sexta-feira, 11 de julho de 2014

TMJ#71: Garoto solteiro procura - Críticas

Sabe quando vocês vêem algo e ficam sem saber o que pensar? É tipo não ter reação nenhuma, não saber o que sente. Quer dizer, eu até acertei uma coisa aqui e ali, então não deveria ter ficado surpresa. Mas teve outras coisas que me pegaram desprevenidas.

A primeira foi a depressão do Cebola. Sério, gente, eu não pensei que ele fosse ficar tão deprê. Aliás, ele até ficou com a mesma cara que eu fiquei quando estava fazendo o trabalho de fim de curso na faculdade. Não que eu seja uma sádica psicopata, mas gostei do início com ele meio que revendo sua vida desde a infância até o dia em que levou o fora.

Também foi uma forma de vermos as coisas sob a perspectiva dele. E de ver que seu problema de auto estima é pior do que pensávamos. Não, gente, sério, eu acho que ele deveria procurar um analista para se tratar, porque todo esse complexo de inferioridade não deve ser normal.

Apesar de entender o lado dele, porque não é fácil estar ao lado de uma pessoa se sentindo menos, ainda assim acho que ele deveria lidar com isso de outra forma sem achar que a Mônica é obrigada a passar pelo resto da eternidade esperando que um dia ele a derrote.

E foi engraçado ele falar que era só questão de tempo, que ia conseguir, nhenhenhe, mas quantas vezes o vemos tentando derrotá-la? A própria Ed. mostrou que foi só uma tentativa na estória dos campeões da justiça. Uma vez só desde a Ed. 34 e mesmo assim ele estava mais preocupado em satisfazer o próprio ego do que em reatar com ela.

Mas vamos tentar ser bonzinhos com o Cebola agora, certo? Acho que ele já está sofrendo bastante e eu não gosto de chutar cachorro morto. Pelo menos esse começo serviu para mostrar que apesar de todas as mancadas, ele gostava dela. Certo, isso realmente desafia a minha lógica, mas é uma história em quadrinhos, não precisa ter lógica. E por perdê-la, ele ficou sem chão como foi bem mostrado no fim do sonho dele.

Lembram de quando eu falei das fases da perda? Ele passou por negação, raiva, barganha um começo de depressão na Ed. 69. Agora na 71 ele aprofunda nessa fase ao mesmo tempo que inicia a de aceitação. Quer dizer, parece que as duas foram ao mesmo tempo porque mesmo deprimido ele aceitou o que aconteceu.

Quando ele foi se encontrar com os amigos, eles logo viram que a coisa estava feia e tentaram animá-lo, apesar de terem avacalhado mais ainda. Tá, eu sei que é sadismo, mas foi tão engraçado eles tentando animar o Cebola mas conseguindo o efeito contrário! Sem falar da participação do Titi como especialista em levar pé no traseiro.

E foi essa parte que me surpreendeu de verdade. Eu achava que mesmo sofrendo, ele nunca ia admitir que errou. No entanto, ele admitiu seus erros com uma facilidade incrível. Sem justificativas, sem lamentações, sem mimimi vitimismo... acho que foi isso que me deixou meio sem reação. Especialmente quando Jeremias ainda tentou argumentar dizendo que a Mônica podia dar mais uma chance e o Cebola admitiu que teve muitas e desperdiçou todas.

Acho que estranhei isso porque geralmente as pessoas não amadurecem tão rápido e nem sempre são tão fáceis em admitir seus erros e mancadas. Acho que eles apressaram um pouco as coisas nesse ponto. O processo de amadurecimento deveria ser um pouco mais devagar, porque geralmente é assim que as pessoas evoluem na vida real. A não ser que elas sofram um grande trauma, mas não sei se perder a Mônica foi tão traumático assim a ponto de fazer o Cebola amadurecer tão depressa.

Seja como for, graças aos amigos ele superou a fase da depressão e entrou de vez na de aceitação, quando a pessoa passa a agir de forma mais proativa, seja procurando uma solução para o problema ou aceitando de vez que tudo foi para o brejo e nada pode ser feito. No caso do Cebola, ele encontrou uma solução: procurar outra garota para colocar no lugar da Mônica.

