Título: Monstros do ID
– Parte 3
Lançamento: Dezembro de
2009
Roteiro: Maurício de
Sousa, Marina Takaeda e Souza e Marcelo Cassaro
Sinopse: Chega o momento da batalha
decisiva contra o professor Bikkuri! Ele não apenas capturou Nimbus, como vai
liderar os demais monstros Id contra a humanidade. Mônica e Cebola conseguiram
combinar-se com seus monstros e ganhar superpoderes, mas será o bastante? E
qual a ligação misteriosa do Professor Licurgo com essas criaturas?
Finalmente chegamos a conclusão dessa super saga, cheia de
lances psicológicos e viagens dentro da mente. Mônica e Cebola já venceram seus
monstros, agora é a vez do Cascão lidar com seus medos.
Para ser sincera, apesar de ter achado legal aquele monstro
enorme aparecendo logo de cara, o papo do Id do Cascão tentando amedrontar as
pessoas foi assim meio chatinho e se alongou demais, apesar de ter meio que
resumido toda a história, talvez fizeram isso pensando em quem não leu as duas
Ed. anteriores. E mostrou também como seria um mundo dominado por Id’s, o que
não seria nada legal.
Então chega o Cascão e começa a batalha dele com seu
monstro. Agora, eu nunca imaginei que a maior fraqueza dele fosse o medo.
Apesar dessa nóia contra água, eu nunca o achei medroso com outras coisas.
Tirando participar dos planos contra a Mônica, é claro, mas esse medo é
compreensível. Por isso fiquei surpresa de terem colocado o monstro dele como
um covarde.
Mesmo parecendo ser tão fraco e covarde, Kainin mostrou o
quanto era forte. Afinal, o medo é uma das emoções mais poderosas, porque pode
paralisar uma pessoa totalmente. Nós deixamos de fazer muitas coisas por causa
do medo, porque na hora sempre parece ser algo pavoroso. Claro que ao
superarmos esse medo, vemos que no fim nem era grande coisa.
E também podemos fazer muitas coisas motivados pelo medo,
inclusive ser agressivos já que a melhor defesa, em muitos casos, é o ataque.
E diferente de Akanin e Soranin, esse monstro não parecia
interessado em dominar o Cascão e sim em protegê-lo, já que o objetivo do medo
no fim das contas é esse: nos proteger do perigo, evitar que a gente saia por
aí fazendo todo tipo de besteiras que possam colocar nossas vidas em risco.
A luta dele com o Id foi mais ou menos como da Mônica e do
Cebola, só que mais curta. Bastou ele reconhecer que o Id não representava sua
identidade verdadeira e que o medo de água não definia quem ele era de verdade.
Assim ele conseguiu controlar seu medo, subjugar o monstro e ganhar um uniforme
bacana.
E nesse meio tempo, aparece a Magali que também tinha
vencido o dela, mas diferente dos outros, ela parecia muito triste e deprimida.
Afinal, vencer nosso lado sombra também pode ser bastante sofrido, porque
muitas vezes vemos esse nosso lado como nossa identidade principal, tudo aquilo
que somos. Então, ao renunciarmos esse lado, o que sobra? Leva tempo até juntar
os cacos e nos encontrar novamente.
Sabe, confesso que achei meio corrido eles terem espremido
as lutas do Cascão e Magali numa edição só, diferente da Mônica e do Cebola que
tiveram uma edição cada um. Bem... considerando que os defeitos deles são
icônicos, marcaram nossa infância e garantem sucesso nos gibis, acho que ambos
mereciam mais espaço. Mas entendo que isso também faria com que a saga tivesse
quatro edições ao invés de uma.
O Dr. Bikkuri também deixou várias dúvidas. Nimbus tinha
falado que raciocínio era privilégio apenas da mente superior, então como esse
monstro foi capaz de bolar planos, controlar os outros monstros, deixá-los
gigantes e até de saber que o Ângelo estava com eles? O que tinha de especial
nesse monstro? Já sabemos que ele era o monstro do Licurgo e tal, mas não foi
explicado por que ele se tornou tão poderoso.
Agora eu fico aqui pensando... onde foi mesmo que o Licurgo
arrumou aquela nave enorme e irada? A gente compra isso no shopping? Se eles
queriam criar uma aura de mistério ao redor dele, conseguiram. Especialmente ao
mostrarem uma parte do seu passado. Mais alguém aí achou fofo aquele momento
entre ele e a Mônica? E nossa, existiu alguém especial no passado dele, uia! E
o ciuminho básico do Cebola? Ah, bons tempos...
