terça-feira, 16 de junho de 2015

TMJ#82: Um novo amor? - Críticas


Minha crítica está atrasada, eu sei. Acontece que estava preparando um desenho legal para essa edição e isso levou um tempinho. Agora vamos a história. Como sempre, minhas críticas tem spoilers, então tomem cuidado ao ler!

A história não foi original. Nem um pouco. Para ser sincera, perdi a conta de quantas edições envolvendo Cebola, jogos e personagens bonitinhas de game já li. Mas pelo menos esse assunto velho e batido foi explorado de uma forma diferente.

Nas outras edições vimos a Mônica se descabelando de ciúme, Cebola comportando como idiota, depois se arrependendo e fazendo as pazes com ela. Ainda bem que não teve isso novamente, senão eu teria vomitado.

Outra coisa da qual eu tinha medo era ver a Mônica com ciúme e o Cebola esnobando, mas felizmente o roteirista nos poupou dessa baixaria.

Para falar a verdade, o começo até que foi bom, não vou negar. Bastante ação, tiro, pancadaria, e a nova personagem se mostrou logo de cara e ainda botou ordem no barraco. 

Ao que parece, eles querem passar a idéia de que o Cebola já se conformou em não ter a Mônica de volta e por isso está tentando seguir em frente. A cena em que ela mostrou claramente não estar com nenhum ciúme dele e da tal “mina gamer” foi bem engraçada e também um tapa com luva de pelica na cara dele. Afinal, ele está muito acostumado a vê-la se descabelando de ciúmes e acho até que no fundo, gostava disso. Ainda bem que ela não desceu do salto e saiu dessa de forma elegante, deixando-o com cara de bobo.

E foi bom ver que ele decidiu aceitar a amizade dela e não continuar mais insistindo como estava fazendo antes. Até aí para mim tudo bem. Ele tem mesmo o direito de seguir em frente.

Mas vou ser sincera. Apesar de a história ter começado bem, ela começou a ficar meio arrastada no desenvolvimento, com o Cebola novamente obcecado com a garota game a ponto de deixar tudo de lado só para ficar atrás dela. Acho que ele tem sérios problemas com jogos envolvendo personagens bonitinhas.

Mas ainda assim eu gostei da história porque ela tocou num assunto bem interessante: a discriminação que garotas gamers sofrem. Gente, não é brincadeira não. Garota que gosta de game costuma ser bastante discriminada e agredida. Há relatos, inclusive, de mulheres que sofrem até ameaça de estupro e morte. O que a história mostrou foi só a pontinha do iceberg porque o lance é pesado demais para falar numa revista voltada para 10+.

Claro, há quem diga que é tudo exagero e que insultos são normais durante os jogos. Bem... se essa pessoa acha normal ameaçar de morte, estupro ou mandar tirar a roupa ou mostrar o traseiro, só posso lamentar por ela porque para mim isso não tem nada de normal. Acontece que esse pessoalzinho machista acha que mulher não pode ser boa em vídeo-game e só joga por causa do namorado ou para atrair a atenção dos rapazes.

Vocês lembram de quando o Cascão falou que Diana só podia estar no jogo por causa do namorado. Eles até que foram bastante legais e educados com ela, porque na vida real nem sempre é assim. É difícil fazer certos homens entender que uma mulher pode jogar tão bem quanto eles e o Toni exemplificou isso muitíssimo bem ao destilar todo seu machismo. Ele ilustrou muito bem a mentalidade de vários jogadores: a de que mulher só deveria fazer coisa de mulher e também que elas só jogam por causa deles. Acreditem ou não, pessoas com esse tipo de mentalidade existem na vida real. Tem até pior, se querem saber.

Acho que eu gostei da história mais por ter tocado nesse ponto, que foi algo importante de se falar ainda que de leve.

Também achei legal a Mônica, além de não ter ficado com ciúme, ter decidido ajudar o Cebola colocando a amizade acima das tretas do passado.

Sabe, eu fiquei bastante impressionada em ver como ele ficou maluco pela Diana a ponto de se trancar no quarto e quase morrer de frio por causa dela. Ele pesquisou, correu atrás, procurou saber tudo a respeito dela, etc. Não sei se é impressão minha, mas parece que ele se esforça muito mais pelas outras garotas do que pela Mônica. Acho que se ele tivesse feito o mesmo esforço por ela, os dois já estariam namorando de novo. Mas pelo menos agora a Mônica não sofre mais por causa disso, o que é bom.

E gostei da conversa que tiveram no quarto, como bons amigos e sem nenhum climinha romântico, coisa que eu tinha medo de acontecer. Mas para ser sincera, não gostei de ele ter dado um beijo na boca dela e depois ter empurrado para fora do quarto. Creio que essa cena foi feita para agradar aos fãs que ainda torcem pelos dois, mas a meu ver ficou uma coisa muito fora de propósito.

Amigos não beijam na boca e eu espero que isso não se torne um hábito nas histórias futuras. Se eles querem mesmo que os fãs se acostumem a vê-los separados e se conformem só com a amizade deles, então não podem fazer cenas como essa porque vai dar falsas esperanças.

Não sei se a MSP planeja reatar o namoro dos dois. Mesmo que decidam fazer, acredito que vai levar um longo tempo, então não é certo ficar deixando os fãs na vontade desse jeito e depois continuar enrolando eternamente. Chega a ser uma tremenda falta de respeito, como se eles achassem que todo mundo é palhaço.

Foi por essa mesma razão que eu fiquei decepcionada quando soube que Diana era apenas uma inteligência artificial que surgiu de geração espontânea. Por um lado, eu até que gostei da idéia de uma inteligência surgindo dentro da internet por si mesma, sem ter sido criada por ninguém.

A rede é vasta, tem muito conteúdo, programas, etc. Então eu não sei se é realmente impossível que uma inteligência artificial surja no meio disso tudo e consiga evoluir por si mesma. Claro que a explicação sobre como ela pode ter surgido foi assim um tanto feita de qualquer jeito. Tipo, de repente ela passou a ter autoconsciência e sentimentos sem explicação alguma sendo que era só uma personagem de jogo. Mas tranqüilo, não era objetivo da história dar explicações científicas complicadas.

E falando na Diana, eu devo dizer que ela foi ao mesmo tempo uma grande surpresa e uma decepção. Eu gostei da personagem, sério. Gostei da personalidade dela, sua inteligência, habilidade, tudo. Mas detestei o fato de ela ser apenas uma inteligência artificial. Quer dizer, finalmente aparece uma garota inteligente, boa em game, com muito conhecimento e ela nem é de verdade? O que o roteirista quis dizer com isso? Que na vida real garota não é boa em game e se uma mostrou grande habilidade era porque não era uma garota de fato? Sei lá, ficou muito estranho para mim e também muito decepcionante.

Tudo bem que era necessário dar uma explicação para essa habilidade totalmente fora do normal que ela apresentava, mas acho que eu preferia que ela tivesse uma habilidade humanamente possível e fosse uma pessoa fisicamente real.

Por um instante cheguei a pensar que o Cebola finalmente ia ganhar uma namorada humana, de carne e osso. E aquela cena dele dando um beijo nela depois de propor que os dois fossem algo a mais não consertou esse erro e pode até criar um problema maior. Afinal, a longo prazo ele não poderá namorar uma pessoa que só existe no mundo virtual. A não ser que a MSP resolva transformá-la em humana futuramente, isso para mim foi bola fora. O roteirista que me desculpe, mas tivemos um grande desperdício de boa personagem aqui.

Claro, talvez eles não queiram arrumar uma namorada para o Cebola agora, entendo perfeitamente o quanto isso pode ser complicado, mas Diana daria uma boa personagem para a turma e se ela fosse real, o lance entre ela e o Cebola poderia ir desenvolvendo gradualmente.

O jeito que ficou, a meu ver, está dando aos fãs esperanças de que o Cebola vai voltar com a Mônica um dia. Tá, todo mundo acredita que isso vai mesmo acontecer, mas e se a MSP decidir que eles nunca irão voltar? É certo ficar dando falsas esperanças aos leitores? Não seria melhor que todo mundo desencanasse de vez para poder aproveitar mais as histórias?

E não seria melhor se eles dessem um tempo nesse maldito dramalhão que não resolve nunca? Cadê os outros personagens? Magali e Cascão foram rebaixados a personagens secundários porque agora é só Mônica-DC-Cebola. Aliás, estou ficando até enjoada de tantas histórias centradas no Cebola apesar de ele estar sendo legal ultimamente. Não é por causa do personagem e sim pelo excesso de repetição.

Bem... acho que dessa vez eu foi um tanto severa e mal humorada nas críticas, foi mal. Eu até que gostei da história pela mensagem que passou e por ter abordado um assunto que não deixa de ser polêmico. Eu só fiquei um tanto decepcionada foi com a identidade verdadeira da Diana, porque a meu ver ela daria uma excelente personagem e meio que dói imaginar que ela foi criada para uma edição só e depois será descartada. Espero que isso não aconteça e ela seja mais bem aproveitada no futuro. Se souberem fazer direito, dá para criar boas histórias com a participação dela.

Sei que é complicado ir criando personagens novos porque dá trabalho incluí-los nas histórias futuras. Deve ser por isso que o roteirista decidiu deixá-la só como uma pessoa virtual e não uma garota real de carne e osso.

Não sei se já falei nisso antes, mas arrumar uma namorada para o Cebola é meio complicado. No caso da Mônica e do DC, ele já era da turma e vai continuar sendo caso o namoro termine. Sem falar que as coisas entre eles foram evoluindo ao longo das edições, começando lá na primeira ed. colorida (o mistério do acampamento).

É meio complicado fazer isso pelo Cebola, por isso fico pensando se esse rompimento entre eles estava originalmente nos planos da MSP ou se foi decidido de forma repentina porque os leitores já não estavam mais agüentando tanta lenga-lenga. Afinal, eles só tinham duas opções para acabar com essa enrolação: os dois começarem a namorar ou desatar tudo de vez. Como não queriam voltar com o namoro deles agora (afinal, é essa enrolação que faz vender revista), então optaram pela segunda alternativa.

Só que agora ficou uma situação meio dificil de resolver porque eles não podem deixar o Cebola sem namorada para sempre. Um dia, mais cedo ou mais tarde, terão que arrumar alguém para ele.  E a Diana era uma boa chance para isso.

Se bem que muitos fãs devem ter ficado super-aliviados com o final, certo? Eles ainda querem que ele volte com a Mônica, então arrumar uma namorada poderia complicar um pouco. Mas gente, apesar de imaginar que esses dois voltarão um dia, não esperem que isso aconteça tão cedo. Eu até achava que ia rolar na ed. n. 100, mas agora estou com dúvidas porque restam poucas edições e não seria legal eles fazerem tudo correndo.

Mas isso até que me alegra bastante, porque agora me dá mais esperança de que a ed. 100 será uma grande aventura com os quatro protagonistas, não algo girando ao redor dos umbigos da Mônica e do Cebola.

Bom, por hoje é só pessoal. Eu refiz a imagem do Cebola dando um beijo na Diana. Eu não sei se isso vai render alguma coisa ou se vai acabar aí mesmo já que a TMJ peca bastante pela falta de continuidade e sequência nas histórias. Mas vá lá, eu gostei da personagem. Também tem png e quebra cabeça. Se vocês quiserem, tem o fundo da imagem também.

Esse aí está muito beijador, hein? E olha que nem estou contando a Penha e a Monique.




Para outra opinião, confira o vídeo do Canal Opinião Turma da Mônica Jovem: