terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

TMJ#67 - Par Perfeito: Palpites

20:30 25 Comentários



Voltando alguns dias no tempo, mais especificamente no dia 28 de janeiro, eu fui dar uma olhada no preview da Ed. 66 e lá no finalzinho vi a sinopse da Ed. 67.  Meu primeiro pensamento foi: “aimeucoração”! Vai rolar um lance entre Cascão e magali? Sério mesmo? Jura? Oi?

Imediatamente eu lembrei daquela história dos gibis “Cascão e Magali estão namorando”. Uma historinha engraçada e talvez épica, não acham? Pois bem. Pode ser que a edição desse mês seja baseada nessa história. Quer dizer, não tenho certeza de nada, mas não é a primeira vez que usam historinhas do gibi como base para as da versão jovem.

Para quem não leu, a historinha começa com Cascão oferecendo uma torta para Magali provar. Gulosa como é, ela engoliu tudo de uma vez e só depois ele falou que tinha feito com restos de comida, ração do Chovinista e casca de laranja para dar gosto. Imaginem a cara dela, né?

Quando soube o que tinha acabado de comer, ela começou a engasgar e o Cascão lhe deu tapas nas costas para ajudar. O Dudu viu e achou que ele estava fazendo carinho nela e saiu gritando que os dois estavam namorando. Aí começa todo o mal entendido e a bagunça. A coisa chegou a um ponto em que o Quim e a Cascuda terminaram tudo e os dois ficaram solteiros.

Mas, claro, no fim tudo se resolveu e cada um voltou para seu antigo par de infância.

Bem. Se a Ed. 67 vai ser baseada nessa historinha, então creio que os namoros da Magali e do Cascão vão terminar por causa de um mal entendido. Talvez porque a Cascuda e o Quim ficaram com ciúmes demais dos dois e terminaram tudo. Pode ser algo parecido. De qualquer forma, meu palpite é que Quim vai terminar com Magali e Cascuda com Cascão.

Mas claro, pode acontecer uma surpresa e ser a Magali e o Cascão quem irão terminar seus namoros. Ou pode ser um de cada. São várias possibilidades.

As razões podem ser mal-entendidos como aconteceu na história do gibi ou então alguma briga mais grave e séria o suficiente para acabar com um namoro de infância.

Imagino a repercussão que esse caso vai ter na turma inteira, os boatos, a Denise espalhando a fofoca para meio mundo, a Mônica tentando consertar as coisas e juntar novamente os casais...  todo mundo vai estranhar, claro. Eles podem até sofrer muita oposição no início. Especialmente do Quim e da Cascuda, que não vão gostar nem um pouco.

Será que o Quim e a Cascuda vão tentar reatar os namoros? Ou tentarão fazer ciúmes nos dois? Para quem não sabe, teve uma história nos gibis onde todo mundo pensou que o Cebolinha estava namorando a Magali. É que ela cuspiu paçoca na cara dele sem querer e depois tentou soprar um pedalo que ficou no olho dele. A Denise viu e saiu espalhando que os dois estavam namorando. Quando descobriram, Quim e Cascuda começaram a “namorar” para fazer ciúmes neles. Será que vai rolar algo assim? É pouco provável, mas não deixa de ser uma possibilidade.

Será que vai rolar algum climinha entre os dois ou no fim vão chegar a conclusão de que são somente amigos e nada mais? Pode ser que no início até role alguma coisa, mas acho pouco provável que saia algum beijo daí.

Quer dizer, no gibi eles até pensaram em namorar um com o outro, mas no fim nem chegou a isso, embora eles tenham ido embora se olhando com uma carinha de tristeza.

E mesmo que cheguem a namorar (o que duvido, mas o roteirista pode nos surpreender), não vai durar nem uma revista inteira e acabarão terminando seja por incompatibilidade, ou porque cada um quer voltar para seu par de infância.

Claro que o final já sabemos, né? Magali vai voltar com o Quim e Cascão com Cascuda. Não preciso ser madame Creuzodete para adivinhar isso.

Mesmo assim acho que a história vai agradar muita gente que estava torcendo para que Magali e Cascão ficassem juntos. Quer dizer, pelo menos vai dar um gostinho. Acho que depois de terem colocado Cascão e Cascuda como casados na Ed. 50, eles não vão querer mudar as coisas no meio do caminho. A não ser que resolvam colocá-los para namorar algumas edições e no fim as coisas voltam a ser como antes.

Só que isso teria influência sobre histórias futuras e acho que eles preferem evitar ao máximo esse tipo de coisa. Tudo o que começa numa história (seja saga ou aventura completa), deve terminar na história. A única exceção, claro, é o eterno mimimi da Mônica com o Cebola, mas isso não vem ao caso.

E o que eu penso da Magali ficar com o Cascão? É indiferente para mim. Não torço nem contra, nem a favor. Se a MSP resolver juntar os dois, beleza. Senão, beleza do mesmo jeito.

Falando nisso, eu lembro há muito tempo de uma história no Nyah que se chamava “Um novo começo” onde a autora escreveu sobre os dois ficando juntos. O que isso tem de mais? Se não me engano, foi a primeira história do gênero, super pioneira. Tanto que muita gente comentou achando um absurdo, loucura, era errado, não podia, etc. Sim, muita gente não gostou.

A notícia ruim é que a autora excluiu a história. Acho que estava dando tanto problema e confusão que ela acabou desanimando. Tem até três desenhos que foram feitos em homenagem a história, mas acho que não são exatamente apropriados para todas as idades, então achei melhor não publicar. Foi uma pena mesmo.

O mais engraçado é que depois disso muita gente apareceu escrevendo a história com os dois juntos e atualmente ninguém acha mais um absurdo. Mas claro, alguém precisou abrir caminho antes, chocar, questionar e apresentar outra alternativa. E viva os pioneiros!

Voltando ao assunto, a capa desse mês ficou muito bonita e até com um pouco de apelo emocional. Acho que deu um certo impacto eles mostrarem as fotos rasgadas do Cascão e da Magali sendo juntadas com durex enquanto as do Quim e Cascuda estão jogadas num canto.  E se vocês repararem, as fotos do Cascão e da Magali parecem se olhar.

Só achei o título meio engraçado. Par perfeito? Será mesmo? Confesso que eles sempre se deram bem, mas não sei se seriam um par perfeito. Se o Cascão ao menos soubesse cozinhar, ainda vá lá. Mas ele não deve nem saber fazer miojo, como vai conseguir segurar a Magali? Vocês sabem que aquela ali é pega pelo estômago. A não ser, claro, que o título esteja se referindo aos casais originais (Cascão/Cascuda, Quim/Magali).

Bem... vamos ver no que isso vai dar.

E para quem estiver precisando, tem no blog imagens do Cascão com a Magali. Podem usar a vontade:

domingo, 16 de fevereiro de 2014

Recomendo: A Segunda Teoria

16:39 14 Comentários
A Segunda Teoria

História: A Segunda Teoria
Autora: Vocaloiid_XD
Classificação: +16
Gêneros: Amizade, Aventura, Comédia, Drama, Mistério, Romance, Suspense, Universo Alternativo
Avisos: Álcool, Linguagem Imprópria, Sexo, Violência, Drogas


Sinopse:
Quando a tenente Xabéu fica intrigada sobre mundos paralelos, resolve se aprofundar no assunto e pesquisar mais sobre isso, só que é ai que ela vê que ela e Astronauta estavam errados e há uma segunda teoria... E é nesse mundo que eles vão descobrir que a realidade estava errada sobre muitas coisas...



Gostam daquelas histórias de universos alternativos? Sei que muitos gostam. No Nyah tem muitas, eu mesma escrevi uma. No geral, elas parecem seguir a mesma linha: uma realidade onde o restante da turma não cresceu junto com a Mônica e ela só os encontra depois de crescida. O resto fica por conta da criatividade do escritor.

Mas essa tem uma diferença: não é centrada na Mônica e sim na Magali. Por isso, preparem-se para conhecerem um mundo onde tudo é mesmo diferente e todos tem personalidades bem distintas, opostas até dos seus originais.

Essa é a segunda teoria, quando a Xabéu descobre que nem sempre as pessoas dos mundos alternativos tem as mesmas personalidades dos seus originais.

A autora soube construir as personalidades de um jeito oposto ao que nós esperamos e além disso a história tem um enredo que prende, com várias situações, intrigas, um pouco de humor e suspense.

Quando se fala em universo alternativo, é mesmo um universo alternativo. Bem... para saber mais, só lendo a história. O único porém é ela ser para maiores de 16 anos e ter avisos, então tomem muito cuidado quem tiver menos de 16!

Já aconteceu de uma garota de 12 anos ler aquela minha fanfic gostosuras ou travessuras e ficar chocada porque não observou que a história não estava na faixa etária dela e tinha avisos.

Essa fanfic não tem nada assim pesado ou grotesco demais, claro, mas ainda assim é sempre bom ter algum cuidado. 
Outra curiosidade é que essa história começou a ser escrita em 09/11/2011 e só terminou em 08/02/2014. Demorou um pouco. Na verdade, demorou bastante e eu até já tinha desistido. Mas quando vi que tinha terminado, retomei a leitura e valeu a pena.
 

Sem mais delongas, aqui está a história: A Segunda Teoria

sábado, 15 de fevereiro de 2014

Piteco - Ingá: críticas

18:09 4 Comentários


Hoje eu li aquela história do Piteco, Ingá, último volume da série Graphic MSP. Estava esperando por ela há bastante tempo e finalmente tive a chance de ler e gostei muito.

Os desenhos são bem diferentes do que a gente vê nos gibis. Os personagens ficaram mais adultos, mais humanos e menos cartoon. É tipo como seria o Piteco e sua turma caso fossem como pessoas de verdade, ainda que mantendo os traços de cada personagem.

A história é narrada pela Thuga em primeira pessoa, mostrando que o enredo é centrado nela e na sua importância para a tribo.

Resumindo, o povo de Lem está chegando a um tempo de mudanças. O rio que abastecia a tribo secou e como eles eram agricultores e dependiam do rio, tiveram que tomar novos rumos sob a orientação de Thuga, que tinha se tornado xamã da tribo. Mas Piteco não estava lá muito empolgado com essa idéia porque ele era caçador e não gostava de depender das chuvas nem de esperar que as sementes brotassem.

Ela tentou explicar que era preciso mudar o estilo de vida para que a tribo sobrevivesse. Afinal, não era todo dia do ano que tinha caça, por isso eles precisavam de outra forma para sobreviver. Mesmo ela tendo explicado tudo, ele preferia continuar como caçador porque não cultivava raízes e nem plantava sementes.

Por causa dessa conversa e para seguir um tipo de profecia dos ancestrais, ela se deixou capturar pelos homens-tigres, guerreiros que usavam pele do tigre dente de sabre. Sim, pessoal, já teve tigre aqui no Brasil até mais ou menos dez mil anos atrás. Creio que essa história deve ter se passado mais ou menos nessa época.

No dia seguinte, quando descobre que ela foi capturada pelos homens-tigre, Piteco decide ir ao seu resgate (finalmente é ele quem corre atrás dela!) junto com seu amigo Beleléu enquanto o resto da tribo seguia em frente.

Então começa uma longa e perigosa caminhada, repleta de armadilhas, criaturas místicas (umas ajudam, outras atrapalham), muitos apertos e até uma boa briga com sangue e tudo travada com os homens da tribo de Ur! Só que quem encarou essa briga foi outra personagem: Ogra, que os seguiu por achar que eles não estavam seguros o bastante. Ela deu uma surra e botou todo mundo para correr. A ajuda dela foi de grande importância não só para protegê-los, como também para ajudá-los a alcançar os homens-tigre que tinham tomado boa dianteira por causa dos atrasos deles.

Quando Thuga e os homens-tigre chegaram à aldeia, finalmente descobrimos porque ela foi capturada. As mulheres daquela tribo estavam doentes e o rei dos homens-tigre achou que tinha sido culpa dela por causa das intrigas de um xamã velho, feio e fanático. Então toda a razão de ela ter sido capturada fica bem clara e nessa parte nós também vemos meio que o nascimento da misoginia (ódio contra mulheres) por causa das atitudes desse xamã.

No fim, depois de muita luta com animais selvagens e alguns místicos, Piteco, Ogra, e Beleléu resgataram Thuga e depois reencontram o resto da tribo. As tribos de Ur e dos homens-tigre também se juntam a caminhada e uma nova sociedade baseada na agricultura começa a surgir.


É uma história boa, mas um tanto complexa e tem que ler com atenção porque algumas partes não têm diálogo e outras têm, mas em uma língua que não entendemos. Tem que ficar atento para interpretar tudo e às vezes reler a mesma página mais de uma vez.

A história, curiosamente, se passa no Nordeste brasileiro e o título veio da Pedra do Ingá, que realmente existe no município com mesmo nome no estado da Paraíba. É uma grande pedra cheia de inscrições pré-históricas cuja origem ainda é tipo um mistério. Uns acham que foram os fenícios, outros pensam que foram os egípcios e há até quem diga que foi coisa dos ETs. Se repararem, as inscrições dessa pedra parecem mesmo com a do livro ilustrado. 


As criaturas místicas que aparecem na história são na verdade personagens do nosso folclore que o roteirista repaginou e fez do seu jeito. Já o morcego gigante veio da região dos Andes, se não me engano. É daqueles lados de lá.

Outra coisa de que gostei foi da arte. Apesar de não entender muito disso, acho que os traços ficaram ótimos, dando personalidade para cada um. Os cabelos no estilo drealock deu um toque bem primitivo aos personagens, cada um com um penteado diferente, mas de certa forma que lembra o original dos gibis.

A Thuga ficou muito bonita e até sexy apesar de não estar nos padrões anoréxicos que a sociedade tenta empurrar pela nossa goela. Além disso, ela é a xamã da tribo, aquela que narra a história e orienta o povo sobre as mudanças que estavam por vir e os novos rumos que todos tinham que tomar.

Isso me impressionou porque nos gibis, a única função dela era ser a destrambelhada que vivia pegando no pé do Piteco. Agora é ela quem orienta o povo sobre as mudanças que virão e os novos rumos que todos precisam tomar para sobreviver e criar uma nova sociedade. Sua importância é tão grande que o Piteco falou que não dava para fundar uma nova tribo sem ela.

Quando tudo foi resolvido na tribo dos homens tigre, o chefe até queria que ela ficasse para ser a nova xamã e também sua esposa.

Já Ogra ficou uma típica mulher guerreira, forte e independente, com o corpo atlético e ágil. Ela lutava, massacrava os inimigos e dava conta do recado muito bem, obrigada. Mas seu visual ficou bem diferente dos gibis, um visual bem incrementado de guerreira, cheia de acessórios e não usava aquele dreadlock (cabelo todo enrolado) como os outros. Seus cabelos são curtos e ela até tem uma cicatriz, provavelmente de batalha, no rosto. Na história ainda é amiga de Thuga, embora as duas não tenham interagido.

Outra coisa legal foi que tudo se passou aqui no Brasil, foi tipo uma pré-história brasileira. Apesar de ter aparecido animais místicos e tal, não teve nenhum dinossauro como acontece nos gibis porque na verdade os seres humanos nunca conviveram com eles.

Ao que tudo indica, eles estava num período de transição, quando a agricultura estava prestes a se tornar atividade dominante. O povo de Lem estava a frente das outras tribos porque além de já cultivarem a terra, eles também tinham noções de astronomia, mediam o tempo e usavam o fogo.

As outras duas tribos, de Ur e dos homens-tigre, também são conhecidas nos gibis. Dessa vez, eles ganharam traços mais realistas com cada tribo tendo suas roupas e ornamentos característicos. A tribo de Ur vive em árvores e usa galhos, folhas e frutos para se vestir. Aparentemente são os mais primitivos porque ainda não faziam o uso do fogo. Os Homens-tigre vivem no meio de uma densa floresta e vivem em barracas de pele, se enfeitam com ossos e pele também. Já a tribo de Lem, aparentemente mais avançada, vive em cavernas.

A origem dessas tribos também é contada na história, que tem um ar de lenda e mitologia.

Também tem uma coisa legal: a importância da mulher não é desprezada. Durante muitos anos, quando se falavam da pré-história, essa visão era contaminada pelo machismo dos historiadores. Os “homens das cavernas” eram a figura central como se eles, sozinhos, fizessem tudo enquanto as mulheres só ficavam nas cavernas fofocando e pintando as unhas.

A maior parte das descrições sobre a mulher pré-histórica era baseada na visão que tinham das mulheres no século XIX. Naquela época, elas viviam restritas ao ambiente doméstico e familiar. Logo, os historiadores “deduziram” que as mulheres das cavernas também viviam assim.

Mas com o tempo, percebeu-se que essa visão da mulher era apenas reprodução dos valores patriarcais dominantes. Pesquisas mostram que as mulheres tinham um papel muito mais ativo do que se pensa. Além de cuidar da caça, fazer os cortes e transportar tudo, elas também colocavam comida na mesa através da coleta de folhagens, frutos e raízes comestíveis que acabavam garantindo o sustento de todo um grupo.

Foi com isso que elas também adquiriram grande conhecimento com ervas e raízes que matavam e também curavam. E com esse conhecimento, elas também exerciam a medicina da época, dando chás e ungüentos para curar as pessoas. Com o tempo, esse encargo foi arrancado de nós, assim como todo o resto e fomos jogadas em segundo plano. Mas isso não vem ao caso agora.

Voltando ao assunto, é uma história que vale a pena ler, apesar de eu não saber se é indicado para todas as idades. Procurei e não vi em lugar nenhum a classificação, o que é um erro a meu ver. Então sugiro cuidado para quem tiver menos de 14, 15 anos.

A história não foi feita nos mesmos moldes da TMJ, logo não esperem um mundo perfeito, inocente e cheio de fantasias. Mas podem acreditar que a história é boa e vale a pena ler. 

sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

Nostalgia

20:10 14 Comentários
Sabe, às vezes o pessoal se queixa que eu não atualizo muito o blog e sei que eles têm razão. Mas aí eu pensei com os meus botões... sobre o que eu vou escrever entre uma edição e outra? Claro que também tem a Lulu Teen e o Chico Moço, mas não é conteúdo que dá para um mês inteiro.

Então veio a brilhante idéia: se não me engano, eu comecei a fazer as criticas a partir da Ed. 45. Então, antes disso, tem outras 44 edições das quais eu não falei nada. Que tal fazermos um “momento retrô”?

Afinal, pode ser divertido fazer as críticas dessas edições e também vai ser bom relembrar algumas histórias. Agora estou escolhendo sobre qual delas falar. São tantas opções! Só um aviso: não vou falar por ordem cronológica. Vai ser de acordo com o que me der vontade de fazer no momento. Sem falar que cada crítica será uma surpresa, porque vocês não vão saber qual história irei comentar no momento. Legal, né?

Então aguardem que nos próximos dias vou publicar criticas sobre histórias antigas. Espero que gostem!

quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

TMJ#66: A Brigada dos Ossos Cruzados (parte 2) - Críticas

21:40 14 Comentários
Então chega o fim de mais uma saga. Uma saga tão esperada após meses só com mimimi de adolescente (tirando a Ed. 63, claro).

Comparando com as histórias anteriores, essa foi realmente muito boa porque saiu do lugar comum. Eles foram para o espaço, enfrentaram uma vilã para lá de cruel, teve lutas, massacres, muitos tiros, etc.

A história já começou com a Mônica e a Magali quebrando o pau na taverna e dando uma surra nos piratas. Engraçado foi aquela piadinha do sujeito reclamando que não podia dormir sossegado depois de pilhar um planeta honestamente. Mas é folgado, hein? E sabe, a primeira coisa que eu pensei ao ver aquelas garçonetes foi que a roupa delas parecia um pouco com a da D. Morte. Até que achei original.

Em cenas assim, eles sempre mostram as garçonetes de outros planetas, com aparência de alienígena e muitas vezes roupas bem reveladoras. Dessa vez fizeram diferente, como outras partes nessa história. Eles até mostraram algumas coisas que até então são inéditas na TMJ.

Uma delas, claro, foi a Cabeleira Negra cuspindo sangue por causa de uma doença grave e sem cura. Quer dizer, mostraram uma pessoa que estava quase com o pé na cova, era só questão de tempo.

Outra novidade foi terem mostrado o extermínio daquele povo do planeta dos monges. Claro que não mostraram tudo explicitamente, mas deu a entender que muitos estavam sendo mortos. Não, eu não sou sádica para gostar de ver pessoas morrendo, mas confesso que isso é novo na TMJ.

A parte boa começa quando ela resolve destruir o planeta dos monges num ataque descontrolado de fúria. Então a Mônica não agüenta mais ver isso e decide agir. Finalmente uma boa ação com muita luta, drama, suspense, tiro e pancadaria!

E foi impressionante ela estar pilotando aquele robozão sozinha e conseguir controlar numa boa. Viram como ela também é inteligente? Como sempre, o Cebola ficou de mimimi “ain, meu plano, vai estragar, nhenhenhe”. Sempre os planos, sempre! Pois é, se o plano desse errado, como ele ia fazer gracinhas para a Xabéu?

Para dar mais impacto, a Xabéu também aparece para ajudar com outro robô bem diferente. Aí começa o sofrimento para a Mônica que vê o Cebola se derretendo todo para ela. Doloroso foi ouvi-lo falar que sempre estaria com a Xabéu, esquecendo até da presença dela.

Muitas coisas ficam bem tensas nessa história, como o Franja passando aperto por não poder invadir todas as naves e Magali se oferecendo para se sacrificar por todos ligando o sinal anti-quântico. Devo dizer que foi bem dramático mesmo, inclusive as lágrimas dela com o pensamento de que pode ser a última vez que irá ver seus amigos.

E o drama não pára por aí não! quando a coisa fica feia e a Xabéu é atingida, o Cebola vai correndo ajudá-la, fazendo com que a Mônica sofresse mais ainda. Rapaz, foi sinistro mesmo. Será que ele chegou a fazer respiração boca-a-boca nela?

Imagino como deve ficar a cabeça de uma garota ao ver o rapaz de quem gosta se preocupando tanto com outra e nem dando bola para ela. Entendo que isso deu mais drama, mas também confesso que foi de embrulhar meu estômago já tão enjoado do drama desses dois.

O pior é que eu cheguei a ficar com a esperança de que depois disso, a Mônica finalmente fosse tomar vergonha na cara. Sim, sou muito otimista apesar de tudo.

Enquanto isso, Magali se sacrificou para ligar a onda anti-quântica e foi de partir o coração vê-la sendo atingida em cheio. Tem que ter coragem para se sacrificar assim.

Falando em sacrifício, para mostrar que a Mônica não é uma pessoa egoísta e nem vingativa, ao ver que os dois estavam em perigo, ela se colocou na frente deles para receber o tiro. Deve ter sido nessa hora que o Cebola caiu na real. Nessa hora até fiquei surpresa por ele ter deixado a Xabéu de lado para ir até ela.

Só que ele é capturado pela Cabeleira, que achou que ele era alguém importante (sic). Aí as coisas, que pareciam estar bem encaminhadas, desandam de vez. Magali está muito mal e com dor, Mônica foi abatida, as naves iam se recuperar dentro de algum tempo e Cabeleira estava por cima da carne seca de novo. E agora? Fim?

Mas então algo acontece. Quando a nave pirata suga as relíquias do planeta, a Mônica vai junto. Só não entendi direito o que ela murmurou enquanto estava sendo sugada. Não sei se foi algum problema na impressão, mas não entendi o que quer dizer “Descla...”. E será que ela era mesma ou era nessa hora que o Tesouro estava tomando conta do seu corpo talvez falecido?

Ah, e quem mais achou fofo o Astronauta se preocupando com a Xabéu e um início de clima surgindo entre os dois? Até rolou uns abraços mais para frente! Confesso que torço pelos dois.

Outra surpresa foi ver o Cebola chorando por causa da Mônica, para variar. Geralmente é ela quem chora por ele. Finalmente equilibraram um pouco as coisas! Até fiquei com um pouquinho de pena dele. Bem, um pouquinho só. E devo admitir que minha antipatia até diminuiu um pouco ao ver como ele se mostrou arrependido pela forma como a tratou.

Enquanto isso, na sala do tesouro, alguma coisa estava saindo das pilhagens. Parecia o corpo da Mônica, mas alguma coisa tinha acontecido. Mais suspense, apesar de a gente já ter imaginado que devia ter algo a ver com o tesouro. Afinal, a nave sugou tudo o que o planeta tinha de valioso e a Mônica foi junto, não é?

Até o Cebola percebeu como ela era importante. E nobre também. Enquanto ele só se preocupa consigo mesmo e seus planos, ela se importa com as outras pessoas e até se sacrifica por elas.

Também gostei de ver como ele tomou vergonha e tentou lutar de verdade ao invés de ficar só nos planinhos e enfrentou a Cabeleira cara a cara, apesar de ela ser forte demais para todos eles.

Então, quando tudo estava quase perdido, eis que a Mônica entra de forma dramática e impactante como deve ser numa boa história de ação. Só que não era exatamente a Mônica, apesar de ter o corpo dela. Parecia um ser de energia.

Outra surpresa. Eu imaginava que o tesouro fosse algo assim mais abstrato, mas pelo visto era uma entidade viva e pensante. Algo que de qualquer forma a Cabeleira não ia saber identificar.

O final, com o Tesouro dando lição de moral na cabeleira e explicando o porque ela estava doente, foi mesmo de arrepiar. E ele tem razão, sabiam? Maldade, sentimentos ruins, fazer mal aos outros, tudo isso volta para nós mesmos em forma de doenças e várias outras coisas. Tudo tem retorno nessa vida. Pensem bem nisso.

Quando soube que a cura estava em ter mais compaixão pelas pessoas e reparar o mal que tinha feito, a Cabeleira quase teve um treco e morreu ali mesmo. Mas, como a vontade de viver parece maior do que qualquer outra coisa, parece que ela vai mesmo tentar se redimir.

Se bem que isso não deixa de ser um equivoco. Quer dizer, é bom ela reparar o mal que fez, fazer boas ações, etc. Mas se isso não for sincero, se for com um interesse por detrás, não sei se vai adiantar de muita coisa para ela. o que importa é a mudança de mentalidade, algo que vem de dentro. Mas esse pode ser um bom começo. Afinal, ninguém muda de uma hora para outra.

Quem sabe ela não volta em outra edição e a gente fica sabendo se houve ou não mudança?

No fim, eu pensei que o Tesouro fosse trazer a Mônica de volta, mas parece que dessa vez ela morreu mesmo. Realmente uma coisa inédita! Primeira vez que um personagem chega a morrer de verdade. E nesse caso, nem o Cebola conseguiu bolar um plano para resolver tudo. foi preciso que o Cascão usasse o cérebro (Uia! Ele tem cérebro!) e desse uma boa solução.

Claro que para isso o Cebola teve que passar por um pequeno teste. Desejar conquistar o mundo ou ter a Mônica de volta? Escolher o mundo teria acabado com toda a TMJ, já que a Mônica não ia voltar nunca mais, certo? Então ele a escolheu e também desejou que tudo voltasse ao normal e... tchan! Tudo voltou ao normal mesmo!

Os cinco voltaram ao limoeiro, Magali recuperou dos ferimentos, Mônica “ressuscitou” e tudo ficou numa boa, com Cebola prometendo que não ia perdê-la de vista nunca mais. Bom... pelo menos até outra garota mais bonitinha aparecer, né? Sem querer ser estraga prazeres, mas todos nós sabemos que daqui a umas edições tudo vai se repetir.

Acho até que esse drama dos dois pode ser dividido em 6 fases:

Fascinação: Cebola fica babando pela outra garota, ignorando os ciúmes da Mônica.
Distanciamento: por pensar só na outra garota, ele deixa a Mônica de lado sem se importar com os sentimentos dela.
Ciúme e sofrimento: a Mônica sofre, sente ciúmes e até briga, mas não adianta nada.
Conformidade: ela resolve não lutar mais e deixar de lado. Nesse momento até pensamos que ela tomou vergonha.
Caindo na real: alguma coisa acontece e Cebola acaba voltando para ela.
Reconciliação: ela perdoa, os dois fazem as pazes e tudo fica bem.

Depois de algumas edições, o ciclo recomeça...

Agora, para ser sincera esse final ficou meio... Dragon Ball, quando eles faziam um desejo para as esferas do dragão, todos ressuscitavam e tudo ficava bem. Uma solução mágica, mirabolante, mas ainda assim foi boa e convincente.

Bom, agora que essa fase acabou, mês que vem temos uma história centrada na Magali e no Cascão. Será que vai rolar alguma coisa? Será? Falarei mais disso quando lançar meus palpites sobre a Ed. 67. Aguardem!

Recomendo: Conflitos e Relações

20:31 1 Comentários
Conflitos e Relações

História: Conflitos e Relações
Autora: Hiklaus
Classificação: +13
Gêneros: Ação, Amizade, Aventura, Comédia, Mistério


Sinopse: Cascão, como sabemos, é um cara gente fina com todo mundo, que adora praticar esportes. Quanto mais radical, melhor. Mas ultimamente ele tem andado muito estranho com seus amigos... Qual será o motivo? Qual o mistério em volta disso tudo? Esta é uma nova fanfic cheia de mistério, ação, aventura... Vai ter brigas, vilões e tudo o que uma boa história tem direito. Espero que gostem!



Quem quiser uma fanfic não muito longa, leve e fácil de ler, recomendo Conflitos e Relações, de Hiklaus.

É uma história bem tranqüila de ler, só tem oito capítulos e eles são curtos, então não tem desculpa para deixar de ler! Mesmo não sendo uma história longa, ela tem mistério, aventura, um pouco de drama e o enredo nos prende e nos deixa curiosos.

A classificação é +13, mas a história não tem nenhum aviso de palavrão, nudez, etc. Então acho que quem tem menos de 13 anos também pode ler, não vejo problemas. Aí vai de cada um.

Não deixem de ler e quem tiver conta no Nyah, comente também. Não custa nada e os autores adoram.

Sem mais delongas, aqui está a história: Conflitos e Relações

sábado, 8 de fevereiro de 2014

LT#57 - Um passo a frente de todos. Segunda parte

20:26 8 Comentários
Antes que começar a ler esse artigo, eu recomendo a leitura da primeira parte ou vocês vão boiar legal.
No artigo anterior eu defini o estado laico. O oposto disso é o estado teocrático, onde uma religião dominante define e interfere nas leis. Por exemplo: se a religião dominante proíbe alguma coisa, então isso é lei e todos devem seguir.

“Ah, mas e se eu for de uma religião diferente?”

Não interessa. Vai seguir do mesmo jeito porque é lei e você não tem que querer nada. Aliás, em um estado teocrático a liberdade de credo não existe ou é super controlada. Agora, num estado laico só segue a lei religiosa quem pertence a essa religião. Quem não pertence (ou mesmo quem pertence, mas não concorda), tem a opção de não seguir.

Pegaram o espírito da coisa? Num estado laico, nenhuma religião, crença ou filosofia é favorecida nem discriminada. Isso quer dizer que todos têm o mesmo direito e um não pode se sobrepor ao outro. A liberdade de um termina onde começa a liberdade do outro.

Tá. Mas o que isso tem a ver com os homossexuais? Pois bem. Como disse antes, um dos maiores argumentos contra é de que a religião proíbe. E por causa desse argumento, as pessoas acham que os homossexuais não devem ter os mesmos direitos que os heteros. Não podem ser mostrados na mídia, trocar afeto em público, casar, adotar filhos, etc.

Por causa de convicções religiosas, essas pessoas se acham no direito de impor suas crenças ao resto da sociedade e interferir na vida das outras. Sim, porque a partir do momento em que você diz que um grupo de pessoas não pode ter os mesmos direitos que os demais cidadãos, você está sim interferindo na vida delas.

Então, quando alguns leitores falaram que não deveriam ter mostrado o beijo entre Fábio e Edgar, eles disseram, ainda que indiretamente, que os homossexuais não têm o mesmo direito a visibilidade que os heteros têm. Afinal, vários casais heteros já se beijaram na Lulu Teen e ninguém falou nada. Mas um casal homo se beijou e muitos acharam ruim.

Mas ora, nossa constituição garante igualdade para todos e a laicidade do estado diz que uma religião não tem o direito de interferir na esfera pública ou de impor suas crenças ao restante da população.

Logo, se sua religião proíbe a homossexualidade, é direito seu acreditar que é errado. Mas você não tem o direito de impor essa crença aos outros, de interferir nas leis, na esfera pública ou de achar que as outras pessoas devem ter seus direitos violados só por causa das suas crenças.

Certa vez eu ouvi a seguinte frase: fé é que nem saliva. É bom ter, mas cada um que guarde para si. Ou então só compartilhe com quem estiver interessado.

Ninguém está querendo mudar os dogmas das religiões e nem seus livros sagrados. Porém, essas religiões também não têm o direito de interferir na vida das pessoas que não compartilham da mesma opinião.


Logo, eu não achei errado eles terem mostrado um beijo gay porque a editora da Lulu Teen tem pleno direito de publicar o conteúdo que quiser contanto que não inflija às leis e respeite a faixa etária da revista.

“Ah, mas isso me ofende, ofende minha religião, não concordo, não quero ver!”

Se for olhar aquilo que ofende as religiões, então nada poderia ser feito ou publicado, porque cada grupo religioso tem suas regras e se for para atender a um, tem que atender a todos. Isso sem falar dos ateus ou das pessoas que não tem religião nenhuma. E aí? Como faz? Será que sua religião é melhor do que as outras e portanto deve se sobrepor aos direitos de toda a população?

Por exemplo, tem religião que não permite a transfusão de sangue. Suponham que mostrem na Lulu Teen, ou TMJ, um personagem fazendo uma transfusão e esse grupo religioso fique ofendido, diga que não podem mostrar isso nas revistas, é ofensivo para eles, etc. Vocês iam aceitar isso?

Claro que para vocês seria um grande absurdo, porque sabemos que transfusão de sangue salva muitas vidas, mas para esse grupo religioso é uma questão importante, um tabu para eles da mesma forma que a homossexualidade pode ser para muitos de vocês.

Agora, já pensaram se esse grupo resolvesse interferir nas leis impedindo que as pessoas doassem e recebessem sangue ou que fizessem campanhas na mídia incentivando as doações? Ah, pois é!

Felizmente eles não podem fazer isso porque vivemos num estado laico. Se o fiel dessa religião não quiser receber sangue, problema dele, mas não pode de jeito nenhum impedir que outra pessoa receba. E de jeito nenhum vocês concordariam se esse grupo tentasse impedir os outros de receberem uma transfusão.

Usei esse pequeno exemplo para mostrar que a religião não deve interferir na vida as outras pessoas que não compartilham das suas crenças. Então, se você é contra porque sua religião proíbe, tudo bem. O estado laico te dá o direito de ter suas crenças. Mas isso é sua vida particular, suas escolhas. O mundo ao seu redor não tem que se ajustar a isso.

“Ah, mas quando é a maioria, eles têm direito de interferir sim!”

Não, não tem. O estado laico não é para a maioria. É para todos. Se fosse para a maioria, se chamaria estado teocrático ou ditadura mesmo.

“Ah, mas por que estão dando preferência aos homossexuais?”

Não se trata de dar preferência e sim de garantir que todos tenham seus direitos assegurados. Se duas pessoas do mesmo sexo se relacionarem, isso não vai ter nenhum impacto na SUA vida. Mas proibi-las de ficarem juntas só por causa da religião vai ter impacto na vida delas porque irá desrespeitá-las em seus direitos.

Bem, não vou me alongar demais porque já dei muita coisa para vocês pensarem. Como foi falado no início, esse texto não foi para fazê-los mudar de opinião ou achar a homossexualidade correta. Foi para que refletissem um pouco e entendessem que apesar de todos terem liberdade de crença e pensamento, essa liberdade termina onde começa a do outro. De jeito nenhum uma pessoa pode impedir que a outra viva a vida dela e tenha suas crenças só porque ela não concorda com seu jeito de ser e viver.

Se a pessoa não está infligindo nenhuma lei, machucando, ferindo, ofendendo ou prejudicando os outros, então ela é livre para viver a vida dela.



LT#57 - Um passo a frente de todos. Primeira parte

20:24 2 Comentários


Bom, normalmente eu não teria feito a crítica da LT desse mês porque tirando aquela cara de perversa que a Aninha fez para intimidar o dono da loja a comprar um estande no evento, não vi nada de mais. Eu rachei de rir com aquela cara, sério! Talvez em outro tipo de história ela pudesse ficar assustadora, mas nessa ficou hilária.

A história foi boazinha, mas quase uma repetição daquela do ano passado com mais dificuldades, confusão e até concorrência com um grupo rival e meio perverso. Até que isso deu um tempero a mais na história e gostei da participação da Aninha mostrando seu lado perverso e também infantil ao entrar na competição entre os dois clubes de forma ferrenha, estrangular o pobre irmão para extravasar a raiva e até zoar com os rapazes do outro clube.

Só não entendi qual foi exatamente a finalidade daquele cantor japonês porque ele nem apareceu no evento. Pelo menos tudo deu certo e uma coisa que me chamou a atenção foi eles terem dito que estamos no ano de 2014. Quer dizer, parece o tempo passa na Lulu Teen. Quem sabe não teremos outro Libertanime no ano de 2015?

Mas o que me chamou a atenção, e com certeza chamou a atenção de muita gente, foi eles terem dado um foco maior no relacionamento do Edgar com o Fábio. Bem maior do que eu pensava. Além de terem falado de uma vez que os dois são gays, eles também mostraram os conflitos que o Fábio estava tendo em casa por causa dos pais conservadores.

Teve até um beijo entre eles! Bem... os lábios não chegaram a se tocar, mas eu fiquei muito surpresa porque me contentava apenas em ter dois personagens homossexuais que de vez em quando apareciam de mãos dadas. Achava que nunca ia passar disso. Devo dizer que foi preciso muita coragem por parte do roteirista para fazer algo que bata de frente com a mentalidade de muitas pessoas. Desafiar o status quo não é nada fácil.

Claro que teve gente que foi contra por causa do beijo, achou pesado demais, impróprio para uma revista para crianças, desrespeitou a religião das pessoas, etc.

O que eu acho?

Bem... para mim, um relacionamento homossexual é o mesmo que um heterossexual: duas pessoas que se gostam e querem ficar juntas. Fim. Não me faz a menor diferença se elas são ou não do mesmo sexo. Sou da opinião de que cada um deve viver sua vida e deixar que as outras pessoas vivam as suas. Ninguém é obrigado a viver do jeito que eu acho certo.

Houve quem dissesse que os pais do Fábio foram mostrados como vilões por discordarem. Errado. Eles não foram mostrados como vilões porque discordaram e sim porque foram agressivos e desrespeitosos com o filho e com os outros jovens ao redor. Viram como a mãe dele tratou a Lulu? Julgou só por causa da roupa.

Felizmente o Vicente interveio e abrandou as coisas. Pelo menos conseguiu fazer com que os dois se dispusessem a conversar com o filho, o que é um grande avanço considerando que muitas famílias expulsam os filhos de casa por causa disso. E confesso que preciso aprender alguma coisa com ele, sabe?

Eu costumo ser muito agressiva quando defendo algo que acho certo. Quem debateu comigo sabe muito bem. Mas pensando de outra forma, talvez o melhor fosse aprender a ser menos “Mônica” e mais “Vicente” na hora de debater com as pessoas. Afinal, de qualquer forma eu sei que dificilmente vou conseguir mudar a opinião da pessoa, mas quem sabe falando numa boa eu não consiga ao menos fazer com que ela pare e reflita? Tá. Falar é fácil, mas colocar em prática vai ser bem desafiador para mim. Ainda assim vou tentar.

Vocês devem achar estranho eu defender tanto esse assunto sendo que sou hétero. Afinal, o que isso tem a ver comigo? Simples. Não concordo que tentem oprimir e controlar a vida dos outros. Se a pessoa não faz mal a ninguém, então ela tem sim pleno direito de viver a vida dela sem que os outros fiquem ditando normas e regras. Além do mais eu sou feminista e a homofobia faz parte do sistema patriarcal e machista contra o qual lutamos.

Esse post é mais para propor uma reflexão sobre o assunto. Então minha proposta não é que vocês mudem suas crenças ou desafiem aquilo que lhes foi ensinado desde pequenos. Sim, porque grande parte da nossa opinião e crenças foram incutidos na nossa mente pelos pais, escola, religião, sociedade, mídia, amigos, etc. Vocês ainda são jovens e talvez ainda não estejam prontos para bater de frente com tudo isso. Mas nada os impede de pensar e refletir, ainda que só possam guardar para si mesmos.

Quando se pergunta a uma pessoa porque ela acha que homossexualidade é errada, ela geralmente dá respostas evasivas ou apenas diz que é por causa da religião. Sinceramente, nunca vi uma resposta realmente objetiva.

Falemos do argumento n. 1: a religião. Esse é o principal de todos, o mais citado e também o que deixa as pessoas mais agressivas.

Não sei se vocês sabem, mas o Brasil é um estado laico. O que isso quer dizer?

Um estado (ou país) laico é aquele que é neutro nas questões religiosas. Quer dizer, não apóia e nem discrimina nenhuma religião. Em um estado laico, cada um tem direito a ter sua crença religiosa, ou de não ter nenhuma porque a constituição garante liberdade de credo.

No artigo 5º da Constituição Brasileira (1988) está escrito:

“VI - é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias;”

Por outro lado, isso quer dizer que nenhuma religião pode interferir no estado e nas suas leis. Isso porque a religião é uma decisão pessoal de cada um, algo que deve ficar na esfera privada. Os dogmas religiosos não podem interferir em leis ou questões políticas por uma razão muito simples: vivemos em um país multicultural, onde um número muito grande de religiões coexistem e também há pessoas que não seguem religião nenhuma.

Fazer as leis de acordo com os dogmas de determinado grupo religioso seria desrespeitar e excluir o restante da população que não segue ou concorda com esses dogmas religiosos. Mesmo dentro de uma mesma religião existem pessoas que não concordam com todos os seus dogmas e leis. Deu para entender?

Esse artigo continua em outro post. Dividi em dois para que a leitura não ficasse muito longa e cansativa. 

LT#57 - Um passo a frente de todos. Segunda parte 

sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014

Som 3d

20:02 3 Comentários
Querem tentar algo diferente hoje? Experimentem esse vídeo do Youtube. Para quem não conhece, é uma experiência interessante. Os sons parecem mesmo estar a nossa volta e são bem realistas. Dá até um friozinho na barriga.

Para assistir, vocês devem usar fones de ouvido, caso contrário não vai funcionar. Fechar os olhos também ajuda a dar um toque a mais. E divirtam-se com sons bem realistas!

Agora fica uma pergunta: como o Cascão reagiria se ouvisse o finalzinho do vídeo? Será que ele ia gostar? Só mesmo vendo para saber.

Reforma na página de parceria

15:06 9 Comentários
Terminei de fazer as alterações na página de parceria. Amanhã vou ver se mudo o meu banner, hoje não vai dar. Como podem ver, alterei a forma como as páginas dos parceiros são exibidas. Procurei dar um visual mais bonito, organizado e que chamasse a atenção, por isso coloquei tudo em círculos e também com o título em baixo, como podem ver.

Enquanto refazia a página, retirei muitos links por dois motivos:

1 – O blog foi removido ou estava aberto somente a convidados.
2 – Não encontrei o meu blog na parte de parceria.

Mas se aconteceu de eu ter tirado o blog de alguém injustamente, me avisem que eu coloco de volta.

Agora, eu estava observando algumas coisas enquanto percorria os blogs. Em alguns tem sim os parceiros, mas percebo que foi difícil encontrar. Não estava assim muito visível. Em outros, tudo o que vi foram apenas quadradinhos com imagens iguais. Só dá para ver o endereço passando o mouse em cima de cada um. Não é por nada não, mas eu acredito que a troca de parceria foi feita para divulgação, né gente? Se é troca de divulgação, a gente não pode ficar escondendo.Os parceiros devem aparecer.

Bom, quem estiver interessado em parceria ou teve o blog tirado e quer que eu coloque de volta, só vou pedir para fazer assim:

  1. Dê o nome do blog.
  2. Dê o endereço.
  3. Também vou precisar do link para o banner ou para a página que contém o banner caso haja mais de um. Assim poderei fazer o cadastro dos parceiros.

quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

Dia de faxina

17:46 5 Comentários
Quem for olhar a página de parceria e não ver seu blog lá, não se assuste porque eu estou fazendo uma reforma nessa parte e ainda não terminei de adicionar todos.

É uma chance para rever os parceiros. Então pode acontecer de o blog ser removido por dois motivos:

  1. O link não dar em nada porque o blog foi removido ou coisa parecida. 
  2. Eu não encontrar o TMJ do Meu Jeito na área de parceria. 
Mas ainda assim eu posso acabar cometendo algum erro, então quem tiver sido removido injustamente, me avise que eu coloco de volta. Espero que gostem do novo visual. 

terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

Cinderela às avessas - capítulo 34: E todos viveram felizes dentro do possível

19:55 7 Comentários
Pois é, pessoal. Último capítulo, fim da história. Espero que tenham gostado e para quem acompanhou até o fim, meu muito obrigado pelo apoio! Uma história sem leitores é apenas palavra morta. São vocês que dão vida ao que escrevemos.

Eu ainda não sei qual vai ser minha próxima fanfic. Ultimamente, estava até com vontade de fazer a continuação de universo em desequilíbrio, mas tenho andado tão enjoada de Cebola e Mônica ultimamente que vou deixar para mais tarde.

O pessoal anda cobrando a Sub-Marina e acho que vou concentrar meus esforços nessa fanfic. Vai levar um tempo, porque ainda nem comecei a primeira página. É preciso inspiração, idéias, saber como vai ser a história. Geralmente eu faço um esboço na cabeça com o básico, início meio e fim. É tipo o esqueleto. Depois tem que preencher com órgãos, veias, artérias, sangue, músculos e por fim a pele. Tá, a comparação é meio esquisita, mas é assim que as histórias ficam na minha cabeça. Já tenho o esqueleto, falta preencher com o resto. Até lá, vou ver se consigo atualizar o blog com mais frequência, apesar de eu estar muito ocupada fazendo um curso. Mas vou ver se dou um jeito.


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E todos viveram felizes dentro do possível


O estádio estava com a lotação esgotada. Todos aguardavam ansiosamente o show das celebridades do momento, a nova dupla que arrasava corações. As garotas da turma gritavam e pulavam mal contendo a empolgação. Os rapazes apenas acompanhavam tudo tentando manter a pose, já que não queriam admitir que gostavam daquelas músicas melosas. Pelo menos tinham conseguido camarote vip. Bem melhor do que serem esmagados pela multidão histérica.

Uma música começou a tocar, juntamente com flashes de luzes e imagens do telão. Uma voz anunciou arrancando gritos de todo o público.

- E agora o momento que todos esperavam! Com vocês, Rafael e Cassandra!

Quando eles entraram no palco, a gritaria foi geral, com muitos aplausos e até choro de várias fãs. Todos queriam ver de perto o casal que fazia tanto sucesso com suas musicas lindas e românticas.

- Hoje vou cantar uma linda canção que Rafael e eu fizemos juntos. Espero que gostem! – Cassandra falou ao microfone antes de começar a cantar.

Rafael tocava no piano e Cassandra cantava com sua linda voz que deixava todos maravilhados. As meninas acompanhavam tudo emocionadas. Denise batia várias fotos, Cascuda mal conseguia segurar as lágrimas e até os pais dela, de Rafael e também os de Cassandra estavam no show assistindo tudo também em camarotes no maior conforto. Carmem também assistia ao show, feliz por tudo estar dando certo.

Quatro meses depois do incidente da festa, eles tinham se tornado um grande sucesso, com shows marcados em vários estados brasileiros e havia até a possibilidade de tocaram no exterior. Eles iam muito bem como cantores e também como um casal. Tanto que até pretendiam noivar dentro de poucos meses, quando estivessem com a vida feita.

A situação financeira deles tinha melhorado e Cassandra planejava construir uma casa melhor para seus pais e lhes dar uma vida confortável. Seus irmãos iam estudar em uma escola melhor e ter um futuro garantido.

Marlene agora era chefe de cozinha no novo restaurante da cidade e estava fazendo grande sucesso. Além de ser excelente cozinheira, ela era criativa e sempre criava pratos novos com combinações inesperadas que sempre agradavam os clientes. Ela estava indo tão bem que o dono planejava propor sociedade no futuro, quando ela estivesse realmente pronta para assumir um negócio.

Enquanto isso, o casal de caloteiros estava na cadeia. Após um longo julgamento, eles pegaram vinte anos de prisão sem direito a condicional. Nunca mais iam aplicar golpes novamente.

Ela não era mais Rebeca Aguiar. Era apenas Marta e estava no presídio feminino, usando uniforme de presidiária e sem as suas mordomias de sempre. Agora ela tinha que ficar confinada numa cela sem nenhum tratamento especial. O mesmo aconteceu com Afonso, que agora era só José. Ele estava preso numa cela minúscula, dividida com outros presos, comendo aquela comida ruim da prisão que nem se comparava aos manjares que Marlene fazia e ainda tinha que aturar provocações dos outros presos que não tinham simpatizado com ele nem um pouco. Nada mais de viagens para eles, nem roupas caras, restaurantes refinados, carros de luxo ou jóias.

Carmem estava fazendo curso de informática e inglês. Depois disso, Aninha pretendia lhe ajudar a arrumar um emprego. Seu pai tinha oferecido na empresa da família, mas por enquanto ela queria tentar em outros lugares para ganhar experiência, pois não queria que ninguém pensasse que ela estava sendo beneficiada só por ser a filha do patrão.

Embora continuassem brigando de vez em quando, ela e Cascuda tinham se tornado boas amigas. Sempre faziam trabalho juntas quando podiam e Cascuda ajudava Carmem nos estudos, para ciúme de Denise.

Ela não tinha se tornado uma pessoa perfeita e iluminada. Ainda havia muito o que aprender e defeitos a trabalhar. De vez em quando ela tinha suas recaídas de patricinha mimada, mas depois procurava consertar seus erros. Seus pais ainda não liberaram seu cartão de crédito e ela achava que era melhor assim. Se tivesse dinheiro nas mãos, ia voltar a gastar compulsivamente como antes.

Pelo menos ela tentava melhorar ainda que dentro das suas limitações. A estrada era mesmo longa.

Quando o show terminou, o casal ainda teve que dar muitos autógrafos, tirar fotos com fãs e levar alguns para conhecer o camarim. Só depois de muito tempo eles foram liberados para ficar com a família e todos foram comemorar o sucesso no restaurante onde Marlene trabalhava.

Eles faziam uma grande festa, comendo e bebendo a vontade por conta do casal que queria ver todos aproveitando a noite.

- Espero que estejam aproveitando bem a comida! – Marlene falou muito animada. – Fiz um prato especial para vocês essa noite.
- Uia, agora você é uma chefe de cozinha muito importante, hein? – Carmem falou bem humorada.
- Ah, sim! É muito trabalho, mas vale a pena!

E como valia a pena! Ela estava ganhando tão bem que até pretendia reformar a casa dos seus pais, fazer melhorias e acrescentar mais um quarto para que cada uma de suas filhas tivessem seu próprio espaço. Sua vida tinha melhorado muito.

- Espero que você vá ao nosso próximo show, viu? – Cassandra falou.
- É mesmo! Sentimos sua falta hoje! – Rafael também falou.
- Com certeza vou dar um jeito, pode deixar! Agora deixa eu ir que ainda tenho muito trabalho!

Ela circulou um pouco pelo restaurante conversando com os clientes e recebendo muitos cumprimentos por sua comida. Depois disso, teve que voltar ao seu trabalho. Eram mutios pedidos e o lugar estava bem movimentado.

- Eu ainda não entendo como tudo se ajeitou tão bem. – Cascuda falou para Carmem depois que Marlene saiu de perto.. – Quer dizer, eles ainda te conhecem, mas agora você tem sua vida de volta. Como a realidade se ajeitou depois de tudo? Por que...
- Ah, sossega aí! Eu também não sei essas coisas, mas quer saber? Nem sempre a gente tem que ter explicação pra tudo! Milagres são assim mesmo!
- Bah, isso não tem lógica! Toda essa confusão no espaço-tempo e eu continuo não entendendo nada!

Carmem colocou um pedaço de brócolis na boca da amiga para fazê-la parar de falar e disse.

- Larga de ser chata, viu?
- Chata? Eu não sou chata, só gosto de ter tudo bem explicado! Muito diferente de você que é uma preguiçosa acomodada que não liga pra nada!
- Preguiçosa? Eu? Pelo menos não visto essas roupinhas de baranga! Agora o seu primo é uma celebridade e você fica fazendo ele passar vergonha com esses trapinhos!
- Trapinhos? Vou te mostrar os trapinhos agora mesmo!

As duas continuaram discutindo sob risos de todos.

- Credo, elas brigam demais! – Mônica falou abraçada ao Cebola. Ele concordou.
- É muito ruim isso! As pessoas precisam conviver em paz.
(Mônica) - Não podem reagir a qualquer provocação.
(Cebola) – E devem ter paciência com os defeitos dos outros.
(Mônica) - Claro, ninguém é perfeito!
(Cebola) - Brigar não tá com nada!

Creuzodete acompanhava tudo de sua mesa. Bem... talvez não fosse possível mudar algumas coisas. Ou talvez elas fossem difíceis de serem mudadas. De qualquer forma, elas estavam no caminho certo.

Carmem e Cascuda se encaravam com os olhos soltando faísca. Depois dispararam a rir uma da outra e logo estavam papeando como velhas amigas. Pelo menos até a próxima briguinha.

A experiência não tinha sido boa somente para aquela garota mimada. Cascuda também aprendeu a ser mais tolerante e menos severa com as pessoas. Ter que agüentar alguém como Carmem o tempo inteiro lhe ensinou a ser mais paciente e também a ter mais compaixão pelos outros. No fim, todos saíram ganhando.

Ao ver que tudo tinha ficado tranqüilo outra vez, Creuzodete pagou a conta e saiu do restaurante. A noite estava bonita e ela viu a estrela brilhando fortemente no céu anunciando que outra pessoa estava fazendo um pedido. Quem seria daquela vez? Que o que essa pessoa estava pedindo? Estaria sabendo aproveitar aquela oportunidade?

As pessoas costumavam ser muito distraídas às vezes e por isso deixavam escapar muitas chances para serem felizes. E não raro acabavam se metendo em confusões que causavam grande sofrimento. Era por isso que ela precisava continuar seu trabalho como protetora do planeta. A humanidade ainda tinha um longo caminho pela frente.

Mas por enquanto, hora de seguir a estrela. Podia ter mais alguém precisando de sua ajuda e orientação.
 

segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

Cinderela às avessas - capítulo 33: E volta a usar sapatos de cristal

19:09 1 Comentários
É isso aí, penúltimo capítulo! Amanhã a história termina.

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E volta a usar sapatos de cristal


Cascuda também mal podia acreditar. Será que as coisas tinham voltado ao normal? Como? De que jeito?

Os dois se entreolharam e depois olharam Carmem.

- Claro que te conhecemos, meu bem! Ah, já sei! Você está muito emocionada, não é? Foi uma noite agitada!

Mais do que depressa, Carmem saiu daquele estado de choque e abraçou os dois chorando como criança pequena.

- Achei que nunca mais fosse ver vocês dois de novo!

Seu pai achou que ela estava com medo das ameaças dos farsantes e tentou acalmá-la.

- Não precisa ter medo das ameaças daqueles dois! Vou garantir que acabem na cadeia e não saiam tão cedo! – seu pai prometeu. Ninguém ameaçava sua filhinha e saía impune.
- Agora vamos, querida. Precisamos descansar.
- Mãe, pai... eu amo vocês, de verdade!

Eles ficaram meio sem jeito com tanta demonstração de afeto.

- Nós também te amamos, querida! Ei, calma! Tudo vai ficar bem agora!
- Eu vou chamar o chofer para que ele pegue nosso carro.

De longe, Rafael fez sinal para Cascuda chamando-a para ir embora.

- Meu primo tá chamando. Ele vai dar uma carona pra gente. Bom que tudo voltou ao normal, estou muito aliviada!
- Ai meu santo, nem consigo acreditar! Mas como isso aconteceu? Eu não pedi!
- Vai ver a estrela resolveu te dar um bônus! Bom, deixa eu ir senão minha mãe me xinga. Agora que você vai voltar pra sua casa, poderemos nos encontrar na escola quando as aulas começarem! 
- É mesmo! Acredita que eu tava com saudade até da escola?
- Hunf! E eu espero que você tenha aprendido a lição e se torne uma pessoa mais humilde! Que essa experiência tenha lhe ensinado a ser menos esnobe, tratar melhor as pessoas e... brincadeirinha! Hahaha, devia ter visto sua cara!
- Ai, você me assustou sua chata!
- Era pra assustar mesmo, sua fresca!

Elas se despediram e Cascuda foi embora com seu primo feliz por tudo ter dado certo. Antes de ir encontrar seus pais, outra pessoa familiar lhe chamou a atenção.

- Vejo que todo voltou a ser como era antes. Está feliz?
- Claro! Agora tenho meus pais de volta!
- Hum... só pelos seus pais?

Carmem deu um sorriso meio sem jeito.

- Ah, quem eu tô querendo enganar? Claro que tô feliz de estar rica de novo! Não agüentava mais essa vida de empregada doméstica! Mas sabe, estou mais feliz ainda por voltar pra casa e ficar com meus pais. E não vou mais ter que usar aquela roupinha horrenda de empregada!

Creuzodete virou os olhos. Uma vez patricinha, sempre patricinha.

- Espero que você tenha aprendido alguma coisa com essa experiência.
- Eu não enfiei minha mão dentro da privada a toa, né? Só não entendi como foi que isso aconteceu! Eu não pedi nada disso pra estrela.
- Você não, mas outra pessoa pediu.
- Quem? A Cascuda? Não lembro de ela ter feito esse pedido!
- Lembra do que ela pediu?

Ela pensou um pouco e logo veio a resposta:

“Que tudo dê certo pra todos nessa noite e as coisas se resolvam da melhor forma possível”

- Ainda não entendi...
- Você pediu que os desejos de todos se realizassem. Então o desejo da sua amiga foi realizado e tudo se resolveu da melhor forma possível. E ao que parece, a melhor alternativa foi não só ajudar seus amigos e prender aqueles vigaristas, como também lhe devolver sua família.
- M-mas...
- Lembre-se: a estrela não dá somente o que a pessoa deseja. Também dá o que ela precisa e merece. Parece que você fez por merecer.

A moça deu alguns gritinhos estridentes, pulou de alegria várias vezes, bateu palmas e até abraçou Creuzodete na cintura, deixando a vidente totalmente sem jeito.

- Não acredito, isso é bom demais! Eu tô tão feliz! Graças a Cascuda, tudo se resolveu e... e... – seu rosto ficou triste de repente. – Mas aí ela gastou o desejo dela! E não vai ganhar nada!
- Ela pediu o que estava em seu coração e isso é suficiente. E quem disse que ela não vai ganhar nada?
- O que ela vai ganhar?
- Não vai ter que te agüentar no quarto dela por vários dias!
- Grrrr! Como é que é?

Creuzodete deu uma risada com a cara que Carmem tinha feito e depois falou.

- Muito bem, garota. Você acabou de receber uma segunda chance. Não desperdice ou da próxima vez será bem pior.
- Tem como piorar? Cruz credo!

A vidente se afastou e Carmem correu até seus pais que lhe esperavam. Ela se acomodou gostosamente no banco macio do carro e foi olhando a paisagem a medida que o veiculo corria. Um grande suspiro de alívio escapou dos seus lábios. O pesadelo tinha terminado, finalmente. Ela ia voltar para casa, dormir no seu lindo quarto e ter a boa vida que sempre teve. Aqueles dois vigaristas iam para a cadeia e nunca mais aplicariam golpes novamente. Sem falar que seus amigos Cassandra, Marlene e Rafael estavam com a vida encaminhada e prestes realizar seus sonhos. Tudo estava perfeito.

- Sabe, querida, eu sei que você deve estar zangada por termos devolvido suas roupas.
- Aquelas do desfile? Ah, não tem problema! Meu armário tá lotado mesmo.

Sua mãe se surpreendeu e continuou.

- Em março terá um desfile em Milão. Se você quiser, pode vir comigo e quem sabe não compramos umas coisas lindas para você?

A moça deu um grande sorriso, mas depois de pensar um pouco balançou negativamente a cabeça.

- Tudo bem, mamy. Não preciso de mais roupas.

Seus pais ficaram de boca aberta, pois nunca imaginavam que iam ouvir essas palavras algum dia.

- Acho que quero fazer algum curso bacana. Informática, inglês, essas coisas. Quero fazer algo de útil. Quem sabe não arrumo um emprego?
- Minha filha não precisa trabalhar! – Sr. Frufru protestou.
- Não preciso, mas acho que quero. E pense no seguinte, papi: cada hora trabalhando ou estudando é uma hora a menos no shopping gastando dinheiro!

O homem tossiu algumas vezes, pigarreou e por fim acabou concordando. Contra fatos não havia argumentos.

Quando o carro chegou a mansão dos Frufrus, Carmem olhou para sua casa sentindo o coração cheio de alegria. Tudo estava como sempre esteve, inclusive seu quarto. Mesmo sendo tarde, ela resolveu tomar um bom banho de banheira e preparou tudo sozinha, sem chamar a empregada. Ela era capaz de cuidar das suas coisas por conta própria e aquelas pessoas não estavam ali para serem usadas.

- Hum... sais de banho! Ai que luxo! – ela mergulhou na banheira e tomou um longo banho. Depois vestiu uma das suas camisolas confortáveis.

Pela janela, ela via as estrelas brilhando no céu e resolveu dar uma olhada. Que noite bonita! As estrelas cintilavam aqui e ali e Carmem observava atentamente. Não, daquela vez a estrela dos desejos não voltou a aparecer. Talvez porque ela não precisasse mais. Melhor assim. Ela apenas queria poder viver sua vida, aproveitando um dia de cada vez.

Como estava com muito sono, ela se acomodou debaixo das cobertas e adormeceu profundamente. Foi o melhor sono de sua vida.

domingo, 2 de fevereiro de 2014

Cinderela às avessas - capítulo 32: A Gata Borralheira desmascara a bruxa malvada

17:02 6 Comentários
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A Gata Borralheira desmascara a bruxa malvada

Com a deixa, Cebola projetou a apresentação no grande telão do palco, mostrando um lugar vazio com aparência mal cuidada. Carmem apontou para a imagem e disse.

- Essa é a instituição do Criança Feliz! É pra essa instituição falsa que os Aguiar estão pedindo suas doações!

Outra imagem foi mostrada com o interior da casa.

- Essa instituição é falsa! Esses dois são uma fraude! Eles estão enganando todo mundo para roubar seu dinheiro!

Um murmúrio ecoou pela platéia, que mal acreditava no que ouvia. Rebeca levantou-se rapidamente e tentou subir ao palco. Mônica parou no seu caminho e a impediu.

- Senta aí, dona, e deixa ela terminar!
- Saia da minha frente sua dentuça! – Afonso também bradou e levou empurrão que o fez voar alguns metros de distância, indo cair em cima de algumas mesas.
- Já falei que daqui ninguém passa!

Carmem continuou falando.

- Eles são bandidos procurados pelo Brasil inteiro por aplicarem golpes nas pessoas! Essas máquinas de cartão de crédito estão adulteradas! Se passarem seus cartões nelas, serão todos clonados!
- Sua mentirosa! Nossa instituição te ajudou por todos esses anos e é assim que você agradece? – Rebeca gritou desesperada para reverter aquela situação.
- Mentira! Vocês nunca me ajudaram em nada! Eu comecei a trabalhar nessa casa no fim de novembro e vou dizer uma coisa: isso aqui é o inferno na Terra! Gente, esses dois são uns avarentos! Eles colocam correntes na geladeira e na despensa pra ninguém comer nada!

Ela foi falando sobre os absurdos que acontecia naquela casa enquanto várias pessoas expressavam sua indignação contra aquele casal de vigaristas.

- Eles nos tratam como escravos e regulam até a comida que a gente come! Nós trabalhamos feito loucos e eles só nos maltratam! Acham mesmo que pessoas assim são capazes de fazer caridade? Claro que não!

Todos começaram a vaiar os dois, que viam apavorados seu plano cair por terra. As imagens mostradas no telão, mais o depoimento de Carmem, não deixavam nenhuma dúvida de que eles eram uma farsa.

- Sua imbecil! Poderia ter se dado muito bem, agora vai pagar muito caro por nos trair! – Afonso falou ameaçador. – Vamos atrás de você e te pegar!

Vários convidados começaram a cercá-los liderados pelo casal Frufru.

- Se você encostar um dedo nessa moça, terá que se ver conosco! – Sr. Frufru falou tirando o terno e se preparando para a briga.
- Seus impostores! Confiamos em vocês! – Sra. Frufru disse indignada. – Vamos chamar a polícia, isso não pode ficar assim!

Cebola, Cascão e as garotas cercaram Carmem prontos para protegê-la. Ninguém ia agredi-la de forma alguma. Vendo que tudo estava perdido, o casal decidiu fugir dali o quanto antes. Foi quando se depararam com vários policiais entrando na festa. Um deles segurava um documento. Era um mandado de prisão.

- José silva e Marta Ribeiro, vocês dois estão presos por fraude, estelionato, extorsão e... parem agora mesmo!

Os dois tentaram correr o mais rápido possível em direção a garagem. Se conseguissem pegar o carro, poderiam fugir para bem longe.

(Carmem) – Eles estão fugindo!
- Ah, não mesmo! Nem pensar! – Monica pegou seu coelho, fez mira e o atirou com toda força. Rebeca foi atingida em cheio e arremessada contra Afonso que ia logo a frente. Os dois capotaram no chão atordoados com a pancada. Isso deu tempo para que os policiais os alcançassem.

Eles foram algemados e levados para a viatura aos gritos e berros. Rebeca, ou melhor, Marta gritava feito louca fazendo várias ameaças. Carmem só lhe deu um tchauzinho e até mandou um beijo com todo cinismo. Aqueles dois estavam recebendo o que mereciam.

Vários repórteres se juntaram para tirar fotos do grande fiasco daquela noite.

(Cebola) - Ô Mônica, como é que você trouxe o coelho sem eu ver?
- Haha, tenho cá meus truques.
(Cascuda) – Carmem, você arrasou com eles!
(Magali) – Nunca mais eles vão roubar alguém de novo!
(Cascão) – Mandou bem, foi sinistro demais!
- Obrigada, gente! Bom que tudo deu certo. Foi muita coincidência a polícia aparecer justo essa noite!
(Cebola) – Ainda bem que o Franja denunciou esses dois antes!
- Ai que babado! Tirei muitas fotos e gravei tudinho pro meu blog!

Todos pularam de susto quando se depararam com Denise segurando seu celular e rindo feito maluca.

(Mônica) – Denise? Como foi que você entrou aqui, mulher?
- A louca! Achou mesmo que iam me deixar de fora? Nunca! Ninguém segura Denise glamorosa, ninguém! Hahaha, agora vou ali ver os gatinhos da Super Zoom!

Denise correu atrás dos rapazes da banda, que tinham encontrado Marcos caído no meio de alguns arbustos. Ela tirou muitas fotos, pediu autógrafos de todos e até conseguiu uma pequena entrevista para seu blog. A escola inteirinha ia babar de inveja!

(Cascão) – Agora que tá tudo acabado, vou ali bater um rango que eu tô cheio de fome! Será que sobrou daquela comida gostosa?
(Magali) – Ai, eu também vou querer!
(Mônica) – Até eu vou comer um pouco, viu?
(Cebola) – E o peso? Eeeei! É só brincadeira, bate em mim não!

Eles se afastaram, deixando Cascuda e Carmem sozinhas. Os convidados foram se dispersando, revoltados com aquela farsa e ao mesmo tempo aliviados por não terem dado seu dinheiro a dois vigaristas.

- Puxa, estou orgulhosa de você!
- Obrigada.
- E agora, o que vai fazer?

Quando ia responder, Marlene chegou toda empolgada seguida por Cassandra e Rafael.

- Vocês não vão acreditar! O dono de um restaurante que vai abrir na cidade adorou minha comida e vou ter uma entrevista com ele amanhã! Posso virar chefe de cozinha!
(Carmem) – Gente, que maravilha!
- Isso não é tudo! – Rafael falou mal contendo a emoção. – O dono da gravadora viu nosso show e adorou!

Cassandra também estava muito feliz e emocionada.

- Ele quer nos contratar e disse que vamos fazer muito sucesso! Vai até nos dar um bom adiantamento!
- É incrível! A gente esteve perto o tempo inteiro e nem percebemos que juntos somos muito melhores! – ele falou abraçando a namorada e lhe dando um grande beijo na frente de todos.
(Carmem) – Agora vocês não vão ter que trabalhar mais nesse campo de concentração!
(Marlene) – Não mesmo! Vou agora juntar minhas coisas porque não quero ficar nessa casa horrível nem mais um dia!
- É mesmo, vamos juntar nossas coisas também! – Cassandra sugeriu.
- Com o adiantamento que vão nos dar, poderemos ficar numa pensão até arrumarmos um lugar definitivo.

Os três se afastaram dali mais felizes que nunca. Suas vidas tinham dado uma grande guinada e dali para frente tudo ia dar certo. Cascuda estranhou aquela seqüência de acontecimentos.

- Como é que tudo foi dar tão certo assim nessa noite?
- Ué, milagres acontecem!
- Milagres... não, espera! Isso não pode ser... Carmem, a tal estrela apareceu de novo pra você?
- Apareceu essa noite. Não é demais?
- Demais? Você poderia ter desejado voltar a sua antiga vida e gastou seu desejo! Por quê?

Ela deu um sorriso e falou com a voz tranqüila.

- Eles precisavam mais do que eu.
- Ah, amiga... você fez isso por eles? Abriu mão do seu único desejo?
- Tá tudo bem, sério! Lembra do que a Ramona falou? Só dá pra pedir o que nosso coração quer. Eu não teria conseguido pedir outra coisa e tô muito feliz com isso.

Cascuda lhe deu um abraço afetuoso e falou comovida.

- Puxa, isso foi tão legal! Obrigada pelo que fez pro meu primo! Agora a carreira dele vai decolar junto com a Cassandra!
- De nada, amiga.
- Não se preocupe, vou fazer de tudo pra te ajudar, viu? Você não vai ficar na mão.
- Quem sabe a Marlene não me arruma um trabalho no restaurante? Eu limpo o chão como ninguém!

Apesar das lágrimas, Cascuda acabou sorrindo. Quem podia imaginar que Carmem seria capaz de tamanho gesto de generosidade? Mesmo sabendo que era sua única chance de reencontrar seus pais, ela abriu mão para ajudar outras pessoas.

- Melhor você ir lá pra casa. Vou conversar com meus pais pra eles te deixarem ficar por um tempo. Também vamos ver se dá pra você voltar a estudar. Quer dizer, não vai dar pra ser no colégio do Limoeiro porque é particular, mas podemos arrumar uma escola pública.

As duas estavam indo embora quando encontraram um casal elegantemente vestido. Eram os Frufrus. Carmem sorriu para eles achando que só queriam cumprimentá-la por sua coragem. Por isso ela quase caiu de susto quando sua mãe lhe falou lhe dando um abraço afetuoso.

- Ah, filhinha! Estamos tão orgulhosos de você!
- Quanta coragem! Você desmascarou aqueles vigaristas e evitou que todos fossem enganados!

Ela ficou totalmente muda e os olhava sem acreditar. Foi com muito custo que conseguiu balbuciar algumas palavras.

- V-vocês e-estão me reconhecendo? De verdade?

sábado, 1 de fevereiro de 2014

Cinderela às avessas - capítulo 31: Outros milagres acontecem por toda parte

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Outros milagres acontecem por toda parte

No escritório da mansão, todos estavam muito aflitos e exaltados por causa do sumiço do Marcos. Rebeca chorava desesperada borrando toda sua maquiagem. Com certeza estava lamentando pelas doações perdidas. Afonso também estava muito preocupado. Eles não podiam simplesmente pular aquele show sem mais nem menos. Era preciso apresentar algo.

- Seus rapazes não podem tocar alguma coisa?
- Sem um vocalista? Nem pensar! Essa emenda pode ficar pior que o soneto!
- Mas estão estragando minha festa! É para caridade, esqueceu?
- Lamento muito, mas aqueles rapazes têm um contrato e não vão subir no palco sem o Marcos.

Não adiantou argumentar e o empresário permaneceu irredutível. Sem o vocalista, nada feito.

Carmem estava na sala esperando alguma solução para o problema quando a visão do piano lhe deu uma idéia maluca e ao mesmo tempo sensacional. Ela correu para o escritório e falou aos patrões.

- Vocês ainda precisam de um show, não é? Tenho a solução!
- Achou o Marcos? – Afonso perguntou.
- Não, mas conheço duas pessoas que podem dar um show muito lindo e divertir todo mundo!

Por mais que aquela idéia parecesse absurda, Afonso e Rebeca estavam desesperados demais para recusar qualquer ajuda.

- Quem?
- Rafael toca piano muito bem, estudou faculdade de música e tudo! A Cassandra canta que é uma beleza! Juntos eles podem dar um excelente show pros convidados!

Rebeca balançou a cabeça. Onde aquela garota estava com a cabeça para pensar que eles iam deixar dois empregados subir ao palco para entreter seus convidados elegantes?

- Não estamos aqui para brincar, mocinha! Queremos um show com talentos de verdade!
- E eles têm talento de verdade! Por que não dão uma chance pra eles?

Afonso coçou o queixo e falou.

- Acho que eles podem nos dar uma amostra do que sabem fazer. Mande-os irem até a sala onde está o piano. Iremos daqui a pouco.

Carmem saiu dali feliz da vida e Rebeca perguntou indignada.

- Vai mesmo fazer isso?
- Se eles tiverem mesmo talento, poderão salvar nossa festa e nosso dinheiro. Além do mais, poderemos falar que a instituição está apoiando a carreira deles. – o rosto dela se iluminou.
- Que boa idéia! Assim todos ficarão maravilhados e nos darão mais dinheiro!
- Isso mesmo, docinho! Há males que vem para bem!

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Todos estavam ficando impacientes com a demora do show. Será mesmo que a banda não ia apresentar? O que ia ter para entretê-los naquela noite?

Na área de serviço, as garotas não acreditaram quando Mônica falou que ela tinha sido responsável pelo sumiço do Marcos.

- Você bateu no vocalista da Super Zoom? – Magali perguntou apavorada.
- Logo no mais bonito de todos? – Cascuda também estava indignada.
- Ai, gente... foi mal! Ele veio se engraçando pro meu lado e eu acabei perdendo a cabeça.
(Cascuda) - É, como sempre! Agora a festa está perdida e a Carmem não poderá fazer o discurso!
- Calma, gente! Eu conversei com eles e vão deixar o Rafa e a Cassandra fazer o show. – ela falou entrando na cozinha para acalmar a todos.
- Meu primo vai subir no palco? Sério mesmo? Gente, que tudo!
(Magali) – Mô, onde você escondeu o Marcos?

As garotas foram até o esconderijo e viram que o rapaz continuava desacordado.

(Magali) - Tadinho! Precisamos acordar ele!
(Carmem) – Se fizerem isso, o Rafa e a Cassandra não poderão cantar.
(Magali) – Mas não podemos deixar ele assim!

Mônica interferiu.

- A Carmem tá certa. Esses aí já têm carreira, empresário e tudo. O Rafa e a Cassandra ainda estão começando, precisam dessa chance pra mostrar o talento deles.

Cascuda acabou concordando.

- É mesmo! Eles têm muito talento sim e vão fazer bonito naquele palco. Deixa ele aí que depois a gente vê.

O vocalista continuou ali mesmo e elas saíram para ver o show. Creuzodete saiu de onde estava e deu uma olhada. Ele estava desacordado e ia continuar assim até o fim do show.

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Rebeca ajudava Cassandra a se arrumar rapidamente e até lhe emprestou um blazer para cobrir seu uniforme de empregada. Seus cabelos foram soltos e uma discreta maquiagem foi feita em seu rosto.

Depois que ouviram os dois tocar e cantar, eles não tiveram dúvidas de que o show ia ser um sucesso. Quem poderia acreditar que eles tinham dois grandes talentos sob seu teto?

O piano foi transportado até o palco por vários homens fortes e Cebola se preparava para garantir que tudo saísse perfeito naquela apresentação. Era a grande chance daquele casal. Tudo pronto, Rebeca subiu no palco para apresentar os talentos daquela noite.

- Senhoras e senhores, quero lhes apresentar dois jovens muito talentosos que irão encantá-los essa noite com sua música maravilhosa! Nossa instituição apóia a criatividade e queremos mostrar que grandes talentos podem surgir de onde menos esperamos! Com vocês, Rafael e Cassandra!

Os dois subiram ao palco sob aplausos não muito entusiasmados, já que ninguém os conhecia e todos esperavam a famosa Super Zoom.

- Calma, meu amor! Vai tudo dar certo! Respira fundo, é nossa grande chance! – Rafael falou incentivando a namorada.
- Sim, é nossa chance. Vou dar o meu melhor!
- É assim que se fala! Eu começo e você me acompanha.

Todos ficaram em silêncio e Cebola iluminou o casal com um holofote. Cassandra pegou o microfone e Rafael começou a tocar. Quando chegou a hora, ela também começou a cantar meio hesitante no início. Ao ver o sorriso do namorado, ela se sentiu mais segura e foi melhorando até mostrar todo o potencial da sua voz.

Aos poucos, os convidados foram se empolgando ao ver que aqueles dois eram mesmo talentosos.

- Ai, meu priminho toca muito bem!
- E ela canta que é uma beleza, ai que inveja! – Mônica falou comovida com a bela canção.
(Magali) - Snif snif...  que lindo! Amei!
(Carmem) – Aposto que vão ficar famosos!

Cebola e Cascão também ouviam tudo impressionados, apesar de a música ser um tanto melosa para o gosto deles.

Quando a música acabou, os convidados aplaudiram com grande entusiasmo, pedindo por mais. Eles não fizeram de rogados e Rafael tocou outra música mais animada, fazendo com que todos se levantassem e batessem palma acompanhando Cassandra que cantava com energia. Até o casal Aguiar acompanhava a música mexendo o corpo e batendo palmas.

(Rebeca) - Está saindo melhor do que esperávamos! Olhe como estão gostando!
(Afonso) – É perfeito! Depois dessa, eles vão dobrar as doações! Hahaha!

O casal teve dificuldade para sair do palco, porque sempre que terminavam uma música, o publico insistia para que cantassem outra. Foi preciso que Rebeca subisse ao palco para anunciar a apresentação do Criança Feliz. Depois do discurso de Carmem, o show ia continuar.

Cebola ficou tenso e com o coração disparado, assim como Cascão que aguardava tudo ansiosamente. A apresentação estava pronta para desmascarar aqueles vigaristas. Carmem também tremia de medo, assim como as meninas que cruzavam os dedos para que tudo desse certo. Até Creuzodete estava nervosa, embora disfarçasse muito bem.

Máquinas de cartões de crédito foram colocadas sobre uma mesa perto do palco e Rebeca aguardava, junto com Afonso, as doações que seriam feitas naquela noite. Assim que os cartões fossem passados naquelas máquinas, iam ser clonados na mesma hora. Depois disso, o casal estaria livre para fazer a festa na conta daqueles ricaços.

Sob aplausos de todos, Carmem subiu ao palco tentando manter a compostura. No meio da platéia, ela viu Creuzodete que lhe sorria e balançava a cabeça afirmativamente lhe indicando que estava no caminho certo. Com isso, ela se sentiu mais segura e confiante de que tudo ia dar certo naquela noite.

- Senhoras e senhores – ela começou -, hoje eu vou lhes apresentar toda a verdade por detrás do Criança Feliz.