Hoje vou finalmente fazer a crítica de mais uma ed. da CBM.
Nossa, já passou da ed. 50 e ainda estou encalhada na 34? Meldels...
Bom, a história dessa ed. foi boa, embora um tanto previsível.
É um tipo de história bem recorrente:
1 - Rapaz humilde começa cantando porque gosta. Ele tem vários
amigos e apesar das dificuldades leva uma vida feliz.
2 – Um dia ele é descoberto por um empresário super
ganancioso que o convence a assinar algum contrato.
3 – O rapaz passa a fazer um sucesso estrondoso, ganha
dinheiro, fãs e popularidade.
4 – Mas então ele começa a mudar por causa desse sucesso,
tudo por influência do empresário.
5 – Ele começa a se afastar das suas origens, deixando
amigos e família de lado. E quando alguém tenta abrir seus olhos, fica na
defensiva e briga com todos.
6 – Por causa disso fica isolado e sozinho com seu sucesso. Começa
a se sentir triste, frustrado e a questionar se é isso que ele quer.
7 – Aí vem a parte da redenção. Depois de muito pensar, o
rapaz descobre quem é e o que quer da vida, desiste da fama estrondosa e se
reconcilia com todos.
8 – E tudo termina num final feliz, com ele basicamente
voltando ao ponto de partida (ou pelo menos continuando a carreira, mas não tanto
quanto antes).
Imagino que muitos devem ter visto isso em algum lugar. Mas mesmo
assim a história foi bonita, pois mostrou valores importantes como família,
amizade, focar nos nosso sonhos (nossos sonhos de verdade) e nunca esquecer
quem somos. A frase de que mais gostei foi “Quando se lembrar de quem você é,
vai estar livre para ser o que quiser.”
Realmente, temos que saber quem somos e o que queremos. E o
mais importante: nunca perder isso de vista. É fácil se distrair com tantas
coisas ao nosso redor, pessoas querendo muitas vezes impor o que elas acham
certo, tantas idéias, doutrinas, ideologias, etc. Nem sempre é fácil manter o
foco.
Foi legal ver o conflito do Chico, que se sentiu mal em
estar na faculdade enquanto seus pais davam duro para lhe ajudar nos estudos. Eu
também me sentiria mal no lugar dele, mas largar tudo para voltar para a roça não
seria uma boa solução. Por quê? Simples: seus pais deram um duro danado para ajudá-lo
a chegar onde está agora. Deixar tudo só vai jogar no lixo todo o trabalho que eles
tiveram antes.
E depois, o Chico está batalhando para melhorar de vida. Isso
será bom para ele, seus pais e outras pessoas a quem ele poderá ajudar no
futuro. Se ele for bem sucedido na sua carreira, poderá dar aos seus pais uma
velhice tranqüila e feliz. E finalmente, o Chico poderá dar aos filhos dele uma
vida melhor e com mais oportunidades. É por isso que apesar de tudo ele precisa
continuar.
Felizmente ele é batalhador e esforçado, arrumando trabalho
consegue suavizar a carga de trabalho dos seus pais.
Se bem que eu achei o dono do restaurante um tantinho assim
folgado e explorador. Quer dizer, quanto custa um cantor com o talento do Chico?
Duvido que seja barato. Será que o aumento de salário que o sujeito lhe deu
chega a esse valor? E o pior é que o sujeito ainda obrigou o Chico a começar
mais cedo para compensar o tempo de palco. Oi? Ele dá com uma mão e tira com outra?
A carga de trabalho do Chico aumentou. Será que o salário aumentou na mesma
proporção? Olha a mais-valia aí genteeee!
O empresário do Chico é algo que precisa ser comentado. Curioso
como aos poucos ele vai dando pistas do que é de verdade. Primeiro tomando café
super quente, depois falando em demo, em querer a alma do Chico, etc. Ele é o típico
empresário clichê. Procura ser simpático e carismático, mas é um poço de ganância.
Promete que a vida do Chico não vai mudar, mas o força a trabalhar alem do seu
limite, afastando-o das pessoas que ama. Sem falar que a criatura sempre quer
mais e mais dinheiro.
Mas mesmo com todos esses clichês, a história teve momentos
muito bonitos como o Chico cantando sua primeira musica, com uma letra linda. Quer
dizer, eu não gosto muito de gente cantando em quadrinhos porque só leio a
letra e não consigo imaginar a melodia. Mas foi bonito mesmo assim. O melhor de
tudo foi a redenção do Chico, quando rosinha reuniu todas as pessoas que se
importam com ele de verdade para abrir seus olhos.
A parte dele chorando ao ouvir sua primeira musica quase me
deixou comovida, foi muito bonita mesmo. Especialmente quando sua avó apareceu para
falar com ele.
Ah, e aquele tapa que a Fran deu na cara dele? Meldels, foi
tenso! Não aprovo nenhum tipo de violência, mas acho que foi necessário.
De certa forma, foi uma pena a carreira do Chico ter
acabado. Ele até que ficou bem ajeitado vestido de cowboy e rebolando no palco.
Uma pena a revista não ser animada... queria ter visto isso.
O que me deixou curiosa ao longo da história foi a
identidade do passarinho que tentou ajudá-lo. Nem imaginei que poderia ser a
Mariana, irmãzinha do Chico que morreu quando ele era criança. Eu lembro dessa
história e de que quase chorei com o final. Triste mesmo.
Foi legal terem trazido a irmã dele para suas histórias e
melhor ainda foi o fim que aquele caipiroto levou. A criatura bem que mereceu. Espero
que ela apareça de novo, nunca me conformei realmente por ela ter morrido. Sei
lá, as vezes penso que fizeram isso só para não terem que administrar uma nova
personagem nas histórias dele, o que teria dado trabalho e mudado muita coisa.
Mas outras vezes penso que foi importante porque ensina as
crianças que existe a morte, que muitas vezes perdemos entes queridos e
precisamos lidar com isso. Sem falar que me lembro de outra história do Chico onde
Mariana retorna no futuro, como filha dele. Só espero que dessa vez seja para ficar
e não para morrer tão nova.
Essa foi a crítica da CBM 34, pessoal. Espero que tenham
gostado. Foi legal ver uma edição com o Chico na faculdade ao invés de vivendo
alguma aventura doida por aí. Imagino que muitos sintam falta disso também.
Vou ver se solto a crítica da ed. 35 logo, assim fico em dia
com tudo.
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