sexta-feira, 27 de dezembro de 2013

Competição Feminina

Há uma parte onde o Cebola fica “chocado” ao ver como as mulheres podem ser cruéis umas com as outras. É muito comum a gente ouvir que mulher não tem amizade pela outra, estão sempre competindo, querendo se apunhalar pelas costas. E falam como se isso fosse natural, biológico, embutido nos genes das mulheres. Não. Não é. Isso é construído social e culturalmente.

Desde cedo somos educadas para nos vermos como inimigas, a julgar, rotular, ridicularizar, etc. Dividir e conquistar, é assim que o machismo consegue sobreviver. Enquanto as mulheres se voltam umas contra as outras, não combatem o machismo. Conveniente, não?

Durante muitos séculos, a única forma de uma mulher conseguir projeção social era agarrando o melhor partido do pedaço, porque estudar, trabalhar e progredir com o próprio esforço era coisa só de homem. Então era obvio que para uma mulher, as outras eram sempre concorrentes, rivais. Era preciso fazer qualquer coisa para derrotar a concorrência. Ainda hoje somos educadas para ver a outra mulher como rival. Isso vem de todos os lados, de onde menos esperamos. Aprendemos vendo na televisão, vendo as amigas, pessoas mais velhas, comentários machistas sobre a “incapacidade feminina de sentir amizade por outra mulher”, etc.

Sabe quando uma menina taxa a outra de galinha só porque ela beija os meninos? Ou de vadia por causa da roupa? Pois é. Isso gera a desunião e a competição desleal. Não somos educadas para sermos unidas porque isso acabaria com o sistema machista em que vivemos. Se as mulheres passassem a apoiar umas as outras ao invés de julgar e criticar, seria o fim do patriarcado porque estaríamos unidas.

Fiz essa explicação para dizer por que as mulheres aparentam ser desunidas. Na revista, eles colocaram isso como se fosse natural, mas é algo construído socialmente. Não caiam nessa armadilha. Toda vez que vocês julgam as outras meninas e mulheres, estarão apenas reforçando um sistema cruel e dominador que nos ferra cada vez mais.