Hora da crítica! Sim, eu sei que estou atrasada. Mas tem
hora que me bate aquele bloqueio para escrever e aí não tem jeito. Vamos ver se
consigo soltar alguma coisa desta ed. que foi excelente a meu ver. Eu pensei
que fosse difícil outra história no mesmo nível que a aventura no pantanal e
fico feliz que tenham conseguido outra tão boa quanto. Oficial: as histórias da
CBM ficam melhores quando divididas em sagas.
Esta história foi a continuação da anterior. Chico e Sofia
andavam pela cidade a procura da Rosinha e fugindo dos zumbis. Foi algo meio
The Walking Dead, mas sem pessoas sendo devoradas vivas pelos zumbis, que nessa
história são chamados de infectados porque não estavam mortos. Houve também uma
pitadinha de Guerra Mundial Z, que eu gostei bastante.
Eu particularmente adorei a história, sério. Realmente
gostei. Teve drama, mistério, foi bem tenso quando a Rosinha foi infectada e
mais tenso ainda quando Chico a viu naquela situação.
A relação do Chico com a Sofia começou meio conturbada, mas
foi melhorando e se fortalecendo ao longo do caminho, apesar de algumas
discussões aqui e ali entre eles. Uma das maiores razões é o jeito muito
certinho dele, com o qual ela implicou. Mesmo em situações extremas, ele não
perdia aquela pose de bom moço.
Uma surpresa para mim foi terem desenhado vários roteiristas
da TMJ vivendo o papel de bandidos, ou baderneiros. Teve o Emerson, Flávio, Petra, Cassaro e Wagner. Sério, eu não reconheci
nenhum quando vi na primeira vez. Nem o Emerson que estava super na cara com a
barbicha, bigode e chapéu. Sim, essa minha eterna mania de olhar mais os balões
que as imagens. E nessa história eles foram bem cruéis, mas gostei assim.
Tempos de crise podem despertar o melhor nas pessoas e o pior também. E como
não tem polícia, nem lei, tem gente que pode ficar até pior que os zumbis (no
caso, os infectados).
Desta vez os bandidos também não a viram e aí comecei a
ficar desconfiada de que ela fosse mesmo um fantasma.
Parece que nesta história o roteirista quis criticar um
pouco o jeito de eterno bonzinho do Chico. Na discussão dele com a Sofia por
ter espiado a mochila dela isso é mostrado quando por causa de algo bobo ele
ficou muito chateado, sofrendo por antecipação.
Um momento que para mim foi de bastante tensão foi quando o
Chico viu o funcionário da Savert dentro da lanchonete e entrou para tirar as
chaves dele. Depois de um tempo ele saiu com uma expressão muito séria, calado
e pouco disposto a falar. O que será que aconteceu de verdade? Muita gente deve
ter ficado na dúvida, certo? Será que ele matou o funcionário ou conseguiu
tirar as chaves dele sem machucá-lo? Parece que o roteirista decidiu deixar
essa parte para a nossa interpretação, então acho que no momento não há
resposta certa.
Por um lado, o Chico parecia muito aborrecido, sério demais.
E este episódio aconteceu logo depois de ele ter sido criticado por sua postura
muito certinha. Talvez, num momento de desespero, ele tenha mesmo matado o
sujeito. E se matou? Será que acabou aí ou isto vai voltar para assombrá-lo no
futuro?
Porém... ele falou que não fez isto. Ele pode ter sido meio
mentiroso na infância, mas acredito que tenha se tornado mais sincero depois de
adulto.
Enquanto Chico e Sofia tentam sobreviver, o resto da turma
estava no centro de pesquisa tentando ajudar a encontrar a cura, o que não estava
nada fácil. Nessa parte nós tivemos mais informações sobre os infectados e as
explicações foram boas: conseguiram ser “científicas” sem serem chatas. Eu não
sei que tipo de maluco iria criar algo para deixar soldados mais agressivos,
sem compaixão e loucos por sangue, mas não ficaria surpresa se existisse uma
pesquisa assim na vida real. Aos poucos o mistério foi descortinando, apesar de
o pesquisador parecer esconder alguma coisa.
