O que falar da ed. 69? Que foi revolucionária? Que abalou as
estruturas da TMJ? Que deixou as ceboletes injuriadas porque elas preferem ver
a Mônica sofrendo ao lado do Cebola do que feliz com outro rapaz (ou mesmo
sozinha)? Pois é. Acho que poucas edições foram tão esperadas e polêmicas
quanto essa.
Nunca a guerra entre #teamdc e #teamcebola foi tão acirrada.
Eu, como falei várias vezes, não torço para nenhum dos dois porque sei que é
perda de tempo. Ela vai ficar com o Cebola no fim das contas, então vou torcer
para quê?
A história começa com um pequeno flashback relembrando os
últimos momentos da Ed. 68 e o Cebola dando um chiliquinho por causa do beijo.
Vocês sabem, toda aquela pose de corno traído e injustiçado.
Não sei se alguém aí já ouviu falar, mas existe um modelo proposto
pela psicóloga suíça Elisabeth Kubler-Ross em 1969 dizendo que pessoas costumam
passar por cinco estágios diferentes ao lidar com a perda ou luto.
Na ordem, as fases da perda são: negação, raiva, barganha, depressão e aceitação. Claro que elas não
passam por essas fases exatamente da mesma ordem. Pode acontecer de uma vir
antes da outra e até de a pessoa não passar por todas elas. Ou então ela passar
de uma a outra e depois regredir. Tipo, ela passa pela negação, vai para a
raiva, depois volta para a negação... Mas é consenso de que as pessoas passam
por pelo menos duas dessas fases.
No caso do Cebola, eu diria que a raiva veio primeiro por
causa dos chiliques dele no início da revista, naquela parte em que o Cascão
mandou a real rebatendo todos os argumentos dele. Olha... confesso que nessa
hora tive até vontade de dar um abraço no Cascão. Mesmo sabendo que tudo aquilo
instruído pela Magali, ele soube o que falar no momento certo e sempre teve
resposta para tudo o que o Cebola falava.
As ceboletes vão me desculpar, mas quase tudo ali foi a mais
pura verdade.
1 – Não houve nenhuma traição por parte da Mônica porque
eles não estavam sequer ficando. O próprio Cebola gostava de jogar isso na cara
dela.
2 – O tal compromisso de só namorar depois que ela fosse
derrotada também foi algo decidido unilateralmente pelo Cebola e eu não me
lembro de em momento algum ele ter perguntado a ela se concordava ou não.
E mesmo que ela tivesse aceitado em esperar, ele não cumpriu
com sua palavra. Se entre as Ed. 52 e 63 se passaram um ano, então entre a 34 e
69 deve ter se passado um ano e meio, talvez mais. E em 35 edições ele só
tentou derrotá-la uma única vez na Ed. 62 e mesmo assim foi só para satisfazer
o próprio ego, não para reatar o namoro.
Quer dizer, o que ele fez no sentido de reatar o namoro dos
dois? Qual o esforço dele em derrotá-la? Tá, ele andou fazendo algumas coisas
boas para ela e tal, mas tentar derrotar mesmo, necas. Se ele não cumpriu com
esse compromisso, ela não tinha obrigação nenhuma de continuar esperando.
3 – Sobre a tal obsessão em ser melhor que a Mônica, justiça
seja feita: ele já tinha falado na Ed. 34 que não era sua intenção ser melhor
que ela e sim estar a sua altura. Pelo menos para mim isso ficou bem claro, ao
contrário do que o Cascão falou.
4 – Ele realmente não tinha nenhum direito de achar ruim com
ela por ter beijado o DC porque já xavecou várias outras garotas e só não ficou
com elas por falta de oportunidade. Se bem que no caso da Amanda, sejamos
justos, ele preferiu ir atrás da Mônica.
Sem falar que o Cascão esqueceu de mencionar a Hortência,
Xabéu e também a Iara. Se a Hortência fosse de carne e osso, ele teria ficado
com ela sem hesitar.
5 – O Cebola estava demorando uma eternidade para derrotar a
Mônica. E se levasse anos? Então ela ia ter que ficar sozinha só esperando por
ele? E se isso não acontecesse nunca? Já pensou os dois velhinhos num asilo com
ela ainda esperando enquanto ele continua enrolando e de quebra xavecando as
enfermeiras?
Considerando que a Mônica é impaciente, mandona e gosta de
tudo do seu jeito, foi mesmo uma grande façanha ela ter esperado tanto sem
tentar encostá-lo na parede.
6 – Ninguém pode culpar a Mônica por eles não terem ficado
juntos, porque ela fez de tudo. Deu o primeiro passo, tentou fazer acontecer,
ficar bem com o Cebola, ceder, etc. Nada disso funcionou porque para um
relacionamento dar certo, é preciso a cooperação de duas pessoas e não tinha
comprometimento nenhum por parte dele.
Tudo parecia correr bem, mas foi só o Cascão mencionar a
palavra “plano” para tudo desandar. Se bem que eu não culpo o Cebola por ter
pensado assim, já que a Mônica tinha mesmo feito isso no passado.
É aí que entramos no próximo estágio, o de negação. Sim,
nesse caso, a raiva veio primeiro. Mas como disse antes, nem sempre a seqüência
das fases é obedecida. Depois que o Cascão vai embora desanimado ao ver que não
tinha conseguido enfiar nada naquela cabeça dura, há um corte para o shopping
do Limoeiro, onde Mônica e Magali conversam sobre o que tinha acontecido.
Essa parte deve ter surpreendido muita gente, que esperava
que a Magali fosse incentivar a Mônica a ficar com o DC. Só que isso faz muito
sentido, embora pareça doideira. É o seguinte: quando uma mulher está num
relacionamento doentio e complicado, ela tem certa dificuldade em enxergar o
que está acontecendo. Então, quando tentamos abrir seus olhos, ela entra em
negação e justifica tudo de ruim que o sujeito faz e ainda inventa trocentas
qualidades para ele. No fim terminamos emocionalmente exaustos e ela não mudou
nada.
Então nesses momentos o melhor é não discordar e sim dizer
para que continue nessa situação. Assim ela enxerga por si só o absurdo que está
vivendo. É tipo uma psicologia reversa. E mais uma vez, a Magali também só
falou verdades. Doeu, deixou a Mônica p da vida, mas tudo foi mesmo verdade.
Não importava quantas cebolices o Cebola fazia, a Mônica sempre perdoava tudo e
continuava com ele. Estava na hora de ela enxergar essa realidade se quisesse mudar
algo.
Claro que também não podia faltar a atuação da Denise, a
rainha das fofoqueiras. Graças a ela, pudemos saber o que os outros estavam
pensando. Claro que a opinião da Carmem e do Titi foram um nojo, mas esses dois
não contam porque tem a cabeça vazia.
Outra coisa boa foi ela ter esclarecido que não fez aquilo
para fazer ciúmes no Cebola, como muita gente achava. Ela fez porque quis
mesmo, porque seguiu o coração. A Mônica pode ter muitos defeitos, mas nunca
seria capaz de usar alguém dessa forma.
Eu gostei muito da participação da Denise e a Petra foi bem
fiel a personagem. Sempre se achando, sempre confiante e irreverente. E mesmo
assim mostrou grande maturidade ao dizer que a felicidade da Mônica era somente
dela e que ela só devia satisfações a si mesma e a mais ninguém.
Realmente, no fim das contas nosso dever é para com nós
mesmos, não com outras pessoas. Se passarmos a vida sempre preocupados com o
que os outros falam ou deixam de falar, vamos viver infelizes, frustrados e
doentes. Fica a dica.
Ah, claro, todos deviam estar esperando o DC aparecer, não
é? Ele apareceu e não foi sozinho. O Toni também entrou em cena tentando usar
psicologia reversa para fazê-lo mudar de idéia e desistir da Mônica.
Agora, eu só não entendo por que ele quer tanto ficar com a
Mônica se não gosta do seu jeito de ser. Mas isso acontece na vida real,
acreditem ou não. É tipo namorar o Che Guevara e depois querer que ele raspe a
barba. Talvez tudo o que o Toni queira seja amansar a Mônica para massagear seu
ego, para ter poder sobre ela. Infelizmente tem homem que namora com mulher
independente e depois tenta mudá-la de todo jeito.
Mas é engraçado ele realmente achar que pode mudar a Mônica
sendo que ela sempre saiu por cima e até lhe deu uns sopapos.
Nessa hora nós também temos uma clara visão de como o DC
sente em relação ao jeito dela, pois disse gostar como ela é, diferente do
Cebola que só vê defeitos e mais nada. Não, o DC não é cego, burro ou iludido.
Ele enxerga sim os defeitos dela e sempre fala quando discorda de algo.
Acontece que para ele, as qualidades são mais importantes, entendem? É uma
questão de custo-benefício que ele acha valer a pena.
Também tem outra coisa legal que ele fala é sobre ela não
ser nenhum prêmio para ser conquistado. Ele a vê como uma pessoa de carne e
osso, com vontades e desejos. Para o namoro acontecer, ela também tem que
querer e decidir. Não está só nas mãos dele. Nessa hora ele mostrou muita
maturidade e sensatez. Claro, ele é o Do Contra, então é normal que se comporte
diferente dos outros rapazes da revista.
Não faz sentido querermos ficar com uma pessoa só para
mudá-la em tudo. Não
seria melhor procurarmos alguém que tenha mais a ver com o que queremos?
Só que há uma inconsistência nessa história. Na Ed. 36 ele
deixou bem claro que queria conquistar a Mônica primeiro antes de pensar em namoro. Ou ele
amadureceu durante esse tempo, ou então temos uma pequena contradição aí. Se
bem que ele é todo contrariado, então deixa quieto.
Finalmente os dois se encontram. Não foi exatamente como
esperávamos, mas vá lá. Eles precisavam mesmo conversar, né? Só que sem toda a
galera em cima botando pressão. Essa parte deles tentando fugir do shopping foi
um bom alívio cômico para toda a tensão que tinha se formado. Especialmente
quando eles tentam andar bem de levinho para não chamar a atenção da Dorinha.
Foi hilário!
Quando finalmente puderam conversar, vemos como a Mônica
estava nervosa por achar que devia uma satisfação, mas ele a tranqüilizou dizendo
que estava disposto a esperar, pois sabia que ela tinha gostado de outra pessoa
a vida inteira e esse tipo de coisa não se desfaz da noite para o dia.
Ele quer sim uma chance e deixou isso bem claro, mostrando
também que estava disposto a se esforçar para fazer dar certo. Mas por saber da
história dela com o Cebola, decidiu ser paciente para que ela não fizesse tudo
precipitado. E ele estava certo com isso, pois para ficar com ele, tinha que
ser de coração.
Enquanto eles estavam curtindo um momento fofo, o Cebola
aparece espiando por detrás de uma árvore, que nem tinha feito na Ed. 36. É aí
que começamos a ver o que ele sente ao ver os dois juntos, porque se sentiu mal
ao vê-los abraçados e principalmente como a Mônica parecia tranqüila e em paz
nos braços de outro rapaz. Bem... com ele as coisas sempre foram na base do
estresse, das brigas, angustia e ansiedade, então não sei se podemos esperar
que a Mônica se sentisse em paz com ele.
Sabe, existem várias formas de amar e mostrar esse
sentimento. Nem sempre precisa ser essa coisa neurótica e angustiante que
muitos acreditam. Uma pessoa pode muito bem trocar um amor arrebatador e
intenso, mas cheio de neuroses, por outro não tão intenso assim, mas que dê paz
de espírito e tranqüilidade. Eu, particularmente, prefiro a paz de espírito.
É aí que ele realmente afunda no estado de negação, porque
se recusa a enxergar o que estava acontecendo de verdade. Mesmo se sentindo
ferido por ver os dois juntos, e realmente deve doer demais ver alguém que
gostamos feliz com outra pessoa, ele insistiu em achar que tudo era um plano.
Agora, vemos o próximo estágio, que é o da barganha. Ele
acreditou que tudo era um plano para a Mônica fazê-lo correr atrás dela, então
na cabeça dele, se mostrasse indiferença, ela deixaria o plano de lado e
correria atrás dele. Entendem? É tipo uma barganha, negociação. Nessa fase, a
pessoa acha que se fizer algo e negociar, os fatos mudarão. Foi o que ele
tentou ao fingir que não estava se importando e até falou aquele monte de coisas.
Ela tentou conversar com ele, se entender e ver se ainda
tinha jeito de eles se acertarem. Mas como estava totalmente iludido, ele não
enxergou isso e acabou falando um monte de... de... titica. Tudo mentira, como
ele mesmo deixou claro, mas obviamente a Mônica não sabia disso e acabou
tomando uma decisão: ficar com o DC.
Quando a viu indo embora com seu rival, ele voltou ao estado
de negação, que não durou muito quando Magali apareceu, esclareceu tudo e ainda
deu mais um banho de realidade nele.
E tudo o que ela disse era mesmo verdade, especialmente que
ele não estava fazendo bem para a Mônica e que ela merecia coisa melhor. Aí ele
cai na real e vê o tamanho da titica que fez. Só que aí é tarde e a história
termina com ele caindo no estágio da depressão dizendo que perdeu a Mônica para
sempre.
A última fase é a da aceitação, quando a pessoa se conforma
com o que aconteceu e passa a agir de forma mais positiva. Só que essa ainda
pode demorar bastante. Nas próximas edições, o Cebola pode continuar oscilando
entre a raiva e a depressão, fazer mais cebolices, talvez arrumar outra garota
para se vingar da Mônica... tudo pode acontecer.
Well, não vou negar que a história foi... emocionante. Claro
que eu prefiro sagas cheias de aventura, ação e bons vilões, mas essa história
também foi boa dentro do que se propôs: fazer com que a Mônica desistisse do
Cebola e partisse para outra. E estava mais do que na hora de ela acordar,
tomar vergonha na cara e desencanar dele.
Não vou negar que até senti um tantinho assim de pena dele,
mas não durou muito porque lembrei que ele estava apenas colhendo o que
plantou.
O fala Maurício pergunta em certo ponto se existe vida após
a morte de um amor. Será que ele também vai desistir dela? Vai arrumar outra
namorada? Como a Mônica vai ficar se isso acontecer? Sim, porque ao se
libertar, ela também o libertou. Então, se ele aparecer com outra menina, ela
não poderá reclamar de nada e espero que a Petra não cometa a heresia de
deixá-la sofrendo, chorando e quase se matando caso isso aconteça. Um pouco de
dignidade não faz mal a ninguém.
E falando em dignidade, só espero que ela também não faça a
Mônica correr atrás do Cebola novamente e se humilhar para tê-lo de volta. Ela
correu atrás dele a vida toda, se esforçou para que as coisas dessem certo e
fez o que pode. Agora, acho que está na hora de ele se esforçar um pouquinho
mais, né? Não é justo deixar tudo nas costas de uma pessoa só enquanto a outra
não faz nada.
Agora vamos aguardar as próximas edições para ver o que
acontece. Não sei se vocês notaram, mas a Mônica e o DC não terminaram a
revista namorando. Ele pediu a Mônica que pensasse no assunto, mas não a pediu em namoro. Então o caso
deles ainda não está fechado e muita coisa pode acontecer.
Agora falta entrar em contagem regressiva. Sim, porque nós
sabemos muito bem que isso tem data de validade, embora indefinida. Isso não
vai durar e é bem capaz que eles nem cheguem a namorar. Aí vai ser o fim do
mundo, né? A Mônica não namora o DC, mas o Cebola aparece namorando outra
garota enquanto ela fica sofrendo, chorando e se arrastando para ele. Tomara
que a Petra nos surpreenda e não faça isso.
Quer dizer, o Cebola perdeu a Mônica porque foi um idiota,
então não é se comportando como um idiota que ele irá tê-la de volta. Tomara
que ele comece a amadurecer nas próximas edições e não o contrário. Ou será que
ele ainda vai fazer muito mais cebolices no futuro? Sei lá, não sei se consigo
esperar coisa boa desse personagem.Quer dizer, ele poderia ter resolvido tudo com um simples "me desculpe" e "eu te amo", mas preferiu jogar titica no ventilador, então paciência.
Hoje tem duas imagens e vários pngs para vocês. Divirtam-se!


Se quiserem ouvir outra opinião, tem esse vídeo: