Minha crítica está atrasada, eu sei. Acontece que estava preparando
um desenho legal para essa edição e isso levou um tempinho. Agora vamos a história.
Como sempre, minhas críticas tem spoilers, então tomem cuidado ao ler!
A história não foi original. Nem um pouco. Para ser sincera,
perdi a conta de quantas edições envolvendo Cebola, jogos e personagens
bonitinhas de game já li. Mas pelo menos esse assunto velho e batido foi
explorado de uma forma diferente.
Nas outras edições vimos a Mônica se descabelando de ciúme,
Cebola comportando como idiota, depois se arrependendo e fazendo as pazes com
ela. Ainda bem que não teve isso novamente, senão eu teria vomitado.
Outra coisa da qual eu tinha medo era ver a Mônica com ciúme
e o Cebola esnobando, mas felizmente o roteirista nos poupou dessa baixaria.
Para falar a verdade, o começo até que foi bom, não vou
negar. Bastante ação, tiro, pancadaria, e a nova personagem se mostrou logo de
cara e ainda botou ordem no barraco.
Ao que parece, eles querem passar a idéia de que o Cebola já
se conformou em não ter a Mônica de volta e por isso está tentando seguir em frente. A cena em que
ela mostrou claramente não estar com nenhum ciúme dele e da tal “mina gamer”
foi bem engraçada e também um tapa com luva de pelica na cara dele. Afinal, ele
está muito acostumado a vê-la se descabelando de ciúmes e acho até que no
fundo, gostava disso. Ainda bem que ela não desceu do salto e saiu dessa de
forma elegante, deixando-o com cara de bobo.
E foi bom ver que ele decidiu aceitar a amizade dela e não
continuar mais insistindo como estava fazendo antes. Até aí para mim tudo bem.
Ele tem mesmo o direito de seguir em frente.
Mas vou ser sincera. Apesar de a história ter começado bem,
ela começou a ficar meio arrastada no desenvolvimento, com o Cebola novamente
obcecado com a garota game a ponto de deixar tudo de lado só para ficar atrás
dela. Acho que ele tem sérios problemas com jogos envolvendo personagens
bonitinhas.
Mas ainda assim eu gostei da história porque ela tocou num
assunto bem interessante: a discriminação que garotas gamers sofrem. Gente, não
é brincadeira não. Garota que gosta de game costuma ser bastante discriminada e
agredida. Há relatos, inclusive, de mulheres que sofrem até ameaça de estupro e
morte. O que a história mostrou foi só a pontinha do iceberg porque o lance é
pesado demais para falar numa revista voltada para 10+.
Claro, há quem diga que é tudo exagero e que insultos são
normais durante os jogos. Bem... se essa pessoa acha normal ameaçar de morte,
estupro ou mandar tirar a roupa ou mostrar o traseiro, só posso lamentar por
ela porque para mim isso não tem nada de normal. Acontece que esse pessoalzinho
machista acha que mulher não pode ser boa em vídeo-game e só joga por causa do
namorado ou para atrair a atenção dos rapazes.
Vocês lembram de quando o Cascão falou que Diana só podia
estar no jogo por causa do namorado. Eles até que foram bastante legais e
educados com ela, porque na vida real nem sempre é assim. É difícil fazer
certos homens entender que uma mulher pode jogar tão bem quanto eles e o Toni
exemplificou isso muitíssimo bem ao destilar todo seu machismo. Ele ilustrou
muito bem a mentalidade de vários jogadores: a de que mulher só deveria fazer
coisa de mulher e também que elas só jogam por causa deles. Acreditem ou não,
pessoas com esse tipo de mentalidade existem na vida real. Tem até pior, se
querem saber.
Acho que eu gostei da história mais por ter tocado nesse
ponto, que foi algo importante de se falar ainda que de leve.
Também achei legal a Mônica, além de não ter ficado com
ciúme, ter decidido ajudar o Cebola colocando a amizade acima das tretas do
passado.
Sabe, eu fiquei bastante impressionada em ver como ele ficou
maluco pela Diana a ponto de se trancar no quarto e quase morrer de frio por
causa dela. Ele pesquisou, correu atrás, procurou saber tudo a respeito dela, etc.
Não sei se é impressão minha, mas parece que ele se esforça muito mais pelas
outras garotas do que pela Mônica. Acho que se ele tivesse feito o mesmo
esforço por ela, os dois já estariam namorando de novo. Mas pelo menos agora a
Mônica não sofre mais por causa disso, o que é bom.
E gostei da conversa que tiveram no quarto, como bons amigos
e sem nenhum climinha romântico, coisa que eu tinha medo de acontecer. Mas para
ser sincera, não gostei de ele ter dado um beijo na boca dela e depois ter
empurrado para fora do quarto. Creio que essa cena foi feita para agradar aos
fãs que ainda torcem pelos dois, mas a meu ver ficou uma coisa muito fora de
propósito.
Amigos não beijam na boca e eu espero que isso não se torne
um hábito nas histórias futuras. Se eles querem mesmo que os fãs se acostumem a
vê-los separados e se conformem só com a amizade deles, então não podem fazer
cenas como essa porque vai dar falsas esperanças.
Não sei se a MSP planeja reatar o namoro dos dois. Mesmo que
decidam fazer, acredito que vai levar um longo tempo, então não é certo ficar
deixando os fãs na vontade desse jeito e depois continuar enrolando
eternamente. Chega a ser uma tremenda falta de respeito, como se eles achassem
que todo mundo é palhaço.
Foi por essa mesma razão que eu fiquei decepcionada quando
soube que Diana era apenas uma inteligência artificial que surgiu de geração
espontânea. Por um lado, eu até que gostei da idéia de uma inteligência
surgindo dentro da internet por si mesma, sem ter sido criada por ninguém.
A rede é vasta, tem muito conteúdo, programas, etc. Então eu
não sei se é realmente impossível que uma inteligência artificial surja no meio
disso tudo e consiga evoluir por si mesma. Claro que a explicação sobre como
ela pode ter surgido foi assim um tanto feita de qualquer jeito. Tipo, de
repente ela passou a ter autoconsciência e sentimentos sem explicação alguma
sendo que era só uma personagem de jogo. Mas tranqüilo, não era objetivo da
história dar explicações científicas complicadas.
E falando na Diana, eu devo dizer que ela foi ao mesmo tempo
uma grande surpresa e uma decepção. Eu gostei da personagem, sério. Gostei da
personalidade dela, sua inteligência, habilidade, tudo. Mas detestei o fato de
ela ser apenas uma inteligência artificial. Quer dizer, finalmente aparece uma
garota inteligente, boa em game, com muito conhecimento e ela nem é de verdade?
O que o roteirista quis dizer com isso? Que na vida real garota não é boa em
game e se uma mostrou grande habilidade era porque não era uma garota de fato?
Sei lá, ficou muito estranho para mim e também muito decepcionante.
Tudo bem que era necessário dar uma explicação para essa
habilidade totalmente fora do normal que ela apresentava, mas acho que eu
preferia que ela tivesse uma habilidade humanamente possível e fosse uma pessoa
fisicamente real.
Por um instante cheguei a pensar que o Cebola finalmente ia
ganhar uma namorada humana, de carne e osso. E aquela cena dele dando um beijo
nela depois de propor que os dois fossem algo a mais não consertou esse erro e
pode até criar um problema maior. Afinal, a longo prazo ele não poderá namorar
uma pessoa que só existe no mundo virtual. A não ser que a MSP resolva
transformá-la em humana futuramente, isso para mim foi bola fora. O roteirista
que me desculpe, mas tivemos um grande desperdício de boa personagem aqui.
Claro, talvez eles não queiram arrumar uma namorada para o
Cebola agora, entendo perfeitamente o quanto isso pode ser complicado, mas
Diana daria uma boa personagem para a turma e se ela fosse real, o lance entre
ela e o Cebola poderia ir desenvolvendo gradualmente.
