sexta-feira, 17 de junho de 2016

TMJ#94 - Dentuça, eu?: Críticas




Oi, gente, desculpe o atraso. É que tive alguns probleminhas, mas não podia deixar de fazer a crítica, né?

O início da ed. foi perfeito porque usou a referencia de um filme famoso para ilustrar a grande polaridade que está por vir. Para ser sincera, eu não assisti o filme, então não me perguntem de que lado estou. Acho que do Homem Aranha mesmo.

E ao que parece, a história meio que mostra várias opiniões sobre o filme. Uns estão do lado do Homem de Ferro, outros do Capitão América, tem aqueles que só assistiram por causa do Homem Aranha e ainda tem aqueles que não curtiram. Normal. Só achei o Cebola assim meio chatinho por não ter respeitado a opinião da Mônica, dando a entender que ela “piorou” só porque não tinha gostado do filme.

Mas vamos ao que interessa: nessa edição, os desentendimentos entre a Mônica e o DC começam a ficar mais fortes e evidentes. Parece que agora eles brigam por qualquer coisa. O DC elogiou a Mônica pela crítica ao filme e ela interpretou isso como surpresa por ela ter dado uma opinião diferente.

E também foi um momento de colocar algumas feridinhas para fora, tipo o que aconteceu na ed. do sangue fresco quando a Mônica falou umas coisas bem cruéis para o DC. Achei que ele tivesse entendido que ela estava sob efeito do energético, mas pelo visto as palavras ainda ecoam na cabeça dele.

Eu gostei muito da história porque mostrou 3 coisas bem interessantes:

1 – O desespero quase doentio que as pessoas têm de querer dar pitaco nas nossas vidas.
2 – O apego que a Mônica tem pelos seus dentes como se eles fossem parte do que ela é.
3 – Mostrou como a Mônica está mais segura, confiante e que ama e aceita a si mesma independente do que os outros pensam.

Sim, pessoal, eu não sei se vocês notaram, mas as pessoas têm sim uma necessidade muito grande de querer controlar a vida e os corpos umas das outras. Quando se trata de uma mulher, aí é que a coisa piora porque muita gente ainda acha que o corpo feminino é propriedade pública e portanto tem que estar sujeito a opiniões, palpites, controle de todo tipo, etc.

Isso é bem ilustrado quando a Mônica pensa que precisa colocar aparelhos e a turma inteira começa a dar sua opinião. Muitos dizem que é um defeito que precisa ser corrigido e aos poucos a coisa vai saindo cada vez mais fora do controle até em determinado momento ela dar um chega para lá em todo mundo com um “meu corpo, minhas regras”.

A Mônica tem razão, é muito chato todo mundo ficar insistindo ad nauseam que os dentes dela são um defeito só porque não são como os de todo mundo. Qual é o problema nela ser dentuça? Por que isso incomoda tanto as pessoas?

Ao que parece, incomoda até a Magali porque além da questão de saúde, ela também parecia preocupada com a estética. E falando nisso, não gostei muito da Magali nessa história. Intrometida demais para o meu gosto considerando que a decisão deveria ser somente da Mônica. Tudo bem que saúde é coisa séria e deve ser sempre levado em consideração, mas isso não nos dá o direito de pressionar as pessoas para tomarem a decisão que achamos correta.

Foi por isso que detestei a atitude dela de ligar para o Cebola. Não sei, de repente eu sou muito ranzinza e levo tudo a ferro e fogo, mas a Magali não tinha o direito de contar nada para o Cebola, muito menos de atiçá-lo para pressionar a Mônica a fazer o que ela achava certo.

Gente, nós temos que ter cuidado com isso. Muitas vezes a gente quer ajudar um amigo e acaba desrespeitando o seu direito de escolha. Nos tornamos invasivos, desrespeitosos, queremos a todo custo que esse amigo tome a decisão que NÓS achamos ser a melhor e não levamos seus sentimentos em consideração. É difícil, não nego, mas temos que ter paciência e se for o caso, respeitar a decisão da pessoa mesmo não concordando com ela.

Já o Cebola... bem... no caso dele admito que as intenções até eram boas, mas o jeito que ele fez isso meio que... não sei.

Por um lado, admito que ele estava mesmo preocupado com a Mônica, que a questão estética estava em último plano e ele não importava se ela ia ou não ficar dentuça, o importante é que ficasse bem. Admito isso. Por outro lado, ele também agiu de forma invasiva e desrespeitosa, inclusive colocando a Denise no meio porque isso acabou expondo a Mônica (e um assunto particular dela) para o colégio inteiro.

Mas sei lá... Cebola fazendo cebolice é tão normal que eu nem sei porque ainda fico surpresa com isso. Pelo menos as intenções dele eram realmente boas. Se bem que o Capitão Feio disse certa vez que não importam as intenções e sim os resultados. Bom... Pelo menos os resultados não foram desastrosos porque a Mônica soube dar um chega para lá nos enxeridos de plantão.

Fico feliz que ela tenha conseguido se impor e dado um bom cala boca na turma inteira, inclusive no Licurgo.

Só que a pressão não é apenas para ela usar aparelhos. Também existe uma pressão para ela não usar. O DC parece que quer levar até as últimas conseqüências o desejo de ser  diferente, tanto que acabou tomando a direção oposta ao achar que ela devia se manter como está a qualquer custo, mesmo sentindo dores de cabeça.

Inicialmente pode parecer que ele está respeitando a decisão dela, mas olhando melhor vemos que ele apenas age assim porque concorda com ela. E se a Mônica decidisse usar aparelhos? Será que ele ia continuar gostando dela do mesmo jeito? É isso que foi colocado em dúvida.

E agora levanta a questão de que eu falei na crítica da ed. 69: o DC ama a Mônica como ela é ou só porque a acha diferente? E as outras qualidades dela? E a pessoa que ela é por dentro? Sabe, ela tem razão para ficar magoada sim, ainda mais sabendo que ele não respeita a decisão dela e isso levantou o receio de que ele seria capaz de terminar o namoro caso ela ficasse com os dentes normais. Chato isso, viu?

Bom, será esse o início do fim? O começo do desenlace entre eles? Ou será que eles vão se acertar no futuro? Bem... confesso que o título do último capítulo não deu lá muitas esperanças. Os Docônicos devem estar bem preocupados a essa altura.

Tudo bem, já sabíamos que isso iria acontecer. Claro que eu estou achando um tanto decepcionante eles estarem tentando passar a mensagem de que o sentimento do DC não era realmente para valer. Mesmo sabendo que o namoro deles tem data de validade, pelo menos poderia ter sido algo verdadeiro enquanto durasse. Bom, pelo menos espero que tenha sido verdadeiro da parte da Mônica, porque seria terrivelmente clichê eles virem com a história de que ela nunca gostou do DC de verdade e que no fundo só é capaz de amar o Cebola.

Mas sabe... eu até que gostei da última parte quando Cebola tentou conversar com a Mônica mais uma vez. Sério, aquele plano dele foi tão tosco que não conseguiu convencer a Mônica nem por dez segundos. Ele está perdendo o jeito, hein?

O que eu mais gostei foi a Mônica ter deixado bem claro que o Cebola não ia mais conseguir brincar com as inseguranças dela. Isso serviu para mostrá-lo que ele não ia mais conseguir manipulá-la como antes. Aliás, foi minha parte preferida da história: ver que ela se ama e se aceita do jeito que é. Apesar de algumas inseguranças (que todo mundo tem), ela se sente feliz sendo ela mesma, não importando o que as outras pessoas pensam ou deixam de pensar. É ela quem define sua identidade, não a opinião das outras pessoas.

Outra coisa que eu estava esperando era eles terem uma conversa sobre o passado. Foi bem esclarecedor. Claro que eu não compro a idéia de que ele a zoava porque gostava dela, mas isso não vem ao caso agora. Se o Maurício aprova essa ... “desculpa”, então tá aprovado. Quem sou eu na fila do pão para falar o contrário, né?

Eu aposto que os Cebônicos devem ter pulado de alegria nessa parte. Sejam sinceros, pessoal. Até dancinha da vitória deve ter rolado!

De qualquer forma, foi muito fofo ele ter mostrado real preocupação por ela, muito diferente da Magali ou do DC que só queriam impor o jeito deles de pensar. O Cebola gosta da Mônica como ela é, mas caso ela resolva mudar a aparência, ele vai continuar gostando do mesmo jeito.

E essa conversa entre eles foi muito útil porque diminuiu o apego que a Mônica tinha com os seus dentes. Antes ela achava que eles eram parte essencial dela. Depois aprendeu que não precisa de dentes para ser quem ela é e com isso conseguiu se desapegar a ponto de ceder na sua decisão de nunca mudá-los.

Vejam bem: ela não queria usar aparelhos, mas viu que caso fosse preciso, o universo não ia explodir por causa disso. Tudo ia ficar bem porque não são os dentes que a definem. Ótima conclusão se me permitem dizer. E isso os aproximou ainda mais ao passo que acabou criando uma rachadura no namoro dela com o DC.

Tanto que no fim da história, ela nem quis saber do namorado. Olha, fiquei assim com peninha do DC porque deve ser desesperador querer falar com uma pessoa e ela nos ignorar. Bem... o DC tem o jeito dele de ser e não podemos esperar que ele seja sempre perfeito, né?

Muita gente deve ter achado essa atitude errada, mas vamos olhar o lado dela, né? O DC nunca a apoiou de verdade, só estava interessado em manter a “diferença” a todo custo. Em momento algum ele mostrou preocupação sincera com as dores de cabeça dela, não parou para pensar que o preço de manter a tal diferença talvez fosse alto demais. E sem querer, passou a mensagem de que não ama a Mônica como ela é e sim somente as coisas que, na opinião dele, a tornam diferente.

Sim, a Mônica é diferente e eu sei disso. Não é qualquer garota que consegue parar caminhões desgovernados ou suportar ataques de alivulpex. Mas o que o DC está fazendo é reduzi-la a somente isso, entendem? E as outras qualidades dela, será que não importam para ele? Deve ter sido por isso que ela ficou magoada, porque percebeu que se precisasse mesmo mudar os dentes, ele talvez não continuasse gostando dela.

A solução para a dor de cabeça dela também foi muito elegante. No fim ela nem precisou tomar a decisão de usar ou não aparelhos porque os problemas eram nos dentes sisos.

Eu tive que tirar os sisos há uns anos atrás, mas foram os quatro de uma vez só. Levou mais de duas horas, fiquei com a boca toda dormente por causa da anestesia e fiquei uns três dias só de sopinha, iogurte e sorvete, mas valeu a pena. Olha eles aí!

Bom, eu gostei muito da história, foi bem bolada, tensa, deu até aflição em algumas partes, mas tudo se resolveu bem. Mostrou como as pessoas podem se tornar muito invasivas sob o pretexto de boas intenções e também o quanto a Mônica estava apegada aos dentes como parte da sua identidade. Gostei de como ela ficou mais segura consigo mesma, também observo um amadurecimento da parte dela.

Antes, era só neura e insegurança. Agora ela está bem consigo mesma e acho isso muito legal. Esse tempo afastada do Cebola fez muito bem para ela, sejamos sinceros.

E, pelo visto, foi o início da reaproximação deles e muitos já devem estar de dedos cruzados. A única coisa que eu espero é que o fim do namoro dela com o DC não seja tão traumático ou desagradável, não precisa ser assim. Foi bom enquanto durou, serviu para libertá-la da neura do Cebola, trouxe coisas boas, fez com que ela entendesse que seu destino é decisão dela e não o que as outras pessoas esperam que ela faça. Isso foi muito importante para o amadurecimento dela.

Agora pode ser que ela tenha mais equilíbrio. Não pode ficar perdoando toda e qualquer mancada, mas também não pode ser tão intolerante a falhas, tem que ter um meio termo.

Bem... agora só falta esperar o que vai acontecer nas próximas edições, né? Eu ainda acho que eles vão enrolar mais um pouco para decidir o destino desses três. Mas tudo bem, também quero outras histórias e com outros personagens, não faço nenhuma questão desse triângulo amoroso. Por mim, eles podiam deixar isso lá para a ed. 150.

Essa foi a crítica do mês, pessoal. Espero que tenham gostado!

Antes que me esqueça: eu não sou #TeamCebola e nem #TeamDC. Sou #TeamMonica. Que um dia ela perceba que não precisa de um namorado para ser feliz e que quando o namoro com o DC acabar, que ela tenha tempo para si mesma, estabelecer sonhos, prioridades, etc. A vida dela não tem que girar ao redor do umbigo nem do DC, nem do Cebola.

Para mais opiniões, confiram o vídeo do Canal Opinião Turma da Mônica Jovem:



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