito. Enquanto não conseguir resolver esse problema, não vou poder desenhar nada. Foi maus...

segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

Ed. #52 - Sombras do Passado, parte 2: Críticas

20:18 45 Comentários


Ufa, que maratona! Depois da última página da Ed. 51, todo mundo ficou alvoroçado por causa do beijo da Penha e do Cebola. Até eu.

Bom, agora chegou a hora do meu review. Antes de mais nada, vou logo avisando que tem spoiler. Quem ainda não leu, melhor parar por aqui porque eu não quero estragar a diversão de ninguém. Para quem não leu e se tiver um pouquinho de paciência, sugiro ler os posts que eu fiz sobre essa edição. Leiam e depois me falem se eu acertei alguma coisa, tá?

O que eu posso dizer sobre a Ed. desse mês? Simplesmente adorei a história e se eu tivesse que dar uma nota, daria um belo de um dez. Realmente eu fiquei surpresa em vários sentidos. Claro que não teve a profundidade e nem o drama que eu esperava, mas ainda assim fiquei bastante satisfeita.

O roteirista falou que a Mônica ia chegar ao fundo do poço e realmente chegou. Er... Digamos que minha cabeça não funciona igual a cabeça da maioria das pessoas. Não quero prolongar isso mais ainda com muitas explicações, mas confesso que não consegui sentir pena da Mônica e nem chorar com o sofrimento dela. Ainda assim entendo que cada pessoa é diferente e o que parece insignificante para mim pode ser algo imenso e doloroso para os outros. Para alguém tão sensível e emotiva como a Mônica, que nunca passou pela dor de ter um coração partido e pela decepção (e que ainda não tem estrutura emocional para lidar com isso), foi algo realmente terrível. E talvez até uma lição para ela aprender a não colocar sua felicidade nas mãos de outra pessoa.  

O sofrimento dela, a saudade que ela sentia do Cebola e o seu desejo de tê-lo de volta foram bem ilustrados. Aquela cena do banheiro onde ela chora no ombro da Magali foi tocante mesmo. Até a Denise demonstrou tristeza!

Imagino que quando alguém sofre, deve ser bem por aí. Ah, e é claro, teve aquele sonho com o Cebola. Geralmente eu leio os previews das edições, mas dessa vez nem isso eu fiz porque preferi só ler a história completa. Tudo em nome do suspense!

Mas quem leu o preview deve ter ficado com o coração na mão quando chegou aquela parte em que o Cebola aparece no quarto dela o preview acaba ali. Aí no mangá vem a parte onde ele fala que tudo era só um plano para derrotá-la. Nossa! Muita gente deve ter chegado perto de um piripaque! Até eu fiquei com os olhos arregalados. Depois veio o alívio de saber que era tudo um sonho. Ufa!

Agora, engraçado mesmo foi quando a Mônica resolveu ir buscar apoio com a Denise porque ela também era uma “solteirona e solitária”. Nessa parte eu ri. Bem... Depois de trolar a Mônica durante toda a ed. 51, acho que a Denise mereceu um pouco disso. Agora, será mesmo que assistir comédia romântica é boa opção? Sei lá, ver toda aquela melação açucarada, o casal todo feliz no final do filme... Acho que isso só piora, não? Até a Denise ficou deprê com o final do filme porque não tinha namorado!

Acho que em situações assim um bom remédio seria um daqueles filmes de comédia no-sense, com muito besteirol. Ou talvez um filme de ação, com muita pancadaria e pouca conversa fiada.

Voltando no frigir dos ovos, o Emerson disse que a gente ia amar a Denise e eu realmente gostei dela, que se mostrou mais solidária e disposta a ajudar a Mônica. Ela foi mais atuante do que a própria Magali porque até convocar uma reunião para ajudar a Mônica ela convocou.

Como muita gente já esperava, a Sofia logo se mostrou ser a amiga traíra quando ela apareceu na casa da Penha contando o que estava acontecendo com a Mônica. É nessa hora que a gente começa a perceber que o Cebola não está fazendo tudo de espontânea vontade e que ele não tinha a intenção de magoar a Mônica. E também é quando a Penha aparece pela primeira vez depois do beijo e logo de cara já mostra seu caráter de vilã e usa o clássico olhar de desprezo.

Sabe... Madame Creuzodete falou em amigo que vira inimigo e inimigo que vira amigo. Confesso que isso ficou meio confuso... Primeiro porque eu pensei que a amiga traíra fosse traíra mesmo. E em certa parte, a Sofia mostrou isso ao ficar do lado da Penha. Só que depois, ela acabou ficando a favor da Mônica e ajudando-a a entrar na casa da Penha. Quer dizer, a mesma pessoa se encaixou na pele de amiga-traíra e a de inimiga que ajuda no fim. Surpreendente, devo dizer.

A Denise também se encaixou nas duas partes. Primeiro pareceu ter se voltado contra a Mônica quando lhe deu aquela bronca e virou as costas para ela. Depois acabou ajudando no final também. Aliás, a ajuda dela foi fundamental.

Agora, será que eu sou a única alma viva desse planeta que ficou surpresa ao ver Denise de cabelo solto? Quando Paulete apareceu pela primeira vez, nem me passou pela cabeça a mais remota possibilidade de ser a Denise disfarçada. Eu nunca teria adivinhado. Para ser sincera, cheguei até a pensar que ela fosse a verdadeira vilã da história. Hahaha, me pegaram direitinho!

Ela ficou mesmo bonita de cabelo solto, heim? Ficou tipo uma mulher fatal, mais adulta e até sexy. As Maria-chiquinhas dão a ela um ar meio infantil. E quem falar que não ficou boquiaberto quando a Denise se revelou está mentindo. Eu fiquei com aquela cara de pastel. Mais uma vez, ela acabou roubando a cena e também surpreendeu bastante mostrando que pode ser boa amiga. Se bem que eu fico na duvida se Denise ajudou por solidariedade ou se foi só porque ela também aparece no vídeo junto com a Mônica e com isso poderia ser presa como cúmplice. Talvez um pouco de cada, vai saber.

Surpresa também foi a aparição do Ângelo e usando a roupa mais legal de todo o mangá. Quando ele apareceu, a Penha falou algo tipo “Deus ex machina”. Pesquisando no Google, li na Wikipédia que isso é uma expressão em latim usada para descrever uma pessoa ou uma coisa que de repente aparece e resolve uma dificuldade aparentemente insolúvel. Encaixou perfeitamente na aparição dele para lutar contra a Agnes, não é mesmo?

Outra coisa que eu achei interessante foi quando Sofia decide contar a verdade para a Mônica. Eles usaram nesse capítulo o título “a escolha de Sofia”, que é um filme que se passa no tempo do nazismo. Nesse filme, ela tem que fazer a escolha mais triste e dolorosa que uma mãe poderia fazer. E o que ela escolheu? Quem quiser saber vai ter que ver o filme porque esse spoiler eu não vou dar. Mas vou logo avisando que esse filme não é para os fracos!

Agora vamos falar da Penha, que como vilã se saiu muito bem. Parece que ela manteve a mesma personalidade arrogante e egocêntrica de quando era criança, mas aumentou bastante o nível de crueldade e sadismo.

Aprofundando um pouco mais em sua personalidade, ela mostrou alguns sintomas de psicopatia. Um deles é a capacidade de manipular as pessoas, coisa que ela fazia muito bem com aquele olhar do desprezo.

Psicopatas também mostram falta de sentimentos não são capazes de sentir afeto. Vemos isso na forma como ela trata as amigas, especialmente a Sofia. E também vemos sua total falta de sensibilidade e empatia ao armar aquele plano para destruir a Mônica emocionalmente. É como a Mônica disse: ela se acha no direito de brincar com a vida das pessoas a seu bel prazer.

Outro sintoma clássico é a grande falta de moral. Ela não mostrou nenhum peso na consciência de armar aquela mentira para a Mônica ir presa e até tentou matar a Mônica e o Cebola no final. Psicopatas são totalmente amorais e não ligam para regras de conduta.

Ela é tão esnobe e se coloca tão acima dos outros que chegou a chamar os convidados da sua festa de “bandos de mortos de fome” pouco depois de se mostrar uma anfitriã calorosa e de chamar a todos de amigos próximos e estimados. Algo típico de um psicopata também. Quando mostram algum tipo de afeto, é superficial e totalmente fingido. No fundo, eles sempre desprezam a todos. Mesmo tendo dito que Paulete era sua melhor amiga anteriormente, no fim ela a via apenas como uma empregada que tinha de obedecer suas ordens.

E, claro, ela mostrou um grande egoísmo e egocentrismo. Quando ela fez sua entrada triunfal na festa, os telões instalados no local mostraram o rosto dela num belo close, o que mostra bem sua tendência a se achar o centro do universo.Um psicopata enxerga somente a si mesmo, suas vontades e necessidades. Eles não são capazes de enxergar os outros como seres humanos com necessidades próprias e sim como coisas a serem usadas e depois descartadas. E junto com esse egocentrismo, vem também a dificuldade de aceitar a rejeição. Foi por isso que a Penha endoidou o cabeção quando o Cebola terminou o namoro na infância.  

Em relacionamentos, psicopatas tem grande sentimento de posse e vêem o outro como sua propriedade. Para ela deve ter sido muito difícil ver o Cebola indo embora. E saber que ele gostava da Mônica, alguém que ela via como inferior, foi outro golpe para o seu ego. Embora fizesse mais sentido ela querer se vingar do Cebola, quem lhe deu o fora, Penha armou aquela vingança contra a Mônica porque precisava mostrar que era superior a ela, mais forte e poderosa. O Cebola já estava dominado mesmo, então faltava a Mônica.

E por último, psicopatas também não assumem a responsabilidade pelos seus atos. Eles sempre culpam as outras pessoas. Foi por isso que a Penha culpou a Mônica pelo seu comportamento ao citar aquele ditado sobre a árvore e o machado.

Não sei se foi a intenção do roteirista desenhá-la como uma psicopata, mas muitos sintomas se encaixaram bem na personalidade dela. Até que seria interessante se a Penha aparecesse mais vezes no futuro. Uma personagem desajustada como ela daria um tempero especial às histórias. Eu particularmente gostei da forma como a personalidade dela foi desenhada.


Também gostei da roupa dela, tipo fatal female. Combinou com a personalidade dela.

Ah, claro! Eu não posso deixar de falar da minha surpresa ao ver que era ela a vilã por detrás de tudo. Quer dizer, muita gente já desconfiava, mas eu não via como possibilidade. Sabem quando a gente vê um filme de mistério e descarta um suspeito de assassinato por achar que ele é obvio demais? Aí no final descobrimos que ele era mesmo o culpado e ficamos com aquela cara de pastel porque pensamos em mil teorias para cada um dos outros personagens ter cometido o crime e no final não era nada do que pensamos.

Com a Penha foi a mesma coisa. Eu não acreditei que fosse ela a pessoa por trás de tudo isso porque achei muito obvio, muito na cara. Por isso fiquei surpresa ao saber que ela não só tinha chantageado o Cebola com também invocado o fantasma da Agnes. Quem ia imaginar que ela era capaz de invocar um espírito e usá-lo como seu comparsa?

E confesso que fiquei feliz com o final. Depois de xingar bastante o Cebola, eu pensei com mais calma e imaginei que devia haver algum motivo muito grande para ele ter feito aquilo e tinha mesmo. Claro que da parte dele faltou ter um pouco de confiança na Mônica. Na cabeça dele, ela é apenas uma brucutu que resolve tudo só na força bruta e isso não é verdade. Ela é capaz de bolar planos bem inteligentes e que funcionam até melhor que os planos dele. Trabalhando juntos, eles teriam conseguido resolver aquela pendenga com menos sofrimento para ambos (especialmente para a Mônica).

Foi a união dos planos dos dois que conseguiu dar uma excelente solução a algo que parecia um tremendo angu de caroço. Graças a ele, todos puderam ver a farsa que a Penha tinha montado. E graças a Mônica, Agnes foi levada embora para não ferir mais ninguém.

Talvez esteja na hora de o Cebola parar de subestimar a inteligência da Mônica. Ela é esquentada, cabeça quente, impulsiva e muitas vezes agressiva, mas burra com certeza não é.

Num relacionamento não se pode abalar a confiança do outro. Isso realmente deixou a Mônica magoada a ponto de pensar em desistir de tudo, mostrando que tinha sido mesmo algo grave. Mesmo com as melhores intenções, o Cebola agiu errado ao mentir para ela. Confesso que adorei ver o Cebola passando um bocado de aperto. Ele bem que mereceu.

Mas... Foi como eu disse antes... Era de se esperar que os dois iam se entender no final e foi o que aconteceu. E como eu pensei, o motivo foi realmente bom. Ainda bem. Para ser sincera, eu tive medo de que esse motivo fosse apenas uma desculpa esfarrapada e estava até preparada para uma porcaria de final. Ainda bem que eu estava errada e o final foi excelente.

