quarta-feira, 15 de outubro de 2014

TMJ#74: Umbra - Críticas


Finalmente pude ler a tão esperada ed. 74. Eu até tinha lido mais cedo esse mês, mas achei melhor dar mais tempo a quem ainda não tinha lido porque minhas críticas tem spoilers. E eu também queria ler os gibis que foram referenciados na história, mas ainda não tinham sido lançados. Agora, se preparem porque a crítica ficou longa!

Aliás, se você ainda não leu, aconselho ler primeiro porque senão pode estragar o suspense.

O enredo da história, por si só, já saiu bem do lugar comum e dos draminhas do quotidiano. Eles saíram do limoeiro para uma viagem a uma cidade do interior para fazer um trabalho sobre a Jumenta Voadora. Quer dizer, só de terem saído do Limoeiro já faz a leitura valer mais a pena.

A história começa com todos na estrada, sendo que o Quim dirige o carro levando o pessoal Para Sococó da Ema. Sim, nessa história ele tem 18, mas não vamos discutir sobre idade agora, né?

Logo nas primeiras páginas, a coisa fica sinistra. Não tem mimimi nem enrolação. Enquanto todos estavam numa boa apreciando a viagem, Cebola vê algo na estrada e faz com que o Quim gire bruscamente o volante do carro, jogando todo mundo para fora da estrada. Pois é, pessoal. Cebola que se preze tem que fazer cebolice logo no início. O que me surpreendeu foi ninguém ter dado uma bronca nele, já que esse gesto detonou o carro e podia ter custado a vida de todos.

Ninguém falou nada sobre a menina no meio da estrada, foi como se o assunto tivesse sido esquecido. Acho que nessa parte, ficou parecendo que cortaram algumas coisas, sei lá.

E como toda boa história de terror sempre tem coincidências inexplicáveis, eis que aparece a Madame Creuzodete e Berenice, o que foi uma surpresa para mim porque pensei que elas nem fossem aparecer. Caramba, em pouco mais de 10 páginas a história já começa a ficar legal? É isso aí!

Enquanto o Quim ficou para resolver o lance do carro, a turma seguiu para a cidade junto com Creuzodete e Berenice. Confesso que no início, achei meio ruim o Quim ter ficado de fora, mas depois entendi que a aventura tinha que ser entre os quatro e que ele ia ficar meio que sem finalidade na história.

Quando chegaram, a cidade estava em festa e adivinhem quem eles encontraram? Sofia! Eu gosto quando ela aparece nas histórias porque é bem humorada e alegre. Não sei por que o pessoal ficou com tanta fixação pela Agnes. Claro, a Agnes é bonita, magrinha, tem um rosto meigo e... só. Como vilã, achei legalzinha, mas nada que realmente me cativasse. Já Sofia foi corajosa e decidida o suficiente para renunciar a suas amizades de muitos anos para defender o que achava certo. E mesmo assim ela continuou ao lado da Penha durante o coma porque apesar de tudo, é sua amiga.

Nessa história teve muitas surpresas e coisas que eu adorei. A participação da Denise não é uma surpresa, mas é sempre muito boa nas histórias do Emerson. É quando vemos o seu potencial como personagem, com todo seu humor, jeito irreverente e sempre fazendo as coisas do seu jeito. E, claro, seus chistes bem humorados sempre alfinetando a Mônica.

A reação dela ao encontrar as amigas em Sococó da Ema foi hilária, tipo a gente esperava uma coisa e veio outra, com ela surtando por se sentir sufocada pelos amigos por toda parte. Só me surpreendeu vê-la adotar o estilo sertanejo porque eu nunca a vi mostrando essa tendência nas historias da TMJ. Dos gibis eu não sei. Sem falar que me pareceu assim meio exagerado ela trabalhando como empresária de tantas pessoas famosas. Sei lá, eu não confiaria tamanha responsabilidade a uma pessoa que tem menos de 18 anos, mas vamos deixar quieto que a história é boa.

Uma característica marcante nessa história é o humor. Muitas tiradas boas, situações engraçadas e cômicas, piadas e aquelas caricaturas dos personagens que eu adoro ver. É muito legal ver como coisas assustadoras, tipo a Magali falando que um deles estava marcado para morrer, foram misturadas com situações de humor quando a Mônica e o Cebola logo apontaram para o pobre do Cascão. Nessa hora até que teve um pouco de “Mônica x Cebola”, mas num nível suportável que não fez meu estômago embrulhar.

A parte em que o Cascão endoida ao descobrir que não tem wi-fi na casa, depois o Cebola surta geral porque não vai dar para jogar vídeo-game e até fala em morte lenta e agonizante. Uma forma bem humorada de revelar o que estava para acontecer a seguir, não acham?

E a invasão de pernilongos no quarto? Já passei por isso algumas vezes e é o terror porque essas porcarias só atacam quando fazem aquele calorão dos infernos e nos obrigam a ficar debaixo das cobertas quase morrendo assados. E o barulhinho que fazem do lado de fora é puro terror psicológico! Céus, essa passagem cômica foi, a meu ver, a melhor da revista.

E a briga deles por causa do lençol? O horror! O pavor! E será que minha mente poluída foi a única a notar que Mônica e Cebola estavam deitados na mesma cama, um ao lado do outro? Só mesmo nas historias do Emerson para a gente ver algo assim! É ao mesmo tempo inocente e malicioso. Por falar em malícia, também foi engraçado ver o Cebola ficando com mais calor ainda ao ver a Mônica só de pijama. Pois é, os hormônios estão pipocando! Aliás, mais para frente nós também vemos Cascão e Magali dormindo na mesma cama, um ao lado do outro. Uia! Mas é claro que nesse caso não tem nada de mais. Eles são amigos de infância, praticamente irmãos. Não é a primeira vez que ocupam o mesmo quarto para dormir.  

Vê-los nadando no lago deu até vontade de entrar na água também. Ainda mais que hoje está fazendo um calor dos infernos. Nem o pobre Cascão escapou da brincadeira! Foi bem descontraído e também contribuiu com o clima de mistério.

Mas não vamos esquecer que é uma história de terror e isso nos é lembrado quando eles vão nadar no lago e o Cebola percebe aquela cicatriz estranha no braço e, sem perceber, fala com aquela fadinha e depois leva o maior susto quando ela diz que morreu ali. Eu teria borrado de medo. E vocês? Sem falar da surpresa ao descobrir que aquilo não era um lago e sim um rio, fundo, escuro e onde já tinha morrido gente. Bem tenso, não?

Quando eles vão investigar sobre a lenda da Jumenta Voadora, vemos que o pessoal da cidade parece esconder alguma coisa, especialmente quando tentam abafar aquele sujeito que começou a falar demais e soltou que houve uma grande tragédia naquela cidade e que seus filhos tinham desaparecido. É meio clichê de filme de terror, onde a cidadezinha aparentemente pacata esconde um segredo sinistro que todos tentam manter por debaixo dos panos, mas nessa história deu bem certo.


Agora, surpresa mesmo foi a gente esperar tanto pelo beijo dela com o Xaveco e o Emerson, trollão como ele só, nos dar outra coisa muito diferente. Sim, eu aposto que muita gente ficou de cabelo em pé quando viu a quarta capa e descobriu que a Denise não ia beijar o Xaveco. Alguns até tiveram esperança de que aquele pudesse ser o Xaveco mais bonitão e marombado, mas não teve jeito.

Essa parte despertou sentimentos bem antagônicos. Começou linda e romântica, com um beijo para lá de quente. Depois terminou com o sujeito levando um tapão na cara e com a Denise perguntando se ele achava que ela era pirulito. Só mesmo a Denise para dar uma tirada como essa! Mas no fim eles acabam se dando bem, apesar da revolta dela em saber que o Xaveco tinha um primo tão... “nham-nham” e não lhe falou nada.

E para deixar todo mundo ainda mais curioso, ele chega todo cheio de mistérios falando que também tem uma namorada chamada Denise e depois dizendo que a história ia se repetir. Existem especulações sobre ele ser um Xaveco alternativo, vindo de um universo paralelo onde aquela história já teria acontecido. Isso poderia explicar o fato de ele ter uma namorada tão parecida com a Denise e com o mesmo nome. Mas isso vai ficar para os palpites da ed. 75. Não vamos apressar as coisas!

Aos poucos, o mistério vai desenvolvendo e o terror também até culminar no ataque dos fantasmas contra a turma. Sério, essa parte foi puro terror! Tremendo poltergeist. O garoto do violino tentando avisar do perigo iminente, mais um mistério sendo criado (quem ou o quê é essa tal serpente?) e os fantasmas atacando o resto da turma. A mensagem era bem clara: todo mundo tinha que vazar dali.

Acho que se eu for falar de cada detalhe dessa história, irei escrever um livro porque essa ed. é bem complexa, elaborada, cheia de detalhes e cenas que merecem ser faladas. Como normalmente a MSP é obrigada a publicar historias de uma edição só porque a Panini não quer sagas, tudo acaba ficando meio espremido, corrido e sem um bom desenvolvimento. Isso não acontece nessa edição, que tem um bom andamento. Nem muito depressa, nem muito devagar e com encheção de lingüiça.

Outra coisa foi ter elementos que nos lembra os gibis, tipo a Creuzodete tendo uma conversa tão legal com a Magali, com aquele papo de bons sentimentos atraírem espíritos de luz e tal, e no fim ela cobrar pela consulta e pelo telefonema. Já vi isso no gibi, quando a Mônica ia fazer alguma consulta e no fim a mulher dava seu preço, mostrando que o lance era mais comercial. Foi divertido ter um pouco dos gibis na TMJ.

Também chamou bastante a atenção essa história remeter aos gibis, como se fosse uma espécie de complemento ou continuação do que começou lá nas histórias da TM. As duas revistas são Mônica 94 e Cascão 94, que foram lançadas pouco depois da ed. 74.

Na Mônica 94 eles também vão a Sococó da Emma no festival da Jumenta Voadora, mas nos gibis não há muitas explicações, só mostram a parte boa e meiga da lenda. Falaram da moça boazinha que distribuía comida para as crianças, mas ninguém falou da filha dela. A parte sombria ficou por conta da TMJ. Mas foi uma boa história, bem engraçada e com direito a Jumenta aparecendo no final, mostrando que ela pode realmente existir. Além do mais, a Berenice também apareceu. Por acaso mais alguém aí notou o carrinho de churros da D. Florinda no meio da festa? Tinha o Quico, o Seu Madruga e até o Chaves. Quem fez essa página, adora mesmo o seriado do Chaves, hein?

E não sei se é impressão minha, mas eu achei o cara que apareceu na página 22 bem parecido com aquele encrenqueiro que chamou a história da Jumenta de farsa. Enfim... essa história do gibi é tipo uma pequena introdução a da TMJ, mas a leitura não é obrigatória. Dá para apreciar do mesmo jeito.

No Cascão 94 apareceram os amigos do Xaveco. Dois deles eram o Zé Beto e Crispiano, que apareceram crescidos na ed. 74. E também outras duas meninas. Uma é Bia, que é surfista. Outra é Melissa, que é gótica e irmã do namorado da Xabéu. Pelo que falaram, elas também irão aparecer no futuro.

As situações que os personagens enfrentaram são um tanto clichê de filme de terror, admito, mas ficaram muito bem feitas e nem parecem tão clichês assim. Algumas passagens foram bem assustadoras. Para muitos, aquele poltergeist na cabana da Berenice foi super assustador, mas a meu ver assustador mesmo foi a parte em que a Magali é possuída pelo porta-voz e fala aquelas palavras para o Cebola depois que a Berenice conta a história completa da Jumenta Voadora.

Só por curiosidade, aquela porta vermelha aparece no filme Sobrenatural 2. Nesse filme, a porta é a passagem para uma dimensão sombria que existe paralela a nossa e é habitada por almas atormentadas. Um lugar nada bom de se viver, ou morrer. Deve ter sido para lá que o Cebola foi enviado após morrer.

Ah, sim! A morte do Cebola! Uma passagem que está fazendo todo mundo endoidar o cabeção e arrancar os cabelos. Meldels, será que o Cebola morreu mesmo? O que será das histórias futuras? Ele não vai ressuscitar?

Conforme imaginei, a morte dele foi deixada no finalzinho da história, quando ele resolveu contrariar o bom senso e sair da cabana para explorar a floresta. Pois é, gente. Enquanto a Mônica morreu para salvar a vida de outras pessoas, o Cebola morreu porque foi desmiolado mesmo. E também arrogante achando que podia desafiar o sobrenatural e sair ileso. Cebolice no mais alto nível!

E mais mistérios também. O Xavecão disse que a história ia se repetir. Certamente devia estar falando da história da fadinha que morreu. Ou será que ele viveu outra situação semelhante? Esse personagem está mostrando ser um grande mistério e até agora não dá para saber quem ele é realmente e como se encaixa na história.

Eu não posso deixar de dar um grande elogio a parte final da edição, que começou tranqüila e descontraída com Mônica, Cascão e Magali indo para a festa e terminou tensa e dramática depois que o violinista apareceu de repente no meio do palco e começou a tocar aquela música, dando ao Cebola sua sentença de morte. Os três chorando debaixo da chuva, o desespero da Mônica e a repetição de algumas passagens da história enquanto as cenas eram mostradas. Foi algo muito envolvente, que prendeu a atenção e despertou a curiosidade deixando os leitores aflitos por mais.

Oh, crueldade, por que a TMJ só pode ter 120 páginas? Pois é. Não é nada fácil esperar um mês inteiro para ver o desfecho da história e a resposta para algumas perguntas. Entre elas, a maior é: quem é a tal serpente? Vou falar mais quando escrever meus palpites sobre a ed. 75, senão esse tópico vai ficar quilométrico.

Mas tem uma coisa eu não posso deixar de falar. Pelo menos nessa história nós tivemos de volta um pouco da turma clássica. Divertida, unida, com fortes laços de amizade e que zoam um do outro. Por causa desse maldito dramalhão de novela mexicana que criaram com a Mônica e o Cebola, a turma ficou dividida nas outras histórias.

Toda a trama passou a focar na Mônica ou no Cebola enquanto Cascão e Magali foram praticamente esquecidos. Mas nessa ed. foi diferente. Eles não só apareceram como também tiveram participações importantes e engraçadas. Dessa vez, eles não foram meros acessórios feitos só para dar volume. Eles realmente participaram da história e eu estava sentindo muita falta disso, de aventuras onde os quatro participam sem que um ofusque a presença do outro. Eu sei que é turma da Mônica e, por isso, é natural que ela receba um pouco mais de destaque. Mas do jeito que vem acontecendo ultimamente, praticamente todo o destaque era dado a ela e ao Cebola em segundo lugar, deixando Cascão e Magali (que também são personagens principais) de fora.

Eu realmente que nas histórias futuras eles resolvam esse problema porque sinto muita falta da turma unida de antes.

A única restrição que eu tenho não é necessariamente sobre a história e sim sobre o spoiler que o Emerson deu sobre a morte do Cebola. Tudo bem que aqueles teasers deram um suspense a mais na história e eu gostei de ir lendo e lembrando das frases que eu vi junto com as imagens que ele foi postando todos os dias. Isso foi legal. O problema foi ele ter falado da morte do Cebola. Isso não estragou a história, mas admito que teria sido muito mais legal se ele tivesse deixado como uma grande surpresa. Acreditem, o impacto teria sido muito maior para os leitores. Confesso que saber disso tão antecipadamente meio que tirou um pouco da diversão. Eu gosto de ser surpreendida.  

Para finalizar, tem um desenho da Denise que refiz. Tem png e quebra-cabeça. Eu também estou refazendo a cena do Cebola morto, mas não tive tempo de terminar.

Agora vamos esperar sair a capa da ed. 75 para eu dar meus palpites. Isso sim é uma saga para ninguém botar defeito!





E aqui tem outra opinião sobre a ed. desse mês:


6 comentários:

  1. Acho que o Emerson, de certa parte, é um pouco maldoso. Veja o exemplo de minha amiga "cebolete", ela chorou de soluçar até quase desmaiar. Foi triste, mas ela não pode reclamar do melhor fim de edição

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    1. (essas falas eu gravei de cabeça, então pode ter um errinho)

      E acho interessante o fato de todas as edições do Emerson repetir algumas falas como você mencionou, como exemplo a edição 51: "a vida é muito engraçada. Quando vc acha que, finalmente, está tudo bem... a vida te dá uma rasteira... e você cai de cara na lama. É tudo tão absurdo... tão irreal... que parece até mentira... um sonho" e no fim ele acrescenta " não, a vida não é engraçada. Ela é muito cruel." com o bj da penha e do Cebola. Assim como terminou a 74: "o q foi, magali, vc ta bem? N cebola, n to nd bem. estou sentindo algo no peito... um vazio imenso no coração... é como se... como se um de vocês... estivesse marcado pra morrer aqui"

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  2. Mallagueta, quando eles chegam na casa da Berê, a Magali começa a ter más sensações. Ela diz que teve a impressão de que alguém estivesse marcado pra morrer lá. Mas ninguém morreu ali. O Cebola morreu do outro lado daquela porta vermelha. Então o que significa essa impressão dela? Você sabe?

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    1. Talvez não fosse pra morrer especificamente na casa e sim naquela cidade.

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    2. Até que faz sentido se for dessa forma!

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  3. Uma coisa curiosa/engraçada - na página 13 a Creuzodete fala ''Segura, Berenice! Nós vamos bater!''. Frase que virou piada na internet por causa de um vídeo da Leila Lopes (no limite da morte). lol haha

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