O jeito que ficou, a meu ver, está dando aos fãs esperanças
de que o Cebola vai voltar com a Mônica um dia. Tá, todo mundo acredita que
isso vai mesmo acontecer, mas e se a MSP decidir que eles nunca irão voltar? É
certo ficar dando falsas esperanças aos leitores? Não seria melhor que todo
mundo desencanasse de vez para poder aproveitar mais as histórias?
E não seria melhor se eles dessem um tempo nesse maldito
dramalhão que não resolve nunca? Cadê os outros personagens? Magali e Cascão
foram rebaixados a personagens secundários porque agora é só Mônica-DC-Cebola.
Aliás, estou ficando até enjoada de tantas histórias centradas no Cebola apesar
de ele estar sendo legal ultimamente. Não é por causa do personagem e sim pelo
excesso de repetição.
Bem... acho que dessa vez eu foi um tanto severa e mal
humorada nas críticas, foi mal. Eu até que gostei da história pela mensagem que
passou e por ter abordado um assunto que não deixa de ser polêmico. Eu só
fiquei um tanto decepcionada foi com a identidade verdadeira da Diana, porque a
meu ver ela daria uma excelente personagem e meio que dói imaginar que ela foi
criada para uma edição só e depois será descartada. Espero que isso não
aconteça e ela seja mais bem aproveitada no futuro. Se souberem fazer direito,
dá para criar boas histórias com a participação dela.
Sei que é complicado ir criando personagens novos porque dá
trabalho incluí-los nas histórias futuras. Deve ser por isso que o roteirista
decidiu deixá-la só como uma pessoa virtual e não uma garota real de carne e
osso.
Não sei se já falei nisso antes, mas arrumar uma namorada
para o Cebola é meio complicado. No caso da Mônica e do DC, ele já era da turma
e vai continuar sendo caso o namoro termine. Sem falar que as coisas entre eles
foram evoluindo ao longo das edições, começando lá na primeira ed. colorida (o
mistério do acampamento).
É meio complicado fazer isso pelo Cebola, por isso fico pensando
se esse rompimento entre eles estava originalmente nos planos da MSP ou se foi
decidido de forma repentina porque os leitores já não estavam mais agüentando
tanta lenga-lenga. Afinal, eles só tinham duas opções para acabar com essa
enrolação: os dois começarem a namorar ou desatar tudo de vez. Como não queriam
voltar com o namoro deles agora (afinal, é essa enrolação que faz vender
revista), então optaram pela segunda alternativa.
Só que agora ficou uma situação meio dificil de resolver
porque eles não podem deixar o Cebola sem namorada para sempre. Um dia, mais
cedo ou mais tarde, terão que arrumar alguém para ele. E a Diana era uma boa chance para isso.
Se bem que muitos fãs devem ter ficado super-aliviados com o
final, certo? Eles ainda querem que ele volte com a Mônica, então arrumar uma
namorada poderia complicar um pouco. Mas gente, apesar de imaginar que esses
dois voltarão um dia, não esperem que isso aconteça tão cedo. Eu até achava que
ia rolar na ed. n. 100, mas agora estou com dúvidas porque restam poucas
edições e não seria legal eles fazerem tudo correndo.
Mas isso até que me alegra bastante, porque agora me dá mais
esperança de que a ed. 100 será uma grande aventura com os quatro protagonistas,
não algo girando ao redor dos umbigos da Mônica e do Cebola.
Bom, por hoje é só pessoal. Eu refiz a imagem do Cebola
dando um beijo na Diana. Eu não sei se isso vai render alguma coisa ou se vai
acabar aí mesmo já que a TMJ peca bastante pela falta de continuidade e sequência
nas histórias. Mas vá lá, eu gostei da personagem. Também tem png e
quebra cabeça. Se vocês quiserem, tem o fundo da imagem também.
Esse aí está muito beijador, hein? E olha que nem estou contando a Penha e a Monique.


Para outra opinião, confira o vídeo do Canal Opinião Turma da Mônica Jovem: