quinta-feira, 7 de março de 2013

TMJ#55 - Meu Futuro: críticas


Eu já tinha lido a ed. 55, mas precisei de um tempo para pensar e poder escrever a crítica. Senão eu ia acabar sendo severa demais e isso não é legal. Agora, vou logo avisando que tem spoiler, então quem ainda não leu, pare aqui mesmo, vá ler a revista e depois volte.

O tema dessa edição costuma dar dor de cabeça a muitos jovens que estão no ensino médio e ainda não sabem o que vão fazer. Que profissão seguir? É uma dúvida cruel e considerando a importância dessa escolha, os alunos costumam ter bem pouco tempo. Quer dizer, será que é possível um jovem entre 15 e 17 anos já ser capaz de escolher a profissão que quer seguir? Uns conseguem, outros já tem dificuldades e a escola não costuma ajudar nem um pouco. Mal conseguem ensinar o básico, quanto mais ajudar cada aluno a descobrir sua vocação.

Então, o tema da história é realmente bom e dentro da realidade de muitos jovens. O começo foi bem engraçado. Talvez a parte mais divertida de toda a história e a participação do Licurgo foi ótima, ressaltando bem a personalidade amalucada dele.

Especialmente quando ele introduz o tema, fazendo um grande suspense e até viajando junto com o Cascão sobre futuros caóticos e pós-apocalipticos. Tá, o cara é pirado mesmo, mas no bom sentido. Posso até dizer que ele roubou a cena em muitas partes.

E logo de cara, quando ele pergunta para cada um o que quer fazer, vemos que a Mônica fica com dúvidas. E para falar a verdade, eu também. Entre os quatro, ela foi a única que ainda não tinha mostrado nenhum talento especial ou aptidão. Não sei se foi de propósito ou se foi porque ainda não conseguiram pensar em algo para ela.

Tudo estava indo relativamente bem até o estrupício do Cebola resolver fazer pouco caso dela, falando com aquele ar superior (como ela mesma disse). Aff... eu bem que tento gostar dele, mas a MSP simplesmente não deixa. Por que ele sempre tem que aparecer como um chato antipático? Será que ele precisa ficar rebaixando a Mônica para se sentir melhor?

Voltando ao assunto, uma coisa que me decepcionou um pouco foi o tal simulador. Pela propaganda que fizeram, eu esperava algo mais elaborado e no entanto era somente um site na internet. Sei lá, eles vivem repetindo que aquilo é um mangá, mimimi, mangá, mimimi e na hora de aproveitarem isso e colocar algo bem bacana, eles colocam só um site?

Tá bom, deixando a decepção de lado, eu também imaginava que a tal Sofia era somente um programa e não uma pessoa real. Mas tudo bem, acho que isso só deu um ar mais high-tech a história. Pelo menos o site pareceu ser bem avançado e elaborado, sendo capaz até de estabelecer uma conversação realista com a Mônica.

E uma coisa que Sofia disse e é verdade é que sempre devemos ter cuidado ao dar nossas informações na internet. É por isso mesmo que nem meu nome eu revelo, sou meio neurótica com esse lance de segurança. E tomem muito cuidado com as amostras grátis, porque sempre podem ter alguma segunda intenção por detrás disso que nem sempre a gente vê logo de cara.

A partir daí, Mônica foi conhecendo diferentes profissões elaboradas a partir dos perfis públicos dela. Bem... nesse ponto eu também fiquei surpresa com as profissões escolhidas para ela. E mais surpresa ainda quando Sofia citou as qualidades da Mônica e colocou entre elas bons modos e elegância. Não é que eu a ache uma tosca desajeitada, nada disso. Mas parece que o resto da turma não pensa da mesma forma.

Um ponto positivo foi mostrar os tipos de profissão, sendo que uma pessoa pode ser empregada, ter um negócio próprio ou autônomo. A maioria das pessoas acha que só existe o emprego de carteira assinada, mas tem outras opções também, cada uma com suas vantagens e implicações.

Também foi bom colocar as dificuldades de cada profissão indicada para a Mônica. A mais engraçada foi a de aeromoça, com o Licurgo causando confusão o tempo inteiro. Foi legal também quando ela experimentou ser veterinária, mas caramba... será que até o Cebola virtual tem que ser um pé no saco?

Curioso é que em todos os casos Mônica teve dificuldade de lidar com os clientes, já que ela tem uma personalidade forte e mandona. Isso sim precisa ser trabalhado porque pode trazer problemas no futuro. Pelo menos ela reconhece isso, diferente de certos ceboludos que não enxergam os próprios defeitos.

Outro ponto positivo foi quando eles mostraram os outros tipos de profissões, inclusive aquelas que ainda estão se consolidando e por isso não são estáveis. Isso já dá aos leitores uma boa visão dos tipos de opções que existem.

E mesmo depois de conhecer todas essas profissões, Mônica ainda ficou em duvida sobre sua vocação. Claro, nem sempre é fácil descobrir isso e algumas vezes ficar olhando diferentes profissões só atrapalha. Esse sentimento de não ter vocação para nada, de achar que não vai conseguir escolher profissão nenhuma é bem comum também, muitos sentem isso.

Mais perto do fim da história, quase que por acidente, ela descobre sua vocação defendendo o Dudu que estava sendo atormentado pelo Toni. Então ela descobre que seu talento é ajudar e proteger as pessoas.

Acho que foi o que eu mais gostei da história. Apesar de ela não ter escolhido uma profissão, Mônica foi capaz de descobrir seu talento e definiu um foco para sua vida, o que é mais importante. Com o tempo ela pode descobrir como quer seguir esse objetivo. Muita gente escolhe uma profissão sem nem saber se tem talento para isso e depois acaba se decepcionando. Mas... diferente do que o Licurgo disse, essa escolha não precisa ser pelo resto das nossas vidas. Muitas pessoas largaram seus empregos e tentaram coisas novas e venceram.

Agora, o que eu realmente não entendi foi aquela cara de bunda do Cebola olhando para a Mônica quando ele descobriu que ela sim tinha um objetivo claro na vida.

Talvez porque ele viu que não é tão superior quanto pensa e que seus planos de dominação mundial não passam de meros delírios. Todos falam que a Mônica é mandona, mas ele também parece meio obcecado em ter o controle de tudo e colocar as coisas do seu jeito. E isso pode ser até pior e mais perigoso. Ao que parece, o objetivo dele não é tão bem definido assim e nesse ponto a Mônica ganhou dele. É... deve ser por isso que ele ficou com aquela cara de quem chupou limão.

E ao vê-la defendendo o Dudu e o ajudando a contar a verdade para seus pais, acho que ela ficaria melhor de advogada. Ela é enérgica, não se deixa intimidar facilmente e essa profissão vai ajudá-la a cumprir seu objetivo de ajudar as pessoas. Afinal, não precisa ser algo que use a força física. Aí seria até subestimar a personagem, dizendo que ela não tem capacidade para estudar. Todos têm capacidade para estudar sim, contanto que o assunto interesse e agrade. Agora, estudar coisa chata, que não interessa nem um pouco, é um saco mesmo e ninguém agüenta.

Pois é. Vamos torcer para que a MSP realmente dê uma boa profissão para a Mônica ao invés de transformá-la em dona de casa que prepara jantarzinho de camarão na moranga para o marido que chega do trabalho. Nada contra, mas acho que a vida é muito mais do que isso.

Vocês devem estar se perguntando... e a imagem dessa edição? Como falei antes, minha câmera digital quebrou e sem ela não dá para passar os desenhos para o computador. E até eu poder comprar outra, não vai dar para fazer desenhos originais. Eu posso colorir os da revista porque já estão digitalizados mesmo. Até lá vai dar para quebrar o galho.

Para compensar a falta do desenho desse mês, tem esse da Magali que eu refiz usando a imagem da Ed. 33. Divirtam-se! E tem quebra-cabeças também, viu?



Para outra opinião, confira o vídeo do Canal Opinião Turma da Mônica Jovem: