terça-feira, 9 de dezembro de 2014

CBM#15 - A assombração do laboratório: críticas



Finalmente pude ler a ed. 15 do Chico Moço. Eu até tinha começado a escrever a crítica, mas ficou pelo meio do caminho porque estava ocupada com outros assuntos. O que eu gostei nessa história? Bem:

Um ponto positivo foi mostrar um pouco como andam as coisas entre o Chico e a Fran. Eu não sei se ela realmente desistiu, se vai tentar conquistá-lo ou só ficar de tocaia esperando ele terminar com a Rosinha. Mas parece que ele está tentando se manter afastado para não lhe dar falsas esperanças e isso é o correto a se fazer. Claro que isso pode meio que estragar a amizade, só que a Fran parece não ter assimilado muito bem a negativa dele, então esse afastamento é necessário. Do jeito que as coisas estão, qualquer atitude mais gentil dele pode ser interpretada de outra forma.

Sei como é isso. Tem gente que não é capaz de entender quando leva um fora e costuma insistir mais do que necessário, o que eu acho errado. Se a pessoa falou não, é não e pronto. Do mesmo jeito que acontece com o Paulo no fim da ed. do dia de Rosinha. Mesmo ela deixando claro que não queria nada com ele (até largou o emprego para não deixar nenhuma dúvida), o zé ruela ainda pretende insistir. Para mim, isso não é romântico. É doentio.

Voltando a história, tudo começa com um tipo de lenda: a assombração do laboratório. Pois é. Loira do banheiro é para criancinhas. O primeiro a ser atacado é o Bombeta, porque ficou no laboratório até tarde.

Ninguém acredita, mas Chico tem bastante experiência com casos de assombração e eventos sobrenaturais. E seus colegas são realmente céticos, apesar de toda aquela experiência no pantanal.

O que eu achei muito legal foi ver o Chico um pouco mais voltado para a espiritualidade. Ele não tem medo de fantasmas por conhecê-los um pouco mais e estar acostumado com eles. E seu respeito pelos mais antigos e seus conhecimentos lhe deixou mais preparado para lidar com essas entidades, como se lembrar do que sua avó tinha lhe falado sobre fantasmas que deixavam assuntos inacabados na Terra.

E dizem que isso realmente acontece. Quando o espírito deixa assuntos inacabados, não consegue seguir em frente. Nesse caso, tem a reencarnação que resolve o problema, mas isso não é o assunto do post. Ainda assim, gosto bastante desse lado do Chico, que conhece bem coisas sobrenaturais e não tem medo. Faz sentido, porque nós sempre temos medo daquilo que não conhecemos. Já ele procura conhecer e entender para não se deixar dominar pelo medo.

Outra coisa que também observei é uma maior proximidade entre Vespa e Fran, apesar de ela ainda não ter percebido as intenções dele. Mesmo ele sendo um Zé ruela, parece ter carinho e paciência apesar de saber que ela gosta de outro. Ele anda com ela, preocupa em acompanhá-la até em casa, etc. E o que ele disse sobre ela importar tanto com alguém que não queria nada com ela foi a mais pura verdade. Doeu? Sim. Foi desnecessário? Não. Uma hora ela vai ter que cair na real.

Depois de algumas voltas e investigações, ele finalmente descobre quem é a assombração. É interessante ver como ele estava atento aos detalhes, como o fato de ela usar vestido e só atacar homens sozinhos. Então veio a verdade: era o espírito de uma aluna, do tempo em que as mulheres não eram incentivadas a estudar. Ela era excelente aluna, passava até na frente dos colegas de sala ( a cara dos invejosos recalcados foi impagável). Fico imaginando como deve ter sido difícil para ela.

Antigamente, não era tão fácil para as mulheres ingressarem na faculdade como é hoje. O espaço era predominantemente masculino e elas tinham que enfrentar resistência não só da família, como também dos colegas e professores. Na medicina, por exemplo, as mulheres enfrentaram grande hostilidade por parte da sociedade e principalmente dos homens. No século 19, na Inglaterra, as primeiras moças que conseguiram ingressar numa faculdade de medicina foram vaiadas e agredidas pelos rapazes. O que a reitoria da faculdade fez? Culpou as moças pelo que aconteceu e as expulsou. A impressa as chamou de “as sete sem vergonhas”.

E uma publicação médica, intitulada Scholastic Medical, escreveu: "Nada há tão materialmente inaceitável como uma doutora em medicina. Se há paradoxo possível é a admissão da mulher na arte de curar. Se Deus tivera adivinhado que a mulher se havia de lembrar uma vez de ser doutora em medicina, certamente não incomodaria o sono de Adão para lhe tirar a costela...". Com outras áreas antes dominadas pelos homens também foi a mesma coisa. Ainda hoje, dependendo da profissão, mulher enfrenta muitos preconceitos. Especialmente no exército, o que é engraçado. Quer dizer, os homens vivem chorando porque elas não servem o exército. Aí quando elas querem servir, eles tratam com hostilidade e preconceito. Vai entender...

Pelo menos Chico conseguiu conversar com a entidade, que no fim só queria poder colher os frutos de tanto trabalho e dedicação. Não deve ter sido nada fácil morrer sem poder formar, realizar seus sonhos e tantas coisas. Ela atacava somente homens porque foi discriminada por eles no passado. Mas parece que no fim não os machucava, já que o Bombeta encontrou com ela e saiu inteiro.

Confesso que isso ficou meio ambíguo e dependendo da mentalidade de quem lê, pode ser interpretado apenas como “histeria” de uma garota inconformada por não ter dançado no baile de formatura. E de certa forma, ficou parecendo isso mesmo, o que seria bem absurdo. Quer dizer, ela passou décadas assombrando um laboratório e atacando os rapazes só porque não dançou num baile?

Só que não. Quando formamos, temos a colação de grau que é a entrega dos diplomas. Depois vem o baile, que é a celebração por termos concluído essa etapa na vida. É o fechamento de um ciclo. É mais do que apenas receber um canudo de papel e dançar depois. Para muitos, é uma grande vitória. Por isso ela ficou tão sentida por ter morrido antes de poder ir a formatura e ao baile. Claro que deixar a vida para trás com todos os sonhos é difícil, mas a dor teria sido menor se ela pudesse ao menos fechar esse ciclo.

Ela apenas queria alguém que a entendesse, saber que todo seu trabalho em desbravar uma área antes restrita não foi esquecido. E quando soube que era lembrada, viu que sua luta não tinha sido em vão, que valeu a pena ter enfrentado e vencido tanta resistência e tanta luta para se formar. Assim ela pode fechar esse ciclo e seguir em frente.

O final foi bem tranquilo, como era de se esperar. Talvez tenha sido até bom ler uma história leve depois de toda a tensão de Umbra. E a próxima edição promete ser bem legal. O que será que o Chico andou aprontando na balada a fantasia? Confesso que minha mente poluída andou pensando em várias coisas, mas pode não ter sido nada disso. É bem capaz de no fim das contas, ele nem ter feito nada. Ou, no máximo, talvez dado apenas um beijinho em alguém. De repente, nem isso. Vai ver ele andou fazendo tatuagem, ou correu pelado pela rua, subiu em cima de uma mesa e fez quadradinho de 8, coisas que os bêbados fazem e depois não lembram. Sim, porque para ter feito alguma besteira, ele deve ter tomado umas e outras. Sóbrio e com o raciocínio funcionando, ele jamais faria esse tipo de coisa.

De qualquer forma, ele vai ter que investigar e ligar os pontos para saber o que realmente aconteceu. Essa realmente me deixou curiosa.

Sabem de uma coisa que eu estou gostando no Chico Moço? É que de certa forma, as histórias seguem uma sequência. Tipo assim, cada edição é diferente, mas existe uma cronologia. Não são histórias isoladas onde uma não tem nada a ver com a outra. Há pequenas tramas dentro do Chico moço como a gravidez da Anna e a questão dele com a Fran, que ainda pode render boas histórias. Tem o sentimento do Vespa por ela, o Genesinho que não toma jeito, etc. Não sei se estou explicando direito, mas a gente v:e que existe um tipo de continuidade entre as edições, o que infelizmente não estamos vendo na TMJ.

A gente não sabe quanto tempo se passa entre uma história e outra (só quando falam), tudo parece solto e a única coisa fixa é a pendenga entre Mônica e Cebola e o namoro dela com o DC. O resto parece apenas fragmentos soltos. Eu gosto quando existem tramas menores dentro de uma maior, tipo histórias diversas mas que ao mesmo tempo se harmonizam com a principal. Sinto falta disso na TMJ.

Então é isso, pessoal. Vocês devem ter reparado que também mudei o layout do blog para o natal, por isso fiz as mudanças mais cedo. Os pngs já estão disponíveis para quem quiser usar e também tem quebra-cabeça. Vou ver se faço a critica da ed. 76 por esses dias. Eu estou dando tempo para pelo menos a maioria ler porque minhas críticas tem spoilers.

Eu também fiz umas alterações na galeria de pngs. Quando comecei a exibir os pngs, eles eram exibidos na ordem em que eram postados, de forma que o recente ficava no início. Depois eu fiz alterações na galeria para melhorar e acabaram ficando em ordem alfabética, o que eu não achei legal porque era preciso procurar muito para achar os últimos postados.

Daí consegui mudar isso. Agora, os mais recentes ficarão no topo e assim é mais fácil encontrar. Outra alteração que eu fiz foi uma combobox (em programação, chamamos assim. Não sei se tem outro nome) com o nome dos personagens. É aquela caixa onde vocês clicam numa setinha para baixo e ela mostra várias opções. Eu fiz isso para o caso de alguém querer ver as imagens onde determinado personagem aparece.

Nessa combobox tem os personagens que eu desenhei até hoje. Também tem três opções especiais:

Todos – é para mostrar todos os personagens mesmo.
Casal – Mostra apenas os casais.
Personagens diversos – é para aqueles que não fazem parte da turma, ou foram desenhados só uma ou duas vezes. Por exemplo, a Menina do Lago está nessa categoria, assim como Creuzodete, Cabeleira Negra, Jumenta Voadora... não são personagens recorrentes, que eu desenho com frequência.

Para usar, basta selecionar a opção desejada e clicar no botão “Filtrar”. Pronto. Eu testei e funciona bem, mas vou precisar que vocês testem e vejam como está funcionando, se está filtrando corretamente. Espero que gostem da mudança.



Para ver outra opinião sobre a história, acesse:


3 comentários:

  1. Boa critica Mally, eu estou pensando em fazer um hangout ao vivo no meu canal para falar da Saga Umbra e gostaria de te convidar pra participar! Se você aceitar agente combina e ajeita uma data e horário bom para ambos!
    Fica aqui o convite!

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