Não sei se foi impressão minha, posso até estar viajando,
mas eu achei o cabelo daquela garota parecido com o da Mônica. Quer dizer, se o
cabelo da Mônica fosse comprido, acho que seria daquele jeito. Quem tem a
revista, repare como ele é dividido em mechas como o dela. Sei lá, fiquei
imaginando que pode ter sido por causa disso que a aproximação da Mônica o
tocou tanto a ponto de fazê-lo se lembrar do passado. Afinal, os dois nunca foram
próximos. Na verdade, ele seria mais próximo do Cebola já que o atazanava na
infância.
Bom, depois de enrolação, nave caiu porque só funcionava no
piloto automático quando não tinha tripulantes, diálogo com o vilão de óculos e
chapelão, blábláblá, finalmente começa a luta de verdade bem no estilo super
sentai, com transformação e tudo. se bem que a equipe ficar gigante é novidade,
acho que os japoneses nunca pensaram nisso.
Tudo parecia bem, mas parece que a Magali resolveu ficar de
mimimi no cantinho. Tá, eu sei que estou sendo insensível ao menosprezar a dor
de uma pessoa assim, mas eu achei que o lance dela foi pura frescura mesmo.
Quer dizer, só porque ela não sofreu horrores para derrotar seu Id então tinha
que ficar sofrendo e choramingando? Ah, nem!
Claro, a luta dela com o monstro interior foi diferente dos
outros. Primeiro porque teve cenário, segundo porque seu monstro apareceu na
forma humana. E para um monstro, até que o Id da Magali é bem fofo, não acham?
Isso porque ela já o derrotou ao longo dos anos, por isso não foi preciso lutar
com ela da mesma forma que os outros fizeram.
O lance dela com o Id foi mais que de aceitação, foi
aprender a gostar do seu lado ruim e aceitá-lo como parte da sua identidade, o
que de certa forma discordo um pouco. Eu sei que tenho meus defeitos, mas nunca
ficaria triste caso me livrasse deles. Por isso achei meio estranho ela pensar
que querer coisas que não pode ter faz parte da sua identidade, mas para o
sentido da história tá valendo.
E foi até bem fofo as duas se abraçando, se entendendo e
ficando amigas. Só que aí bateu um sentimento de culpa porque o caso dela foi
diferente dos outros. Mas ela devia ter entendido que cada pessoa é diferente e
tem suas particularidades, então não fazia sentido ter ficado triste só porque
sua luta com o monstro interior não foi sofrida como a dos outros. Sem falar
que a luta dela foi a mais longa, porque durou muitos anos.
Bom, pelo menos ela se recompôs, parou com o mimimi e foi
ajudar os amigos, que estavam mesmo precisando de ajuda depois da surra que
levaram enquanto ela remoía as mágoas.
Agora, o que me decepcionou um pouco é que depois de tanto
blábláblá e enrolação, a batalha final deles contra o Bikkuri foi muito
curtinha. Quer dizer, ele enrolou o robô com alguns tentáculos, que em seguida
foram rompidos, aí um raio foi disparado, ele foi derrotado e... fim. Nos
seriados japoneses que eu assistia na infância tinha mais batalha do que isso. Pelo
menos eu acho que a distribuição dos elementos combinou com cada personagem.
Mônica tem tudo a ver com fogo, Cebola com vento (rs, rs), Magali com água e
Cascão terra. Já pensaram o que aconteceria se o Cascão ficasse com a água? Não
ia dar certo.
As piadinhas constantes sobre clichês de super sentai me
enjoaram um pouquinho também. Acontece que eu nunca gostei desse lance de eles
ficarem lembrando constantemente que aquilo é um mangá (ou HQ) porque isso
tirava meu envolvimento com a história, entendem? É como se cortasse o clima.
Não consegui levar a história muito a sério por causa disso.
Bom, depois de tudo isso, finalmente o Licurgo pode capturar
seu Id num card. Outro ponto negativo, porque desde o início todo mundo já
desconfiava que Bikkuri era Id do Licurgo e com isso quase não teve suspense. Outra
coisa é que ninguém explicou por que o Id dele era tão poderoso a ponto de
conseguir controlar os outros. Quer dizer, o simples fato de o Licurgo ser
pinéu não é explicação suficiente, já que tem muita gente doida nesse mundo e
nem por isso seus Id’s não saíram se rebelando por aí. Mais um ponto negativo
para a explicação deficiente, a não ser que estejam planejando guardar esse
esclarecimento para alguma edição futura.
Pelo menos foi explicado o porque dele ter pedido ajuda aos
quatro, já que as vezes os problemas são tão grandes que não conseguimos lidar
com eles sozinhos. Beleza, deu para entender. Mas ainda assim achei meio chato
eles terem esquecido de tudo quando voltaram para o mundo real. Sei lá, ficou
meio estranho, como se tudo o que aconteceu não tivesse sentido nenhum porque
não houve aprendizado.
Eu até que gostei de terem colocado as cores vermelho e azul
na revista, deu um toque a mais. Só que isso complicou um pouco na hora de dar
cores aos super sentai. Geralmente, são usadas as cores vermelho, azul, verde,
amarelo e rosa. Como eles são quatro e o rosa não se encaixa em nenhum deles,
essa cor fica de fora. Nós sabemos que desde os gibis, cada personagem tem sua
cor. A Mônica tem o vermelho, Cebola tem verde, Magali amarelo e o Cascão...
bem... complicou um pouco porque as cores dele são o vermelho e amarelo. Nos
super sentai, o vermelho é sempre o líder e o azul é o segundo em comando. Só que na
TMJ, o segundo em comando seria o Cebola, mas a cor dele é verde.
Viram como ficou difícil decidir as cores dos personagens
tendo somente vermelho e azul como opção? Mas tranqüilo, considerando as
limitações da revista, posso dizer que ficou bom. Fogo e terra ficaram com a
cor vermelha enquanto água e ar de azul, até que combinou mais ou menos.
E eu também queria ter visto a verdadeira forma do monstro
da Magali. Só por curiosidade mórbida mesmo, sei lá. O monstro dela foi o único
que adquiriu forma humana e até que faz sentido, porque dos quatro ela é a mais
sensata e madura. E também muito fofa, meiga e disposta a ajudar os outros.
Quando criança, sua gula também costumava deixá-la meio egoísta e parece que
isso já foi superado.
Pelo menos o final foi engraçadinho, mostrando que apesar de
tudo, eles ainda iam levar muito tempo até vencer completamente seus monstros
interiores. A briga da Mônica com o Cebola, o Cascão fugindo junto para não
apanhar... e foi interessante a Magali ter encontrado os cards e fico me
perguntando o que ela teria feito com eles, se os guardou e se eles vão
aparecer de novo.
Só mais uma pequena observação. Não falo japonês, mas parece
que eles cometeram um pequeno erro quando na hora de eles se transformarem, o
Cascão disse “Henshin” que foi traduzido como “transformação”. Fui pesquisar
essa palavra, mas ela foi traduzida como “responder”. Mas, como falei antes, eu
não sei japonês e isso pode estar certo mesmo.
Bem... essa história é uma das preferidas dos fãs e muitos
pedem o retorno dos monstros do Id. Não vou negar que a história foi boa mesmo,
com mais pegada mangá, muitas referencias a seriados japoneses, etc. Teve mais
lutas também, aventuras que exploravam o fantástico e diferente, coisa que me
fez gostar da TMJ. Sim, o que me atraiu foram essas aventuras diferentes, por
isso ando meio decepcionada com esses malditos draminhas do quotidiano.
Eu preferia como era antes, quando alternavam aventuras com
histórias do dia a dia. Era legal, variava e deixava a gente ansioso pela Ed.
do próximo mês porque não sabia que tipo de história poderia rolar.
Esse tempo também era bom porque eles ainda se lembravam da
existência dos secundários, que atualmente andam meio esquecidos. Foi até um
milagre terem colocado a Maria Mello protagonizando a Ed. 72 junto com a
Mônica. Agora nem Cascão e Magali aparecem direito. É só Mônica-Cebola-Mônica-Cebola...
É por isso mesmo que apesar de essa história não ter sido
perfeita, deixou muitas saudades porque foi emocionante, teve uns lances mais
cabeça, mas também teve lutas, robôs gigantes e essas coisas de que gostamos.
Para finalizar, tenho bastante coisas para vocês: vários
png’s, quebra-cabeças, palavras cruzadas
e um jogo da memória. É diversão para bastante tempo!
Eu também acho meio chato essas piadinhas com metalinguagem ("Estamos num gibi"), desde a Turma clássica é assim.
ResponderExcluirMas acho que sou um pouco desligada, pois eu sequer desconfiei que o Bikkuri era o ID do Licurgo antes que isso fosse dito na edição.
eu sou muito lerda. ainda não entendi a parte dos elementos e já li essa história muitas vezes. será que alguém pode me explicar?
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