E aí, gente? Já leram a ed. 21 do Chico Moço? Pois é. Quem
pelo menos viu a capa deve ter percebido que a história prometia ser tensa
porque falava de morte. A morte da Rosinha, especificamente.
O tema da história não é original. Já apareceu em vários filmes
e séries também. a idéia é simples: a pessoa vive um mesmo dia dezenas ou até
mesmo centenas de vezes, tudo acontecendo de forma igual. Mas só ela tem
consciência disso. Geralmente, quando o dia acaba tudo recomeça no dia
seguinte, os mesmos eventos e acontecimentos.
Para sair desse círculo, a pessoa deve fazer algo, resolver
algum problema pendente ou desvendar um enigma. Depende da história. Alguns até
curtem viver o mesmo dia várias vezes como num filme chamado "o último dia de verão", onde um garoto deseja que o dia não se acabe e esse desejo acaba se realizando, fazendo com que o último dia das férias de verão se repetisse
indefinidamente.
No início ele curtiu bastante, mas depois começou a ficar
chato porque todos os eventos eram iguais e depois de um tempo, nada de novo
acontecia. Ele resolveu isso quando conseguiu viver esse dia intensamente,
aproveitando cada momento, resolvendo algumas pendengas, se entendendo com os
amigos e fazendo coisas que sempre quis fazer, mas nunca teve coragem.
Mas é claro que o Chico não gostou nem um pouco de viver
esse dia várias vezes. O tema, como falei, não é novo. Mas gostei da forma como
ele foi abordado. A história foi evoluindo num ritmo bom, com o Chico primeiro
tentando evitar a morte da Rosinha a todo custo, mas ela sempre morria de um
jeito ou de outro. Até dentro de casa.
Vou ser sincera: muitos de vocês devem ter até chorado
quando ele acorda no dia seguinte e chora pela Rosinha e todos os sonhos que
tinha com ela e não podiam mais se realizar. Mas eu ainda estava assim meio
azeda com ele por causa da última edição, então confesso que não me comovi
muito. Quer dizer, quando ele perguntou como ia fazer para viver sem a Rosinha,
o que me veio a cabeça foi: “da mesma forma como você viveu na última edição:
arruma outra garota para casar, tenha filhos com ela e seja feliz”.
Sim, eu sei que estou sendo muito severa, talvez até um
pouco dramática, não sei. É que me pareceu muito estranho ele sofrer pela
Rosinha agora sendo que antes ele viveu sua vida numa boa. Ele não parou para
pensar nos sonhos que tinha com ela, nem na vida que poderiam ter tido juntos.
Não parou para pensar em nada, apenas se ajustou a nova vida que escolheu e
viveu muito feliz até o final sem nem ao menos ter lembrado que ela um dia
existiu. Os pais dele ainda tiveram uma homenagem através dos seus filhos, mas
ela foi relegada ao esquecimento e fim.
Tá, tá, vamos voltar a crítica.
E, como costuma acontecer em filmes desse gênero, ele chegou
ao ponto “que tudo se f***!”, estourou o pobre galo e quase fura o traseiro do
Zé Lelé. Acho que ele estava precisando de algo assim para extravasar um pouco.
Confesso que já senti vontade de fazer isso com muitas pessoas, mas isso não
vem ao caso.
A segunda parte é onde ele pesquisa e aprende sobre o
fenômeno. Para mim foi tranqüilo, mas fiquei pensando se os leitores mais novos
conseguiram entender alguma coisa. Quem acompanha a TMJ e já leu a ed. 37 deve
ter ao menos uma noção vaga da teoria de universos paralelos. Essa teoria foi
proposta em 1950 pelo físico Norte Americano Hugh Everett.
De acordo com Everett, cada vez que um evento acontece, ele
pode ter inúmeras possibilidades e resultados diferentes. E para cada
resultado, um novo universo se abre. É tipo assim:
Tomem como exemplo o Zé das Couves atravessando a rua. Na
direção dele vem um carro. Esse é um evento com muitos resultados possíveis,
certo? Suponhamos que ele consiga desviar do carro e sobreviver. Beleza.
Mas como esse tipo de evento tem muitos resultados
diferentes, a teoria de universos paralelos diz que um universo novo pode ter
sido criado de acordo com cada desfecho. Então pode ser que em um universo ele
tenha virado pizza de asfalto. Mas em outro ele esteja no hospital se
recuperando dos ferimentos.
Em um universo, os ferimentos podem ter sido leves. Em
outro, ele pode ter ido parar na UTI. De repente, ele escapou mas o carro
acabou batendo em
outro. Teoricamente, um universo é criado para cada
possibilidade. Meio doido, não?
Mas no caso do Chico, parece que ele passou a viver o mesmo
dia em todos os mundos onde a Rosinha morreu de um jeito ou de outro porque no
mirante tem uma anomalia que faz com que diversas realidades diferentes se
encontrem. Mas por que somente essas realidades foram atraídas? Por causa da
forte emoção causada pela briga que eles tiveram no mirante, somada as emoções
que já estavam acumuladas ali.
Por isso ele precisava de algo forte o suficiente para romper
aquele círculo e fazer com que a realidade seguisse seu curso. Daí ele pediu a
Rosinha em casamento e depois pulou do mirante. Foi uma explicação meio
estranha, mas acho que serviu para mim, assim como a solução que ele criou. Bem,
me convenceu. Ele realmente a ama, apesar de ter dado uma grande escapadela na
ed. 20.
Só achei meio chato ele ter esquecido de tudo ao acordar. Nos
filmes que eu assisti, a pessoa continuou lembrando de tudo que viveu e
aprendeu nesses dias repetidos e o Chico teve o maior ataque de amnésia, o que
achei uma pena. Tudo o que ele aprendeu acabou se perdendo. Acho que o
roteirista fez assim para deixá-lo do jeito que começou a história. Pensando bem,
ia ser muito estranho um Chico praticamente doutor em física quântica e falando
japonês.
Agora, confesso que fiquei meio confusa com uma coisa: o
Chico não estava de férias da faculdade? Pelo menos foi assim nas últimas edições,
mas agora parece que é só um feriadão e isso ficou bem estranho.
Além do mais, vocês já sabem que a próxima ed. da TMJ vai
ter crossover do Chico com a turma e creio que nessa ed. ele estará de férias,
certo? Faria mais sentido. Ai ai... o tempo corre de um jeito muito estranho
nessas revistas, viu?
Bom, pelo menos o Chico não pode reclamar, já que suas férias
parecem mais longas que as do Phineas e Ferb. E no geral eu gostei bastante da
história, foi melhor que a dos últimos meses. Pelo menos foi algo interessante
já que pensar na existência de universos paralelos sempre mexe com nossa
imaginação.
Será que alguém aí já pensou que pode existir um duplo
vivendo em outro mundo e em como ele seria? Deve ser bem interessante.
Falando nisso, estou me esforçando para fazer a continuação de
universo em Desequilíbrio, apesar de eu estar meio travada em um ponto onde não
consigo avançar. É assim mesmo. A inspiração some, depois reaparece. Mas fiquem
tranqüilos que um dia a história sai. E prometo que vai ser bem tensa!
Agora temos a próxima ed. que tem qualquer coisa a ver com um
cavalo de crina roxa que eles devem ter conhecido na juventude. Deve ser tipo
aqueles filmes de cavalos onde eles fazem amizade, um tem que confiar no outro para
superar as dificuldades, tem uma grande aventura, talvez uma perseguição de alguém
que queira o cavalo, algo do gênero.
Também tem uma imagem com o Chico "sangue nos olhos", com png e quebra-cabeça:
E para quem quiser outra opinião, confiram o vídeo do Canal Turma da Mônica Jovem: