quinta-feira, 11 de dezembro de 2014

Comentários sobre a saga de Umbra - Segunda Parte

Esse post está dividido em duas partes porque ficou longo demais. A primeira parte está aqui: Comentários sobre a saga de Umbra - Primeira Parte


Outra roubada aqui é: se aquele violinista prevê o futuro, então como é que não previu que fantasminha malvada ia pedir ajuda ao Cebola e este, levando a chave na mão, iria direto para o portal?

O violinista prevê o futuro, mas a ênfase é na morte das pessoas. E quem garante que ele já não tinha visto o futuro? No fim da história, Cascão apontou a possibilidade de ele já ter visto tudo e usado a turma para derrotar Berenice e libertá-los.

Fazendo parênteses: desde quando alguém ficou famoso por filmar fantasmas? Se ficou famoso, certamente não foi com o tipo de fama que o Cebola desejaria ter...

Na vida real, pessoas podem perder a credibilidade ao filmar fantasmas, mas lembre-se de que estamos numa história fictícia, então nem tudo vai correr como na vida real. No mundo dos quadrinhos, uma pessoa pode sim ficar famosa por filmar fantasmas. Aliás, na vida real também há investigadores paranormais e até programas sobre o assunto. E mesmo que no mundo da TMJ uma pessoa pudesse ser desacreditada ao mostrar fotos e filmagens de fantasmas, como um moleque de 15/16 anos ia saber de toda essa história?

Sem falar que todo esse ceticismo aconteceu num tempo em que o espiritismo ainda não era muito conhecido, assim como investigações de assuntos paranormais. Nesse tempo, tal assunto ainda era novidade e tudo o que é novo sempre esbarra no ceticismo e na resistência das pessoas. Mas é bom lembrar que ele só queria ficar famoso com filmagens de fantasmas, não mudar a ciência e a religião. Seu documentário era investigativo, não científico.

Já que ele é tão sagaz para fazer associações em segundos, como o caso lá da chave, por que não perguntou:

_ Mas que idade tinha Berenice quando foi mãe? O caso aqui foi há 20 anos e agora parece uma nonagenária! Ela teve a filha aos 70 e pouco?

Que importância isso teria para a história NAQUELE momento?

Aí quando foi advertido de que era muito perigoso tirar o crânio de dentro da Umbra, juntando dois mais dois: era só uma questão de dar tempo ao tempo: Berenice morreria e o sem o crânio, assunto resolvido.

Acontece que para libertar os filhos de Umbra, seria preciso fazer a menina do lago passar pela porta. Só que com a morte da mãe, é claro que ela ia ficar com medo e jamais iria querer chegar perto da porta. 

E precisaria do crânio verdadeiro? Inteiro? Por que ele não perguntou o que aconteceria se levasse só os galhos?

Se levassem um crânio falso, a menina poderia ter percebido. E é lógico concluir que ela ia precisar do crânio inteiro, do jeito que estava no dia em que ela tentou assustar as sete crianças. Não fazia sentido nenhum levar só os galhos. Se destruir o crânio resolvesse alguma coisa, os filhos de Umbra já teriam feito isso há vinte anos atrás.

Incrível como num ambiente com variáveis tão desconhecidas, o Cebola bola um plano infalível sem se informar de nada, sem fazer reconhecimento do terreno, sem saber onde estava o inimigo e o que ele fazia...

Dessa vez, o Cebola foi pego por sua arrogância, porque subestimou os inimigos e não pensou em quaisquer imprevistos que poderiam estragar o plano. A Dona Morte o alertou de sua arrogância quando ele falou que seu plano era infalível. Nessa hora, ele ainda não tinha caído na real. E na boa... Como ele ia saber que a Berenice deu veneno para seus amigos, os enterrou no cemitério e usou seus espíritos como servos? O plano poderia mesmo ter funcionado se não fosse esse revés.

O Cebola é muito pior morto do que vivo... O Xavecão deveria saber disso antes de esmurrá-lo (TMJ 76, pág. 36). Já pensou se ele bate a cabeça numa pedra e morre?

O soco que ele levou do Xavecão foi bem merecido. Mas duvido que tenha sido suficiente para matá-lo. E mesmo que fosse, toda a titica já foi feita. A menina do lago pegou o crânio e o ritual ia ser completado. Então que diferença faria se ele morresse naquela hora? Se o mundo já estava à beira de ser condenado, o que mais poderia acontecer?

Aí fica revelado que a ideia de fazer o documentário sobre a lenda da jumenta voadora foi um plano diabólico do Cebola. E o Xavecão o acusa de SABER dos perigos, mas não avisar ninguém. Mas como ele ia saber que era perigoso? Os boatos na internet sobre os filhos da Umbra advertiam quanto a isso? Se havia mesmo perigo, será que ele não avisaria aos amigos?

O Cebola sabia dos filhos de Umbra pela internet e fingiu não saber de nada para fazer o documentário e ficar famoso, mas não imaginava que tudo poderia ser tãaao perigoso assim. Não havia como ele saber que tinha uma entidade maligna querendo destruir o mundo. Em lugar nenhum falaram disso. Ele pensou que fossem somente fantasmas, que talvez houvesse algum perigo mas nada tão grave assim a ponto de condenar toda a humanidade.

Às vezes tomamos decisões sem saber do alcance que ela pode tomar em nossas vidas. Se ele soubesse realmente que tudo isso ia acontecer, tenho certeza de que não teria feito nada. Ele só fez porque apesar dos boatos sobre os fantasmas, não imaginou realmente que isso ia colocar seus amigos e o resto da humanidade em perigo. Ele foi olho grande, arrogante e ganancioso, mas em momento algum agiu de má fé sabendo que ia prejudicar as pessoas.

O que foi feito daquela resolução que ele tomou de que não iria mais errar, nem ia mais apelar para planos ou golpes baixos (TMJ 71, pág, 123)?

Isso era sobre como lidar com a Mônica e reconquistá-la, não com trabalhos de escola. E ninguém muda de um dia para outro. São alguns passo para frente, outros para trás, recaídas, mais aprendizado, talvez outras recaídas... isso acontece.

O problema com essa aí de o Cebola saber dos boatos, etc e tal, é que não havia qualquer razão plausível para que ele escondesse o motivo de ir até lá para fazer o documentário. É possível até que o pessoal achasse uma boa, já que havia a versão oficial e a oficiosa e uns misteriosos filhos da Umbra...

Mas o resto da turma tinha o direito de saber onde estava se metendo e escolher se queriam ou não participar desse trabalho. Se eles ainda aceitassem correr o risco, seria por decisão deles. Além do mais, ele sabia que a Mônica tinha certo medo de fantasmas e o Cascão costuma ser medroso. Havia chances de ninguém querer correr esse risco só pra ele ficar famoso.

Os espíritos da turma voltam aos seus corpos, e eles despertam. Bem, considerando que um metro cúbico de terra pesa duas toneladas e meia... A Mônica talvez tivesse força o bastante para tirar a terra de cima dela. A Magali poderia usar sua magia para se teleportar (dá até impressão que usou...), mas e o Cascão? Onde ele arrumou força para sair? Eles foram enterrados sem caixão e aí o Cascão não teria como se mover, nem respirar, nada... Vacilo.

Não tem vacilo nenhum aí. No fim da ed. 75, quando Berenice enterrou os corpos, as covas não pareciam muito profundas. Só o suficiente para manter um corpo enterrado lá dentro. A terra não deve ter sido socada e pisada e com a água da chuva que caía, deve ter amolecido bastante. Então dava sim para eles terem saído sem grandes problemas.

Na TMJ 76 pág. 91 e 92 vemos que há algo errado nessa tão enfática afirmação de que o Cebola é tão, mas tão, mas tão egoísta mesmo: ele aceita arriscar sua vida para derrotar a jumenta. Que ultra egoísta faria isso?

O Cebola aceitou arriscar sua vida para derrotar a jumenta porque após ter sido confrontado com seus erros e defeitos, é claro que ele se arrependeu do que fez e queria consertar. Como falei antes, ele pode ser muitas coisas, mas não é uma pessoa realmente má ou perversa. E já mostrou em edições passadas que é capaz de reconhecer seus erros e aprender com eles. Tudo isso aconteceu DEPOIS de ele tomar consciência dos seus erros e conseqüências.

No fim a jumenta vê aquela ilusão da filha sendo levada, mas onde aparece que a fantasma real foi levada para a Umbra? O certo teria sido mostrar alguns dos filhos da Umbra a levando para lá. Muito que bem, a Bailarina fez a Berenice acreditar que via sua filha sendo levada, mas aí nem precisaria do meteoro do Absinto: era só manter a ilusão até que a Berenice atravessasse o portal...

Antes da Berenice ser atraída para a porta de Umbra, ela foi atingida por aquele raio disparado pelas sete crianças mais o Cebola. Isso a enfraqueceu bastante e pode ter feito com que ela não conseguisse sentir a presença da sua filha. Ou então aquela luz separou as duas, fazendo com que a menina fosse mandada para dentro da porta primeiro. Isso não ficou lá muito claro e para ser sincera, nem importa muito.

Uma vez que a Berenice atravessasse o portal, ele tinha que ser fechado rapidamente ou ela poderia voltar para trás. Se a Bailarina mantivesse a ilusão levando-a lá para dentro, poderia correr o risco de ficar presa lá também. E tem o seguinte, o objetivo era usar todos os filhos de Umbra, cada um desempenhando um papel diferente nessa luta. Então o Absinto tinha que fazer alguma coisa e para falar a verdade, ficou muito mais legal ele jogar o meteoro na Berenice do que ela simplesmente ter atravessado a porta atrás da ilusão da Bailarina.

Jogar a Sofia sobre o portal é meio esquisito. Já que o Xavecão veio do futuro e sabia de tudo, o melhor seria ter uma dinamite à disposição... Tudo bem, o que aconteceu dá um toque de humor.

Para querer dinamitar a porta, o Xavecão teria que saber da existência dela, só que no caso dele algumas lacunas não foram preenchidas, pois não é explicado como é o futuro de onde ele veio, quais eventos aconteceram e os conhecimentos que ele tinha a respeito. Em edições futuras isso pode ser esclarecido, pois a grande saga não acabou. Sem falar que jogar a Sofia em cima da porta foi muito mais legal do que usar dinamite. Era preciso que cada personagem ali tivesse uma finalidade.

Bom, eu daria um toque de pieguice lá com o Cebola e a dona Morte.

Pois eu não. A parte do Cebola com a Dona Morte foi ótima, não vi nada que precisasse ser melhorado. Acrescentar cenas e diálogos só ia fazer a história ficar maior ainda e também enfadonha e pesada com tantas explicações e blábláblá. O Emerson falou que quase precisou subir as escadas da Panini de joelhos com uma vela na mão para que eles aprovassem essa saga. Se fosse colocar mais coisas, então a história ia precisar de quatro edições. Sem chances de a Panini aprovar algo assim.

E o final foi outra piada sem graça: o Cebola morre, a Mônica se debulha em lágrimas, assim como os outros, aí ele ressuscita, começa o agarramento, mas é só a Denise falar que foi ele quem tirou o crânio da Umbra, que já sabia dos fantasmas e por causa disso deu aquela zoada toda...

Não vi nenhuma piada aí. Era necessário ter um pouco de drama na história e mostrar um Cebola realmente arrependido de suas pisadas na bola. Piada seria ela vê-lo morto e não esboçar reação nenhuma.

Como foi falado antes, o Emerson precisou adaptar o final para que a Mônica parasse de falar com o Cebola e assim não prejudicar as próximas edições. Já foi muito bem explicado por que ele precisou fazer isso. Até criança de dez anos conseguiu entender.

E era para ter zoada mesmo. As histórias do Emerson tem essa característica de misturar momentos de tensão, terror e drama com outros de comédia e zoação. Isso acontece ao longo das três edições. Então era para ser assim mesmo. A Turma chorando pelo Cebola num momento e tentando matá-lo novamente em outro.

E quanto ao Xavecão... Tudo bem que a Creuzodete estava de bode, mas se ele queria saber para onde foi a sua Denise adulta, poderia perguntar para ela.

E será que ela teria sido capaz de encontrar a Denise? Mesmo que fosse, qual seria a utilidade disso para a trama?

Se as crianças queriam que a gente saísse da casa que deixassem um bilhete na geladeira escrito: A Berê é zica. Vaza! _ Mas por que iriam acreditar neste bilhete? Ao menos nessa ele se mostra sem noção mesmo...

Isso deveria ser levado ao pé da letra? Falando assim, ele queria dizer que os filhos de Umbra deveriam ter avisado a turma numa boa, sem armar todo aquele show pirotécnico na casa. Logo, ele não foi sem noção coisa nenhuma. Foi até muito esperto por ter pensado em coisas que ninguém pensou.

Aí lembra do violinista que prevê o futuro e deduz que as crianças teriam usado o pessoal o tempo todo, pois sabiam que só assim venceriam a jumenta voadora. E que seriam gente boa havia 20 anos, mas todo esse tempo de purgatório... Os se e mais se são acompanhados de quadrinhos que dão a pinta de que todo o povo de Sococó das emas virou filho da Umbra. E o Xavecão, o Xaveco do futuro que sabia de toda a história, não ficou sabendo disso?

Não sabemos como é o futuro de onde o Xaveco veio. No futuro dele, a Berenice pode ter vencido e dominado o mundo. Então, para mudar isso, ele voltou ao passado para ajudar a turma. Mas como dessa vez ela foi vencida e mandada para Umbra, então o passado mudou, assim como os eventos.

A verdade é que eu acho que a Panini está perdendo tempo com esse lance de Mônica e Cebola separados. Os dois são o carro-chefe da TMJ e renderiam muito mais juntos do que com essa fusquinha toda.

Para mim essa história foi ótima e o Emerson tomou o cuidado de não deixar fios soltos. Não vi nenhuma incoerência, ele não tinha que transformar isso em drama de Mônica e Cebola. Nem tudo na TMJ tem que girar ao redor deles. Existem outros personagens, outros temas que podem ser trabalhados. Além do mais, até os fãs mais novos já sabem que eles vão ficar juntos um dia e que o namoro da Mônica com o DC é mais para criar suspense e vender revistas.

Sem falar que todo mundo já estava de saco cheio do chove-e-não-molha do Cebola, mas eles não queriam juntá-los agora. Então, mantê-los separados é que vai fazer vender revistas, pois os fãs vão esperar todos os meses para que eles voltem novamente. 



Enquanto eu lia esses comentários, fui lembrando de quando era criança e assistia o desenho do papa léguas me perguntando por que, ao invés de quase se matar tentando pegar um passarinho magricela, o coiote não comparava comida ou ia para um lugar melhor. Se ele podia comparar todas aquelas engenhocas, então podia comparar muita comida e assim não precisar caçar.

Eu também assistia o desenho dos Thundercats e me perguntava por que o Mun-ha não colocava bombas na toca dos gatos e assim poderia explodir os inimigos de uma vez, já que ele queria tanto se livrar deles. (nota: eu quase sempre torcia para os vilões)

Ao assistir seriados como Changeman, Flashman e outros similares do Japão, muitas vezes ficava irritada porque os vilões insistiam em atacar sempre do mesmo jeito apesar dos fracassos anteriores. Por que não tentavam outra estratégia, tipo descobrir onde os heróis viviam e assim atacá-los quando menos esperavam? Pois é. Com outros desenhos era basicamente a mesma coisa.

Mas sabe... com o tempo eu entendi que se o coiote tivesse encontrado outra solução para conseguir comida, o desenho teria acabado porque a trama centrava nas tentativas malucas dele de pegar o papa-léguas. O mesmo acontece com outras séries e desenhos. É preciso que haja história. Por isso, nem sempre a solução lógica é a melhor. Se tudo for solucionado, então a história acaba. O mesmo vale para Umbra. Claro que tudo vai depender do tipo de história e para qual público ela é destinada.

É bom lembrar que não é objetivo da TMJ ser um best seller ou uma megaprodução. Então não podemos exigir roteiros super elaborados, com soluções sempre lógicas e perfeitas. Se até grandes produções de Hollywood podem ter erros, não faz sentido nenhum esperar que uma história em quadrinhos seja totalmente perfeita.

Com o tempo eu fui suavizando minhas críticas exatamente por causa disso. Não faz sentido exigir perfeição, que tudo esteja certinho, nos lugares que com 100% coerência porque no mundo dos filmes, desenhos, séries e seriados isso não existe. Outra coisa que também precisa ser lembrada é que essas revistas são para jovens e adolescentes, não para adultos. Claro que adultos podem ler, mas isso não é para eles.

Então, um adulto ser muito severo com algo que não é voltado para a faixa etária dele chega a ser até absurdo e hoje eu percebo isso.

Antes eu exigia demais da TMJ, queria que os personagens tivessem atitudes muito maduras para a idade deles e hoje vejo que estava sendo severa demais, pois são jovens numa revista para jovens. Claro que algumas coisas já estavam enchendo o saco. Também não pode ficar absurdo demais, irreal demais. Tem que ter equilíbrio. Só que exigir perfeição demais também não faz sentido. Essa revista foi feita para entreter e divertir. Não é um tratado científico, não é um relatório ou tese de doutorado.

Eu já vi gente reclamando no facebook porque as festas na faculdade do Chico Bento porque ninguém enche a cara, fuma, usa drogas, é promísculo, etc. Oi? Ainda não perceberam que a faixa etária da revista é para crianças maiores que 10 anos? Se quer ler algo mais adulto, então procure algo para adultos. Se escolher ler algo para crianças, então vai ter que relevar algumas coisas, porque isso não foi feito para nossa faixa etária.

Também tem outro detalhe: quando lemos uma história, vemos o quadro inteiro. Mas os personagens não têm a mesma visão que a gente. Eles só vêem o que podem ver. Só sabem o que está ao alcance deles. Por isso nem sempre tomarão as decisões mais óbvias, porque não tem todas as informações que nós temos e também porque precisam enfrentar o estresse da situação, diferente de nós que vemos tudo de fora e não sofremos pressão.

Essa foi sim a melhor saga da TMJ e espero que venham outras iguais a essa.

35 comentários:

  1. Parabéns Mallagueta!
    Interessante o que cara dos detalhes levantou, mas não concordo. Creio que essa saga na minha opinião foi ótima, principalmente para o público-alvo que a revista é direcionada.

    Sabe, eu leio Turma da Mônica desde que aprendi a ler com 7 anos. Uma das coisa que achei mais legais desse quadrinho, era que ele não se levava a sério, eu sabendo disso, aceitava todas as coisas absurdas numa boa sempre sabendo que tudo era possível na estória.

    Quando comecei a ler Turma da Mônica Jovem, eu tive um certo preconceito que logo foi superado depois de constatar que a essência da Turma antiga ainda estava ali. Então, eu percebi que não era possível querer que aquilo que estava lendo atualmente(TMJ), sendo destinada ao público adolescente, fosse mais realista. Não acho que a obra tenha que ser só zueira, não, não acho. Mas quero que ela tenha tudo na medida certa, que foi o que fez não por acaso fez eu realmente curtir a revista TMJ. Nós temos que entender que "nós leitores" somos oniscientes quando lemos seja Quadrinhos, Livros ou quando assistimos filmes, seriados.

    Não tem como os personagens terem acesso a todas as informações que nós temos. Já vi várias vezes pessoas que estão assistindo filmes de suspense dizer para tal personagem sair de tal canto porque ele vai morrer, e logo em seguida porque tal personagem não saiu, essas mesmas pessoas os chamarem de burro, isso acontece muito.

    Eu particularmente, quero que a revista melhore cada vez mais, só que para isso acontecer devemos ser mais compreensíveis com os vários problemas que esse tipo de produção mainstream passa. A demanda é muito grande. Há prazos a cumprir. Os roteiros são prontos e aprovados vários meses antes. E por aí vai... Não tem como uma revista com vários roteiristas e todos esses problemas, os mesmos conseguirem ficar por dentro de tudo. Isso tudo, gera algumas incoerências que podem ser resolvidas(quem sabe) numa futura animação.

    Portanto, para uma obra ser perfeita(ou quase isso), ela tem que ser absurdamente planejada e totalmente autoral, coisa que é muito difícil numa obra mainstream.

    É isso... mais uma vez parabéns Mallagueta, seu blog é excelente.

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    1. Valeu! A meu ver, ele se prendeu demais a detalhes sem importância que não tinham influencia no roteiro da história.

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  2. Concordo plenamente com sua opinião sobre o comentário, Mallagueta. Não dá para deixar perfeitamente perfeito. Blog ótimo, Mallagueta!
    P.s.: Estou planejando uma fic e estou fazendo a capa. Sabe aquele PNG do Cebola com as asas negras, o da Magali Feiticeira, o da Penha, o da Agnes versão monstro e o do Cascão assustado (logo um dos primeiros)? Posso usá-los e colocar créditos na descrição da fic (que vai ser postada no Nyah)? Também gostaria de saber se posso retirar as asas do Cebola, pois tirando as asas, o png vai se encaixar perfeitamente.

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  3. Concordo, não podemos exigir que de uma garrafa d'água saia vinho. Ou seja não podemos esperar que de uma história de gibis saia uma trama de Hollywood. Essa foi a melhor saga pois foi equilibrada, tendo tensão e terror em certos momentos porém foi muito leve pois teve momentos engraçados e zuação. Realmente o mimimi Mônica e Cebola ja estava enjoando então foi uma boa sacada o namoro da Mônica com o DC, acho ele boa gente e sempre gostou da Mônica pelo que ela é, nunca jogou os defeitos na cara dela e nunca tentou mudá-la. O Cebola está amadurecendo mas o processo é longo e difícil e provavelmente ele vai ter que melhorar um pouco antes da Mônica aceitá-lo de novo.

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    1. Concordo com vc mas logo a amadurenca do cebola pode aparecer nas futuras ediçoes de TMJ torço para eles ficarem juntos e voltarem a namorar denovo

      O do contra(DC) e um cara simpatico carinhoso mas a mô n é a garota certa : /

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  4. _ Mas que idade tinha Berenice quando foi mãe? O caso aqui foi há 20 anos e agora parece uma nonagenária! Ela teve a filha aos 70 e pouco?
    Ela tava com uma maldição,de acordo com a 75 ou a 76(não é dito diretamente,mas tem que procurar,pois ela teve de utilizar um feitiço de glamour para esconder as pernas de jumenta...

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    1. É por causa do pacto que ela fez com a serpente. Isso estava sugando sua vida e deteriorando seu corpo mais rápido que o normal.

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  5. Parece que quem fez essa crítica levou em conta os fatos mais irrelevantes porque tem algum tipo de ódio mortal pela série. (ou quer criar escândalo falando que Umbra é a pior saga de TMJ)

    Mas algo que para mim não fez sentido foi os filhos de Umbra não terem perdido seus poderes. Eles não tinham esses poderem antes de irem pra Umbra, e agora são crianças normais de novo (ou quase).
    Será que a Monica, a Magali e o Cascão deveriam ganhar poderes especiais também, então?

    De qualquer forma, isso deve ter alguma importância no roteiro da continuação, então quero ver o que o Emerson vai fazer a partir disso.

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    1. Eu tb achei que ele se apegou demais a detalhes irrelevantes que nem chegam a prejudicar a história. É tipo aquela estratégia de bombardear algo com informações irrelevantes, que reunidas pode ter impacto negativo por causa da quantidade.

      Eles passaram 20 anos no purgatório aprendendo a desenvolver e usar os dons paranormais. Esse conhecimento não foi perdido só porque voltaram a ser criança. E tanto tempo naquele lugar pode ter mexido com eles de várias formas que não sabemos.

      Cebola não ganhou poder porque ficou pouco tempo em Umbra. Já Monica, Magali e Cascão nem chegaram a passar pela porta.

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  6. Sobre a idade da Berenice, é muito fácil de responder: na página 47 da edição 76, ela mesma fala que o pacto que ela fez com a serpente está sugando a sua vida, a envelhecendo mais rápido e que seu corpo já estava deformando.

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  7. Ótimas respostas e críticas como sempre, Mallagueta!!

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  8. Acho que foi um debate interessante. O Marcos levantou alguns pontos interessantes, mas também se prendeu em alguns detalhes mínimos para provar o seu ponto de que o roteiro possuia diversos "plot holes". Por outro lado, a Pepper também mostrou argumentos bem interessantes.

    Dois fatos bastante conhecidos aqui é que o Emerson teve que se esforçar muito para "vender a ideia" da história Umbra (que realmente tem um tom muito diferente do que é visto na TMJ) e que ele teve que adaptá-la por conta da relação atual entre a Mônica e o Cebola. Esta conjuntura também deve ser levada em conta ao se analisar (positiva ou negativamente) o resultado da história como um todo.

    Na minha opinião, Umbra foi o melhor arco de toda a história da TMJ e espero que ele faça sucesso para que possamos ver os desdobramentos dela (qual será o próximo "Cavalo do Apocalipse", depois da Guerra (Penha) e Morte (Berenice)? E a Denise do futuro? E o Xavecão que também está preso no passado?)

    Mas observando as criticas do Marcos, existem duas questões distintas: não gostar da história em si e não gostar do rumo editorial (Mônica e Cebola separados).

    Quanto ao primeiro ponto, acho que história como um todo funcionou muito bem, tanto em seu plot básico quando nas alterânicas entre o horror e a comédia (as intervenções da Denise foram ótimas) e em tirar o foco da relação amorosa Mônica e Cebola e mais os ganchos que foram deixados que não tem repercussão imediata, mas que podem usados em sagas futuras.

    Quanto a "fazer diferente" (conforme o Marcos mencionou no comentário dele no outro post) a história, acho que isso vai de cada um. Por exemplo, eu não gosto do final original de "Battle Royale". Se eu fosse o autor, eu escreveria final de diferente, mas eu entendo perfeitamente o que motivou o final ser daquele jeito (e tem lógica dentro do contexto da trama). O meu "final" pode ser melhor pra mim, mas para outros pode ser bem interior. Vai do gosto de cada um.

    Mas isso faz parte das boas obras. Ela acaba se tornando maior do que o própio autor pensou, gerando debates, análises, decisões e rumos alternativos, etc.

    O Marcos também fez críticas sobre a questão do Emerson não ter feito uma boa adaptação da história em relação às mudanças recentes no relacionamento da Mônica e do Cebola (já que Umbra foi escrita antes destas mudnaças) e da forma como é a integração entre a equipe de roteiristas da MSP.

    Neste ponto, acho que é complicado fazer conjecturas sobre a dinâmica de trabalho da redação a não ser você que realmente trabalhe lá. Mas é um fato que os roteiristas por vezes tem adaptar seus roteiros de acordo com as diretrizes editoriais. Ou você faz isso ou você está fora. Por exemplo: "Last Stand of the Wrecks" é considerada uma das melhores histórias dos Transformers (seja HQ, cimena ou comcs), mas em uma entrevista o roteirista da história disse que a intenção original era matar a equipe praticamente toda, inclusive pesonagens famosos, mas foi proibido pela editora.

    Quanto ao segundo ponto, ser contra a separação da Mônica e do Cebola, isso é uma questão de gosto (tem gente que adora o casal Mônica/DC), mas também é uma questão estrutural que é complicada de resolver. Como a Turma da Mônica é cheia de "casais prometidos" (Mônica/Cebola, Cascão/Cascuda, Magali/Quin, Marina/Franja, Chico/Rosinha) acho que colocar outra pessoa na relação (como foi o caso do DC) serve para para o leitor imaginar como seria um outro relacionamento amoroso da Mônica. Além disso, cria a possibilidade de ver como o Cebola vai conseguir reconquistar a Mônica.

