E aí? Quem já leu a TMJ 87? Pois é. Foi uma história bem...
interessante. Quer dizer, não foi algo que eu amei de paixão, mas também não
odiei. Teve umas coisas legais, outras previsíveis, algumas me saíram
forçadas... mas vá lá.
A história começa meio parecida com a ed. 55 – meu futuro,
onde os alunos são levados a pensarem no que querem fazer um dia. Só que dessa
vez o Licurgo mandou cada um listar o que é mais importante e seu computador “ultra-potente-de-última-geração”
definiu para onde cada um deveria ir: para o hospital da cidade. Tudo a ver com
todos eles, né?
Sei lá, confesso que achei um tanto forçado. Quer dizer, a
Mônica até que conseguiu dizer onde as aptidões de cada um (exceto o Cebola) se
encaixariam na medicina, mas ainda assim não acho que seja o sonho do Cascão e
da Magali seguirem essa carreira.
Magali quer que todos comam melhor, não só os pacientes dos hospitais. E Cascão gosta de praticar esportes, colocar a mão na massa. Não faz parte do jeito dele ficar parado e só dando suporte aos outros atletas. Já a Mônica tem mais perfil para ser médica ou cirurgiã por causa do seu desejo de ajudar as pessoas. Aí sim encaixa bem no perfil dela.
Só faltou ela dizer onde o Cebola encaixava naquilo tudo,
mas pelo visto ele pareceu não importar por causa da sua arrogância de achar
que só os sonhos dele são grandiosos enquanto os dos outros são medíocres.
Sério, achei isso uma total falta de respeito. Não cabe a nós julgar qual é o
tamanho e a importância dos sonhos das pessoas. Acho que qualquer dia desses,
alguém devia dar nele uma pequena lição de respeito e humildade.
Ah, não podemos esquecer da garota bonitinha de cabelo rosa
que o fez, magicamente, passar a adorar estar no hospital e se interessar pela
medicina: Nadine. Acho que foi essa a parte que todos esperavam, a hora em que
ela ia aparecer e deixar a Mônica se mordendo de ciúme. Só que muita gente deve
ter decepcionado quando a Mônica não se descabelou, gritou, chorou, babou e nem
rolou no chão. Pois, gente, não se pode ter tudo.
Mas numa coisa a Mônica tem razão: o Cebola não pode mesmo
ver mulher. Credo, parece o Titi! Foi só aparecer uma garota bonitinha para ele
ficar todo babão! Calma lá, eu não estou achando ruim dele xavecar outra garota
porque agora ele não deve satisfação a mais ninguém. Apenas fica a reflexão: se
o rolo entre os dois ainda estivesse de pé, o que iria acontecer nessa
história? A mesma coisa. O Cebola ia ficar babando pela garota, querendo se
mostrar e a Mônica ia sofrer, morrer de ciúme, etc. mas no final acabaria
perdoando a mancada dele.
Isso sem falar que ele ainda poderia criticá-la, jogar os
defeitos na cara dela e fazer comparações com a Nadine. Só que nada disso
aconteceu, ainda bem. Então posso dizer que eu nunca fiquei tão feliz por ela
ter desencanado do Cebola quanto ao ler essa história. Sério, foi um alívio
muito grande não ter o mesmo mimimi-dramalhão-ridículo-de-novela-mexicana
novamente. Até o ar ficou mais leve ao meu redor.
Voltando a história, nós também tivemos a participação
daquele médico rabugento paródia do Dr. House. Uma confissão: nunca assisti um
único episódio do Dr. House na vida, então não posso falar muita coisa dessa
paródia. Mas pelo que me lembro dos comerciais, acho que ficou bem parecido. O
cara é chato, mala sem alça e com grande problema em falar com as pessoas. Um
médico do qual eu iria querer distância. Se bem que eu quero distância de
qualquer médico, mas isso é outra história. A turma logo achou ruim, só Nadine
ficou feliz por encarar o chato rabugento.
Apesar de tudo, não tenho assim muita coisa para falar a
respeito da história. Só que algumas situações ficaram bem forçadas. A maior
delas foi o tal robô super realista que parecia mesmo ter tripas humanas.
Quando Nadine falou que o sangue dele poderia até ser usado em transfusões, a
primeira coisa que eu pensei foi: “mas por que não usaram um robô desses para
conseguir o sangue que o DC precisava”? Aliás, se eles são capazes de fabricar
sangue artificial que pode ser usado em humanos, por que não fizeram um bom
estoque de tipos raros que podiam ser usados no DC?
Sei, sei, as duas histórias foram feitas por roteiristas
diferentes, mas acho que deveria ter ao menos um pouco de coerência entre as
edições, uma costura entre elas, entendem? Outra coisa que eu estranhei bastante
foi a Mônica ter ficado um tempão no hospital e não ter dado nem uma passadinha
no quarto do DC. Tipo assim, será que ele já recebeu alta? Creio que não, caso
contrário teria aparecido na sala de aula junto com os outros.
Voltando ao robô, confesso que também achei forçado o
hiper-realismo dele, tão real a ponto de simular todas as funções humanas e até
desenvolver anticorpos. Mas tudo bem, é uma HQ, então exageros podem ser
permitidos.
