Título: Monstros do
ID – Parte 1
Lançamento: Outubro
de 2009
Roteiro: Maurício
de Souza, Marina Takaeda e Souza e Marcelo Cassaro
Sinopse: Uma nova saga vai começar! Não é no espaço! Nem em
dimensões mágicas! Desta vez o perigo nasce no lugar mais misterioso do
universo - a mente humana. Quando os monstros internos das pessoas começam a
atacar o mundo real, a galera precisa enfrentar seus próprios defeitos. E vão
precisar da ajuda de um certo professor muito experiente em loucura...
Finalmente a tão prometida crítica da saga dos monstros do
ID! Nessa primeira crítica, vou falar da Ed. 15, começo de uma das sagas
preferidas dos fãs. Tanto que muitos até pedem pela volta desses monstros.
Ah, as grandes sagas, belas histórias... bons tempos...
A história começa mostrando um lugar não muito amigável,
cheio de monstros horrorosos e é onde nasce todo o mal. Só que não fica em
nenhum lugar físico e sim dentro de nós, no nosso inconsciente. Assustador,
não? Sim, muito assustador. É por isso que a grande maioria evita se aventurar
por essa parte da mente. Nem sempre há coisas agradáveis para se ver.
Todos nós temos ID, embora ele não tenha a forma de um
monstro bizarro. Mas podem sim tomar conta das nossas vidas se não tivermos
consciência disso. O ID é a parte mais primitiva da nossa personalidade, porque
busca somente o prazer e evita qualquer coisa que seja diferente disso.
Essa parte de nós não conhece certo e errado, juízo ou
lógica. Não segue nenhum valor ou moral. Busca apenas o prazer e a solução imediata
para os problemas sem fazer nenhum planejamento ou reflexão. O ID é impulsivo,
cego, irracional, antissocial e egoísta.
Muitos dizem que é nosso lado escuro e destrutivo, guarda
nosso demônio interior e atração pelo mal. Assustador, não?
Nessa introdução, aparece o ID da Mônica, o Akanin. Ele ouve
alguém lhe chamando e resolve emergir, interagir com o mundo dos humanos. Além
dele, também aparece outro monstro que parece mais inteligente e ardiloso, pois
tem consciência maior do que estava para acontecer.
Eles conseguiram dar um ar sombrio e desolado ao mundo dos
IDs, embora fosse bom se tivesse um pouco mais de detalhes. Mas para o objetivo
da revista, acho que serviu bem porque não pode ficar assustador demais por
causa da classificação.
Essa edição tem como foco os defeitos da Mônica, seu
temperamento impulsivo e tendência a resolver tudo na pancadaria. Em contraste,
vemos uma Magali controlada, sensata, inteligente e a beira da perfeição que
lhe aconselha a ter cuidado com seus impulsos e não acreditar em tudo o que vê
na internet.
Isso foi porque a Mônica viu postagens desaforadas do Cebola
em sua comunidade do Yogurt (referencia ao moribundo Orkut) e pretendia dar uns
petelecos nele como fazia antigamente.
Então ela entende que não pode mais resolver as coisas com o punho, pois cresceu e precisa mostrar amadurecimento.
Só que as coisas não parecem muito boas para o Cebola, que
foi obrigado a segurar uma placa dizendo que pagava pau para a Mônica. Aparentemente,
ele estava sendo ameaçado por ela, mas ainda assim não quis falar nada para
ninguém para protegê-la. Sim, pessoal... essa edição foi de um tempo em que ele
ainda era legal apesar de tudo. Pena que regrediu tanto...
Voltando ao assunto, apesar do que o Cascão disse, ele ainda
preferiu não fazer nada porque tinha medo que Mônica revelasse seus segredos.
Nessa hora também aparece o Licurgo, o antigo louco dos gibis que sempre pegava
no pé do Cebolinha. Ele deu a entender que estava em processo de terapia, mas
ainda continuava aloprado como sempre.
Enquanto isso, todos estavam achando que a Mônica estava
mesmo intimidando o Cebola e a coisa piora quando ela começa a achar que isso é
um plano maluco dele, sendo que não era. Alguém estava aprontando com ele, mas
ela é que levava a culpa.
O pior é que todos ficaram contra ela sem nem ao menos
entender seu lado. Um tanto injusto, devo dizer. Quando ele aprontava, fazia
planos, pichava muros com caricaturas dela, ninguém ia atrás dele para dar
bronca. Mas quando ela supostamente aprontou, aí todo mundo quis dar uma de
justiceiro.
Isso, claro, causou sofrimento não só entre ela e Cebola,
como no resto da turma também pois todos acharam essa atitude muito cruel. A
partir daí, ela começa a ser confrontada pelo seu lado ruim, porque de certa
forma, sentia como se tivesse feito aquelas coisas com o Cebola apesar de
conscientemente saber que não tinha feito nada. Bom, uma parte dela tinha
feito. Nossos ID’s fazem parte do nosso inconsciente e além de guardar nossos
instintos básicos, também guardam desejos reprimidos e/ou inconscientes.
A nível consciente, Mônica não quis bater no Cebola por
causa daquelas mensagens porque não queria mais agir daquela forma. Mas a nível
inconsciente, queria sim dar uma boa lição nele. O Akanin é essa parte ruim
dela que se manifestou no mundo físico.
Para algo tão psicológico assim, ninguém melhor que o
Licurgo para ajudar. Então ele aparece e impede que Mônica saia no tapa com o
seu ID, mas Akanin resolve ir atrás de quem estava lhe irritando nos últimos
dias: Cebola. Para evitar um desastre, ela precisa criar coragem para domar seu
monstro interior.
O ID dela se mostrou bem impressionante, pois tinha capacidade para ficar enorme e ainda soltava uns bichos doidos que perseguiam as pessoas. De certa forma, combinou com ela: exagerado, dramático, grande, forte e de personalidade agressiva. Um monstro bem poderoso para uma personagem poderosa. Não podia ficar por menos.
Ao tentar enfrentá-lo, ela acaba sendo aprisionada por ele e no início tem dificuldades, pois ele tenta dominá-la pela intimidação.
O ID dela se mostrou bem impressionante, pois tinha capacidade para ficar enorme e ainda soltava uns bichos doidos que perseguiam as pessoas. De certa forma, combinou com ela: exagerado, dramático, grande, forte e de personalidade agressiva. Um monstro bem poderoso para uma personagem poderosa. Não podia ficar por menos.
Ao tentar enfrentá-lo, ela acaba sendo aprisionada por ele e no início tem dificuldades, pois ele tenta dominá-la pela intimidação.
Em determinado momento, Akanin fala que é ele quem define a
pessoa que a Mônica é. Nessa parte, ele diz que seus defeitos são a identidade
dela e sem eles, quem ela seria?
Freqüentemente caímos nesse erro de achar que essa parte de
nós é nossa verdadeira identidade, sendo que é só uma parte que precisa ser
colocada sob controle.
Como foi falado na história, o ID é mais forte na criança
porque até certa idade, ela vê a si mesma como o centro do mundo. Ela não faz
distinção entre ela e os outros e por isso acha que tudo gira ao seu redor. Por
isso uma criança muito nova não entende a necessidade do adulto de dormir,
quando ela mesma está acordada. Ela parte do pressuposto de que o resto do
mundo existe porque ela existe.
Com o tempo isso muda a medida que vamos crescendo que
tomando consciência de que as pessoas e o mundo existem independente de nós. Só
que isso leva anos. E pelo que tenho visto por aí, nunca chega a acontecer
porque muita gente age como se tudo girasse ao redor do seu umbigo. Essas
pessoas certamente não domaram seus ID’s.
Mas em geral, as crianças vão domando seu ID a medida que
crescem, como é o caso da Mônica. Claro que esse ID não é suprimido totalmente,
mas pelo menos é colocado sob controle a maior parte do tempo. Quando isso não
acontece, costuma ser um desastre.
Apesar do que Akanin falou, ela sabia que ele não era sua
identidade, por isso foi capaz de vencê-lo. Apesar de admitir seus defeitos,
ela sabia que também tinha qualidades e era uma boa pessoa, caso contrário não
teria nenhum amigo. Mas ela tem vários amigos apesar do seu gênio ruim.
Foi assim que ela conseguiu vencer, tomando consciência de
si mesma e não aceitando que o ID fosse sua identidade.
Agora, confesso que foram um pouco injustos com ela ao falar
dos seus defeitos. Quer dizer, ela foi colocada como uma pessoa tirânica e
valentona que saía dando coelhadas em todo mundo para ser obedecida e não é
exatamente isso que vemos nos gibis. Claro que ela é assim às vezes, mas
geralmente ela só bate quando se sente provocada ou quando os moleques
aprontam. Tanto que ela só bate neles, não nas outras meninas. Pelo menos não de
propósito.
Mas na TMJ ela é desenhada como uma valentona tipo o Tonhão
da rua de baixo, que só sabia intimidar os outros para ter tudo do seu jeito.
Não há defesa para ela, nenhuma explicação para seus atos. É com isso que eu
não concordo.
Pelo menos tudo terminou bem nessa história, por enquanto já
que no fim vemos a aparição de outro ID, o do Cebola. E esse parece ser mais
perigoso do que o Akanin, porque é mentiroso e manipulador.
Uma coisa diferente que teve nessa edição foram as páginas coloridas, com os ID's sendo mostrados em cores vermelho e azul assim como os balões das suas falas. Teve gente que não gostou porque acham que mangá TEM QUE ser preto e branco. Já eu não sou tão rígida com essas regras e achei bastante legal. Por mim seria tudo colorido, mas colorir alguns detalhes para ressaltar também fica bom.
Uma coisa diferente que teve nessa edição foram as páginas coloridas, com os ID's sendo mostrados em cores vermelho e azul assim como os balões das suas falas. Teve gente que não gostou porque acham que mangá TEM QUE ser preto e branco. Já eu não sou tão rígida com essas regras e achei bastante legal. Por mim seria tudo colorido, mas colorir alguns detalhes para ressaltar também fica bom.
Mas esse vai ficar para outra crítica porque essa já ficou
enorme. Espero que tenham gostado apesar da aula chata de psicologia. Aqui tem um desenho do Akanin. Tem png e quebra-cabeça.