    E na boa, acho que criar esse triângulo amoroso Mônica/Cebola/DC foi uma solução muito melhor do a Marvel fez com o Homem-Aranha (primeiro matou a Gwen, a namorada clássica, depois fez o Aranha fazer um pacto com Mefisto para "anular" o casamento dele com a Mary Jane).

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  9. Bem, vamos ver se consigo defender o meu peixe.

    Sendo eu um velhinho de 56 anos, vejo a coisa por um viés um tanto distinto do público mais jovem, sobretudo os adolescentes. Aliás, nos dia de hoje eu tenho pena desses pobres coitados em vista da deterioração do ensino graças ao método Paulo Freire...

    Estão me criticando porque me ative a detalhes insignificantes que não comprometeram o andamento da trama. Certo, nisso vocês têm razão de que a trama não ficou comprometida. Deu para entender o que rolou. Contudo, o que observei são erros GROSSEIROS e EVITÁVEIS. Tudo o que precisariam era de uma boa revisão. Agora se não querem pagar gente para isso e não querem usar os próprios roteiristas para um ver o trabalho do outro...

    O outro problema foi a própria construção da trama. Não interessa que um roteiro foi aprovado há meses: ele não é intocável, ainda mais quando a situação muda. Emerson escreveu essa trama quando Cebola e Mônica estavam de boa e o rapaz nutria em si sua conhecida arrogância, ganância e falta de escrúpulos para conseguir o que deseja. Mas deu o azar de vir a ser publicada no momento em que Mônica e Cebola não se falavam e este último levou uma rasteira que o fez repensar seu jeito de ser, não cabendo mais na íntegra o que a Creuzodete listou de sua personalidade. Portanto exigiria uma ampla remodelação da história para encaixá-la nestas condições, mas insisto que o Emerson teve tempo para isso. Era só usar mais a imaginação (suponho que ele e os outros roteiristas a tenham de sobra) e chamar os colegas para ajudar. Como já disse: parece um time sem capitão.

    Bem, eu estou no sufoco para resolver meus assuntos na UFSCar, mas assim que tiver uma folga, se a Mallagueta não se opor, talvez eu escreva uma fanfiction com um enredo alternativo a essa história da Umbra.

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    1. As mudanças que o Emerson precisou fazer pra adaptar a nova situação da Monica e do Cebola foram feitas. Não tinha que mudar mais nada porque a história não era sobre eles. Qualquer acréscimo só ia ocupar mais espaço e vc sabe que nas revistas isso é limitado. Ou ele teria que fazer uma quarta revista ou então sacrificar outras partes da história pra dar mais espaço ao drama desses dois, o que seria um desperdício lamentável.

      Vc pode até achar que esses erros são grosseiros, mas eu não. Pra mim, não prejudicaram a leitura em nada porque é apenas uma história em quadrinhos, não um best seller ou uma mega produção de hollywood, que tem disponível equipes inteiras pra revisar, ver detalhes, etc. e mesmo assim costuma passar muita coisa. Sá uma olhada num site chamado "falha nossa" e vai ver grandes filmes de sucesso cheios de erros e deslizes.

      Se formos comparar, Umbra teve bem menos erros que muito grande filme por aí. Nós temos que adequar nosso grau de exigencia de acordo com o que estamos vendo e pra qual tipo de público essa obra se destina. TMJ foi feita pra entretenimento de crianças e adolescentes, nada mais.

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    2. Ih! Não estou resistindo dar uma de chato. As alterações que sugeri, Mallagueta não desperdiçariam espaço e sim ECONOMIZARIA. E na maioria seria só substituição: onde a Mônica falava com o Cebola, ela seria substituída por Magali ou Cascão. Simples assim. Aliás o Emerson precisou desperdiçar para ajeitar a coisa em 120 páginas. Ao final da TMJ 74, ele colocou toda aquela situação para mostrar o Cebola aparentemente morto e assim dar o clímax na última página. Depois, na TMJ 75, ele gastou 37 páginas numa volta atrás para dar corpo ao que ocorreu nas últimas páginas da TMJ 74... Quem gastou tanta página assim teria o bastante para trazer a trama para a atualidade.

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    3. Na sua primeira sugestão, onde aparece o Cebola agradecendo pela monica ir com ele, já acrescentaria mais cenas e diálogos a história.

      Depois tem outra sugestão onde eles conversam sobre ele ter ficado feliz por fazer o trabalho com ela, mas el ao agarra pelo colarinho, pede pra não lhe aborrecer e no fim o joga no chão. Isso daria umas duas páginas. Mais espaço.

      Ao dizer que os filhos de Umbra deveriam ter falado por que Berenice parecia mais velha do que já era, isso tb ia gastar mais espaço valioso, assim como a mudança que vc sugere na cena final onde ele dialoga com Dona Morte.

      Então sim, isso ia gastar espaço valioso na revista. Só que não dá pra acrescentar mais páginas, então outra coisa teria que ser sacrificada.

      As primeiras páginas da ed. 75 não tiveram nada de desperdício, muito pelo contrário. Essa parte detalhou e explicou tudo o que aconteceu no fim da ed. 74 e respondeu várias perguntas.

      Como eu já falei várias vezes, a pendenga entre a Monica e o Cebola não eram importantes pra essa trama. Então as alterações que o Emerson fez eram mais que suficientes. Não precisava ficar batendo nessa tecla o tempo inteiro.

      Sobre essas queixas de "ain, por que não fazem tal coisa desse jeito?" Simples: não haveria emoção na história. Por exemplo: quando o Cebola confrontou os espiritos dos amigos pela segunda vez, a Bailarina poderia ter criado uma ilusão onde um visse o outro como inimigo e assim eles acabariam se atacando. Simples, né? Porém chato e sem graça. Tsunami de sangue e corpos em decomposição emergindo do rio foram muito mais legais e emocionantes.

      Dinamitar a porta ao invés de jogar a Sofia? Sono.
      Esperar Berenice morrer e assim nunca poder fazer o ritual? Fim da história. Solução nada prática, aliás.
      O Cebola poderia ter saído de Umbra sozinho e dado um jeito de arrastar a menina do lago até lá. Cadê a emoção nisso?

      Se o Mun-ha tivesse mesmo a idéia de colocar bombas na toca dos gatos, então o desenho teria acabado, o que seria uma pena porque eu adorava os Thundercats. O mesmo acontece com os seriados japoneses que eu via na infância. Tudo bem que os episódios tinham coisas repetidas, mas no fim a gente gostava.

      É preciso entender que sempre vamos ver situações que poderiam ser solucionadas de um jeito mais lógico, só que nem sempre essa saída mais lógica é melhor pra trama. E tem uma coisa: é muito fácil pra gente falar que do jeito X seria melhor e mais fácil porque vemos tudo de fora. Mas quem está dentro não vê o quadro todo, só pode trabalhar com as informações disponíveis. Isso acontece até na vida real, por que não vai acontecer na ficção?

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    4. Mallagueta só não concordo com você nessa afirmação:

      Pra mim, não prejudicaram a leitura em nada porque "é apenas uma história em quadrinhos", não um best seller ou uma mega produção de hollywood, que tem disponível equipes inteiras pra revisar, ver detalhes, etc."

      Eu acho que tem sim quadrinhos que prezam pela excelência tanto visualmente quanto em texto, mas como eu disse antes, são quadrinhos que não existem prazos a se cumprir e são totalmente planejados, sem interferências editoriais. Histórias em quadrinhos deixaram de ser subliteratura há muito tempo(na minha opinião nunca foram). Quadrinhos podem sim ser ferramentas poderosas para se contarem grandes estórias, verdadeiramente únicas como só uma HQ consegue.

      Esse tipo de afirmação, pra mim é preconceituosa. Talvez eu tenha te interpretado errado, se esse for o caso, por favor, me desculpe. Não estou querendo dar lição de moral nem nada... Só quero mesmo que as pessoas respeitem mais os quadrinistas, só isso.

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    5. Ô Mallagueta, preste a atenção no que escrevi lá... A minha sugestão de início só pegaria a primeira página EM SUBSTITUIÇÃO à que foi feita, ou seja, nenhum acréscimo. E depois PULARIA para a página 8, ou seja, ganhou duas páginas. Aí se poderia descontar com a Mônica dando a bronca nele, como sugeri. Ah! E no fim da pág. 54 da TMJ mostra o Cebola correndo para ir à biblioteca saber da verdadeira(?) história. Bem, e se tivesse sido feito assim, até haveria um motivo para o Cebola não ir junto com a turma para a cidade à noite: ele estaria puto da vida com a Mônica e diria que se fosse junto, ela ficaria de cara amarrada e ninguém se divertiria. Por isso ia ficar na casa supostamente editando os vídeos.

      Há muitas possibilidades e se o Emerson, supostamente, não tivesse guardado tudo para si e chamasse mais gente pra ler e opinar, seu trabalho poderia ter sido melhor.

      Mas sabe, Mallagueta, estamos aqui nos estressando à toa. A história já foi publicada, já era. O que está bom está, o que está ruim já está também. Eu não sei se você tem contato com o Emerson, mas eu até que gostaria de ouvir o que ele tem a dizer.

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    6. Marcos, como vc mesmo falou, as suas sugestões seriam pra substituir o que já tem. Só que a meu ver, o que já tem não precisa de alteração nenhuma.

      Mas na boa... quem começou propondo alterações e falando que a história precisa ser mudada foi vc, não eu.

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    7. Bem, achei que precisava dizer algo além do oba-oba tradicional. Não sou de dizer que algo está bom, quando na verdade não está. Quem faz isso são os petistas, embora os outros políticos não ficam nada atrás. A minha ideia era apontar o que achei de errado e sugerir o que poderia melhorar e ver o que você e o pessoal aqui achava. E quer saber duma coisa? Eu gosto mais quando discordam do que quando me aplaudem. Sou como Montesquieu: conviva com quem te critica e nunca com quem te bajula; os primeiros te corrigem e os segundos te corrompem.

      É isso.

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    8. Só porque vc acha que algo não está bom, não quer dizer que REALMENTE não esteja. É apenas sua percepção, opinião pessoal. That's it.

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  10. Sobre os seriados antigos, Mallagueta, realmente eram um sarro de idiotice. Mas não é difícil saber quem eram os mais idiotas: era quem os fazia pensando que as crianças eram mais idiotas ainda. Nunca entendi, em Batman e Robin, por que quando estavam escalando um prédio, alguém abria a janela e entre eles rolava uma conversa mais sem sentido possível. Eu pensava: será que o povo americano é tão imbecil assim? Como conseguiram ir à Lua desse jeito? Olha que eu tinha uns dez anos e numa me notabilizei pela sagacidade... Também nunca entendi por que quando o Batman e o Robin estavam amarrados, presos a uma máquina de morte, etc e tal, nunca nenhum bandido tirou a máscara deles e assim descobrirem as suas identidades secretas...

    Talvez tenha vindo daí a minha birra quando autores fazem lambança com seus roteiros... Ah! Alguém comentou aqui sobre erros dos filmes hollywoodianos. Um bem divertido foi o Anaconda. Tinha lá um cara cortando um peixe pro jantar e ficou sobre a bancada. Num momento o peixe estava cortado, depois aparece inteiro, depois cortado novamente... E mais bacana foi o barco de roda de pá navegando para trás e a água da cachoeira subindo em vez de descer...

    Às vezes as mensagens transmitidas podem ser mais bacanas, ainda que não percebidas de imediato. Perdidos no Espaço foi um seriado que errou em tudo, exceto numa coisa: há mesmo um planeta em órbita de Alfa do Centauro que pode ser habitável. Mas uma coisa num dos capítulos eu não esqueci: Will Robinson, em discussão com um alienígena ambicioso, que queria obter traços das personalidades dos familiares deles para transferir a cópias que fazia, disse: _ Com amizade, você poderia conseguir muito mais.

    Os que mais gostei foi a Feiticeira e Jeanny é um Gênio e penso que as moças devem gostar, já que ambos são feminismo puro.

    E Jornadas nas Estrelas traz uma mensagem que nunca me toquei até que vi um documentário com os atores, cada um dando sua versão e o que vivenciou durante a execução do mesmo. Refiro-me à resposta ao racismo americano. Nichelle Nichols, quando estava vencendo seu contrato, informou que não pretendia renová-lo. Ela achava que seu papel era minúsculo, uma mera telefonista na ponte de comando da nave. Aí então ela foi a Atlanta para resolver um assunto pessoal e hospedou-se num hotel e pouco depois foi informada de que um grande fã dela gostaria de conhecê-la. Ela disse que tudo bem e desceu ao saguão, com o espírito preparado para falar a um adolescente qualquer.
    Quando chegou lá, o seu grande fã era nada menos que Martin Luther King Jr. Os dois conversaram e ela anunciou que não ia continuar, pois achava que seu papel era pouca coisa, pequeno e insignificante.
    Martin Luther King segurou as mãos dela e disse algo mais ou menos assim (não lembro as palavras exatas):
    _ Não! Não pense isso! Seu papel não é pequeno: é muito maior do que pode imaginar. Você interpreta uma oficial negra numa ponte de comando de nave do futuro. Isso é impensável na nossa Marinha de hoje. Você é o vislumbre do futuro pelo qual estamos lutando. Imploro para que continue em nome disso.
    Aí Nichelle pensou melhor e ao se encontrar com Gene Roddembery, informou-lhe que mudara de ideia e que ia continuar. E relatou o que Martin Luther King lhe dissera. Ao terminar, os olhos de Gene encheram-se de lágrimas e então ele disse:
    _ Enfim, vejo que meu trabalho não foi em vão. Um grande líder entendeu a mensagem que quero passar.
    Ainda assim Gene teve de fazer concessões para não irritar a Marinha americana. Ele pensou em por alguma mulher almirante no seriado, mas isso era revolucionário demais no fim dos anos 1960...

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    1. Por mais que eu visse erros nos programas que assistia, isso nunca atrapalhou minha diversão. Não sei das outras crianças, talvez a maioria não percebesse ou quando percebia, tb não ligava porque elas só queriam diversão, algo diferente da vida diária, um pouco de fantasia. Se eu ficasse me prendendo demais a detalhes, teria me tornado uma velha chata e decrépita aos dez anos de idade.

      E pra ser sincera, acho uma tremenda chatice apontar algo como "o objeto A estava virado pra direita numa cena, na cena seguinte aparece virado pra esquerda de depois aparece virado pra direita novamente". Filmes não são rodados direto. Toda hora tem que parar a cena pra ajeitar alguma coisa, então é claro que alguns objetos podem mudar de lugar. Eu particularmente não perco tempo vendo isso porque estou mais interessada em ver o filme do que em ficar reparando nesses detalhes bobos.

      Mas numa coisa eu concordo com vc, eu sempre dou importancia na mensagem que os filmes passam. Fora isso, não me apego a pequenos detalhes.

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    2. Num dos cursos que fiz na Escola do Escritor, que era justamente sobre como fazer o roteiro, o professor Ricardo Ramos, neto do Graciliano Ramos, disse a frase:
      _ No momento em que você diz "mas tal cena ficaria melhor se tivesse sido feita assim..."
      Aí acabou-se o encanto pelo filme. E olha que eu faço muito esse exercício... Mas bem depois da diversão, bem entendido. Mas no caso do Batman e Robin, a palhaçada estava tão grotesca que não dava para esperar...

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    3. Ah! E mais uma coisinha sobre esse negócio de "objeto estava virado para a direita e noutra cena apareceu virado para a esquerda". O George Lucas advertiu aos técnicos de efeitos especiais que cuidavam da batalha que rolou no Guerra nas Estrelas I:
      _ A última coisa que quero ouvir quando estiver na estréia é a menina de sete anos alertando o seu papai: _ Pai, veja lá, aqueles dois robôs estão fazendo tudo exatamente igual...

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  11. Caramba! Estou impressionado com o ponto que a discussão chegou, ainda mais sem precisar de xingamentos.
    Que coisa linda de se ver!
    É minha gente, Turma da Mônica é cultura.

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    1. Quem precisa muito xingar e merecem ser xingados são os nossos políticos e o que eles necessitam para sobreviver.

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  12. Adorei a discussão! Ao meu ver, trabalhamos mais como expressar ideias e opiniões. Valeu pela conversa, gente! Bom dia ^^

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  13. Continuando:
    Mallagueta: O violinista prevê o futuro, mas a ênfase é na morte das pessoas.
    Eu: deveria deixar bem claro para evitar um complicador: ele NÃO prevê o futuro, mas tem a percepção de que a morte de certa pessoa está próxima. Aí sim.

    Mallagueta: No mundo dos quadrinhos, uma pessoa pode sim ficar famosa por filmar fantasmas. Aliás, na vida real também há investigadores paranormais e até programas sobre o assunto.
    Eu: e que nunca foram famosos por passar uma imagem de credibilidade.

    Mallagueta: E mesmo que no mundo da TMJ uma pessoa pudesse ser desacreditada ao mostrar fotos e filmagens de fantasmas, como um moleque de 15/16 anos ia saber de toda essa história?
    Eu: Sabe, Mallagueta, acho que aqui o foco deveria ser outro: Cebola já havia se deparado com coisas do além antes e daí seria uma pessoa menos cética quanto ao assunto, por conta de sua vivência pessoal.

    Mallagueta: Sem falar que todo esse ceticismo aconteceu num tempo em que o espiritismo ainda não era muito conhecido, assim como investigações de assuntos paranormais.
    Eu: As coisas não mudaram muito do século XIX para cá. Hoje temos uma comunidade cética militante, que para a minha tristeza é cheia de muita fé. Eu sou espírita de carteirinha e já quebrei o pau em vários sites que falam "abobrinhas" contra o Espiritismo. Já li mais de 50 obras cristãs anti-espíritas e fiquei contente quando descobri a falecida Sociedade Terra Redonda, com gente cética se apresentando como sábia, culta, racional, inteligente e altamente científica. Que beleza! Agora sim eu ia me deparar com gente que podia refutar o Espiritismo pelo lado da Ciência. Para a minha grande decepção, descobri que esse pessoal cético recorre aos mesmos argumentos cheios de muita fé dos quais já tinha conhecimento. O meu cético favorito é Massimo Polidoro, pois o peguei mentindo para defender a fé cética.

    Mallagueta: Se destruir o crânio resolvesse alguma coisa, os filhos de Umbra já teriam feito isso há vinte anos atrás.
    Eu: É uma das coisas que acho que ficou faltando falar. A trama, tal como está mal costurada, exige que o leitor faça muito exercício mental para tapar os buracos. Poderia ser dito que dentro da Umbra, o crânio era indestrutível, mas penso que o Emerson fez um Cebola tão afoito e tão cheio de si, que mesmo nessa situação grave, não fez as perguntas certas e necessárias. Insisto que tal postura já não combinaria com o Cebola atual.

    Mallagueta: E na boa... Como ele ia saber que a Berenice deu veneno para seus amigos, os enterrou no cemitério e usou seus espíritos como servos? O plano poderia mesmo ter funcionado se não fosse esse revés.
    Eu: É o que eu disse que ficou faltando o Cebola mandar os espíritos da Umbra localizarem o espírito da menina e ver a quantas andava a Berenice. Fica forçado, talvez por falta de páginas, o Cebola pensar que poderia atrair a menina levando o crânio para fora da Umbra. O ideal seria atraí-la para a porta e aí os outros fariam o serviço... Mas tudo bem, você vai me dizer que aí acaba a história, sem graça, sem suspense, sem climão. Vou ter de concordar.

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  14. Continuando ainda:
    Mallagueta: O soco que ele levou do Xavecão foi bem merecido. Mas duvido que tenha sido suficiente para matá-lo. E mesmo que fosse, toda a titica já foi feita.
    Eu: Aqui tem uma coisa que não entendi, veja se você me explica então: por que o Cebola era pior morto do que vivo? E como eu disse, se o Xavecão já sabia dos ocorridos porque veio do futuro (então veja que o Mundo não acabou), por que não pegou o Cebola antes mesmo de ele ir viajar para Sococó? Por que teve de vir em cima da hora e ainda ficou enrolando?

    Mallagueta: Isso era sobre como lidar com a Mônica e reconquistá-la, não com trabalhos de escola. E ninguém muda de um dia para outro. São alguns passo para frente, outros para trás, recaídas, mais aprendizado, talvez outras recaídas... isso acontece.
    Eu: Nada feito: esse tipo de mudança não é localizada. Um cara que se arrepende de ser ladrão, não pode decidir deixar de roubar dinheiro, mas continuar roubando frutas...
    Além disso, a Mônica estava junto com o grupo. Era ela o melhor motivo para que ele fosse honesto e revelasse tudo aos outros, ainda mais que ela tem (ou tinha) medo de fantasmas. E de novo faço o meu questionamento de que NADA havia de tão assim grave para ele esconder. Nessa o Emerson foi mal.
    E sobre essa de fantasmas, fica mais outra coisa: o Cebola até poderia dar a desculpa de que nada revelara sobre os filhos da Umbra na internet pois nem ele acreditara nisso. Só se deu conta de que eram coisa séria quando apareceram lá na casa. E aí vem a falta de moral para acusar o Cebola: os fantasmas mandaram eles irem embora, advertiram do perigo, anunciaram que um deles ia morrer se ficassem, mas em vez de picar a mula, ficaram assim mesmo. Se o carro e o chofer estavam na oficina, era só pedir para a Berenice levá-los embora (claro, ela ia ter de inventar alguma desculpa urgente, pois senão o seu plano melava). Veja aí que, independente da ocultação do Cebola, a decisão de ficar foi deles todos.

    Mallagueta: Não tem vacilo nenhum aí. No fim da ed. 75, quando Berenice enterrou os corpos, as covas não pareciam muito profundas.
    Eu: Chuto que elas teriam aproximadamente uns 40 cm, o que já condenaria à morte ao menos o Cascão. Mas fora isso, tem outro problema que vai exigir ginástica mental do leitor: o que a Berenice deu a eles afinal? Se foi um sedativo, eles estavam capotados, MAS NÃO MORTOS. Se foram enterrados vivos, então morreriam por sufocamento. Teria de ser um veneno que causasse morte clínica aparente... Além disso será que a Berenice, em vista de sua degeneração física, estaria apta a cavar covas tão rápido? Tá, tudo bem que ela já poderia vir cavando há tempos, já que planejara tudo...

    Mallagueta: E já mostrou em edições passadas que é capaz de reconhecer seus erros e aprender com eles. Tudo isso aconteceu DEPOIS de ele tomar consciência dos seus erros e consequências.
    Eu: Olha, do jeito que esses roteiristas não se conversam, você vê situações em que o Cebola aprendeu com seus erros anteriormente, mas aí vem uma saga onde ele parece ter desaprendido tudo... Chato, não?

    Mallagueta: Ou então aquela luz separou as duas, fazendo com que a menina fosse mandada para dentro da porta primeiro. Isso não ficou lá muito claro e para ser sincera, nem importa muito.
    Eu: para mim já me importa, pois acho que uma história bem escrita e bem apresentada, dispensaria o leitor de ter de pensar nela para tapar os buracos.

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  15. Mallagueta: Piada seria ela vê-lo morto e não esboçar reação nenhuma.
    Eu: Não era essa a piada a que me referia e sim ao fato de tendo ele morrido, estando todos comovidos, aí ele ressuscita, todos ficam felizes e aí Denise joga o seu veneno e aí, mudando seus sentimentos da água para o vinho, ficam fulos da vida, dão uma surra nele, sem nem lhe dar chances de se explicar, nem de considerar que a culpa toda era da Berenice que havia armado todo o circo. Essa jogada do Emerson para fazer a Mônica para de falar com o Cebola foi uma pisada de bola e tanto. Como já disse, o certo era a Mônica mostrar frieza e indiferença para com o Cebola e o caso poderia ser assim: o Cebola morria, Denise e Sofia ficavam tristes, mas aí ele ressuscitava e só DEPOIS disso é que o trio chegaria. Assim Mônica o veria vivo, via que a notícia de sua morte era balela e tudo voltava como antes no quartel dos abrantes. Simples assim.

    Mallagueta: E será que ela teria sido capaz de encontrar a Denise? Mesmo que fosse, qual seria a utilidade disso para a trama?
    Eu: Insisto que esse Xavecão do futuro era só um complicador, mas a situação poderia ser salva assim: ele pensaria que Mônica e Cebola ainda namorariam, mas aí descobre que não e coisas que ele sabia que deveriam ter acontecido, não aconteceram e finalmente cai a ficha: ele voltou ao passado, mas não AO SEU PASSADO e sim a outro alternativo. Ele se perdeu da sua Denise porque ela sim teria voltado ao passado deles. Taí o início de uma nova saga...

    Agora vem aqui uma outra coisa na qual andei pensando: aquela menina fantasma. Ela foi então mandada para o Inferno, certo? Mas por que? Disse a Creuzodete que ela era o espírito MAIS MALIGNO E MANIPULADOR que já existiu. Gozado que mesmo consumida de raiva e ciúme, ela NADA FEZ para manipular a mãe e chamar a atenção para si. A única maldade apresentada é que ela fez uma brincadeirinha de mau gosto e no fim, quem se ferrou mesmo foi ela, pois custou-lhe a vida. Então se ela não fez maldade nenhuma durante sua vida, por que tinha de ir para o Inferno?

    Disse você, Mallagueta, que pelo que aprendeu do Espiritismo, não haveria aquilo que o Emerson mostrou. Cá comigo, imagino que essa saga cai bem para um calvinista, presbiteriano, puritano, pois creem eles que antes mesmo de haver Universo, Deus (ou três deuses: Pai, Filho e Espírito Santo Amém) já haviam escolhido que almas iam pro Céu e quais as que iam pro Inferno. Então aquela menina, eleita para o Inferno, já foi criada como a mais maldosa e manipuladora criança que já existiu... Beleza.

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  16. Fico me perguntando o que aconteceria dps do surgimento do quarto cavalo.Tipo , O mundo acaba , todo mundo morre e a Tmj acaba tbm?Ou entao eles vao pra um universo novo onde nada daquilo aconteceu e vivem como se nada tivesse acontecido?

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    1. Improvável, Matheus. O que deve acontecer é que o mundo quase acabaria. Quase porque a turma da mônica aí vai dar um jeito para que isso não aconteça... Nem preciso pagar para ver. Veja que na conversa toda que rolou aqui, alguém lembrou que um roteirista tinha a intenção de matar vários personagens, mas foi proibido de fazê-lo pela editora. É óbvio: em time que está ganhando não se mexe.

      Já houve novelas na Globo (ex: Torre de Babel) onde o autor e roteiristas haviam se perdido tanto quanto aos personagens, que nem sabiam o que fazer com eles. Eram tão não chamativos que a solução para isso era a morte. Aí aconteceu uma explosão na torre de babel e morreram vários dos que deveriam ser descartados.

      Fica óbvio que a MSP não vai extinguir o Mundo e seus personagens, né? Enquanto o Emerson não escreve a vinda do último cavalo (espero que faça uma coisa mais decente da próxima vez), a vida prossegue.

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