E aí, gente? Pois é, eu até
tinha lido a ed. 31 antes, mas pensei com meus botões que seria melhor esperar
sair a capa da ed. 32 porque assim faço crítica e palpite ao mesmo tempo.
Pois bem: a história foi
assim... meio café com leite. Nada de extraordinário, nenhuma aventura com
batalhas, nem sobrenatural, alienígenas, nada. Somente um passeio na praia numa
história de tema ecológico e as garotas endoidando o cabeção com o Chico sem
camisa. Bem... não podemos culpá-las, certo? Não é todo dia que a Fran pode
apreciar aquele tanquinho.
Mas cá entre nós, foi
engraçado ver o Chico tão sem jeito diante do pessoal que foi tirando a roupa
para aproveitar a praia e o medo de a Rosinha comer seu fígado. Deve ser
difícil não ficar com ciúmes de ver o namorado cercado de garotas sendo que uma
delas vive dando de cima dele.
Também foi abordado um pouco
as investidas da Fran tentando conquistar o Chico. Eu particularmente acho que
ela está sendo um tanto desrespeitosa, já que ele disse não e deixou bem claro
que quer ficar com a Rosinha. Mas enfim... eles precisam disso para melhorar um
pouco as histórias (embora eu prefira a volta das sagas que são bem mais
emocionantes).
Eu até fiquei com um
pouquinho de pena do Vespa que apesar de ser chato, parece gostar mesmo dela a
ponto de ter conseguido resistir o canto da Iara na ed. 11. Só achei um tanto
esquisito sua fala de não desistir da Fran, uma vez que ela também não desistia
do Chico. Até entendi, certo. Mas temos cá um pequeno problema de lógica:
enquanto ela continuar fixada no Chico, o Vespa não vai ter nenhuma chance.
Logo, temos aí meio que um loop infinito. Vespa não desiste da Fran, que não
desiste do Chico e não dá nenhuma atenção ao Vespa, que não desiste dela,
que...
Em programação, loop infinito
é quando um programa repete algum comando infinitamente e nunca para. Aí fica
executando a vida inteira até ser parado na marra (desligando o computador,
ctrl+alt+del, etc.)
Outro detalhe é a
participação do Pessoa, que também apareceu na TMJ 54 (tirando onda). Mas uma
coisa me preocupa nesse personagem... será que ele não fica com câimbra na cara
de tanto ficar rindo? Eu tenho a impressão de que ele é baseado em
alguém, só que eu nunca descobri quem é. Também acho um tanto estranho ele
falar de si mesmo na terceira pessoa, mas tranquilo. Só acho um tantinho chato
ele ficar repetindo o tempo inteiro “Pessoa sabe, vai pelo Pessoa”.
Tirando isso, o ponto central
da história é a visita deles numa fazenda de peixes administrada pelo Zé ruela
do Genesinho. E se até o Vespa acha isso, é porque o grau de babaquice dele
atingiu níveis exorbitantes. No início, o Genesinho até pareceu estar assumindo alguma responsabilidade na vida, mas foi tudo uma ilusão. Ele continua cretino como sempre e ainda se achando melhor que todo mundo. O pai dele fez um péssimo trabalho.
Mas nada supera ele ter
mentido o tempo inteiro sobre cuidar da fazenda de peixes só para ficar
surfando o tempo inteiro. Como a lei do retorno sempre funciona mais cedo
ou mais tarde, ele acabou levando um castigo merecido de uma água viva. Já vi
documentários na TV sobre esse bicho e alguns casos não acabaram muito bem. O
Genesinho até que teve sorte porque muitas pessoas acabam não resistindo.
Eu achei muito fofo o Vespa
tentando consolar a Fran e isso fez com que ela reparasse que no fundo ele é
gente boa. Já é um bom começo ela começar a ver as qualidades dele. De repente,
no futuro... e viram como ele ficou todo alegrinho? Coitado, fiquei até com
pena dele quando o Chico apareceu com o helicóptero e estragou sua alegria.
E tudo terminou bem. O
Genesinho se lascou, todos ganharam mais um dia na praia e o Chico pode pescar
sossegado com o Pessoa. Fim. Uma história boa, não nego, mas nada de
extraordinário. Pelo menos foi educativa e sempre acho importante passar a
mensagem sobre preservação ambiental. As pessoas precisam entender que só temos
um planeta. Se ele for detonado, não vai ter outro para morar. Só faltou colocarem o Chico em cima de uma prancha de surf, o que não aconteceu. Se bem que eu tinha estranhado bastante a quarta capa dessa edição porque não tem como ele saber surfar já que nunca aprendeu e nem era muito chegado a praia. Acho que foi só para fazer a ilustração mesmo.
Agora, tem uns errinhos na
explicação da Yo porque ela citou medusa, caravela e vespa do mar como se
fossem a mesma coisa e não são.
Medusa é tipo um nome
genérico, assim como água viva ou alforreca. O corpo desses animais tem a
forma de um guarda-chuva rodeado por tentáculos na borda e com a boca na
parte central inferior.
A caravela não é uma medusa
ou água viva e sim uma colônia de quatro animais que vivem juntos, já que
separados não podem sobreviver. Ela não se move, apenas flutua na água levada
pelo vento. Vocês podem ver pela imagem que o corpo dela parece tipo um balão
cheio de ar. Elas são pequenas e muito bonitas, o que causa acidentes porque as pessoas vêem e logo querem
pegar. Especialmente as crianças.
Aliás, se vocês estiverem na
praia e verem uma dessas, corram que é cilada! Os tentáculos delas são muito
venenosos e a fisgada é super dolorosa. Dependendo do caso, pode até matar.
A vespa do mar é sim uma
medusa ou água viva e sua picada é muito mais perigosa que a caravela. Seu
veneno é tão forte que pode matar rapidamente, é por isso que na Austrália os
salva-vidas já levam o antídoto em caso de ataque, assim a pessoa recebe
atendimento mais rápido. Dizem que o veneno de uma só pode matar até 60
pessoas. Elas vivem na Austrália, Nova Guiné e Filipinas e são bem pequenas,
mas os tentáculos muito longos.
Eu achei importante falar
sobre isso porque:
1 – Vespas do mar não ocorrem
nas praias brasileiras. Só se essa aí se perdeu, o que eu acho pouco provável.
2 – Se o Genesinho tivesse
sido atacado por uma vespa do mar de verdade, não teria aguentado nem dez
minutos.
Pelo que eu pesquisei, as
espécies brasileiras podem machucar sim, mas não chegam a ser mortais. A não ser
que a pessoa seja muito exposta. As caravelas também podem aparecer nas nossas
praias, aí sim é bom ter muito cuidado com elas. Só que na história o Genesinho não foi atacada por uma caravela e sim por uma espécie de água viva que não foi especificada.
Eu sei que é só uma história
em quadrinhos, mas o tema é ecológico e foi feito com o objetivo de educar,
então nesse caso as informações deveriam ser verificadas com mais cuidado
porque pode induzir as pessoas ao erro.
Essa foi a crítica do mês. Na
próxima edição temos uma história chamada a onça e o ouriço. O Chico vai
visitar a Rosinha, mas como nada é simples e tranquilo nas histórias dele, há
um terrível segredo na região que ele vai ter que resolver. Só fico pensando no
que isso tem a ver com uma onça e um ouriço. Sério, é alguma onça que fugiu do
circo? Um animal selvagem nas redondezas? Algum fantasma? Espírito da floresta?
Assombração? Ou é aquele vilão trevoso careca que resolveu voltar para se
vingar? E onde o ouriço entra na história?
Sei lá, essa combinação me
pareceu meio estranha. Uma onça e um ouriço? São inimigos? Aliados? Sei lá,
coisa mais esquisita. Mas acho que é por isso que estou ansiosa para ler a história,
já que não consigo nem imaginar o que vai acontecer nela. Então essa deve ser
mesmo boa.
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