O Cebola xavecando a Nadine foi clichê e previsível. Claro, ele
sempre irá atrás da garota bonitinha. Vou ser sincera: confesso que parte de
mim shipou ele com a Sarah. Sim, sei que é doideira, mas imaginei que um dia
podia rolar algo entre eles, por que não? Mas acho que o Cebola jamais iria se
apaixonar por uma garota fora dos padrões (gordinha, gótica, cabelos azuis e
ainda com cicatrizes de queimadura). Alguém como ele, que olha a aparência
física antes de tudo, só poderá se sentir atraído por garotas dentro dos
padrões. Que pena... Se bem que essa história é do Cassaro, não sabemos se ele
tem autonomia para arrumar outra namorada para o Cebola.
Nós sabemos que só a Petra pode mexer no casal Mônica e DC,
mas não sabemos se o mesmo se aplica ao Cebola, já que ele faz parte do drama.
O que eu achei da Nadine? Bem... uma personagem plana, um
tanto perfeitinha, sei lá. Nada que realmente chamasse a atenção. Parece boa
pessoa, que já tem um sonho definido e é apaixonada por ele. É inteligente, já
sabe bastante coisa e adora desafios, o que acabou atraindo o Cebola (em
segundo lugar depois da aparência). Mas tipo assim... Não foi uma personagem
que realmente me intrigou como aconteceu com a Diana.
E também existe a chance de ela nunca mais aparecer no
futuro, de ter sido somente aquela personagem que aparece numa única edição
para nunca mais voltar. Se bem que o final foi promissor, então quem sabe dessa
vez o Cebola desencalha? Pelo menos a garota é humana, então já é um grande
avanço.
A história foi bem educativa. Talvez um pouco demais, porque
achei que tinha muita informação e pouca ação. E situações bastante
inverossímeis como bactéria malucas surgindo do nada e infectando o hospital
inteiro em poucos minutos. E mais inverossímil ainda foi um grupo de jovens
inexperientes operando um robô-humano para salvar o hospital da bactéria.
Sei lá, um tanto forçado para mim toda aquela cena deles
operando o robô para conseguir o sangue dele. Eles não tinham nenhuma
experiência e mesmo assim se saíram muito bem, especialmente a Mônica. Eu nunca
pensei que ela tivesse uma mão tão firme e ao mesmo tempo delicada capaz de
fazer uma cirurgia com tanta precisão sem tremer um milímetro. Sabe, acho que
ela daria uma ótima cirurgiã!
Apesar de tudo, confesso que gostei da parte em que o robô
ficou doido e começou a soltar tripa e sangue para todo lado. Isso sim foi bem
legal, pena que durou pouco. Até falar a criatura falou! Bem sinistro, na
verdade. Algo assim poderia até começar a pensar, se tornar mais humano,
raciocinar... isso, claro, se ele tiver algo que simule um cérebro.
Outra coisa que estranhei foi o sangue do robô ter sido
capaz de curar as pessoas apenas pelo contato com a pele. Mas tranquilo, acho
que não teria sido adequado o Cebola aplicar injeção.
Pelo menos tudo terminou (facilmente) bem. A praga foi
erradicada, todo mundo foi curado, o Cebola ganhou uma paquera nova e talvez um
novo sonho: medicina.
No início, quando vi o Cebola se mostrando tão interessado
na medicina, eu logo estranhei bastante e achei muito forçado. Quer dizer, ele
decidiu que gosta da área só porque uma garota bonitinha falou algumas coisas?
Desafios ele pode ter em qualquer lugar, por que especificamente na área da
medicina?
Poréeemmmm... eu me lembrei da ed. 48, a dos zumbots. O que isso
tem a ver? Lembram do que o Cebola do futuro criou nessa edição? Os NANITAS. E
o que os NANITAS fazem? Curam as pessoas de diversas doenças, algumas
consideradas incuráveis. Na época eu estranhei um pouco ele ter criado um
produto que atendia a área médica, mas agora isso está fazendo bastante sentido.
Se ele por acaso estudar medicina e se formar, poderá unir
esse conhecimento a área de tecnologia e criar os tais NANITAS. Se vai ou não
detonar a humanidade é outra história e não vem ao caso. Bem, claro que não
sabemos se ele vai continuar interessado em medicina, mas pelo menos tivemos
uma costurinha bem pequenininha entre as Ed. 48 e 87. Talvez fique só nisso
mesmo, vamos ver o que vem pela frente.
Essa foi minha crítica. No geral gostei da história, mas não
foi algo que realmente me empolgou. A atuação do médico rabugento avesso a
contato humano foi boa, gostei de ver os quatro trabalhando em equipe, da força
que a Mônica deu ao Cebola nos seus momentos de dúvida e, principalmente, no
fato de ela vê-lo xavecar a Nadine e não se descabelar de ciúme. Nessa história
eles eram apenas amigos, não rolou nenhum clima e o Cebola pareceu ter
desencanado, só não sei se é definitivo porque, como falei antes, o roteirista é
diferente. Mas espero que continue assim.
Sei que um dia os dois vão voltar, mas acho que por enquanto
é melhor que sigam como amigos sem nada de mais no meio. Se querem mesmo que os
fãs aceitem a separação deles, o ideal é não criar muitas situações onde pareça
ter sentimentos entre os dois ou ninguém nunca vai levar isso a sério.
Essa foi a crítica do mês. Confiram também as críticas do
Canal Opinião Turma da Mônica Jovem: