domingo, 24 de abril de 2016

CBM#31: Dia de praia - Críticas


 
E aí, gente? Pois é, eu até tinha lido a ed. 31 antes, mas pensei com meus botões que seria melhor esperar sair a capa da ed. 32 porque assim faço crítica e palpite ao mesmo tempo.

Pois bem: a história foi assim... meio café com leite. Nada de extraordinário, nenhuma aventura com batalhas, nem sobrenatural, alienígenas, nada. Somente um passeio na praia numa história de tema ecológico e as garotas endoidando o cabeção com o Chico sem camisa. Bem... não podemos culpá-las, certo? Não é todo dia que a Fran pode apreciar aquele tanquinho.

Mas cá entre nós, foi engraçado ver o Chico tão sem jeito diante do pessoal que foi tirando a roupa para aproveitar a praia e o medo de a Rosinha comer seu fígado. Deve ser difícil não ficar com ciúmes de ver o namorado cercado de garotas sendo que uma delas vive dando de cima dele.

Também foi abordado um pouco as investidas da Fran tentando conquistar o Chico. Eu particularmente acho que ela está sendo um tanto desrespeitosa, já que ele disse não e deixou bem claro que quer ficar com a Rosinha. Mas enfim... eles precisam disso para melhorar um pouco as histórias (embora eu prefira a volta das sagas que são bem mais emocionantes). 

Eu até fiquei com um pouquinho de pena do Vespa que apesar de ser chato, parece gostar mesmo dela a ponto de ter conseguido resistir o canto da Iara na ed. 11. Só achei um tanto esquisito sua fala de não desistir da Fran, uma vez que ela também não desistia do Chico. Até entendi, certo. Mas temos cá um pequeno problema de lógica: enquanto ela continuar fixada no Chico, o Vespa não vai ter nenhuma chance. Logo, temos aí meio que um loop infinito. Vespa não desiste da Fran, que não desiste do Chico e não dá nenhuma atenção ao Vespa, que não desiste dela, que...

Em programação, loop infinito é quando um programa repete algum comando infinitamente e nunca para. Aí fica executando a vida inteira até ser parado na marra (desligando o computador, ctrl+alt+del, etc.)


Outro detalhe é a participação do Pessoa, que também apareceu na TMJ 54 (tirando onda). Mas uma coisa me preocupa nesse personagem... será que ele não fica com câimbra na cara de tanto ficar rindo? Eu tenho a impressão de que ele é baseado em alguém, só que eu nunca descobri quem é. Também acho um tanto estranho ele falar de si mesmo na terceira pessoa, mas tranquilo. Só acho um tantinho chato ele ficar repetindo o tempo inteiro “Pessoa sabe, vai pelo Pessoa”.

Tirando isso, o ponto central da história é a visita deles numa fazenda de peixes administrada pelo Zé ruela do Genesinho. E se até o Vespa acha isso, é porque o grau de babaquice dele atingiu níveis exorbitantes. No início, o Genesinho até pareceu estar assumindo alguma responsabilidade na vida, mas foi tudo uma ilusão. Ele continua cretino como sempre e ainda se achando melhor que todo mundo. O pai dele fez um péssimo trabalho.

Mas nada supera ele ter mentido o tempo inteiro sobre cuidar da fazenda de peixes só para ficar surfando o tempo inteiro. Como a lei do retorno sempre funciona mais cedo ou mais tarde, ele acabou levando um castigo merecido de uma água viva. Já vi documentários na TV sobre esse bicho e alguns casos não acabaram muito bem. O Genesinho até que teve sorte porque muitas pessoas acabam não resistindo.

Eu achei muito fofo o Vespa tentando consolar a Fran e isso fez com que ela reparasse que no fundo ele é gente boa. Já é um bom começo ela começar a ver as qualidades dele. De repente, no futuro... e viram como ele ficou todo alegrinho? Coitado, fiquei até com pena dele quando o Chico apareceu com o helicóptero e estragou sua alegria.

E tudo terminou bem. O Genesinho se lascou, todos ganharam mais um dia na praia e o Chico pode pescar sossegado com o Pessoa. Fim. Uma história boa, não nego, mas nada de extraordinário. Pelo menos foi educativa e sempre acho importante passar a mensagem sobre preservação ambiental. As pessoas precisam entender que só temos um planeta. Se ele for detonado, não vai ter outro para morar. Só faltou colocarem o Chico em cima de uma prancha de surf, o que não aconteceu. Se bem que eu tinha estranhado bastante a quarta capa dessa edição porque não tem como ele saber surfar já que nunca aprendeu e nem era muito chegado a praia. Acho que foi só para fazer a ilustração mesmo.


Agora, tem uns errinhos na explicação da Yo porque ela citou medusa, caravela e vespa do mar como se fossem a mesma coisa e não são.

Medusa é tipo um nome genérico, assim como água viva ou alforreca. O corpo desses animais tem a forma de um guarda-chuva rodeado por tentáculos na borda e com a boca na parte central inferior.

A caravela não é uma medusa ou água viva e sim uma colônia de quatro animais que vivem juntos, já que separados não podem sobreviver. Ela não se move, apenas flutua na água levada pelo vento. Vocês podem ver pela imagem que o corpo dela parece tipo um balão cheio de ar. Elas são pequenas e muito bonitas, o que causa acidentes porque as pessoas vêem e logo querem pegar. Especialmente as crianças. 

 
Aliás, se vocês estiverem na praia e verem uma dessas, corram que é cilada! Os tentáculos delas são muito venenosos e a fisgada é super dolorosa. Dependendo do caso, pode até matar.

A vespa do mar é sim uma medusa ou água viva e sua picada é muito mais perigosa que a caravela. Seu veneno é tão forte que pode matar rapidamente, é por isso que na Austrália os salva-vidas já levam o antídoto em caso de ataque, assim a pessoa recebe atendimento mais rápido. Dizem que o veneno de uma só pode matar até 60 pessoas. Elas vivem na Austrália, Nova Guiné e Filipinas e são bem pequenas, mas os tentáculos muito longos. 



Eu achei importante falar sobre isso porque:

1 – Vespas do mar não ocorrem nas praias brasileiras. Só se essa aí se perdeu, o que eu acho pouco provável.
2 – Se o Genesinho tivesse sido atacado por uma vespa do mar de verdade, não teria aguentado nem dez minutos.

Pelo que eu pesquisei, as espécies brasileiras podem machucar sim, mas não chegam a ser mortais. A não ser que a pessoa seja muito exposta. As caravelas também podem aparecer nas nossas praias, aí sim é bom ter muito cuidado com elas. Só que na história o Genesinho não foi atacada por uma caravela e sim por uma espécie de água viva que não foi especificada.

Eu sei que é só uma história em quadrinhos, mas o tema é ecológico e foi feito com o objetivo de educar, então nesse caso as informações deveriam ser verificadas com mais cuidado porque pode induzir as pessoas ao erro.

Essa foi a crítica do mês. Na próxima edição temos uma história chamada a onça e o ouriço. O Chico vai visitar a Rosinha, mas como nada é simples e tranquilo nas histórias dele, há um terrível segredo na região que ele vai ter que resolver. Só fico pensando no que isso tem a ver com uma onça e um ouriço. Sério, é alguma onça que fugiu do circo? Um animal selvagem nas redondezas? Algum fantasma? Espírito da floresta? Assombração? Ou é aquele vilão trevoso careca que resolveu voltar para se vingar? E onde o ouriço entra na história?

Sei lá, essa combinação me pareceu meio estranha. Uma onça e um ouriço? São inimigos? Aliados? Sei lá, coisa mais esquisita. Mas acho que é por isso que estou ansiosa para ler a história, já que não consigo nem imaginar o que vai acontecer nela. Então essa deve ser mesmo boa. 



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