quinta-feira, 12 de abril de 2018

TMJ#10 - As sete pragas do Limoeiro: Críticas



Oi, gente. Hoje vou fazer a crítica da TMJ 110. O bom é que eu ainda não tinha lido essa história. Não consegui ler essa edição sem antes ter feito a crítica das histórias anteriores.

Nessa ed, o bairro foi assolado por algumas pragas que aparentemente pareciam desastres naturais, mas que ganharam ares de maldição. E logo de cara vemos um novo personagem se apresentando.

Quando vi o novo professor se apresentando dizendo que ia dar aulas de ciências, logo pensei na Magali. Meldels, vai dar ruim com certeza! Eu não sabia que ela ainda tinha essa queda pelo prof. Rubens.

Rapaz, ela até teve um piripaque quando soube que o professor não ia voltar mais! Com direito a choro e tudo! Mas confesso que acho um tanto exagerado esse crush que a Magali tem pelo professor.

Engraçado esse termo... antes era amor platônico, agora é crush. Um tanto esquisito, mas vá lá. De qualquer forma, eu acho meio estranho uma pessoa gostar de outra que mal nota sua existência. Mas não a critico Magali por gostar de outra pessoa porque isso a gente não controla. Contanto que ela não traia o Quim, tranquilo.

Se bem que para muita gente, o simples fato dela gostar de outro já pode ser visto como traição, mas é bem complicado porque não podemos controlar os sentimentos de ninguém. É chato saber que o namorado/namorada gosta de outra pessoa, não nego, mas acho que o casal precisa ter maturidade para lidar com isso (coisa que a grande maioria não tem, diga-se de passagem).

De qualquer forma, ela deveria ser mais cuidadosa para não ferir os sentimentos do Quim. Ele não merece isso.

Outra passagem engraçada foi o “ciuminho” do Cebola. Isso mostra como essa situação não é fácil de lidar. Quer dizer, ele não ia gostar nem um pouco se soubesse que ela anda tendo um crush por outro rapaz. Mas felizmente esse parece não ser o caso.

E mais uma vez temos Denise fazendo fofocas e espalhando boatos sem prova nenhuma. Pelo visto ela ainda não percebeu o estrago que pode fazer na vida das pessoas. Tudo bem que foi o Licurgo quem lhe deu essas informações e ele é diretor do colégio, mas mesmo assim ela não deveria ter passado o assunto para frente sem ter provas concretas. O mais chato é que todo mundo fica julgando sem ter base nenhuma. Na vida real, pessoas já morreram por causa de boatos espalhados sem prova, é por isso que não concordo que a revista coloque isso como se fosse algo engraçado porque não é.

Continuando, foi engraçada a parte onde todo mundo começa a sentir aquele cheiro ruim e logo apontam para o coitado do Cascão. Parece que até hoje ninguém acredita que ele toma banho. Às vezes nem eu...

Mas dessa vez o cheiro não foi culpa do Cascão e sim do aterro sanitário da cidade que pareceu ter saído do controle. É o que acontece quando as pessoas produzem lixo sem consciência nenhuma. Agora aguentem o fedor.

Culpar o Capitão Feio em uma situação dessas é bem compreensível, mas parece que fazer um lixão fedorento está bem abaixo das ambições dele. E interessante que agora o Cascão o chama de tio com grande naturalidade, como se estivesse falando apenas de um membro da família e não de um vilão maluco que veio preparar o mundo para a volta da serpente. Agora ele é o tio Feio.

Mas cá entre nós... só eu fiquei achando esse novo professor meio suspeito? Toda vez que a turma está falando de algo, ele meio que aparece no meio da conversa.
 
Tudo parece normal quando aparece aquela chuva de gafanhotos. Se vocês soubessem o estrago que esse bicho faz nas plantações...

A história tem uma mensagem ecológica sobre preservação, reciclagem e uso consciente dos recursos naturais. Cada praga que atingia o Limoeiro era um fenômeno causado pelo abuso que as pessoas cometiam contra o meio ambiente. E foi criativo associar os acontecimentos do bairro com as pragas do Egito na versão moderna. Só por curiosidade, as pragas do Egito são:

  1. Toda a água do Egito virou sangue, contaminando os rios e matando os peixes.
  2. Infestação de rãs.
  3. Piolhos para todo mundo.
  4. Moscas o suficiente para escurecer o céu.
  5. Morte dos animais.
  6. Pústulas (úlceras bem feias) cobrem homens e animais.
  7. Chuva de granizo que destruiu plantações.
  8. Nuvem de gafanhotos (a única que coincidiu com a da história).
  9. Escuridão por três dias.
  10. Morte dos primogênitos de homens e animais.

Eu lembro de ter visto um documentário explicando essas pragas e pelo que falaram, foi na verdade uma série de desastres ecológicos em sequência. Cientistas acreditam que naquela época ocorreu uma seca brava que causou a proliferação de uma alga no Nilo que tinha o aspecto avermelhado e intoxicou as águas, matando os peixes.

Sem os peixes para controlar a população de girinos, rãs e sapos se multiplicaram sem controle nenhum. Mas com o rio envenenado, o ciclo reprodutivo desses animais ficou prejudicado e após uma explosão demográfica, a quantidade caiu drasticamente. Daí surgiram os piolhos e as moscas.

Com a infestação de moscas e piolhos, os animais sofreram e acabaram morrendo. Há um tipo chamado mosca dos estábulos que pica os mamíferos para sugar sangue e deixa feridas, que acabam infeccionando. Daí vem a sexta praga.

Pesquisadores dizem que nessa mesma época houve a erupção de um vulcão chamado Thera que lançou toneladas de cinzas na atmosfera. Essas cinzas causaram tempestades de granito. Com tantas alterações climáticas, o comportamento dos gafanhotos também acabou mudando. A erupção aumentou a temperatura e obrigou os gafanhotos a migrarem. Já a escuridão deve ter sido causada pelas cinzas do vulcão que cobriram o céu.

E na a morte dos primogênitos pode ter acontecido pelo seguinte: tantas pragas podem ter contaminado os alimentos nos celeiros com um tipo de fungo altamente tóxico. Naquela sociedade, os primogênitos tinham mais prioridade na hora de comer. Isso valia para pessoas e animais. Como a higiene daquela época não era muito boa, eles acabaram morrendo.

Bem, eu só falei sobre essas pragas do Egito porque é interessante mostrar como um evento pode desencadear uma série de outros e causar uma grande tragédia para um povo. No caso da história, esses eventos foram isolados (o que achei uma pena, teria sido mais interessante se um causasse o outro em série). Mas ainda assim foi legal porque não são eventos sobrenaturais, são tragédias ecológicas causadas pelos abusos das pessoas.

O desenvolvimento da história foi bom, mas achei que o Cebola descobriu fácil demais a origem das transmissões. Não sei se o fato de conhecer bem o bairro serve como justificativa. Mas é história, né... não dava para complicar muito.

E o fato do prof. Ragu ser o verdadeiro culpado, imagino que a maioria dos leitores já deve ter sacado logo de cara. Um tanto previsível, o que foi uma pena. Confesso que cheguei a torcer para que o prof. Rubens fosse mesmo culpado. Isso sim teria sido uma surpresa daquelas e também um choque para a Magali, que acreditou tanto nele. Teria dado mais dramaticidade a história. Mas creio que não era esse o objetivo e sim passar a mensagem sobre proteção do meio ambiente.

Agora, o que eu achei vacilo foi ninguém ter partido para cima do prof. Ragu para imobilizá-lo. Enquanto o Cebola o estava distraindo, a Mônica podia ter chegado por trás e dado um jeito de segurá-lo. Com a força que tem, ela não ia ter dificuldade nenhuma. Ele não estava armado e não aparentava ser perigoso.

Ou então ela podia ter dado um bom chute para quebrar um dos freios de pouso do avião. Só com isso, ele não teria conseguido decolar nunca. Depois bastava imobilizá-lo. Mesmo que tentasse sair correndo, ele não ia conseguir correr mais que os quatro, especialmente o Cascão.

E também fiquei me perguntando... como a Mônica conseguiu arrastar um avião para o meio da pista sem que ele percebesse? Não era para ter feito barulho? O mais engraçado foi ele não ter ouvido a Mônica arrastar o avião, mas ouviu quando Magali e Cascão o chamaram para mostrar que o tanque de pesticida tinha sido removido. Pelo formato dos balões, eles não estavam gritando.

Tá, tá... sei que estou sendo chata. Afinal, se fizesse do meu jeito não ia ter graça nenhuma. Nem sempre a solução mais óbvia é a mais legal, certo? Apesar dessa crítica, gostei do jeito como eles fizeram as coisas. E o fato dele ter conseguido escapar dá abertura para outras histórias no futuro. Quem sabe ele não volta? A TMJ anda mesmo precisando de novos vilões.

Se bem que o prof. Ragu não era má pessoa. Ele só queria fazer a coisa certa, mas do jeito errado. Quer dizer, o melhor jeito de conscientizar as pessoas sobre a conservação do meio ambiente não é exatamente destruir tudo, né? Mas pelo menos ele conseguiu deixar sua mensagem. Até Denise foi capaz de entender e de usar sua influencia para o bem ao invés de destruir a vida dos outros.

O bom foi que o prof. Rubens voltou, pois tudo foi esclarecido. Foi até legal ver o relato dele do que tinha acontecido após perder o emprego. Só fico pensando como ele conseguiu escapar usando só um sanduíche de atum. Foi legal ver um pouco mais de destaque ser dado a um personagem secundário e adulto. E a Magali se derretendo toda para ele foi impagável. Olha o assanhamento, menina!

Eu teria apreciado mais um pedido de desculpas da Denise, ou pelo menos algum sinal de arrependimento, pois foi ela quem saiu espalhando a suspeita de que ele poderia estar causando aqueles desastres. Mas enfim... pode ser que algum dia no futuro isso aconteça.

Eu gostei da história, achei legal o tema ecológico e da mensagem que tentaram passar. Não me importo quando a história tenta educar também. Só acho que seria legal se abordassem outros temas além de ecologia. Mas sei que a MSP não quer se envolver em polêmicas.

Também gostei da capa, especialmente das roupas da Mônica e a expressão da Magali. E o fundo ficou muito bem feito, com uma paisagem de destruição e caos ao invés de somente um fundo colorido com gradiente. Só senti falta do Cascão, não é a primeira vez que ele é excluído da capa. E ele participou da história, gente! Não ficou só no canto do quadrinho cutucando o nariz não!

A segunda capa também ficou muito bonita, mas acho que tropeçaram um pouco na expressão da Magali. Parece que ela ficou tipo “tá rolando uma tragédia no bairro? Ah, tá. Que coisa.”.

Mas o desenho da Magali na segunda capa... acho que podia ter sido melhor. Os cabelos ficaram estranhos. Sem o rabo de cavalo, ficou parecido com o da Irene. E a roupa, gente! Quem anda na rua com esse tipo de roupa? Essas mangas bufantes ficaram muito exageradas e aquela coisa na cintura dela é bem estranha. Não me entendam mal, o desenho ficou bonito sim, mas confesso que a roupa podia ter sido um pouco mais, sei lá, algo que uma pessoa comum usaria.

Já as roupas da Denise na terceira capa até que ficaram boas, algo bem a cara dela.

Essa foi a crítica da TMJ 10. Tenho andado mais inspirada a escrever e até publiquei outras coisas no blog também. Acho que vou conseguir colocar as ed. da TMJ e CBM em dia. Até mais, pessoal!

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