Confesso que não vejo com bons olhos esse lance de usar uma pessoa para esquecer a outra. Eu sou da opinião de que após o fim de um relacionamento, a pessoa deveria viver todas as fases da perda, dar um tempo de luto, repensar a vida, curar as feridas, etc. Envolver com uma pessoa ainda pensando na outra nem sempre acaba bem. Sem falar que isso significa jogar sobre os ombros da nova pessoa uma responsabilidade que não é dela, porque ninguém é responsável pela felicidade de ninguém. Isso é algo íntimo e pessoal.


Mas claro, não é justo esperar de um garoto com 15/16 anos a maturidade que nem pessoas com o dobro da idade costumam ter, certo? Na adolescência, é normal errar, tropeçar e fazer burrada.

Só que ao tentar encontrar outra garota, o Cebola esbarrou com um problema complicado: após tantos anos de rolo com a Mônica, ele meio que ficou perdido porque agora não sabe como investir em outra menina. E suas primeiras tentativas foram um fiasco atrás do outro.

Ao conversar com a Aninha, ele mostrou mais uma vez que amadureceu mesmo. Ou pelo menos pareceu ter amadurecido. De qualquer forma, ele admitiu que errou, arrependeu e isso é o primeiro passo para evolução. Mas quando ele estava numa boa xavecando a Aninha, o Titi aparece misteriosamente do nada para cortar o clima. Foi meio tosco ele se achar dono dela, mas não deixou de ser engraçado vê-la sutilmente dando o fora no Cebola ao dizer que não o via sequer como possibilidade.

Aí ele percebeu que não ia ter nenhuma chance com as amigas da Mônica. Afinal, todas elas conheciam suas mancadas e ninguém seria doida de ficar com ele. Então sobrou a Irene, o que de certa forma fez com que desconfianças da Mônica se tornassem reais. Sim, porque se ele a visse unicamente como amiga, não teria sequer tentado ficar com ela, certo?

Pelo menos nós vimos que do lado da Irene, o lance era pura e simples amizade. Sério, isso costuma doer muito na gente, gostar de uma pessoa e ela querer só a amizade. Muitos homenzinhos mimados e chorões chamam isso de friendzone porque eles acham que a mulher é obrigada a corresponder os sentimentos deles de qualquer forma. Bem, isso não vem ao caso.

Pela primeira vez, depois da Ed. 33, ela mostrou que tem sentimentos pelo Luca. Engraçado nunca mais terem tocado nisso, devem estar deixando para outras edições futuras. Até que seria interessante. E pelo visto, nem ela tinha coragem de encarar o Cebola, porque enfatizou que o Luca era bem diferente dele. “Oh, ninguém me quer, magoei, mimimi!”

E quando a gente pensou que não tinha como piorar, eis que ele tenta ficar com a Xabéu e leva outro fora doloroso ao ser chamado de “menininho novinho”. Hahaha, eu ri bastante. Tantos anos babando por ela para terminar dessa forma tão humilhante!

Essas tentativas dele foram bem legais, esclareceu várias coisas que estavam nebulosas nas edições anteriores e também foi dando uns bons choques de realidade no Cebola. Mas, claro, ele não podia ficar dando com a cara na parede a história inteira, certo? Uma hora ele tinha que acertar e acertou com uma garota loira bonitinha chamada Mila. Não.. pera... é impressão minha ou ele tem queda por loiras?

A Mila foi outra surpresa para mim porque eu pensei que no fim das contas, ele ia tentar ficar com alguém bem diferente da Mônica e acabou arrumando uma outra versão dela. Sim, porque de cara a gente percebeu que a Mila tinha o gênio forte igual ao dela. O começo dos dois foi meio áspero e espinhoso, mas terminou bem. Típico clichê de comédia romântica, devo acrescentar, mas necessário a história.

Então os dois começaram a sair juntos, se divertiram bastante e a gente foi vendo cada vez mais semelhanças entre as duas. A Mônica também curte as mesmas coisas que ele, também gosta de cantar, é turrona mas tem um lado meigo... ficou muito óbvio até. E quem aí ficou tipo “ai meldels” quando eles se beijaram? Com essa cena, pensei mesmo que ia terminar em namoro.

Só que não terminou. Tudo começou com um ursinho fofo de pelúcia que Cebola tentou dar a ela. A Mônica teria aceitado numa boa, pois ela gosta de bichos de pelúcia, só que apesar de muitas semelhanças, a Mila também tinha diferenças. Então aos poucos ele foi vendo essas diferenças, como ela não gostar de vestidos e da cor vermelha. Aí a ficha caiu de vez: ele percebeu que estava com ela por causa das semelhanças que tinha com a Mônica.

Foi assim que ele percebeu que não a tinha esquecido de verdade. E também que não adiantava nada ficar com outra garota e continuar errando e pisando na bola como fazia antes. Então ele dá mais um passo no processo de amadurecimento, assumindo de vez a responsabilidade dos seus erros e entendendo que não podia fugir deles. Ele percebeu também que a Mônica é mais importante até do que ele imaginava e por isso decidiu que não ia desistir.

Bem... apesar de esse final ter sido meu primeiro palpite, porque desde o início pensei que arrumar outra namorada para ele ia complicar edições futuras, confesso que parte de mim esperava que ele fosse ficar com outra pessoa. Teria dado um suspense a mais na história, entendem?

Acho até que teria sido bom para ele desencanar da Mônica por um tempo, porque durante toda a vida tudo o que ele fazia era em função dela. Talvez esteja na hora de ele se libertar disso, pois também seria uma forma de se libertar da sua neura em derrotá-la. Depois, mais amadurecido e seguro de si, ele poderia voltar a se interessar por ela se fosse o caso.

Sem falar que isso seria uma forma de dar um tempo do drama desses dois e focar em histórias e personagens diferentes. Era por isso que eu também torcia para que ele ficasse com outra garota e esquecesse da Mônica por um tempo. Mas parece que eles decidiram pelo caminho mais fácil e óbvio, que agradará mais os fãs que torcem pelos dois.

Falta saber como o Cebola vai reconquistar a Mônica. Por enquanto, ela está numa boa com o DC. Será que ele vai tentar mixar o namoro deles? Espero que não. Isso até me preocupa porque não seria justo fazer a Mônica abrir mão de um namoro que está bom para voltar a mesma situação de antes: eternamente sendo enrolada pelo Cebola enquanto ele xaveca outras meninas. Isso seria nauseante. Se for para voltar ao que era, preferível deixá-los separados em definitivo. Se ele não tiver nada para oferecê-la, se não for para ficar com ela de vez, pelo menos não devia atrapalhar o namoro dela.

Mas espero que eles não façam isso. Se ela tiver que terminar com o DC, que seja por outros motivos, não por causa do Cebola. A vida de um não tem que girar ao redor do umbigo do outro e acho que antes de ficarem juntos, ambos deveriam se libertar primeiro. Há uma frase assim: “para ser feliz com uma outra pessoa, você precisa, em primeiro lugar, não precisar dela.” Acho que deveria ser o caso deles, por isso sou da opinião de que eles poderiam sim se acertar novamente como amigos e ficar de boa, mas cada um seguir sua vida independente do que o outro faz ou deixa de fazer.

Essa foi a crítica, que ficou bem grande viu? Para compensar o testamento que vocês tiveram de ler, eu fiz essa imagem do Cebola beijando a Mila. Tem png, quebra-cabeça, jogo dos sete erros e palavras cruzadas. Vai dar para divertir um bocado. Bem... acho que essa imagem não deve ter agradado muito aos fãs, talvez tenha até dado um susto porque muitos querem o Cebola lutando pela Mônica, não desistindo para ficar com qualquer garota bonitinha que desse bola para ele. Bem... parece que suas preces foram atendidas!



E para quem quiser ouvir outra opinião sobre a história, recomendo: