Finalmente pude ler a tão
esperada ed. 74. Eu até tinha lido mais cedo esse mês, mas achei melhor dar
mais tempo a quem ainda não tinha lido porque minhas críticas tem spoilers. E eu
também queria ler os gibis que foram referenciados na história, mas ainda não tinham
sido lançados. Agora, se preparem porque a crítica ficou longa!
Aliás, se você ainda não leu,
aconselho ler primeiro porque senão pode estragar o suspense.
O enredo da história, por si só,
já saiu bem do lugar comum e dos draminhas do quotidiano. Eles saíram do
limoeiro para uma viagem a uma cidade do interior para fazer um trabalho sobre
a Jumenta Voadora. Quer dizer, só de terem saído do Limoeiro já faz a leitura
valer mais a pena.
A história começa com todos na
estrada, sendo que o Quim dirige o carro levando o pessoal Para Sococó da Ema.
Sim, nessa história ele tem 18, mas não vamos discutir sobre idade agora, né?
Logo nas primeiras páginas, a
coisa fica sinistra. Não tem mimimi nem enrolação. Enquanto todos estavam numa
boa apreciando a viagem, Cebola vê algo na estrada e faz com que o Quim gire
bruscamente o volante do carro, jogando todo mundo para fora da estrada. Pois
é, pessoal. Cebola que se preze tem que fazer cebolice logo no início. O que me
surpreendeu foi ninguém ter dado uma bronca nele, já que esse gesto detonou o
carro e podia ter custado a vida de todos.
Ninguém falou nada sobre a menina
no meio da estrada, foi como se o assunto tivesse sido esquecido. Acho que
nessa parte, ficou parecendo que cortaram algumas coisas, sei lá.
E como toda boa história de
terror sempre tem coincidências inexplicáveis, eis que aparece a Madame
Creuzodete e Berenice, o que foi uma surpresa para mim porque pensei que elas
nem fossem aparecer. Caramba, em pouco mais de 10 páginas a história já começa
a ficar legal? É isso aí!
Enquanto o Quim ficou para
resolver o lance do carro, a turma seguiu para a cidade junto com Creuzodete e
Berenice. Confesso que no início, achei meio ruim o Quim ter ficado de fora,
mas depois entendi que a aventura tinha que ser entre os quatro e que ele ia
ficar meio que sem finalidade na história.
Quando chegaram, a cidade estava
em festa e adivinhem quem eles encontraram? Sofia! Eu gosto quando ela aparece
nas histórias porque é bem humorada e alegre. Não sei por que o pessoal ficou
com tanta fixação pela Agnes. Claro, a Agnes é bonita, magrinha, tem um rosto
meigo e... só. Como vilã, achei legalzinha, mas nada que realmente me
cativasse. Já Sofia foi corajosa e decidida o suficiente para renunciar a suas
amizades de muitos anos para defender o que achava certo. E mesmo assim ela
continuou ao lado da Penha durante o coma porque apesar de tudo, é sua amiga.
Nessa história teve muitas
surpresas e coisas que eu adorei. A participação da Denise não é uma surpresa,
mas é sempre muito boa nas histórias do Emerson. É quando vemos o seu potencial
como personagem, com todo seu humor, jeito irreverente e sempre fazendo as coisas
do seu jeito. E, claro, seus chistes bem humorados sempre alfinetando a Mônica.
A reação dela ao encontrar as
amigas em Sococó da Ema foi hilária, tipo a gente esperava uma coisa e veio
outra, com ela surtando por se sentir sufocada pelos amigos por toda parte. Só
me surpreendeu vê-la adotar o estilo sertanejo porque eu nunca a vi mostrando
essa tendência nas historias da TMJ. Dos gibis eu não sei. Sem falar que me
pareceu assim meio exagerado ela trabalhando como empresária de tantas pessoas
famosas. Sei lá, eu não confiaria tamanha responsabilidade a uma pessoa que tem
menos de 18 anos, mas vamos deixar quieto que a história é boa.
Uma característica marcante nessa
história é o humor. Muitas tiradas boas, situações engraçadas e cômicas, piadas
e aquelas caricaturas dos personagens que eu adoro ver. É muito legal ver como
coisas assustadoras, tipo a Magali falando que um deles estava marcado para
morrer, foram misturadas com situações de humor quando a Mônica e o Cebola logo
apontaram para o pobre do Cascão. Nessa hora até que teve um pouco de “Mônica x
Cebola”, mas num nível suportável que não fez meu estômago embrulhar.
A parte em que o Cascão endoida
ao descobrir que não tem wi-fi na casa, depois o Cebola surta geral porque não
vai dar para jogar vídeo-game e até fala em morte lenta e agonizante. Uma forma
bem humorada de revelar o que estava para acontecer a seguir, não acham?
E a invasão de pernilongos no
quarto? Já passei por isso algumas vezes e é o terror porque essas porcarias só
atacam quando fazem aquele calorão dos infernos e nos obrigam a ficar debaixo
das cobertas quase morrendo assados. E o barulhinho que fazem do lado de fora é
puro terror psicológico! Céus, essa passagem cômica foi, a meu ver, a melhor da
revista.
E a briga deles por causa do
lençol? O horror! O pavor! E será que minha mente poluída foi a única a notar
que Mônica e Cebola estavam deitados na mesma cama, um ao lado do outro? Só
mesmo nas historias do Emerson para a gente ver algo assim! É ao mesmo tempo
inocente e malicioso. Por falar em malícia, também foi engraçado ver o Cebola
ficando com mais calor ainda ao ver a Mônica só de pijama. Pois é, os hormônios
estão pipocando! Aliás, mais para frente nós também vemos Cascão e Magali
dormindo na mesma cama, um ao lado do outro. Uia! Mas é claro que nesse caso não
tem nada de mais. Eles são amigos de infância, praticamente irmãos. Não é a
primeira vez que ocupam o mesmo quarto para dormir.
Vê-los nadando no lago deu até
vontade de entrar na água também. Ainda mais que hoje está fazendo um calor dos
infernos. Nem o pobre Cascão escapou da brincadeira! Foi bem descontraído e
também contribuiu com o clima de mistério.
Mas não vamos esquecer que é uma
história de terror e isso nos é lembrado quando eles vão nadar no lago e o
Cebola percebe aquela cicatriz estranha no braço e, sem perceber, fala com
aquela fadinha e depois leva o maior susto quando ela diz que morreu ali. Eu
teria borrado de medo. E vocês? Sem falar da surpresa ao descobrir que aquilo
não era um lago e sim um rio, fundo, escuro e onde já tinha morrido gente. Bem
tenso, não?
Quando eles vão investigar sobre
a lenda da Jumenta Voadora, vemos que o pessoal da cidade parece esconder
alguma coisa, especialmente quando tentam abafar aquele sujeito que começou a
falar demais e soltou que houve uma grande tragédia naquela cidade e que seus
filhos tinham desaparecido. É meio clichê de filme de terror, onde a
cidadezinha aparentemente pacata esconde um segredo sinistro que todos tentam
manter por debaixo dos panos, mas nessa história deu bem certo.
Agora, surpresa mesmo foi a gente
esperar tanto pelo beijo dela com o Xaveco e o Emerson, trollão como ele só,
nos dar outra coisa muito diferente. Sim, eu aposto que muita gente ficou de
cabelo em pé quando viu a quarta capa e descobriu que a Denise não ia beijar o
Xaveco. Alguns até tiveram esperança de que aquele pudesse ser o Xaveco mais
bonitão e marombado, mas não teve jeito.
Essa parte despertou sentimentos
bem antagônicos. Começou linda e romântica, com um beijo para lá de quente.
Depois terminou com o sujeito levando um tapão na cara e com a Denise
perguntando se ele achava que ela era pirulito. Só mesmo a Denise para dar uma
tirada como essa! Mas no fim eles acabam se dando bem, apesar da revolta dela
em saber que o Xaveco tinha um primo tão... “nham-nham” e não lhe falou nada.
E para deixar todo mundo ainda
mais curioso, ele chega todo cheio de mistérios falando que também tem uma
namorada chamada Denise e depois dizendo que a história ia se repetir. Existem
especulações sobre ele ser um Xaveco alternativo, vindo de um universo paralelo
onde aquela história já teria acontecido. Isso poderia explicar o fato de ele
ter uma namorada tão parecida com a Denise e com o mesmo nome. Mas isso vai
ficar para os palpites da ed. 75. Não vamos apressar as coisas!
Aos poucos, o mistério vai
desenvolvendo e o terror também até culminar no ataque dos fantasmas contra a
turma. Sério, essa parte foi puro terror! Tremendo poltergeist. O garoto do
violino tentando avisar do perigo iminente, mais um mistério sendo criado (quem
ou o quê é essa tal serpente?) e os fantasmas atacando o resto da turma. A
mensagem era bem clara: todo mundo tinha que vazar dali.
Acho que se eu for falar de cada
detalhe dessa história, irei escrever um livro porque essa ed. é bem complexa,
elaborada, cheia de detalhes e cenas que merecem ser faladas. Como normalmente
a MSP é obrigada a publicar historias de uma edição só porque a Panini não quer
sagas, tudo acaba ficando meio espremido, corrido e sem um bom desenvolvimento.
Isso não acontece nessa edição, que tem um bom andamento. Nem muito depressa,
nem muito devagar e com encheção de lingüiça.
Outra coisa foi ter elementos que
nos lembra os gibis, tipo a Creuzodete tendo uma conversa tão legal com a
Magali, com aquele papo de bons sentimentos atraírem espíritos de luz e tal, e
no fim ela cobrar pela consulta e pelo telefonema. Já vi isso no gibi, quando a
Mônica ia fazer alguma consulta e no fim a mulher dava seu preço, mostrando que
o lance era mais comercial. Foi divertido ter um pouco dos gibis na TMJ.
Também chamou bastante a atenção
essa história remeter aos gibis, como se fosse uma espécie de complemento ou
continuação do que começou lá nas histórias da TM. As duas revistas são Mônica
94 e Cascão 94, que foram lançadas pouco depois da ed. 74.
Na Mônica 94 eles também vão a
Sococó da Emma no festival da Jumenta Voadora, mas nos gibis não há muitas
explicações, só mostram a parte boa e meiga da lenda. Falaram da moça boazinha que
distribuía comida para as crianças, mas ninguém falou da filha dela. A parte
sombria ficou por conta da TMJ. Mas foi uma boa história, bem engraçada e com
direito a Jumenta aparecendo no final, mostrando que ela pode realmente
existir. Além do mais, a Berenice também apareceu. Por acaso mais alguém aí
notou o carrinho de churros da D. Florinda no meio da festa? Tinha o Quico, o
Seu Madruga e até o Chaves. Quem fez essa página, adora mesmo o seriado do
Chaves, hein?
E não sei se é impressão minha,
mas eu achei o cara que apareceu na página 22 bem parecido com aquele
encrenqueiro que chamou a história da Jumenta de farsa. Enfim... essa história
do gibi é tipo uma pequena introdução a da TMJ, mas a leitura não é obrigatória.
Dá para apreciar do mesmo jeito.
No Cascão 94 apareceram os amigos
do Xaveco. Dois deles eram o Zé Beto e Crispiano, que apareceram crescidos na
ed. 74. E também outras duas meninas. Uma é Bia, que é surfista. Outra é
Melissa, que é gótica e irmã do namorado da Xabéu. Pelo que falaram, elas
também irão aparecer no futuro.
As situações que os personagens
enfrentaram são um tanto clichê de filme de terror, admito, mas ficaram muito
bem feitas e nem parecem tão clichês assim. Algumas passagens foram bem
assustadoras. Para muitos, aquele poltergeist na cabana da Berenice foi super
assustador, mas a meu ver assustador mesmo foi a parte em que a Magali é possuída
pelo porta-voz e fala aquelas palavras para o Cebola depois que a Berenice
conta a história completa da Jumenta Voadora.
Só por curiosidade, aquela porta
vermelha aparece no filme Sobrenatural 2. Nesse filme, a porta é a passagem para
uma dimensão sombria que existe paralela a nossa e é habitada por almas
atormentadas. Um lugar nada bom de se viver, ou morrer. Deve ter sido para lá que
o Cebola foi enviado após morrer.
Ah, sim! A morte do Cebola! Uma
passagem que está fazendo todo mundo endoidar o cabeção e arrancar os cabelos. Meldels,
será que o Cebola morreu mesmo? O que será das histórias futuras? Ele não vai
ressuscitar?
Conforme imaginei, a morte dele
foi deixada no finalzinho da história, quando ele resolveu contrariar o bom
senso e sair da cabana para explorar a floresta. Pois é, gente. Enquanto a Mônica
morreu para salvar a vida de outras pessoas, o Cebola morreu porque foi
desmiolado mesmo. E também arrogante achando que podia desafiar o sobrenatural
e sair ileso. Cebolice no mais alto nível!
E mais mistérios também. O Xavecão
disse que a história ia se repetir. Certamente devia estar falando da história
da fadinha que morreu. Ou será que ele viveu outra situação semelhante? Esse personagem
está mostrando ser um grande mistério e até agora não dá para saber quem ele é
realmente e como se encaixa na história.
Eu não posso deixar de dar um
grande elogio a parte final da edição, que começou tranqüila e descontraída com
Mônica, Cascão e Magali indo para a festa e terminou tensa e dramática depois que
o violinista apareceu de repente no meio do palco e começou a tocar aquela música,
dando ao Cebola sua sentença de morte. Os três chorando debaixo da chuva, o
desespero da Mônica e a repetição de algumas passagens da história enquanto as
cenas eram mostradas. Foi algo muito envolvente, que prendeu a atenção e
despertou a curiosidade deixando os leitores aflitos por mais.
Oh, crueldade, por que a TMJ só
pode ter 120 páginas? Pois é. Não é nada fácil esperar um mês inteiro para ver
o desfecho da história e a resposta para algumas perguntas. Entre elas, a maior
é: quem é a tal serpente? Vou falar mais quando escrever meus palpites sobre a
ed. 75, senão esse tópico vai ficar quilométrico.
Mas tem uma coisa eu não posso
deixar de falar. Pelo menos nessa história nós tivemos de volta um pouco da
turma clássica. Divertida, unida, com fortes laços de amizade e que zoam um do
outro. Por causa desse maldito dramalhão de novela mexicana que criaram com a Mônica
e o Cebola, a turma ficou dividida nas outras histórias.
Toda a trama passou a focar na Mônica
ou no Cebola enquanto Cascão e Magali foram praticamente esquecidos. Mas nessa
ed. foi diferente. Eles não só apareceram como também tiveram participações
importantes e engraçadas. Dessa vez, eles não foram meros acessórios feitos só para
dar volume. Eles realmente participaram da história e eu estava sentindo muita
falta disso, de aventuras onde os quatro participam sem que um ofusque a
presença do outro. Eu sei que é turma da Mônica e, por isso, é natural que ela
receba um pouco mais de destaque. Mas do jeito que vem acontecendo ultimamente,
praticamente todo o destaque era dado a ela e ao Cebola em segundo lugar,
deixando Cascão e Magali (que também são personagens principais) de fora.
Eu realmente que nas histórias
futuras eles resolvam esse problema porque sinto muita falta da turma unida de antes.
A única restrição que eu tenho não
é necessariamente sobre a história e sim sobre o spoiler que o Emerson deu
sobre a morte do Cebola. Tudo bem que aqueles teasers deram um suspense a mais
na história e eu gostei de ir lendo e lembrando das frases que eu vi junto com as
imagens que ele foi postando todos os dias. Isso foi legal. O problema foi ele
ter falado da morte do Cebola. Isso não estragou a história, mas admito que teria
sido muito mais legal se ele tivesse deixado como uma grande surpresa. Acreditem,
o impacto teria sido muito maior para os leitores. Confesso que saber disso tão
antecipadamente meio que tirou um pouco da diversão. Eu gosto de ser
surpreendida.
Para finalizar, tem um desenho da
Denise que refiz. Tem png e quebra-cabeça. Eu também estou refazendo a cena do
Cebola morto, mas não tive tempo de terminar.
Agora vamos esperar sair a capa
da ed. 75 para eu dar meus palpites. Isso sim é uma saga para ninguém botar
defeito!
E aqui tem outra opinião sobre a ed. desse mês:
Acho que o Emerson, de certa parte, é um pouco maldoso. Veja o exemplo de minha amiga "cebolete", ela chorou de soluçar até quase desmaiar. Foi triste, mas ela não pode reclamar do melhor fim de edição
ResponderExcluir(essas falas eu gravei de cabeça, então pode ter um errinho)
ExcluirE acho interessante o fato de todas as edições do Emerson repetir algumas falas como você mencionou, como exemplo a edição 51: "a vida é muito engraçada. Quando vc acha que, finalmente, está tudo bem... a vida te dá uma rasteira... e você cai de cara na lama. É tudo tão absurdo... tão irreal... que parece até mentira... um sonho" e no fim ele acrescenta " não, a vida não é engraçada. Ela é muito cruel." com o bj da penha e do Cebola. Assim como terminou a 74: "o q foi, magali, vc ta bem? N cebola, n to nd bem. estou sentindo algo no peito... um vazio imenso no coração... é como se... como se um de vocês... estivesse marcado pra morrer aqui"
Mallagueta, quando eles chegam na casa da Berê, a Magali começa a ter más sensações. Ela diz que teve a impressão de que alguém estivesse marcado pra morrer lá. Mas ninguém morreu ali. O Cebola morreu do outro lado daquela porta vermelha. Então o que significa essa impressão dela? Você sabe?
ResponderExcluirTalvez não fosse pra morrer especificamente na casa e sim naquela cidade.
ExcluirAté que faz sentido se for dessa forma!
ExcluirUma coisa curiosa/engraçada - na página 13 a Creuzodete fala ''Segura, Berenice! Nós vamos bater!''. Frase que virou piada na internet por causa de um vídeo da Leila Lopes (no limite da morte). lol haha
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