sábado, 14 de abril de 2018

TMJ#11 - A evolução das máquinas: Críticas



Eu estava ansiosa para ler essa história, mas precisava ler e fazer a crítica das outras primeiro, então tive que esperar.

Bem... confesso que Cebola e jogos não é exatamente original, mas fiquei feliz de ver a Mônica participando e se interessando mais, embora ainda precise melhorar bastante. O começo foi bem legal e até com um pouco de adrenalina. Realmente torci para o Cebola ganhar o jogo, mas dessa vez não deu. Já o Nick foi bem chatinho e arrogante, alguém precisa quebrar o topete dele.

Mas engraçado mesmo foi quando aquela “bola do caipiroto” apareceu no quarto do Cebola. E a cena de perseguição foi quase algo de filme. Só fico pensando no que a mãe dele vai pensar quando souber que o filho andou usando um vaso seu como arma. No início eu pensei que a tal bola quisesse capturá-lo, por isso fiquei surpresa quando vi que só queria “consertá-lo”. E curiosa também. Como é que ela ia fazer para consertar um humano?

Eu diria que o começo foi bem conturbado e levei um susto quando soube que aquela bola falante era o B.O.R.E.A.S.. Quer dizer, ele não se parecia muito com o desenho da capa, né. Mas pelo menos é uma bola é resistente porque aquela pancada que a Mônica deu foi de matar. E agora, como o Cebola vai explicar aquele buraco na parede aos seus pais? Vai dizer que os dois se empolgaram demais?

Com a chegada do robô, começa o mistério. O que é e de onde vem? E por que foi criado? Ele não soube responder nenhuma dessas perguntas. Para falar a verdade, a maioria de nós também não sabe.

Mas uma coisa é certa: parece que o B.O.R.E.A.S. realmente gosta de avacalhar o Cebola. Poxa, será que o nível de dificuldade para melhorá-lo é realmente nove mil?

Não posso deixar de mencionar a chegada da Magali e do Cascão, especialmente a empolgação dele. Se tem robô, tem o Cascão todo empolgado. Especialmente depois de ver a mudança que ele fez no quarto do Cebola, com direito até a robô empregado. Eu também ia querer com certeza. Se bem que o lance de ser quase escravizado pelo robô para treinar sem parar não me atraiu muito. Coitado...


Só uma coisinha: não sabia que a Mônica curtia k-pop. Deve ser uma referencia ao livro “Turma da Mônica Jovem: Uma viagem inesperada”, onde a Mônica vai para a Coréia do Sul. Eu também gosto de k-pop e j-pop, embora não tenha nenhum cantor/grupo preferido.

Ao ver que o Cebola estava com dificuldade para melhorar no jogo, o B.O.R.E.A.S. vai percebendo aos poucos que humanos tem limitações e percebe que seu conhecimento sobre eles é limitado. E essa falta de conhecimento que ele tem dos humanos deixa a história bem mais interessante. Mas jogar o sanduba no chão é golpe sujo, viu?

Por outro lado, fiquei bastante surpresa com a dificuldade do Cebola em melhorar no jogo porque ele sempre foi bom nisso. Se bem que o B.O.R.E.A.S. não é muito bom em estimular, mas ainda assim eu esperava uma melhora mais significativa no desempenho dele.

Nós começamos a ver que o B.O.R.E.A.S. é capaz de evoluir sozinho quando toma a decisão de ter um corpo humanóide. Foi algo que ele decidiu sozinho, sendo capaz de entender as próprias necessidades. Ele também se mostra capaz de adaptar aos humanos quando aprende a dizer por favor, pois percebe que as pessoas respondem melhor a isso.

Ah, e o desenho que a Mônica fez nele o deixou bem mais simpático, lhe deu mesmo uma expressão.

Sua capacidade de se aprimorar é tão impressionante que ele mesmo acabou fazendo seu próprio corpo com o que tinha no laboratório do Franja (o primeiro ficou muito uó!) e escolheu sua aparência com base no que podia agradar a Mônica. Hummm... sei não! O chato é que ele destruiu os inventos do coitado no meio do caminho. Ain, que dor!

Mas é claro que ser humano não é nada fácil e ele descobriu isso logo nos primeiros passos. Foi preciso que cada um da turma o ensinasse a ser humano, cada um do seu jeito. E ele foi aprendendo tudo usando equações, mas com o tempo ele deve perceber que elas não vão servir para todas as situações.

Só não imaginava que ele fosse capaz de comer e até sentir sabores. Ele realmente caprichou no seu corpo ao tentar imitar várias funções humanas. E se tem alguém nesse mundo que pode ensiná-lo a comer é a Magali. Mas ensinar a parar já é outra história... Só espero que ele não tenha uma dor de barriga robótica.

Quando vi Marina o ensinando a pintar, pensei que o desenho do Mingau fosse sair bem mais realista, fiquei surpresa quando ele fez um gato com caracteres do teclado, mas sem querer ele meio que expôs uma limitação que à princípio pode ser difícil de resolver: a de não ter sentimentos.

E o Franja tentando ensiná-lo que não deve fazer mal aos humanos? Engraçado e meio triste ao mesmo tempo porque no fim das contas, B.O.R.E.A.S. acabou não repetindo o que o Franja falou. Medinho...

Ele até que estava indo bem no seu aprendizado, mas sua falta de sentimentos também se mostra um grande problema. Isso ficou claro quando ele criticou o desenho da Maria Cebolinha. Ele foi duro demais em sua crítica porque não tem sensibilidade para falar com as pessoas, especialmente as crianças. Nós suavizamos porque nos preocupamos com os sentimentos dos outros, temos empatia e o cuidado para não magoar. B.O.R.E.A.S. parece não ter desenvolvido essa parte, por isso a vida humana se mostra bem complicada para ele, que até o momento só tem a parte lógica, mas nenhuma emoção ou sensibilidade.

Talvez seja por isso que robôs possam representar perigo caso fique inteligentes demais, porque somente lógica sem compaixão nenhuma pode ser bem devastador.

Ser humano é bem complicado. Coisas que para nós são naturais e intuitivas exigem muito esforços de um robô que analisa tudo somente pela lógica e equações. O B.O.R.E.A.S. se esforça, mas não consegue realmente ser um humano “eficiente”. O problema é que tudo para ele são formulas e equações. Seres humanos não funcionam assim. Gostamos de dizer que somos seres racionais, mas a verdade é que somos mais emocionais. Somos guiados pela emoção e muitas coisas são inconscientes e nem percebemos que estão lá. Como B.O.R.E.A.S. vai conseguir imitar isso se um robô nem tem subconsciente? Não tem emoções para guiar suas escolhas, nem intuição?

Ah, sim! A intuição! Usar somente a lógica requer uma capacidade enorme para analisar todo e qualquer fator envolvido. Intuição significa decidir algo quando não temos dados suficientes, mas decidimos só com base no que temos e algo interno que nos guia. Um robô pode ter isso?

Interagir com outras pessoas é mais um desafio que B.O.R.E.A.S. parece ter dificuldade. Se até nós tropeçamos nisso...

Só por curiosidade, achei aquela parte em que o B.O.R.E.A.S. transforma as instruções do Cascão em equações bem parecida com um meme que circula por aí de vez em quando: 


A parte em que o robô conversa com o Cebola sobre ser humano foi ótima, porque ele explicou que errar e aprender faz parte. Erramos, aprendemos, evoluímos e tentamos nos superar. É um processo que envolve mais sentimento do que lógica. Afinal, tem gente que erra milhões de vezes e continua fazendo as mesmas coisas. Já outros aprendem mais rápido. Apesar da má vontade inicial, eles estão indo muito bem juntos. O jogo até meio que perdeu toda aquela importância que tinha no início.

Ah, e foi tão fofinho o Cebola falando dos seus erros e de como aprendeu com eles... e a forma como B.O.R.E.A.S. resumiu o progresso dele foi bem bacana: Cebola superou sua programação e se tornou alguém melhor. Basicamente, é assim que evoluímos. Mudamos aquilo que tinha sido programado anteriormente para algo que pode tornar nossas vidas melhores. Não é tão fácil quanto alterar o programa de um computador, mas ainda assim vale muito a pena.

Mas como nem tudo são flores, bastou uma única frase para que tudo desandasse. B.O.R.E.A.S. se esforça para ser humano, mas ainda é um robô e leva as coisas ao pé da letra. Ele não fez nada por mal, apenas reagiu de acordo com sua programação. Ele ainda se preocupa em seguir ordens e foi isso o que fez. É aí que vem o medo de que os robôs superinteligentes se voltem contra a humanidade, como Franja disse.

E como se as surpresas não fossem suficientes, eis que a D.I.N.A.M.I.C.A. resolve dar o ar da graça. Meio chatinhos, arrogantes e metidos a donos da verdade diga-se de passagem, mas vá lá. Gosto quando eles aparecem. O bom mesmo foi a participação da Brisa. Claro que ela não podia ficar de fora, né?

Só fiquei surpresa ao saber que ela é quem tinha criado o B.O.R.E.A.S.. Isso até explica o por que dele ter surtado durante o jogo, pois ele foi criado para lhe ajudar a lutar, mas ficou complexo demais. Então fez todo o sentido ela mandá-lo para o Cebola.

O bom é que, pelo visto, criaram mais um personagem para a TMJ e espero que o B.O.R.E.A.S. apareça mais vezes em outras histórias, nem que seja só uma pontinha. Ele é um personagem bem feito e com bastante potencial porque pode continuar aprendendo e melhorando.

O próximo passo seria ele aprender a ter sentimentos, mas ao que parece, ele deve ter algum rudimento porque foi capaz de se importar com os amigos. Ele podia apenas ter fugido e deixado os agentes da D.I.N.A.M.I.C.A. acabarem com todos, mas se arriscou para protegê-los. Eles bem que mereciam ter levado uma boa surra para deixarem de ser folgados e arrogantes, mas a solução que o B.O.R.E.A.S. deu também foi muito boa.

Confesso que meus sentimentos pela D.I.N.A.M.I.C.A. são bem conflitantes. Por um lado quero que se lasquem. Por outro, quero que continuem nas histórias. Complicado, não?

Só espero que eles não tentem forçar a Brisa a criar outro B.O.R.E.A.S. para servir aos interesses dele. Sabemos que isso não é possível porque a nova criação não vai passar pelas mesmas experiências que o primeiro passou, mas eles podem querer treiná-lo como arma de guerra. Esse pessoal já mostrou que não é confiável e nem sei por que o seu Quinzão os deixa ficar atrás da sua padaria.

Sabe, a parte em que o B.O.R.E.A.S. se regenera e conserta a si mesmo me lembrou de um filme que gosto muito, chamado Wall-e. Vocês já devem ter assistido ou ouvido falar. Wall-e é um robozinho criado para limpar a Terra, que estava muito poluída, mas com o tempo ele adquire consciência e aprende a se consertar sozinho sem a ajuda de humanos. Graças a isso, ele conseguiu sobreviver ao longo dos anos enquanto outros robôs semelhantes foram pifando por falta de manutenção. A diferença entre Wall-e e B.O.R.E.A.S.  é que ele tem sentimentos, consegue admirar a beleza das coisas, sentir medo, empatia e até se apaixonar.

Tudo isso é bem impressionante considerando que seu cérebro eletrônico é bem mais simples que o do B.O.R.E.A.S.. Por isso eu aguardo ansiosamente uma história onde ele aprende a ter sentimentos.

Inteligência artificial é um assunto bem interessante, embora eu pessoalmente não acredite que robôs sejam capazes de se tornarem humanos. A não ser, como Magali falou em determinado ponto, que eles possam adquirir uma alma.

Eu sou meio que espiritualista, acredito que todos temos alma e que é dela de onde vem tudo aquilo que somos: nossa inteligência, sentimentos, capacidade de pensar e tomar decisões. As pessoas acham que tudo isso vem do cérebro e que por isso seria possível criar um robô tão inteligente quanto um ser humano. Mas se for mesmo verdade que nossa humanidade venha de algo a mais, que não pode ser manipulado pela ciência, então não tem como criar robôs inteligentes como nós.

Por outro lado, se por acaso for possível um robô ter alma... aí eu não sei, é algo difícil de opinar porque não tenho nem conhecimento para isso.

Eu gostei bastante da história, muito bem escrita e com muitas surpresas. E tudo ficou melhor ainda com o desenho da Roberta Pares, que deu mais expressividade aos rostos da turma. As caras tristes, zangadas, de medo, etc. ficam muito melhores quando ela desenha (especialmente os chibis). Parece que dá mais dinamismo a história, percebemos melhor os movimentos. Os personagens não parecem só coisas estáticas no papel. E gente, o B.O.R.E.A.S. ficou mesmo uma graça, não ficou? Por um instante até pensei que ele podia ser um namorado para a Brisa, mas agora fica meio difícil porque ele foi criado por ela, então acho que está mais para filho. Melhor assim, pelo menos fugiu do clichê que seria formar um casal com os dois.

Mesmo não tendo emoções, as expressões dele ficaram muito boas, especialmente na hora de comer. Eu também costumo fazer essa cara quando tenho meus ataques de comilança.

Essa foi a crítica. Meldels, como escrevi! Faz tempo que não escrevo uma crítica tão longa. É que a história foi tão boa, então não deu para escrever tudo em poucas linhas. Espero que vocês se animem a ler tudo.







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