Confesso que até me deu um pesinho na consciência por ter sido tão má com o Cebola. Eu até tinha feito um desenho dele para ser usado com a frase “Suas atitudes falam tão alto que eu não consigo ouvir o que você diz”. Depois disso, não vou publicar porque não faz sentido (por enquanto). Mesmo assim fica a imagem com fundo transparente para quem quiser usar. Eu refiz um desenho que apareceu na Ed. 34 onde ele diz a Mônica que a ama. Não é um desenho de corpo inteiro, mas acho que pode servir para alguma coisa.

Como disse antes, a história foi muito boa, mas acho que tenho umas observações para fazer.

A que distância o bairro do limoeiro fica do litoral? A Mônica chegou a casa da Penha de barco, o que eu achei meio estranho. Quer dizer, entendo que foi importante para a trama, mas ainda assim fiquei pensando em como ela conseguiu sair de casa durante a noite, ir para o litoral, pegar um barco e remar até a encosta do farol atrás da casa da Penha.

Outra coisa que eu estranhei também foi o Cebola ter reclamado com a Mônica por ela ter dito que Romeu e Julieta morreram no final porque ele não tinha lido o livro. Quer dizer, não ficou claro se ele estava só zoando ou falando sério. Se foi só zoação, tranqüilo. Idiota da parte dele por ter estragado um momento romântico, não nego, mas enfim...

Se ele estava falando sério, confesso que ficou meio sem sentido já que no passado a escola tinha organizado uma peça de teatro sobre a história de Romeu e Julieta. Ele assistiu a peça e deve ter visto muito bem o que acontecia no final.

Tá bom, agora vocês vão me achar uma chata de galocha por dizer isso, mas acho que seria interessante fazer essa observação. A Penha chantageou o Cebola usando um vídeo da Mônica invadindo e quebrando coisas na casa da Agnes dizendo que ela poderia ser presa por invasão e depredação de propriedade privada.

Acontece que a Mônica é menor de idade e de acordo com o Código Penal, artigo 27, “os menores de 18 anos são penalmente inimputáveis, ficando sujeitos às normas estabelecidas na legislação especial”. Ou seja: mesmo que a Penha publicasse o vídeo, a Mônica nunca iria para a cadeia porque ela é menor de idade. O pior que poderia acontecer a ela seria acabar em uma instituição educacional durante o período estipulado pelo juiz ou até completar dezoito anos.

Eu não entendo de direito e não sou advogada, mas acho que alguém teria de prestar queixa na polícia, fazer boletim de ocorrência, essas coisas e eu não sei se a Penha poderia fazer isso porque aparentemente a casa não tinha dono, estava abandonada e pelas filmagens, daria para ver que a Mônica não tinha roubado nada. Sem falar que ela não tem antecedentes, então o mais provável ela era levar uma tremenda bronca do juiz ou talvez prestar serviços comunitários, não sei como isso funciona. Só sei que para a cadeia ela não teria ido de jeito nenhum.

Pelos mesmo motivo também não teria dado nenhuma cadeia ela ter entrado de penetra na casa da Penha. E convenhamos, né gente? Se aqui no Brasil menor de idade não vai preso nem quando mata, acreditam mesmo que a Mônica teria ido para a cadeia só porque invadiu uma casa velha?

Se bem que publicar aquele vídeo poderia difamar a Mônica, colocá-la como desordeira, mas acho que isso não teria assim grandes conseqüências a longo prazo. As pessoas esquecem rápido das coisas.

Imagino que vocês devem estar me achando uma chata por falar isso. Afinal, em se tratando de HQ, desenho animado, filme, etc., nem sempre as coisas precisam ter lógica. O que vale é a diversão. Por isso não estou recriminando a história por causa desse detalhe e nem falando que deveria ser diferente. Ainda assim a chantagem foi válida porque o Cebola pode ser inteligente, mas ainda é um moleque de 15 anos e não podemos esperar que ele saiba de todas essas coisas, então ele ter ficado com medo foi natural.

Concluindo, eu achei que a história ficou bem acima da média, talvez a melhor de todas. Realmente surpreendeu, teve suspense, deixou todo mundo roendo as unhas e arrancando os cabelos. E o fato de ser dividida em dois só fez com que a gente sofresse mais ainda por ter que esperar um mês inteiro para saber o fim da história. Bem que as próximas edições poderiam ser assim também.

Se você leu até aqui, valeu pela paciência porque dessa vez eu escrevi um monte!E aqui o png daquela imagem que eu tinha feito do Cebola: