domingo, 20 de maio de 2018

TMJ#12 - O desaparecimento dos mágicos: Críticas

21:00 0 Comentários



Oi. Eu tenho andado um tanto ocupada durante esses dias e com pouco acesso ao computador, por isso não atualizei o blog. Hoje vou fazer a crítica da ed. 12: o desaparecimento dos magos.

Nessa história, temos tipo uma participação de Pyong Lee, um famoso hipnólogo. Confesso que hesitei um pouco em ler essa história porque eu já tinha lido a CBM 39 e achei o Pyong um tanto chatinho.

Mas fiquei surpresa ao ver que no fim a história é boa e que tinham criado um mistério legal. Isso sem falar da participação do Nimbus, que até apareceu na capa pela primeira vez na vida! Puxa, seu irmão teve tanto destaque depois que começou a namorar a Mônica, mas o coitado ficou praticamente esquecido? Uma hora tinham que reparar essa injustiça, certo?

E como a história tem o Nimbus como destaque, é claro que o tema é sobre magia. Mais especificamente sobre o desaparecimento de mágicos famosos que chegou a um ponto em que ninguém queria mais fazer números de mágica. Foi aí que ele resolveu pedir ajuda para a turma e também para Pyong, que coincidentemente era seu amigo. Conveniente, não?

O enredo ficou legal, num ritmo que não saiu nem lento, nem rápido demais. E de quebra, até vimos como funcionam alguns truques de mágica, como aquele do desaparecimento do avião. Juro que eu nem imaginava que era feito com espelhos!

Corajosos como são, os dois resolveram usar a si mesmos como iscas para ver se conseguiam descobrir o que estava acontecendo com os mágicos. Eu também tinha ficado curiosa até descobrir que eles estavam sendo levados para uma ilha para servirem como escravos de um ilusionista recalcado.

Daí os quatro tiveram que dar um jeito de fugir dessa ilha e prender o sujeito que estava seqüestrando os mágicos. O tobogã no final da escada não foi assim de grande originalidade, mas gostei da sala dos instrumentos de magia, onde eles se assustavam o tempo inteiro e tinham que ficar lembrando que tudo era só truque.

Foi legal como eles derrotaram o mágico em seu próprio jogo, usando ilusões e hipnose. Sem falar que também gostei de ver a Mônica derrubar a parede com sua força. Não quero que ela saia quebrando tudo o que vê pela frente, ou que seja do tipo que usa só força bruta e nenhuma inteligência, nada disso. Mas gosto quando ela usa sua força porque é algo que também faz parte dela.

Mas para ser sincera, achei um tanto, sei lá, forçada a parte em que Pyong mantém o seqüestrador hipnotizado até o dia do seu julgamento para confessar tudo o que tinha feito de errado. É que julgamentos não acontecem de um dia para outro. Levam semanas, dependendo do caso até meses. Como eles conseguiram atravessar toda a burocracia e manter o cara hipnotizado ao mesmo tempo?

E será que esse tipo de coisa seria válida em um julgamento de verdade? A defesa poderia alegar que ele confessou tudo sob um estado alterado de consciência. Mas enfim... é só uma história, então eles podem se dar ao luxo de fugir um pouco da realidade e gosto disso. Se eu quisesse vida real, assistiria telejornais mesmo.

No geral a história foi boa. Não aquela maravilha, mas gostei bastante especialmente por causa da participação do Nimbus e achei o Pyong bem mais legal (e menos mala) nessa história do que na do Chico. Acho até que ele poderia participar mais vezes.

Sem falar que adorei a trolada que fizeram com o Cebola. Não tem jeito, pessoal. Adoro quando o Cebola é avacalhado e acho que sempre vou gostar embora não tenha mais antipatia por ele.

E de quebra eles até revelaram o segredo de um truque de cartas que muitos já devem ter visto. Vou contar uma historinha para vocês.

Há tempos atrás, quando a internet era discada e a gente tinha que contar até os minutos online porque vinham na conta telefônica, eu acessei um site onde tinha esse truque. A gente escolhia uma carta entre cinco, clicava num botão e depois apareciam quatro cartas e uma delas virada com eles dizendo que era a carta escolhida.

Na época foi tipo “uau! Meldels como eles fizeram isso???” O mais engraçado é que o dono do site, que hoje vejo que foi um trolão, dizia pra tomar cuidado com esse truque porque era perigoso, pois emitia ondas poderosas de energia que poderiam até danificar os eletrodomésticos do cômodo. Cada vez que a gente clicava no botão para fazer o truque de novo, vinha um aviso cada vez mais alarmista sobre os perigos de repetir esse truque.

Eu meio que sinto vergonha de admitir, mas na época cheguei a acreditar que podia ser perigoso mesmo. Me dá um desconto, gente! Ainda era nos primórdios da internet no Brasil. E como o truque aparentemente funcionava mesmo, foi difícil evitar a suspeita de que algo sobrenatural estava acontecendo.

Depois eu vi como era feito o truque e o encanto meio que se desfez, mas ainda assim foi bem legal.

Existem pessoas que ganham a vida mostrando como truques de mágica são feitos. O primeiro desse gênero foi um tal de Mister M, não sei se alguém se lembra. Ele disse que fazia isso para que os mágicos passassem a renovar seus truques ao invés de insistir em coisas já batidas. Eu gostava de vê-lo quando passava no fantástico. 

A capa ficou linda, embora eu tivesse preferido só com Nimbus e Pyong, mas como dizem que revistas com a Mônica na capa vendem mais, entendo o porquê de terem feito dessa forma.  Uma coisa engraçada é que cheguei a pensar que um dragão ia voar solto pela cidade, que provavelmente a pessoa que estava raptando os mágicos devia ser alguém muito poderoso com um dragão de estimação. Ah, doce ingenuidade!O que eu achei mais legal nessa capa foi ela ter sido dividida em três e cada parte ter um fundo diferenciado. Ficou bem rica e bonita também. 


Essa foi a crítica de hoje, espero que tenham gostado. Até a próxima!

quarta-feira, 9 de maio de 2018

Steven Universo - uma revelação bombástica!

21:38 0 Comentários

Quem assiste o desenho Steven Universo já deve estar a par das novidades e talvez arrancando os cabelos com a ultima revelação.

Os dois episódios foram passados no dia 07/05, “Eu não posso voltar” e “uma simples rosa pálida”. O primeiro foi quando Steven descobriu que a Lápis estava morando na Lua porque não conseguiu se afastar da Terra. Ela sentia saudades dos amigos, mas não tinha coragem para voltar. E bastou Steven dizer que tinha sonhado com as diamantes (nem esperou para ouvi-lo falar sobre o sonho), ela saiu correndo desembestada.

Bem... os fãs do desenho em geral não curtiram muito. E não deixo de dar razão a eles. Vejam bem: eu entendo que a Lápis representa uma pessoa com depressão e estresse pós traumático. Ela tem traumas, sofreu muito. Ficar presa por mais de cinco mil anos, sem poder falar com ninguém, sem ir a lugar nenhum, deixa qualquer um maluco da cabeça.

Quem está com depressão sempre tenta fugir daquilo que causou sua dor. A pessoa não consegue agir de forma racional e muitas vezes reage de formas que achamos exageradas. Isso cansa quem tenta ajudar, torna muito complicado. O problema é que na série, eles só mostram Lápis fugindo e fugindo, mas em momento algum param para mostrar de verdade como ela está devastada por dentro.

Na música que canta no episodio, ela mesma fala que existe um terror profundo residindo dentro dela e é esse terror que não a deixa viver mesmo tendo toda ajuda ao seu redor. É por isso que ela não consegue pensar com clareza e age de forma destrutiva às vezes. Seria interessante se houvesse um episódio que explorasse isso com mais profundidade.

Talvez um ep. onde o Steven consiga entrar dentro da mente dela, descobrir esse terror que a paralisa e ajudá-la a acabar com ele de dentro para fora. Mesmo que ela não saia curada desse ep. (não se cura depressão da noite para o dia, isso leva tempo), pelo menos as pessoas poderão entendê-la melhor e ter mais empatia. Agora, se eles continuarem só com episódios da Lápis fugindo, as pessoas vão acabar tomando ranço dela.

Esse ep. foi bom, não nego, mas comparando com “uma simples rosa pálida”, bem... fica difícil, né? Quer dizer, que revelação foi aquela no fim do ep.? Como vamos viver depois disso?

O episódio tem um tom meio psicodélico, pois mostra o Steven entrando dentro da Pérola, que vive dentro da Pérola, que vive dentro da Pérola da Pérola... maluco, não? Essas pérolas internas representam as memórias e subconsciente da Pérola original e podemos ver isso à medida em que o Steven vai penetrando nas camadas mais internas e escondidas da mente dela até chegar à raiz da questão que intrigava todo mundo.

Já havia uma suspeita de que ela tivesse estilhaçado a Pink Diamond. Quando vimos o sonho que Steven teve na base lunar, isso se transformou em certeza. Só que ninguém tinha idéia de como tinha acontecido. Quer dizer, até houve uma teoria, mas acabou que ninguém acreditou nela. Em parte porque parecia um tanto absurda (embora plausível) e também porque outros eventos foram ocorrendo no desenho que acabaram afastando essa suspeita.

Mas eis que essa teoria se mostrou verdadeira: Rose não matou PD. Ela é a própria PD. Maluco, não? Isso deve ter dado um nó na cabeça de muita gente.

No desenho fica claro o porque dela ter feito isso: ela queria viver na Terra com a Pérola, os humanos e as Cristal gems, por isso decidiu forjar a própria morte achando que com isso as diamantes iam desistir da Terra e ir embora. Um bom plano, tirando a parte em que isso fez estourar uma tremenda guerra que terminou com o dano das diamantes e um número enorme de gems corrompidas.  

Muitos devem estar se perguntando... por que a PD não tentou fazer tudo o que queria continuando a ser ela mesma? Afinal, essa atitude dela teve conseqüências terríveis. Muitas gems morreram por causa dela em ambos os lados da guerra.

Mas se pensarmos bem... será que as diamantes iam aceitar numa boa se ela pedisse, por favor, para deixarem a Terra em paz? Elas iam achar normal e tranqüilo se soubesse que uma diamante, feita para reinar, ser poderosa e absoluta, dissesse que prefere deixar tudo isso de lado para viver na Terra com os humanos, uma espécie considerada inferior e sem propósito? Não é tão simples assim.

O que ela fez pode não ter sido a melhor alternativa, mas foi o melhor que ela pode fazer. Talvez por ser uma diamante nova e inexperiente, ela não foi capaz de prever o que as outras poderiam fazer com a Terra. Então é difícil julgar o que ela fez e taxar de egoísmo, pois foram essas atitudes que salvaram a Terra e todas as formas de vida que existem nela. PD precisou pagar um preço muito alto para que os humanos pudessem continuar vivendo.

Só fico pensando em como deve ter ficado a cabeça da Garnet. Tem uma cena onde ela se desfaz e Safira praticamente surta ao descobrir que Rose esteve mentindo para elas esse tempo inteiro. E ela tem razão para pensar assim. Afinal, a Garnet sempre viu PD como uma vilã, uma pessoa má e covarde. Então como viver com o fato de que a pessoa a quem ela tanto admirou era na verdade essa vilã? Como saber o que foi mentira e o que não foi?

Espero que ela seja ao menos capaz de entender que Pérola não contou antes porque não pode, pois era algo além do controle dela. E também falta saber como Steven vai lidar com isso. Talvez até seja um alívio para ele, pois imaginar que sua mãe tinha despedaçado uma gem o torturava. Pelo menos vai ter o consolo de saber que nada disso aconteceu.

Já Ametista eu não sei, ela não presenciou a guerra, só conheceu Rose depois. Talvez ela consiga lidar melhor com isso que os outros.

Sabe, é engraçado como olhando para trás tudo parece fazer sentido. Só agora podemos ver as pistas deixadas pela série afora de que Rose não podia ser um simples soldado quartzo. Para começar, seus poderes pareciam ser grandes demais para alguém criado só para carregar pedras no jardim de infância. Por que um soldado quartzo teria poder de cura, capacidade para controlar a flora, criar seres, plantas e até ressuscitar pessoas? Isso sem falar da forma como ela protegeu a si mesma, Garnet e Pérola do ataque das diamantes. Um quartzo simples teria sido capaz de fazer isso? Pensando dessa forma, realmente não faz sentido.

O mais engraçado é que a Fluorita falou que Rose Quartz não existia. Dá para acreditar que eles ainda esfregaram na nossa cara e quase ninguém viu?

Mas como a gente ia adivinhar? Muitas evidências apontavam para outra direção. Eyeball (a rubi com uma pedra no olho) disse que viu Rose estilhaçar PD. E ao longo da série ela foi pintada como uma pessoa cruel e mimada enquanto Rose, apesar dos seus defeitos e erros, foi alguém que tentou salvar a Terra porque tinha respeito por todas as coisas vivas. Mas a gente esqueceu que essa imagem de PD perversa era apenas o ponto de vista da Garnet. Sem falar que todos sabem que a espada da Rose foi feita para destruir só a forma física da gem, não sua pedra.

Outra coisa que desviou nossa atenção Matt Burnett (que também trabalha em SU) deu a entender em um tweet que uma diamante não podia ser pufada. Ele não falou de forma objetiva, mas agiu como se isso fosse um absurdo ou uma piada:



Isso fez com que todos pensassem que uma diamante não podia mesmo ser pufada. Então como a gente poderia imaginar que tudo tinha sido encenação e que a PD foi pufada pela Pérola disfarçada de Rose? Eles nos enganaram direitinho nessa.

Fico imaginando quando e como PD começou a ter amor pela Terra. Talvez parte da história que Garnet contou seja verdadeira, ela deve ter se apegado ao planeta gradualmente. Primeiro era só uma colônia e ela não se importava com as formas de vida dela, tanto que até raptou humanos para colocar em um zoológico. Depois ela foi aprendendo a gostar daqui e das formas de vida a ponto de não querer mais continuar com o processo de colonização. Ela também devia estar se sentindo sufocada com as regras e restrições de Homeworld. Mesmo sendo uma diamante, ela não era livre para agir conforme queria. Só podia fazer aquilo que se esperava dela e nada mais.

Devo admitir que foi um plot twist que deixou todo mundo de cabelo em pé. Mas para ser sincera... vejam bem: eu gostei dessa reviravolta, não me levem a mal. Foi uma boa idéia, inesperado, derrubou várias teorias que os fãs vinham fazendo com o tempo, etc.

O problema é que eu tive a sensação de que tudo foi jogado no nosso colo assim de repente. Sim, eu sei que existia um mistério por detrás disso, que todos queríamos saber como tinha acontecido a morte da PD e tudo, mas a revelação foi muito repentina. Acho que eles poderiam ter ido um pouquinho mais devagar com o andor.

Primeiro Steven teve o sonho com as memórias da PD na lua daquele planeta. Isso deveria ter levado a suspeitar de que ela talvez estivesse viva em algum lugar e teria sido bom explorar esse mistério por mais um tempo, com ele investigando e procurando possíveis lugares onde ela poderia estar, ou pistas confirmando se ela estava mesmo viva ou não. Imaginem que doido procurar uma pessoa e descobrir que no fim, nós somos essa pessoa?

Depois, essa busca pela PD poderia levar à suspeita de que na verdade foi pérola quem a estilhaçou e essa suspeita finalmente levaria à verdade que nos foi revelada.

Mas não, eles atiraram para nós de uma vez o mistério da PD, a verdadeira identidade de Rose e o passado da Pérola, que era o mais misterioso de todos. Depois disso, o que irá manter a série?

Pelo menos ainda temos a WD, que nunca sequer foi mencionada.

Bom, vocês devem ter visto aquele spoiler das duas diamantes na Terra, com a BD segurando o Steven em uma das mãos. Eu até estranhei o fato da Yellow Diamond não querer triturar a pedra dele com os dentes e agora sabemos o porque. Se elas de fato verem o Steven como PD, imagino que vão respeitar a vontade dele e deixar a Terra em paz. Só não sei como vai ser o relacionamento deles depois disso. Tomara que esse episódio não demore muito a sair, mesmo sabendo que ainda precisa acontecer muitas coisas antes.

Ah, outra coisa que me deixou curiosa é saber qual vai ser a reação da Jasper ao saber que Steven não é Rose e sim PD. Ela vai ficar feliz? Vai surtar? Sentir remorso por ter tentado destruir sua diamante sem saber? Só o tempo dirá.




Desventuras em série

20:08 0 Comentários



Eu já falei para vocês sobre os livros “desventuras em série” a um tempo atrás. Na época apenas se falava que a Netflix ia produzir uma série baseada nos livros e tinha só um trailer que eu nem sabia se era verdadeiro ou um trabalho feito por fãs.

Algum tempo se passou e finalmente a série foi produzida, já tendo a primeira e segunda temporada. Esses livros não são assim os meus preferidos, mas como tinha gostado bastante, resolvi assistir a série.

Para quem não leu os livros e nem assistiu a série, vou logo avisando que vai ter spoiler.

Bem... para começar confesso que fiquei com sentimentos conflitantes. Gostei e não gostei, achei legal e não achei. Confuso, não?

A série, em geral, consegue ser fiel aos livros. Não totalmente, mas um pouco acima da média. A primeira temporada foi sobre os livros:

Mau começo

A sala dos répteis

O lago das sanguessugas

Serraria Baixo Astral

Até o terceiro livro eu diria que a série foi bem fiel, com poucas alterações aqui e ali. A principal delas foi quando a Tia Josefina resolveu ficar do lado dos órfãos mesmo sendo ameaçada pelo conde Olaf. No livro, ela diz que ele podia fazer o que quisesse com as crianças contanto que a deixasse em paz. Devem ter mudado essa parte como uma forma de suavizar, não sei. De qualquer forma, não achei que a mudança foi ruim.

Mas no quarto livro eu achei que mudaram muitas coisas, embora tenham conseguido manter o principal da história.

A primeira mudança foi o órfãos terem fugido no fim do ep. do lago das sanguessugas e ido sozinhos para a serraria sendo que na verdade foram levados pelo Sr. Poe e colocados para trabalhar pelo patrão em troca de serem protegidos do Conde Olaf.

Achei meio estranho esse comportamento porque durante os primeiros livros eles só dependiam dos adultos para decidir onde iam ou não ficar. Essa independência de decidir o próprio caminho só surgiu no livro 7.

Outra coisa que mudaram é que no livro Claus e Violet mudam os papéis por um tempo, com Violet tentando fazer pesquisa nos livros e Claus criando uma invenção para resolver um problema. Senti falta disso no episódio.

Também achei um tanto corta-clima eles mostrarem o rosto do “Senhor”, dono da serraria. É que nos livros o rosto dele era sempre coberto com fumaça do charuto. E ele pareceu um tanto simpático demais para um porco explorador. Não foi essa a imagem que tive dele no livro.

Por outro lado, gostei que na série tenham explicado o porque dos empregados aceitarem trabalhar em condições miseráveis em troca de cupons e chicletes. Fez bastante sentido e acrescentou algo bacana na história.

Pelo menos a canção que colocaram no fim da o episódio ficou boa e resumiu bem a vida dos órfãos: algo que nunca dava certo e a injustiça sempre vencia.

E gente, a “trolada” que eles deram ao longo da primeira temporada foi incrível. Por um instante, cheguei a ficar preocupada porque isso ia mudar até o final da série, mas depois a gente vê que as coisas não são o que parecem e no fim tudo permanece o mesmo para os órfãos. Mas o jeito que eles colocaram as coisas nos fez realmente acreditar que era verdade. 

A segunda temporada foi baseada nos livros:

Inferno no Colégio Interno

O Elevador Ersatz

A Cidade Sinistra dos Corvos

O Hospital Hostil

O Espetáculo Carnívoro

Nessa temporada eles mudaram bem mais coisas nos episódios. Tiraram o que tinha e colocaram o que não tinha, uma vez que a série resolveu acrescentar a organização CSC. Mas essa adição até que ficou boa porque explicou a origem de dois personagens: o falso conde Olaf do livro 7 e a Madame Lulu do livro 8. Eles foram mais desenvolvidos, participaram de episódios anteriores e interagiram com conde Olaf, tudo sem que as crianças soubessem. Até o garçom que os atendeu no restaurante Palhaço Ansioso do livro 3 (o lago das sanguessugas) também ganhou mais destaque ao longo da série.

Sei que não dá para fazer uma série 100% fiel aos livros. Durante a maior parte do tempo eu nem me importei, mas no fim do ep. da vila Vil (livro 7) teve uma mudança da qual não gostei. Pode parecer coisa boba e pequena, mas que nos livros foi bem significativa para mim.

É que eu considero esse final do livro 7 como um divisor de águas para as crianças, um salto no seu amadurecimento. Eles foram crescendo ao longo do tempo sim, mas essa passagem em especial foi tipo uma tomada de consciência desse amadurecimento deles.

"Vamos estudá-las depois", disse Violet, juntando as folhas e amarrando-as em
um maço com a sua fita de cabelo. "Nesse meio-tempo, temos de sair daqui
antes que a turba volte."
"Mas para onde iremos?", perguntou Klaus.
"Burb", disse Sunny, o que queria dizer "Para qualquer lugar, desde que seja fora
desta cidade".
"Quem irá tomar conta de nós?", disse Klaus, o olhar perdido no horizonte.
"Ninguém", disse Violet. "Teremos de tomar conta de nós mesmos. Teremos de
ser auto-sustentáveis."
"Como a casa móvel auto-sustentável a ar quente", disse Klaus, "que pode viajar
e sobreviver sozinha."
"Como eu", disse Sunny e, de repente, pôs-se em pé. Violet e Klaus soltaram um
gritinho abafado de surpresa quando a sua irmã bebê deu os seus primeiros
passos cambaleantes, e depois foram andar bem perto ao lado dela, prontos para
segurá-la se caísse.
Mas ela não caiu. (...)

(...) Aos Baudelaire, parecia que todas as criaturas do mundo estavam sendo cuidadas por outras

— todas as criaturas, menos eles mesmos.

Mas as crianças, naturalmente, iriam cuidar umas das outras, como já vinham
fazendo desde aquele dia terrível na praia. (...)

Essa passagem foi importante porque eles entenderam que só podiam contar com eles mesmos, pois aqueles que deveria cuidar foram é negligentes, abusivos ou capazes de abandoná-los quando mais precisaram. E também porque foi quando Sunny aprendeu a andar e pronunciou as primeiras palavras compreensíveis.

Já na série, a Sunny apareceu andando (sendo que no livro só engatinhava) e onde foi mesmo que ela aprendeu a dirigir um caminhão de bombeiros? Um tanto forçado essa parte.E em várias cenas, eles usaram CGI e isso deixou um pouco a desejar. Em outras, deu para ver claramente que era uma boneca nos braços da Violet.

Os outros personagens ficaram bons. A Carmelita Spats da série conseguiu me convencer e a expressão do rosto dela chegava a ser assustadora, tipo uma criança que tenta parecer doce e adorável, mas que na verdade é uma criaturinha psicopata e monstruosa. 


A Esmé eu achei ok. Não vi nada de excepcional, mas também não ficou ruim. A trupe do Olaf ficou muito boa e cômica. O cara de “gênero indefinido” fala na série e o resultado ficou bom porque ele parece ser mais profundo e elaborado que os outros comparsas apesar do seu jeito meio tímido e bobão. As duas mulheres têm uma atuação bem engraçada e elas até fizeram uma cena que faz referência ao filme Iluminado. Vocês já devem imaginar qual é. 

Já o Sr. Poe... vou ser sincera: tenho mais raiva dele do que do Olaf. Quer dizer, Olaf é vilão mesmo, ele faz o que um vilão faz e pronto. Não espero coisas boas dele. Já o Sr. Poe tinha o dever de cuidar das crianças e o exerceu muito mal. Ele é negligente, não escuta, age de forma egoísta, ignora/justifica os abusos que as crianças sofrem e quando as coisas ficaram sérias, ele tirou o corpo fora e as deixou sozinhas.

Mas admito que o personagem foi bem feito e interpretado na série, pois tem a aparência de um homem tranqüilo, bem humorado e que não percebe o que se passa ao seu redor. Legal também foi terem colocado a esposa dele no papel daquela repórter do Pundonor Diário que sempre aparece nos livros.

E é claro que não podemos deixar de falar do conde Olaf, certo? No filme, o vilão foi interpretado por Jim Carrey e apesar de ter ficado muito bom, ele saiu mais cômico do que deveria. O Olaf da série... bem... é difícil descrevê-lo. Ele tem sim sua comicidade, mas também é assustador, frio e até violento.

Achei que ele conseguiu encarnar mais o vilão dos livros que o Jim Carrey apesar de que em alguns momentos ele se tornou irritante ou tedioso. Seu jeito de falar é o de um ator canastrão e às vezes fica meio chato. Mas houve momentos em que ele conseguiu ser bem assustador na série. Em um dos episódios, ele pergunta para Violet se ela já caçou e fala sobre o momento em que a presa é encurralada e olha nos olhos do predador buscando compaixão. Como não encontra, acaba desistindo e se entregando totalmente a ele. Foi um momento bem tenso e assustador, digno do vilão que ele é nos livros.  

Seus disfarces na série ficaram muito bons, especialmente o de secretária no ep. da serraria baixo astral. Talvez bons demais. Quer dizer, nos livros eu tive a impressão de que eram mal feitos e que os adultos não percebiam por burrice mesmo. Já na série os disfarces ficaram um tanto convincentes, o que tirou aquele clima de "adultos idiotas" que os livros passam para o leitor. E não sei se gostei do Olaf que canta e dança. Tá, ele é um ator, etc. mas isso tirou um pouco aquela aura sinistra dele.

Nos livros, a maior característica do Olaf são seus olhos muito brilhantes e achei que isso não foi explorado na série. Apesar de ser um bom vilão, seus olhos não são tão expressivos quanto poderiam ser. Mas no geral, ele se saiu bem e consegui se tornar alguém que deveria ser temido.

Os irmãos Baudelaire foram bem interpretados e até vemos neles um pouco mais de profundidade que nos livros. Eles realmente sofrem, tem medo e às vezes até ficam inconformados com sua condição. Sunny é um bebê fofo e a personagem dela foi bem interpretada, o que é difícil porque a atriz ainda é bem novinha. Só preferia a Violet com os cabelos mais pretos e um pouco mais curtos, como nos livros. E Klaus acabou parecendo ser mais velho que ela sendo que no livro ele é dois anos mais novo.

Já as roupas, eu achei um tanto coloridas demais. Preferia algo mais gótico/vitoriano que nem no filme. Combinaria mais com o clima sombrio da série. Mas a fotografia e os cenários estão ok.

Foi essa a impressão que eu tive da série. Assistir foi uma experiência meio estranha porque em alguns momentos eu meio que assistia só por obrigação porque não estava curtindo muito e muitas vezes ia acelerando o vídeo pulando algumas partes chatas e tediosas. Mas em outros queria realmente assistir e confesso que fiquei até com um pouco de ressaca com o fim da segunda temporada e ansiosa pela terceira. Acho que é aí que as coisas vão ficar legais.

A próxima temporada será sobre os livros

O Escorregador de Gelo

A Gruta Gorgônea

O Penúltimo Perigo

O fim

E quero muito ver qual vai ser a interpretação deles sobre esses quatro livros. Já que a proposta da série é ser fiel aos livros, então não espero grandes mudanças no final.

Normalmente eu aconselharia a começarem pela série e só depois ler os livros, mas como a série consegue ser mais fiel do que a média, então podem começar pelos livros se quiserem.

Só entendam que a série e os livros têm um tipo de humor e narrativa que pode não agradar a todos. Foi feito para crianças e adultos, tem um pouco de humor cínico e tem um pesinho no lado mais dark e pesado também. O clima da série não é assim tão sombrio quanto o dos livros, mas convence bem. Vale a pena assistir. 

quinta-feira, 3 de maio de 2018

O Iluminado

21:34 0 Comentários


Autor: Stephen King
Publicação: 1977
Páginas: 288
Nota: 9,3

Sinopse: Jack Torrence consegue um emprego de zelador em um velho hotel, e acha que será a solução dos problemas de sua família - não vão mais passar por dificuldades, sua esposa não vai mais sofrer e seu filho, Danny, vai poder ter ar puro para se livrar de estranhas convulsões. Mas as coisas não são tão perfeitas como parecem - existem forças malignas rondando os antigos corredores. O hotel é uma chaga aberta de ressentimento e desejo de vingança, e, inevitavelmente, um embate entre o bem e o mal terá de ser travado.

Narrado em terceira pessoa, o livro mostra a família Torrence tentando uma nova vida mudando de ares e trabalhando num hotel luxuoso nas montanhas, onde Jack irá trabalhar como zelador.

Jack é um homem com problemas emocionais por causa da infância com um pai abusivo e violento. Ele também sofre com o vício pela bebida e muitas vezes perde o controle, se tornando agressivo e violento.

Após lutar para deixar a bebida, ele finalmente consegue um bom emprego como zelador de um hotel durante o inverno. O único porém é que o hotel fica totalmente isolado durante certo período do inverno porque as estradas se tornam intransitáveis por causa da neve, o que leva o zelador a enfrentar longos períodos de solidão e isolamento. Para solucionar esse problema, no entanto, é permitido que o zelador leve a família.

O emprego parecia excelente: dinheiro no bolso, um lugar para ficar com a família durante alguns meses, comida à vontade e bastante espaço ao ar livre para o filho deles. E como Jack queria terminar de escrever uma peça de teatro, aquele tempo de solidão e isolamento era muito bem vindo.

Só que o Overlook não é um simples hotel, ele tem segredos que não são nada agradáveis. Um deles é que um zelador antes de Jack pirou, matou a esposa, as filhas e cometeu suicídio. Outro segredo são fenômenos estranhos que acontecem no hotel. Um hóspede escuta algo estranho, uma camareira vê alguma coisa sinistra...

É aí que entra o Danny, filho de cinco anos de Jack e Wendy. O menino tem grande sensibilidade, é capaz até de ler pensamentos e de saber onde as pessoas estão. Ele também pode ver o futuro e enxergar os mortos. No livro é chamado de iluminado por ter um grande poder. Ele tem um amigo “imaginário” chamado Tony que tenta avisá-lo dos perigos do hotel, mas por ser criança Danny não pode fazer nada a não ser ir com os pais.

Ao chegar no hotel, o menino conhece o simpático cozinheiro Dick Halloran, que também é um iluminado como Danny. Ele explica ao menino sobre alguns problemas do hotel e recomenda que ele não vá a determinados lugares. Mas estamos falando de uma criança de 5 anos, né...

O ritmo da narrativa é um tanto lento no início. Os fenômenos começam aos poucos de devagar. Um vulto aqui, um barulho estranho ali e principalmente sensações estranhas que Danny vai captando.

O foco principal mesmo são as angústias da família tentando se restruturar, Wendy quer salvar o casamento, Jack quer refazer sua vida e cuidar melhor da sua família e Danny quer que seus pais parem de brigar e se entendam.

Tudo vai evoluindo aos poucos e o leitor tem tempo de acompanhar e entender tudo, pois sempre tem flashbacks explicando o passado de Jack, sua infância e as razões de ele ser como é.

As cenas iniciais de terror não impressionam muito, mas aos poucos o clima vai ficando cada vez mais sombrio e assustador a medida que os fenômenos se tornam mais fortes e também porque Jack vai enlouquecendo gradativamente quando descobre papéis antigos sobre a história do hotel e fica obcecado com isso.

Muito mais do que manifestações sobrenaturais, o importante no livro é o lado psicológico, o medo, suspense, aquela tensão que sentimos antes de alguma coisa acontecer. Nada de sangue esguichando ou crânios amassados. O medo é mais profundo, medo de algo que não vemos ou entendemos. 

A forma como tudo se desenrolou foi o clímax da história realmente. Emocionante, deu muito medo, e angústia. Wendy precisou tomar decisões difíceis para proteger a si mesma e ao filho do marido que tinha ficado louco por causa da influência do hotel.

Sua loucura chegou ao máximo quando ele de fato começou a perseguir os dois com um taco de críquete do hotel, inclusive ferindo muito a esposa. Foram momentos de angústia para todos, só lendo mesmo para ter uma idéia. Não há como descrever corretamente aqui sem dar spoiler e o bom do livro é poder ler tudo e descobrir por si só.

Quando sei que um livro tem filme, eu vejo o filme primeiro para depois ler o livro. É uma experiência muito bacana. Quem é leitor geralmente fica pouco tolerante quando os filmes alteram demais a história. Mas quando fazemos o caminho inverso, somos surpreendidos com detalhes, muitas explicações e de repente até levamos um susto ao ver como as coisas realmente aconteceram. Foi o que senti quando vi primeiro o filme e depois o livro.

O filme é bom, não nego, mas não chega nem perto do livro, isso posso garantir. Aliás, nem o próprio Stephen King gostou do filme e dou razão para ele. O maior problema é que Jack já aparece meio aloprado sendo que no livro isso aconteceu aos poucos. Primeiro ele é um cara de boas, tranqüilo e que ama demais o filho. A loucura vem aos poucos, o que foi bem melhor. E o final do filme ficou, sei lá, meio nada a ver. O do livro é bem melhor. Teve mais emoção, correria, gritaria, muito medo.

Outra coisa que faltou no filme foi a grande ligação entre pai e filho, que no livro é bem mais presente. Teve um momento, no livro, em que Jack persegue o filho implacavelmente querendo acabar com ele. Mas por um instante, ele recobra a consciência e pede para que o filho fuja. Foi um momento bonito e triste no livro que poderia ter tido no filme e não teve.

E teve uma cena em um jardim onde arbustos são podados em forma de animais que no livro deu até um medinho. Aconteceu com Jack e Danny, mas nenhuma delas apareceu no filme e fez uma falta danada.

Jack Nicholson interpretou muito bem o papel de louco, especialmente aquela cena onde ele aparece pela abertura da porta quebrada fazendo cara de maluco (e virou meme). O problema é que esqueceram de avisar que no começo da história ele deveria parecer um cara normal.

Enfim... achei o filme raso, monótono, o cara não passava de um Zé ruela, quase não senti terror nenhum no filme e a Wendy (mulher forte e corajosa no livro), só sabia gritar e chorar. Não me senti envolvida em momento algum. É como Stephen King falou: o filme é como um cadilac lindo, mas sem motor. O filme é bonito, tem um visual muito bem feito (especialmente as paisagens), mas a trama e o desenvolvimento deixaram a desejar.

Também teve uma série dirigida pelo próprio King que foi um pouco mais fiel ao livro (embora não totalmente). Essa eu assisti depois de ler o livro mesmo e foi uma boa escolha, pois não estragou a surpresa durante a leitura. Para ser sincera... não achei a série assim muito melhor que o filme, embora tivesse algumas cenas do livro que eu queria ver. Acho que os atores deixaram a desejar e o visual não impressionou muito.

E o mais curioso é que apesar de ter sido dirigida pelo King, ainda assim muitas coisas foram mudadas. Acho que com uma direção melhor, uma polida no visual e bons atores teriam feito uma grande diferença. Pelo menos a série explicou melhor por que o hotel queria Danny, coisa que no livro não tinha ficado muito claro.

Voltando ao livro, eu recomendo mesmo. Mas antes, tirem um tempo para assistir ao filme (não vejam a série, senão estraga a surpresa do livro) porque vai deixar a leitura mais interessante. 



quarta-feira, 2 de maio de 2018

A Zona Morta

19:35 0 Comentários

Autor: Stephen King
Publicação: 1979
Páginas: 480
Nota: 8,5

Sinopse: Johnny Smith é um homem que sofre por possuir um estranho poder: ao tocar em uma pessoa, torna-se capaz de prever seu futuro. A origem desta capacidade está ligada à chamada "zona morta", uma área do cérebro de Johnny que não conseguiu se recuperar após um acidente de automóvel que o deixou em coma. Mas, ao tocar a mão de Greg Stillson, Johnny descobrirá que seu poder é muito mais perigoso do que imagina. A Zona Morta é mais uma obra do gênio do terror Stephen King.

O livro é narrado em terceira pessoa, mostrando os pontos de vista dos diversos personagens que vão aparecendo no livro. E essas histórias vão se entrelaçando com a do personagem principal ao longo do livro.

Johnny Smith é professor de inglês que vive na Nova Inglaterra. Sua vida é bem simples, ele adora lecionar e ama sua namorada. A história começa em 1970, quando ele e a namorada vão a uma feira local para se divertir. Na volta para casa, o taxi onde ele estava sofre um acidente que o deixa em coma por quase cinco anos.

Enquanto isso, sua namorada, que já não acreditava mais em sua recuperação, segue sua vida e se casa com outro. Seus pais continuam lhe dando apoio do jeito que podem embora tenham sido desacreditados pelo médico. Seu pai, Herb, é um homem simples, carpinteiro e sua mãe, Vera, uma fanática religiosa que acredita em qualquer coisa, desde anjos pilotando discos voadores até a entrada do céu se encontrar no Pólo Sul.

Ao acordar, o que foi visto como um milagre, Johnny descobre que pode prever o futuro e descobrir coisas sobre as pessoas tocando nelas ou em seus objetos pessoais. É aí que toda a confusão começa.

Cada vez que ele faz uma previsão e acerta, as pessoas ficam cada vez mais alarmadas. Repórteres o perseguem, várias pessoas lhe procuram pedindo ajuda para os mais diversos problemas e tem que lidar com pessoas lhe chamando de charlatão o tempo inteiro. Desde então ele luta para manter sua privacidade, pois nunca teve interesse em ganhar a vida usando seus poderes (e não foi por falta de oportunidade).

Johnny é boa pessoa, procura fazer o que é certo e não gosta de tirar vantagens de ninguém. Ele realmente quer refazer sua vida após o acidente ao invés de se aproveitar da fama de “médium”. Mas nada disso parece importar para as pessoas que o perseguem ora pedindo ajuda, ora acusando-o de só querer chamar a atenção.

Seu dom assusta as pessoas, que passam a sentir medo de serem tocadas por ele. É um misto de admiração e repulsa. Em um instante ele é visto como alguém extraordinário, em outro como uma aberração comparada a uma vaca de duas cabeças. Uns querem tocá-lo, outros fogem.

Ele tenta fazer com que todos o esqueçam, mas às vezes acaba tendo que usar o seu poder e tudo começa novamente. Outro ponto abordado no livro é o grande sentimento de perda que ele sofre ao perder quase cinco anos da sua vida. Ele perdeu a namorada, a quem amava, perdeu todas as mudanças e progressos que aconteceram nesse intervalo de tempo e perdeu o emprego de que gostava tanto. Até um tipo novo de caneta lhe causa estranhamento. Junto com tudo isso, ele ainda sofre com a mãe, que está cada vez mais fanática e delirante. 

O personagem é bem feito, tem profundidade. Nós torcemos por ele, queremos que tudo dê certo e ficamos indignados com a forma como as pessoas o tratam ao longo do livro. A história foca muito no dia a dia dele, em sua tentativa de se recuperar do acidente e  refazer a vida.

E ele esteve bem perto de fazer isso, mas acabou se vendo num grande dilema quando conheceu o político Greg Stillson. O quê, exatamente? Só lendo para saber! 

É uma boa história, bem construída e a leitura prende. Mas confesso que não foi o melhor livro de Stephen king que eu li até agora. Apesar de interessante e de prender a atenção, a história não foi exatamente emocionante e em alguns pontos o ritmo foi até bem lento.

Só não esperem que ele mostre seus poderes a cada duas páginas. As demonstrações dele são relativamente poucas, pois na maior parte das vezes evita usar seu dom porque é desconfortável tanto para ele quanto para a pessoa a quem toca.

Os outros personagens são variados. De uns a gente acaba gostando, outros nós odiamos. E são bem construídos também. Para ser sincera, no entanto, não gostei muito as Sarah. Muito chatinha, cheia de frescuras, do tipo que falta pouco morrer por causa de qualquer coisinha. Mas no fundo é boa pessoa.

Um ponto interessante da história é esse misto de fascinação e repulsa que as pessoas sentem quando vêem alguém que possa ter poderes extraordinários. Querem fazer um espetáculo com essa pessoa, mas ao mesmo tempo lhe tratam como aberração. De um lado, a pessoa é incentivada a tirar proveito dos seus poderes e de outro é taxada como charlatã e aproveitadora. Qualquer alternativa que a pessoa venha a escolher, sempre será vista como errada.

Em determinado ponto do livro, ele começou a receber cartas com insultos e xingamentos. Se houvesse internet com redes sociais naquela época, acho que ele teria surtado de vez porque teria sido 1000x pior. As pessoas costumam ser muito cruéis e sem noção, julgam sem conhecer, condenam sem saber o que realmente acontece.

Sabe... eu não sei se existem ou não pessoas com poderes sobrenaturais. Mas caso existam, dá para entender por que não aparecem na mídia. A dor de cabeça é tanta que acaba não valendo a pena. Se eu tivesse algum poder, ficaria na minha e usaria em proveito próprio (mas tentaria ajudar as pessoas na medida do possível). Mesquinho? Errado? Talvez, mas eu prezo muito pela minha paz de espírito. Não vou jogar isso fora só para ter publicidade e pagar de heroína. 

A leitura do livro vale a pena, apesar dos poréns que eu citei. É fácil de ler, de imaginar a história, tudo é bem descrito e conseguimos ter uma boa idéia do que Johnny sente. Por isso, recomendo.

sábado, 14 de abril de 2018

TMJ#11 - A evolução das máquinas: Críticas

10:40 0 Comentários


Eu estava ansiosa para ler essa história, mas precisava ler e fazer a crítica das outras primeiro, então tive que esperar.

Bem... confesso que Cebola e jogos não é exatamente original, mas fiquei feliz de ver a Mônica participando e se interessando mais, embora ainda precise melhorar bastante. O começo foi bem legal e até com um pouco de adrenalina. Realmente torci para o Cebola ganhar o jogo, mas dessa vez não deu. Já o Nick foi bem chatinho e arrogante, alguém precisa quebrar o topete dele.

Mas engraçado mesmo foi quando aquela “bola do caipiroto” apareceu no quarto do Cebola. E a cena de perseguição foi quase algo de filme. Só fico pensando no que a mãe dele vai pensar quando souber que o filho andou usando um vaso seu como arma. No início eu pensei que a tal bola quisesse capturá-lo, por isso fiquei surpresa quando vi que só queria “consertá-lo”. E curiosa também. Como é que ela ia fazer para consertar um humano?

Eu diria que o começo foi bem conturbado e levei um susto quando soube que aquela bola falante era o B.O.R.E.A.S.. Quer dizer, ele não se parecia muito com o desenho da capa, né. Mas pelo menos é uma bola é resistente porque aquela pancada que a Mônica deu foi de matar. E agora, como o Cebola vai explicar aquele buraco na parede aos seus pais? Vai dizer que os dois se empolgaram demais?

Com a chegada do robô, começa o mistério. O que é e de onde vem? E por que foi criado? Ele não soube responder nenhuma dessas perguntas. Para falar a verdade, a maioria de nós também não sabe.

Mas uma coisa é certa: parece que o B.O.R.E.A.S. realmente gosta de avacalhar o Cebola. Poxa, será que o nível de dificuldade para melhorá-lo é realmente nove mil?

Não posso deixar de mencionar a chegada da Magali e do Cascão, especialmente a empolgação dele. Se tem robô, tem o Cascão todo empolgado. Especialmente depois de ver a mudança que ele fez no quarto do Cebola, com direito até a robô empregado. Eu também ia querer com certeza. Se bem que o lance de ser quase escravizado pelo robô para treinar sem parar não me atraiu muito. Coitado...


Só uma coisinha: não sabia que a Mônica curtia k-pop. Deve ser uma referencia ao livro “Turma da Mônica Jovem: Uma viagem inesperada”, onde a Mônica vai para a Coréia do Sul. Eu também gosto de k-pop e j-pop, embora não tenha nenhum cantor/grupo preferido.

Ao ver que o Cebola estava com dificuldade para melhorar no jogo, o B.O.R.E.A.S. vai percebendo aos poucos que humanos tem limitações e percebe que seu conhecimento sobre eles é limitado. E essa falta de conhecimento que ele tem dos humanos deixa a história bem mais interessante. Mas jogar o sanduba no chão é golpe sujo, viu?

Por outro lado, fiquei bastante surpresa com a dificuldade do Cebola em melhorar no jogo porque ele sempre foi bom nisso. Se bem que o B.O.R.E.A.S. não é muito bom em estimular, mas ainda assim eu esperava uma melhora mais significativa no desempenho dele.

Nós começamos a ver que o B.O.R.E.A.S. é capaz de evoluir sozinho quando toma a decisão de ter um corpo humanóide. Foi algo que ele decidiu sozinho, sendo capaz de entender as próprias necessidades. Ele também se mostra capaz de adaptar aos humanos quando aprende a dizer por favor, pois percebe que as pessoas respondem melhor a isso.

Ah, e o desenho que a Mônica fez nele o deixou bem mais simpático, lhe deu mesmo uma expressão.

Sua capacidade de se aprimorar é tão impressionante que ele mesmo acabou fazendo seu próprio corpo com o que tinha no laboratório do Franja (o primeiro ficou muito uó!) e escolheu sua aparência com base no que podia agradar a Mônica. Hummm... sei não! O chato é que ele destruiu os inventos do coitado no meio do caminho. Ain, que dor!

Mas é claro que ser humano não é nada fácil e ele descobriu isso logo nos primeiros passos. Foi preciso que cada um da turma o ensinasse a ser humano, cada um do seu jeito. E ele foi aprendendo tudo usando equações, mas com o tempo ele deve perceber que elas não vão servir para todas as situações.

Só não imaginava que ele fosse capaz de comer e até sentir sabores. Ele realmente caprichou no seu corpo ao tentar imitar várias funções humanas. E se tem alguém nesse mundo que pode ensiná-lo a comer é a Magali. Mas ensinar a parar já é outra história... Só espero que ele não tenha uma dor de barriga robótica.

Quando vi Marina o ensinando a pintar, pensei que o desenho do Mingau fosse sair bem mais realista, fiquei surpresa quando ele fez um gato com caracteres do teclado, mas sem querer ele meio que expôs uma limitação que à princípio pode ser difícil de resolver: a de não ter sentimentos.

E o Franja tentando ensiná-lo que não deve fazer mal aos humanos? Engraçado e meio triste ao mesmo tempo porque no fim das contas, B.O.R.E.A.S. acabou não repetindo o que o Franja falou. Medinho...

Ele até que estava indo bem no seu aprendizado, mas sua falta de sentimentos também se mostra um grande problema. Isso ficou claro quando ele criticou o desenho da Maria Cebolinha. Ele foi duro demais em sua crítica porque não tem sensibilidade para falar com as pessoas, especialmente as crianças. Nós suavizamos porque nos preocupamos com os sentimentos dos outros, temos empatia e o cuidado para não magoar. B.O.R.E.A.S. parece não ter desenvolvido essa parte, por isso a vida humana se mostra bem complicada para ele, que até o momento só tem a parte lógica, mas nenhuma emoção ou sensibilidade.

Talvez seja por isso que robôs possam representar perigo caso fique inteligentes demais, porque somente lógica sem compaixão nenhuma pode ser bem devastador.

Ser humano é bem complicado. Coisas que para nós são naturais e intuitivas exigem muito esforços de um robô que analisa tudo somente pela lógica e equações. O B.O.R.E.A.S. se esforça, mas não consegue realmente ser um humano “eficiente”. O problema é que tudo para ele são formulas e equações. Seres humanos não funcionam assim. Gostamos de dizer que somos seres racionais, mas a verdade é que somos mais emocionais. Somos guiados pela emoção e muitas coisas são inconscientes e nem percebemos que estão lá. Como B.O.R.E.A.S. vai conseguir imitar isso se um robô nem tem subconsciente? Não tem emoções para guiar suas escolhas, nem intuição?

Ah, sim! A intuição! Usar somente a lógica requer uma capacidade enorme para analisar todo e qualquer fator envolvido. Intuição significa decidir algo quando não temos dados suficientes, mas decidimos só com base no que temos e algo interno que nos guia. Um robô pode ter isso?

Interagir com outras pessoas é mais um desafio que B.O.R.E.A.S. parece ter dificuldade. Se até nós tropeçamos nisso...

Só por curiosidade, achei aquela parte em que o B.O.R.E.A.S. transforma as instruções do Cascão em equações bem parecida com um meme que circula por aí de vez em quando: 


A parte em que o robô conversa com o Cebola sobre ser humano foi ótima, porque ele explicou que errar e aprender faz parte. Erramos, aprendemos, evoluímos e tentamos nos superar. É um processo que envolve mais sentimento do que lógica. Afinal, tem gente que erra milhões de vezes e continua fazendo as mesmas coisas. Já outros aprendem mais rápido. Apesar da má vontade inicial, eles estão indo muito bem juntos. O jogo até meio que perdeu toda aquela importância que tinha no início.

Ah, e foi tão fofinho o Cebola falando dos seus erros e de como aprendeu com eles... e a forma como B.O.R.E.A.S. resumiu o progresso dele foi bem bacana: Cebola superou sua programação e se tornou alguém melhor. Basicamente, é assim que evoluímos. Mudamos aquilo que tinha sido programado anteriormente para algo que pode tornar nossas vidas melhores. Não é tão fácil quanto alterar o programa de um computador, mas ainda assim vale muito a pena.

Mas como nem tudo são flores, bastou uma única frase para que tudo desandasse. B.O.R.E.A.S. se esforça para ser humano, mas ainda é um robô e leva as coisas ao pé da letra. Ele não fez nada por mal, apenas reagiu de acordo com sua programação. Ele ainda se preocupa em seguir ordens e foi isso o que fez. É aí que vem o medo de que os robôs superinteligentes se voltem contra a humanidade, como Franja disse.

E como se as surpresas não fossem suficientes, eis que a D.I.N.A.M.I.C.A. resolve dar o ar da graça. Meio chatinhos, arrogantes e metidos a donos da verdade diga-se de passagem, mas vá lá. Gosto quando eles aparecem. O bom mesmo foi a participação da Brisa. Claro que ela não podia ficar de fora, né?

Só fiquei surpresa ao saber que ela é quem tinha criado o B.O.R.E.A.S.. Isso até explica o por que dele ter surtado durante o jogo, pois ele foi criado para lhe ajudar a lutar, mas ficou complexo demais. Então fez todo o sentido ela mandá-lo para o Cebola.

O bom é que, pelo visto, criaram mais um personagem para a TMJ e espero que o B.O.R.E.A.S. apareça mais vezes em outras histórias, nem que seja só uma pontinha. Ele é um personagem bem feito e com bastante potencial porque pode continuar aprendendo e melhorando.

O próximo passo seria ele aprender a ter sentimentos, mas ao que parece, ele deve ter algum rudimento porque foi capaz de se importar com os amigos. Ele podia apenas ter fugido e deixado os agentes da D.I.N.A.M.I.C.A. acabarem com todos, mas se arriscou para protegê-los. Eles bem que mereciam ter levado uma boa surra para deixarem de ser folgados e arrogantes, mas a solução que o B.O.R.E.A.S. deu também foi muito boa.

Confesso que meus sentimentos pela D.I.N.A.M.I.C.A. são bem conflitantes. Por um lado quero que se lasquem. Por outro, quero que continuem nas histórias. Complicado, não?

Só espero que eles não tentem forçar a Brisa a criar outro B.O.R.E.A.S. para servir aos interesses dele. Sabemos que isso não é possível porque a nova criação não vai passar pelas mesmas experiências que o primeiro passou, mas eles podem querer treiná-lo como arma de guerra. Esse pessoal já mostrou que não é confiável e nem sei por que o seu Quinzão os deixa ficar atrás da sua padaria.

Sabe, a parte em que o B.O.R.E.A.S. se regenera e conserta a si mesmo me lembrou de um filme que gosto muito, chamado Wall-e. Vocês já devem ter assistido ou ouvido falar. Wall-e é um robozinho criado para limpar a Terra, que estava muito poluída, mas com o tempo ele adquire consciência e aprende a se consertar sozinho sem a ajuda de humanos. Graças a isso, ele conseguiu sobreviver ao longo dos anos enquanto outros robôs semelhantes foram pifando por falta de manutenção. A diferença entre Wall-e e B.O.R.E.A.S.  é que ele tem sentimentos, consegue admirar a beleza das coisas, sentir medo, empatia e até se apaixonar.

Tudo isso é bem impressionante considerando que seu cérebro eletrônico é bem mais simples que o do B.O.R.E.A.S.. Por isso eu aguardo ansiosamente uma história onde ele aprende a ter sentimentos.

Inteligência artificial é um assunto bem interessante, embora eu pessoalmente não acredite que robôs sejam capazes de se tornarem humanos. A não ser, como Magali falou em determinado ponto, que eles possam adquirir uma alma.

Eu sou meio que espiritualista, acredito que todos temos alma e que é dela de onde vem tudo aquilo que somos: nossa inteligência, sentimentos, capacidade de pensar e tomar decisões. As pessoas acham que tudo isso vem do cérebro e que por isso seria possível criar um robô tão inteligente quanto um ser humano. Mas se for mesmo verdade que nossa humanidade venha de algo a mais, que não pode ser manipulado pela ciência, então não tem como criar robôs inteligentes como nós.

Por outro lado, se por acaso for possível um robô ter alma... aí eu não sei, é algo difícil de opinar porque não tenho nem conhecimento para isso.

Eu gostei bastante da história, muito bem escrita e com muitas surpresas. E tudo ficou melhor ainda com o desenho da Roberta Pares, que deu mais expressividade aos rostos da turma. As caras tristes, zangadas, de medo, etc. ficam muito melhores quando ela desenha (especialmente os chibis). Parece que dá mais dinamismo a história, percebemos melhor os movimentos. Os personagens não parecem só coisas estáticas no papel. E gente, o B.O.R.E.A.S. ficou mesmo uma graça, não ficou? Por um instante até pensei que ele podia ser um namorado para a Brisa, mas agora fica meio difícil porque ele foi criado por ela, então acho que está mais para filho. Melhor assim, pelo menos fugiu do clichê que seria formar um casal com os dois.

Mesmo não tendo emoções, as expressões dele ficaram muito boas, especialmente na hora de comer. Eu também costumo fazer essa cara quando tenho meus ataques de comilança.

Essa foi a crítica. Meldels, como escrevi! Faz tempo que não escrevo uma crítica tão longa. É que a história foi tão boa, então não deu para escrever tudo em poucas linhas. Espero que vocês se animem a ler tudo.







sexta-feira, 13 de abril de 2018

CBM#36: Chico e o Lobisomem - Críticas

18:06 0 Comentários



Oi, gente. Olha eu aqui de novo com outra crítica. E nessa edição, parece que o bicho vai pegar literalmente.

A história é contada naquele clima de cidade do interior, onde as pessoas se reúnem no bar local e vão contando seus “causos”. Parece que um lobisomem anda pela região assustando as pessoas, mas Chico não se importa muito pois já está acostumado com essas coisas. Só que tudo complica quando ele descobre que o bicho está interessado demais na Rosinha para o gosto dele.

É uma história simples, onde todos tentam encontrar e capturar o lobisomem e descobrir por que ele vai atrás da Rosinha. No início suspeitaram do Genesinho e até eu cheguei a acreditar, mas no fim era o Chico mesmo. Engraçado que nunca ouvi falar de lobisomem da lua azul.

Foi uma história legal, quase um terror leve. Criaram um bom mistério, não deu para ver logo de cara que o Chico era o lobisomem apesar de ter surgido uma pontinha de desconfiança quando ele atacou as goiabas do nhô Lau.

E teve outras passagens engraçadas como o nhô Lau tentando esconder no galinheiro e falando “abre a porta, Mariquinha”. Acho que nem todos vão entender a referência. E também foi engraçado quando o lobisomem atacou o entregador de pizza. Dependendo da minha fome, eu teria feito o mesmo.

Gostei da história porque criaram um clima que é ao mesmo tempo sombrio, lembrando aqueles filmes de terror que se passam em cidadezinhas pequenas e também foi engraçado em várias partes, especialmente por conta da participação do Zé Lelé.

Foi legal ver outros personagens como o seu Genésio querendo matar o lobisomem e depois ficando chocado com a chance dele ser seu próprio filho.

Agora, tem umas coisinhas que não se encaixaram bem. Uma delas foi a aparição da Oncivarda sendo que ela tinha sido levada embora na ed. 32. Será que ela fugiu, foi devolvida ou foi só furo de roteiro? Outra coisa é a vó Dita falar que a lua azul ocorre a cada dois anos, mas que o Chico só ia virar lobisomem uma vez e depois nunca mais. Ué, se ele é lobisomem da lua azul, que acontece a cada dois anos, então ele tem que virar lobisomem a cada dois anos, certo? Também não fez sentido.

De qualquer forma, eu gosto quando o Chico volta para a Vila Abobrinha. Deve ser porque eu também me sentiria mais segura estando em casa.

E o Chico curtindo um momento romântico com a Rosinha também foi lindo de se ver, gosto quando os dois aparecem juntos.

O final foi bem engraçado por causa da aparição do Saci, que ainda gosta de fazer lá suas travessuras com os garotos, embora não seja por maldade e ele tenha afeição por todos.

Essa foi a crítica. Confesso que nas histórias do Chico eu não escrevo tanto quanto nas da TMJ, não sei por que. Acho que é por não ter assim muitas coisas para falar. Mas espero que tenham gostado e aguardem a próxima!