quinta-feira, 11 de dezembro de 2014

Comentários sobre a saga de Umbra - Primeira Parte



Um dos leitores do blog fez uma espécie de crítica de Umbra nos comentários. Como achei bem interessante, pensei que seria melhor responder tudo num post para que todos pudessem ver. Vocês podem ler aqui: TMJ#76: Umbra, a última batalha - Palpites Seria bom se lessem antes de ler esse texto.

Gente, tem uma coisa: quem quiser responder, por favor faça sem agredir, xingar nem atacar. Quem discordar, argumente com educação. Não quero saber de ninguém agredindo ninguém aqui, certo?



Agora no caso do Emerson, imagino que aconteceu o seguinte: ele escreveu a história a toque de caixa, entregou-a na redação e imediatamente embarcou no disco voador pra Marte. Só voltou quando faltava uma semana para a revista ir pro prelo. Não pode ser outra coisa em vista do salseiro que a história virou, a não ser incompetência.

A história não tem nenhum salseiro e não vi nada de incompetência nela. Sobre a Mônica e o Cebola, eles estavam juntos inicialmente e tinha até cenas de beijo. Acontece que de repente, a MSP mudou as coisas e ligou falando que ele precisava alterar alguns detalhes para adaptar a nova situação. 

O TMJ 69 – A decisão _ saiu em abril, mas ele já deveria estar sabendo da decisão de fazer Mônica e DC namorarem bem antes (no mínimo uns três meses). Emerson, portanto, teve tempo de sobra para ajeitar a história.

Será que na MSP, um roteirista fica sempre por dentro do que o outro escreve? Será que ele está sempre por dentro de todas as decisões ou só é avisado depois que tudo já foi decidido? Será que ele foi avisado com tanto tempo de antecedência assim?

O romance da Mônica com o Cebola não era relevante para essa história porque ela não era centrada nele e nem tinha que ser. Tudo o que ele queria falar sobre esses dois foi falado na ed. 52.

Além do mais, o casal Monica e DC está sob cuidados da Petra. Foi ela quem começou com eles, então é ela quem deve terminar. Os roteiristas têm meio que um código de ética entre eles, onde um não interfere nos personagens e nas histórias do outro. Se um roteirista começa um casal, o outro não tem liberdade para terminar com ele. Por isso ele fez uma pequena alteração no final para que a Mônica parasse de falar com o Cebola de novo e assim não prejudicar as histórias futuras da Petra e do Cassaro.

Apesar dessa mudança, nada do seu roteiro precisou ser alterado, tudo saiu conforme planejado porque o romance entre Mônica e Cebola não era o foco da história. Mas ainda assim, era importante que ela estivesse falando com ele, então teve que inventar a desculpa do trabalho de escola.

A história ficou ótima do jeito que está e a meu ver não precisa de “ajeitamento” nenhum. Colocar Mônica X Cebola só ia fazer tudo ficar comprido, enfadonho e atrapalhar as edições futuras.

para se neutralizar a Mônica, pode-se usar ou uma barata (TMJ 28, pág 57) ou fantasma pois ela tem medo de sobrenatural (ou os Jogos Mortíferos a curaram disso?). Como ela sai assim batendo em fantasmas (TMJ 74, pág. 80)?

A Mônica pode ter medo de fantasmas sim, mas seu sentimento de amizade é mais forte. Na ed. 39, ela não teve medo de enfrentar a Bianca para tentar salvar o Cebola. E mesmo no fim dos jogos mortíferos ela foi capaz de vencer o medo e enfrentar o Cebola-zumbi. E sim, aquele reality show pode ter curado seu medo de fantasmas. Algumas pessoas aprendem com suas experiências e amadurecem. Não é tão raro assim.

É dito na pág 52 que o cara conhece a HISTÓRIA VERDADEIRA e que tava tudo na biblioteca. A história verdadeira? Como assim? Quem a escreveu? Como soube dos fatos? Na TMJ 76, pág. 14 é dito que Berenice desapareceu e no dia seguinte o povão ficou sem entender o que aconteceu e em cima disso construíram a lenda. Se não entenderam o que aconteceu, como puderam escrever uma história verdadeira?

Nem sempre os livros de história são 100% confiáveis. Eles contam apenas a versão de quem sobrevive e vence, não a versão dos perdedores, dos oprimidos, daqueles que foram mortos.

Quem escreveu o livro falou do que sabia, do que o povo comentava. Com o tempo, as pessoas passam a crer que é verdade e não questionam. Querem um exemplo? Durante muito tempo, Tiradentes foi tido como herói. Hoje já contam uma história diferente dele. Como pode isso? Será que os livros convencionais de história estavam errados? Então não me surpreendeu o nerd falar que tudo estava nos livros da biblioteca.

Agora sobre a lenda da jumenta voadora. O que aconteceu?

Aconteceu a história trágica, quando a menina morreu. Claro que toda a cidade ficou sabendo disso, claro que as sete crianças devem ter dado alguma explicação (mentira ou verdade, alguma explicação foi dada). E se a cidade inteira ficou sabendo, a mãe dela ficou sabendo também, pois era sua filha. E depois?

Tudo teria ficado por isso mesmo, já que foi um acidente no fim das contas. Mesmo que as crianças tivessem aprontado, mesmo que elas fossem as vilãs, não havia como mandá-las para cadeia. Mas Berenice acabou fazendo o pacto com a serpente.

Então essas crianças desapareceram, a casa pegou fogo e ela sumiu da cidade. O que restou para a população? Uma menina que afogou no lago, uma casa queimada, uma mulher e sete crianças desaparecidas.

Só que ninguém sabia o que Berenice tinha feito, então com o tempo foram adocicando a história e escondendo sua parte sinistra. Quem leu a turma da Mônica deve ter visto a versão que o pai do Xaveco contou. Era essa a versão tida como oficial, que todos contavam para manter o feriado e o comércio da cidade.

A parte em que a menina morreu e as sete crianças desapareceram foi ocultada da versão oficial. Essa história caiu na boca do povo, virou lenda na cidade e foi colocada na biblioteca como história verdadeira. Paralelamente, tinham uns relatos de sete crianças malvadas que a Jumenta levou embora, uma menina que afogou no lago, mas eram apenas coisas soltas que o povo sabia.

Aí, na TMJ 74, pág. 86 a 94, Berenice conta a história adocicada da menina do lago. Mas o lance estranho é: quem mais além da Creuzodete (TMJ 75, pág. 83) sabia que a filha da jumenta era má?

Ninguém. Ela só ficou sabendo porque viu tudo na bola de cristal, mas contratou Berenice mesmo assim porque achou que poderia orientá-la a esquecer esse lance de vingança e virar uma pessoa melhor.

E qual é a versão da história verdadeira?

Já foi revelada pela Creuzodete, que tinha visto tudo em sua bola de cristal. Desnecessário repetir tudo de novo.

Por que o Cebola não questionou a Berenice quanto à inversão dos fatos? Ele não pesquisara na biblioteca a história verdadeira?

Em momento algum as 3 edições mostraram o Cebola pesquisando qualquer coisa na biblioteca. Tudo o que ele sabia da lenda foi pego apenas na internet, das entrevistas que fez aos moradores da cidade e mais tarde o relato da Berenice.

O Cebola não confrontou a Berenice com essa inversão dos fatos porque ele só soube da verdade depois que entrou em Umbra. Quando ele finalmente pode sair de lá e chegou na casa dela, o ritual já tinha sido completado. Ela colocou o crânio da jumenta na cabeça e virou aquele bicho doido que queria matar todo mundo. Acho que não dava para ele sentar e conversar com ela enquanto tomava uma xícara de chá. Além do mais, ela podia perfeitamente ter acreditado que sua filha era inocente e as sete crianças eram as vilãs. Talvez ela nunca tivesse percebido o quanto a menina era má e tinha raiva das outras crianças.

Depois vem outra coisa hilariante: a fim de proteger a casa, Magali colocou sal nas portas e janelas (TMJ 74, pág. 107)... Mas de acordo com a tradição, os fantasmas podem atravessar paredes... Ou estão submetidos à mesma maldição do Drácula, que só pode entrar numa casa se for convidado?

Em várias culturas, acredita-se que o sal tem o poder de afastar espíritos e também de purificar o ambiente, mantendo afastadas as energias negativas. Então não há nada de estranho (ou hilariante) o sal poder repelir os filhos de Umbra.

Bem, no final ficou revelado que o Xavecão era o mesmo Xaveco vindo do futuro e que portanto sabia dos fatos que ainda iriam ocorrer naqueles tempos. E fica todo apavorado quando vê que o Cebola não está com o pessoal (TMJ 74, pág 113-115) vai querer me dizer que não sabia que o Cebola ia ficar na casa e que a “história estava se repetindo”?

Em momento algum ele fala que sabia que o Cebola ia ficar na casa. O Xaveco deve ter pensado que o Cebola ia para a cidade com a turma. O simples fato de ele ter vindo do futuro não significa que ele sabia de TODOS os fatos nos mínimos detalhes. Se acontecesse de eu voltar no tempo para evitar a morte de John Kennedy, eu voltaria somente com a informação que tem disponível hoje. Seria impossível eu saber com detalhes sobre tudo o que aconteceu naquele dia, desde que ele acordou até a hora de levar o tiro.

Aí o Cebola, se já planejava filmar os fantasmas, deveria se garantir que o equipamento estava em ordem, tendo à mão tudo o que precisasse.

Ele é um pirralho de 15, 16 anos. Não sei se podemos esperar muita coisa. Até adultos podem cometer erros, por que com um jovem sem experiência vai ser diferente? Sem falar que isso foi essencial a história. Quanto ao lance de ele ter tirado pilhas da lanterna e ela ter acendido, aí pode ter sido algum erro do desenhista que alterou a ordem dos fatos. Mas e daí? Até grandes filmes e mega-produções tem erros. E esse erro não prejudicou o roteiro.

Embora estivesse concentrado na ideia de filmar fantasmas, a sua atenção é chamada para aquela chave de ossos (TMJ 75, pág. 23) e aí lembra da porta com maçaneta feita também de ossos e decide ir até lá. Nossa! Que pródigo! Vê um lugar uma única vez, repara em detalhes aparentemente insignificantes e já faz associações: uma chave de ossos deve ter sido feita para uma porta com maçaneta de ossos...

Acontece que ele gravou tudo e editou o vídeo no notebook. Então é claro que ele deve ter visto a porta várias vezes, pois tinha filmado antes. Algo como uma maçaneta feita de ossos sempre chama a atenção e nós temos mais facilidade para guardar coisas fora do comum. E cá entre nós, para mim pareceu bastante óbvio uma chave de ossos ter sido feita para abrir uma porta cuja maçaneta é também feita de ossos. Não tem nada de complicado nisso.

Ah! Notem um coisa nos dois quadros inferiores da pág. 23: o da esquerda está com os ossos partidos na parte inferior, mas no da direita, com a chave na mão do Cebola, os ossos estão inteiros... Mas que desenhista mais desatento!

Sim, foi o desenhista. Não o Emerson. Quem pesquisar, vai ver que até aconteceu de terem colocado a Marina com três mãos na ed. 52. Isso acontece, ainda mais porque os quadrinhos não são desenhados por uma única pessoa.

Além disso: ele não sentira aquele lugar pesado, ruim? Por que ainda assim iria até lá sozinho, no meio da noite? Seria ele assim tão besta? O que aguçaria tanto a sua curiosidade para ir até lá a ponto de não esperar o dia seguinte? E pra que ele ia querer abrir aquela porta se ele sabia que do outro lado havia um barranco e um buraco com um cemitério simbólico que ele já tinha visto?

O Cebola querer investigar a porta vermelha também não é novidade. Ele estava fazendo um documentário tentando descobrir a verdade por detrás da história da jumenta voadora. Como foi falado, ele era ambicioso, queria fama, reconhecimento, prestígio. Se ele teve coragem de tirar a proteção de sal que Magali tinha feito para que os filhos de Umbra voltassem a invadir a casa, então por que não teria coragem de sair para olhar a porta vermelha? 

Ele ficou tão intrigado com o mistério da porta que resolveu adiar a filmagem dos fantasmas para ir dar uma olhada. Isso podia ser importante para o documentário.

Se o Cebola ficou sabendo da história verdadeira (qual? A versão nunca é apresentada...), por que acreditou tão depressa na fantasminha malvada?

Não, o Cebola não ficou sabendo da história verdadeira, tanto que ficou até chocado quando os filhos de Umbra lhe falaram a verdade. Ele ficou apenas sabendo da lenda original, dos boatos na internet, alguns detalhes que uma pessoa e outra foi acrescentando e a versão da Berenice, mas ninguém lhe falou em momento algum que a menina do lago era má. Foi por isso que ele acreditou nela e tentou ajudá-la.

Agora vamos ver a Creuzodete, TMJ 75, pág 46 a 74. Além do Xavecão, ela era outra que sabia das coisas. Mas nenhum deles faz nada para impedir.

A Creuzodete não sabia que o Cebola tinha a marca de Ior no braço. Ela só descobriu no final da ed. 74 quando estava jogando as cartas de tarô e viu tudo só hora que ele estava para abrir a porta vermelha. Não tinha como ela ter feito nada, pois só soube dos eventos muito em cima da hora. Já o Xaveco, ao ver que o Cebola não estava com a turma tentou sim ir atrás dele para resolver as coisas, mas acabou chegando atrasado. Como falei antes, não sabemos quais informações ele tinha quando voltou ao passado. Em momento algum foi falado que ele sabia de tudo nos mínimos detalhes.

Agora questiono: o Cebola tem “ambição incontrolável”, “orgulho desenfreado” e “egoísmo capaz de passar por cima de tudo para conseguir o que quer”. Tem o “coração corrompido pela ganância”. Isso então atrairia espíritos maus, certo? Foi assim que atraiu a menina do lago. Mas peraí: o Cebola só tem defeitos? Que faltou a ele para ser um Toni? Força física? Em toda a série TMJ topamos com situações em que o Cebola expressa bondade, coragem, companheirismo. Nada disso conta? Ele é só coisa ruim e mais nada? Ou será que o Emerson não gosta dele? Por que carregou tanto assim nas tintas?

Eu sei que o Cebola tem qualidades e no fundo é boa pessoa, mas desde os gibis ele mostrava seu lado ganancioso e manipulador, sempre com planos de grandeza e capaz de passar por cima de tudo para conseguir o que queria. As pessoas têm lado bom e lado ruim, que podem se manifestar em diferentes ocasiões. O Cebola é boa pessoa, mas ainda tem um caminho longo para o amadurecimento e precisa trabalhar seus defeitos, coisa que vem sendo feita desde a ed. 71 e que irá continuar nas próximas.

Todo mundo pode atrair espíritos ruins, ainda que só em determinados momentos. Não dá para estar sempre alto astral, com as vibrações boas e pensamentos puros durante 100% do tempo. Foi por isso que, apesar de tudo, ele sentiu pena da menina sem rosto, pois não era uma pessoa realmente perversa e insensível ao sofrimento dos outros. Nada de estranho nisso também.

E na mesma edição, pág 37, outra incoerência: ele já tinha associado a chave de ossos com aquela porta por causa da maçaneta e agora quando está diante dela, pergunta como vai abrir a porta. Esqueceu? Só aí ele se lembra da chave na sua mão... É mole?

Sim, é mole. Geralmente temos pequenos lapsos de esquecimento, mas depois lembramos das coisas facilmente. E mesmo que tenha sido um erro, não prejudicou a história em nada.

Esse post está dividido em duas partes porque ficou longo demais. A segunda parte está aqui: Comentários sobre a saga de Umbra - Segunda Parte

7 comentários:

  1. Sobre o último tópico, o do esquecimento... essas pequenas incoerências não prejudicam a história. Eu atuo em uma peça em que a personagem faz uma coisa pra uma pessoa, esquece, a pessoa vai atrás, ela ainda não se lembra e somente quando a pessoa diz o que aconteceu ela se lembra - tudo isso num período menor que algumas horas. Ei achei um pouco estranho, mas considerando o público alvo, isso não prejudica o entendimento, pode até ajudar a lembrar o por quê das coisas terem acontecido.
    Eu li todo o comentário, e sinceramente não concordei. Mas não estou a fim de comentar sobre e tal, então, fico quieta.

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  2. Sobre o sal e os fantasmas: na próxima ed.75 é revelado que os Filhos de UMBRA "não eram exatamente fantasmas porque não estavam mortos nem vivos". Eles podem não poder atravessar paredes, e, com o sal nas portas e janelas, não poderiam mesmo entrar.

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    1. Isso tb responde a pergunta, valeu.

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    2. Então como é que eles entraram na casa antes? Alguém abriu a porta para eles? Certamente não poderia ser a Berenice. Mas não é estranho ser dito que ao longo daqueles 20 anos eles desenvolveram poderes? Não poderiam ter desenvolvido poderes para atravessar a matéria?

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  3. Bem, Mallagueta... Essa trama é muito complexa e daí o Emerson ter de subir de joelhos os degraus da editora para conseguir que a aceitassem, já que como eu disse, ela não ficou tão boa apesar de você e outros a defenderem.

    Se na MSP os roteiristas são autônomos e não se conversam, então a coisa vai mal. O produto deles não são revistas com histórias independentes e sim um contexto que deveria primar pela coerência e continuidade. E como eu disse, se o Emerson escreveu essa história antes do rompimento Mônica e Cebola, ele teve pelo menos seis meses para se adaptar... E como já disse, o ideal seria os roteiristas trabalharem em equipe, lendo as tramas uns dos outros e assim viriam novas ideias, sugestões e observações quanto a erros e incoerências.

    Dizer que o público alvo são os adolescentes não é justificativa razoável para a falta de cuidado. Editoras das boas cuidam do que publicam. O romance que escrevi, que há anos vem sendo revisado e ajustado, pode dispensar uma leitura crítica. Mas uma obra pouco trabalhada não pode se dar a esse luxo sob pena de se publicar porcaria.

    Com relação ao público adolescente, uma coisa é uma "licença poética", como jogar a Sofia sobre o portal da Umbra. Tecnicamente o que aconteceria é que ela se machucaria bem, mas fazendo-se a concessão de que ela é durona, então vá lá. Mas os erros que notei não têm justificativa a não ser falta de cuidado e de revisão mais primorosa.

    Eu tenho uma outra ideia de como faria essa história, mas ainda tenho de pensar mais a respeito.

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  4. Bem, Mallagueta, agora que consegui um pouco de tempo depois de resolver a maioria dos "crepes" com alunos na UFSCar, verei se posso responder às suas colocações com mais calma.

    Mallagueta: Acontece que de repente, a MSP mudou as coisas e ligou falando que ele precisava alterar alguns detalhes para adaptar a nova situação.
    Eu: _ Mas Mallagueta, como eu disse, para nós essa mudança foi vista em março e se o Emerson já estava com a trama escrita antes disso, deve ter sido informado antes mesmo da publicação da TMJ 69. Então não foi "de repente" e como eu disse, ele teve tempo de sobra para ajustar a coisa. E conforme comentei antes, esse ajuste nem consumiria muita coisa quanto você sugere e nem tornaria a coisa chata e sim daria um pano de fundo explicativo muito melhor que "voltou a falar com o Cebola só por causa de um trabalho de escola".

    Mallagueta: Será que na MSP, um roteirista fica sempre por dentro do que o outro escreve? Será que ele está sempre por dentro de todas as decisões ou só é avisado depois que tudo já foi decidido? Será que ele foi avisado com tanto tempo de antecedência assim?
    Eu: Se a Panini trabalha desta maneira, então é bom o Maurício ir procurando outra editora quando vencer o contrato, pois com o produto que vendem, não podem se dar a esse luxo. Como já disse, eles vendem UM CONJUNTO de obra e não histórias soltas.

    Mallagueta: O romance da Mônica com o Cebola não era relevante para essa história porque ela não era centrada nele e nem tinha que ser.
    Eu: _ Mas insisto neste ponto: não se trata de uma história solta e sim inserida num contexto. O romance já não existia mais e então os personagens deveriam agir de acordo com essa nova condição, ou seja, nem se falar e deixar um clima de frieza no ar.

    Mallagueta: Os roteiristas têm meio que um código de ética entre eles, onde um não interfere nos personagens e nas histórias do outro.
    Eu: _ Os roteiristas deveriam trabalhar em equipe, pois assim se ajudariam uns aos outros. Com diz o ditado: duas cabeças pensam melhor do que uma. O Cebola e a Mônica, rompidos, e agora se falando numa boa, sem constrangimento, faz a trama parecer um ponto fora da curva. Insisto nisso.

    Mallagueta: Em momento algum as 3 edições mostraram o Cebola pesquisando qualquer coisa na biblioteca.
    Eu: _ Mostra sim. Na TMJ 74 pág. 54 último quadrinho, o Cebola diz: _ Bora pra biblioteca investigar essa história!
    A meu ver, o Emerson jogou bem com a pessoas entrevistadas que deixavam pistas incompletas da lenda, mas no caso do pai revoltado, o bom seria se o Cebola fosse atrás dele e daí já saísse de forma mais clara o caso das crianças desaparecidas, deixando mais um mistério no ar.

    Mallagueta: Em várias culturas, acredita-se que o sal tem o poder de afastar espíritos e também de purificar o ambiente, mantendo afastadas as energias negativas.
    Eu: _ Você não entendeu: Magali só colocou sal nas portas e janelas, mas se os espíritos podem atravessar paredes, então de que isso adiantaria? A afirmação de que não seriam espíritos em si em nada ajuda, pois atuavam como tais...

    Mallagueta: Em momento algum ele fala que sabia que o Cebola ia ficar na casa. O Xaveco deve ter pensado que o Cebola ia para a cidade com a turma. O simples fato de ele ter vindo do futuro não significa que ele sabia de TODOS os fatos nos mínimos detalhes.
    Eu: _ Como eu disse, esse Xaveco do futuro é um complicador na trama. Se ele veio do futuro justamente por conta deste evento que rolou, como é que não veio o mais bem informado possível? Fica aqui algo a se pensar: ele não vai voltar para o seu futuro? Vai passar os próximos 10 anos (estou chutando o tempo) até se encontrar consigo próprio e dizer: _ Volte ao passado, porque tem lambança pra você consertar e a coisa se deu assim, assado, frito falta você pra fazer acontecer o cozido.

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  5. Mallagueta: Ele é um pirralho de 15, 16 anos (...) pode ter sido algum erro do desenhista que alterou a ordem dos fatos. E esse erro não prejudicou o roteiro.
    Eu: _ Mallagueta, temos uma melhor impressão quando uma história é bem escrita, bem feita e sem ERROS GROSSEIROS. Não importa que isso não prejudicou o roteiro. Até aí eu sei, mas é uma coisa que teria sido facilmente evitada se houvesse quem revisasse as histórias na fase de layout.

    Mallagueta: Acontece que ele gravou tudo e editou o vídeo no notebook. Então é claro que ele deve ter visto a porta várias vezes, pois tinha filmado antes.
    Eu: _ Um momento aí: editar os vídeos foi uma DESCULPA que o Cebola usou para ficar sozinho na casa, pois seu objetivo real era filmar os fantasmas.

    Mallagueta: Sim, foi o desenhista (...) terem colocado a Marina com três mãos na ed. 52. Isso acontece, ainda mais porque os quadrinhos não são desenhados por uma única pessoa.
    Eu: _ Esse desleixo está ficando incômodo. Lá na batalha dos ossos cruzados, notei que a Mônica também aparece com roupas diferentes...

    Mallagueta: O Cebola querer investigar a porta vermelha também não é novidade.
    Eu: _ Acontece que NADA havia para ser investigado: era apenas uma porta que sobrou de uma casa em ruínas. O que havia de um lado e do outro já era perfeitamente conhecido do Cebola. NÃO HAVIA MISTÉRIO. Este é o ponto. O Emerson deveria ter feito assim: a fantasma da menina aparecia do lado de fora (já que não podia entrar na casa por causa do sal), suplicava-lhe ajuda e indicava que havia uma chave de ossos debaixo da escada. Aí ele a pegaria, veria que a menina não tinha rosto e, todo condoído apesar de seus defeitos tão ruins, iria com ela até lá. Aí a coisa faria sentido.

    Mallagueta: Eu sei que o Cebola tem qualidades e no fundo é boa pessoa,
    Eu: _ Só que do jeito que está colocado, faz parecer que os defeitos anulam de vez essa boa pessoa no fundo (ela vai bem pro fundo mesmo).

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