Eu achei muita graça quando o Zé e o Bombeta foram buscar o
material necessário. Eles deram um ótimo alívio cômico para a história e acho
que deveriam atuar mais juntos futuramente porque ficaram hilários. Sério, eu
rachei de rir quando o Zé tentou imitar um zumbi por causa da cara que ele fez.
E talvez o disfarce tivesse funcionado se o Bombeta não estragasse tudo. Essa
passagem até lembrou um pouco o TWD, quando Rick e Glen se disfarçaram de
zumbis, só que nesse caso eles tomaram banho de sangue e se enrolaram com
tripas. Funcionou por um tempo, mas aí choveu e estragou tudo.
Voltando a história, ainda havia um mistério sobre o tal
paciente zero, já que o doutor só tinha revelado sobre um deles. Então vem o
entrelaçamento de eventos que ficou lindo e muito bem feito. No exato momento
em que o doutor ia mostrar ao pessoal quem estava por detrás de uma cortina, a
cena é cortada e mostram o Chico e a Sofia andando num belo campo de flores.
O momento que eles passaram juntos foi tão fofo e pacífico,
como se tudo estivesse muito bem. Então começa a parte triste. Finalmente Sofia
se lembra de tudo, de onde veio, como foi encontrar o Chico.
Depois veio aquela confusão, do carro aparecendo do nada e
tirando o Chico dali enquanto uma horda de infectados passava pela Sofia sem
nem olhar para ela. Esta cena também foi muito bonita porque ela sorria para
ele, pois já sabia de tudo e acreditava que aquilo ia ter um final feliz.
Eu tive que reler esta parte mais de uma vez porque a
seqüência de eventos foi bem rápida, quase frenética. Num segundo Chico estava
no campo de flores, em outro dentro de um avião. O corte foi incrível, tipo uma
montanha russa emocional. Momento de cala numa página, tensão nas páginas
seguintes.
Outra coisa de que gostei na história é a forma como o
mistério foi sendo revelado aos poucos, partes por vez. A última parte que
faltava foi revelada quando Chico chegou ao laboratório e pode falar com o
doutor, que já imaginávamos ser o pai de Sofia.
Um leitor do blog sugeriu que Sofia poderia estar em coma e
a menina que estava andando com o Chico era o espírito dela. Sabe... na hora eu
nem acreditei muito, mas não é que acertou? Eu falei sobre isto neste post:
Pois é. O mistério foi revelado e realmente surpreendeu. Eu
achava que ela também tinha morrido infectada junto com a mãe e que talvez
houvesse um irmão mais novo no laboratório tentando se recuperar. Algo assim. È
que a criança do desenho realmente não ficou parecida com ela, por isso me
confundi.
Também gostei do choque entre o Chico e o doutor, muito
cético e acostumado apenas com o que podia ver e comprovar, por isso ele não
acreditou quando o Chico falou que esteve com a filha dele, mas aos poucos suas
crenças foram desmontadas e ele teve que enxergar a realidade. Ainda mais
depois que o Chico tinha falado para ele lhe ver como era realmente.
A partir daí foi tudo tranqüilo. O médico examinou o sangue
do Chico, encontrou a cura, salvou os infectados esguichando remédio neles
(essa parte é que ficou meio exagerada para mim, mas entendo que foi
necessária) e tudo terminou bem. Ou quase bem.
A parte triste é quando Sofia morre. É a primeira vez que
isso acontece na CBM e achei bem triste mesmo. Triste, porém necessário. O
Chico sempre acha que pode salvar a todos e desta vez precisou aceitar que
algumas coisas são inevitáveis, como a Rosinha disse. O apoio dela foi bem
tocante, achei lindo a postura tranqüila e madura naquele momento de aflição
dele. Pelo menos ele pode encontrar um pouco de paz quando viu Sofia no campo
de flores com a mãe dela. Está provado que o Chico tem mesmo sensibilidade para
ver essas coisas. Nem deveria ficar surpresa, já que ele vê seres do outro
mundo desde criança. A Rosinha também via, mas pode ter perdido essa capacidade
a medida que foi crescendo.
Então começa o mistério quando uma limusine passa perto dele
e vemos alguém familiar dentro dela: aquele careca malvadão da ed. 23.
Sabe, quando li a ed. 23 não tinha dado muita coisa por ela
porque não sabia que era o começo do que pode ser a mega-saga da CBM. Gente, já
pensou que legal? Temos a grande saga de sombras do passado na TMJ e agora
temos essa na CBM! Se for, eu adorei a idéia.
Um mestre trevas que tudo vê (será por isso o olho?), sete
príncipes decaídos, o careca malvado que agora quer ser chamado de Escuridão...
e ainda temos o sangue do Chico incrementado com cinco elementos que dá um
poder misterioso e muito mais! Agora assim fiquei ansiosa para saber como vai
ser o resto da história!
Bom, muita gente deve ter associado esses sete príncipes
decaídos com os filhos de umbra, mas acho que não tem nada a ver porque são
sagas diferentes. A não ser que o Emerson tenha concordado em misturar parte da
saga dele com a CBM. Afinal, o Chico apareceu na história dos herdeiros da
Terra, então existe uma chancezinha de a Serpente ser o tal mestre chamado de
treva. Claro que é só uma hipótese, gente.
O mais provável é que as sagas sejam separadas, cada uma com
seu próprio “mestre das trevas malvadão que quer destruir o mundo”,
personagens, desenvolvimento, etc. Mas não vou negar que seria bem interessante
se esses dois caminhos se encontrassem. Talvez o mestre trevoso seja algum
primo da serpente (brincadeira). Vamos ver como isso vai ficar no futuro. Só
esperando para saber, certo?
Bem... essa foi minha crítica. Agora vamos esperar a próxima
ed. que parece ser sobre um clone que está zanzando pela faculdade e sendo
confundido com o Chico. Um clone que faz trabalhos escolares? Queria ter tido
um desses nos tempos da faculdade...
Pelo menos não parece um clone maligno, o que de certa
forma é uma pena. Embora meio clichê, seria divertido ter um Chico malvado
andando por aí e fazendo confusão para o lado do Chico bonzinho.
Uma coisa que me ocorreu foi que essa história podia ser uma
adaptação do príncipe e o mendigo e que talvez o sósia do Chico podia ser um
riquinho cansado de ser rico tentando experimentar a vida de pobre ralando todo
dia para viver, mas mudei de idéia quando esse clone do Chico entregou um
trabalho da faculdade no nome dele. Quem seria esse outro Chico?
Lembram do primeiro crossover do Chico com a turma? Eles
viajaram no tempo e o Chico viu a versão dele do passado. Será que ficaram dois
Chicos no mesmo tempo e um deles ainda não tinha ido embora? Se sim, por que
eles ainda não se encontraram? Onde ficou esse outro Chico durante todo esse
tempo? Ou será que ambos estão levando existências paralelas, tipo convivendo
no mesmo espaço, mas de forma alternada sem que um visse o outro?
Ou então pode ser algum espírito amigo querendo ajudá-lo a
não ficar tão sobrecarregado. É outra hipótese também. De repente, tem algo a
ver com o lobo guará que o guarda e protege desde a ed. 23, ou então algum
outro fantasma ou entidade que resolveu ajudá-lo como retribuição por alguma
gentileza do passado. Esse fantasma, entidade, figura mitológica, whatever pode
ter assumido a forma dele para ajudá-lo em suas tarefas.
Bem, vamos esperar para ver, certo?
Aqui termina minha crítica que ficou enorme para uma ed. da
CBM! Obrigado por terem acompanhado até aqui. Eu refiz aquelas imagens do Chico
correndo pelo campo de flores com a Sofia sendo observados pelo lobo-guará e
transformei em
quebra-cabeça. Espero que gostem!
E quem quiser ouvir outra crítica da história, confiram o
vídeo do Canal Opinião Turma da Mônica Jovem: