Autor: Stephen King
Publicação: 1975
Páginas: 464
Nota: 10
Sinopse: Ambientado na cidadezinha de Jerusalem's Lot, na
Nova Inglaterra, o romance conta a história de três forasteiros. Ben Mears, um
escritor que viveu alguns anos na cidade quando criança e está disposto a
acertar contas com o próprio passado; Mark Petrie, um menino obcecado por
monstros e filmes de terror; e o Senhor Barlow, uma figura misteriosa que
decide abrir uma loja na cidade.
Após a chegada desses forasteiros, fatos inexplicáveis vêm perturbar
a rotina provinciana de Jerusalem's Lot: uma criança é encontrada morta;
habitantes começam a desaparecer sem deixar vestígios ou sucumbem a uma
estranha doença. A morte passa a envolver a pequena cidade com seu toque
maléfico e Ben e Mark são obrigados a escolher o único caminho que resta aos
sobreviventes da praga: fugir.
Mas isso não será tão simples, os destinos de Ben, Mark,
Barlow e Jerusalem's Lot estão agora para sempre interligados. E é chegada a
hora do inevitável acerto de contas.
Outro livro de Stephen king que eu li essa semana, logo
depois de terminar Carrie, a Estranha.
Sabe aquele livro que a gente começa a ler e não consegue
parar? É esse. Quando comecei a ler, as páginas foram fluindo uma após a outra
e quando dei por mim, já tinha lido umas dez ou vinte páginas sem perceber.
Até agora eu li poucos livros de King, só 3 (Carrie, a hora
do vampiro e a Dança da morte que falarei outro dia). Mas percebi que a escrita
dele é excelente. Fácil, linguagem simples e envolvente. A gente bate o olho e
entende tudo na hora, não precisa reler o mesmo trecho mais de uma vez.
Confesso que histórias de vampiro nunca foram minhas
preferidas, mas estou lendo os livros dele pela data de publicação e este está
na seqüência. A história foi baseada Drácula de Bram Stoker
(de repente me animo a ler), então não tem nada desses vampiros frescolas que
brilham sob a luz do sol. O lance aqui é vampiro raiz mesmo, do tipo que tem
medo de crucifixo, queima com água-benta, tem medo do sol, foge de alho e só
quer saber de beber sangue.
O ritmo da história é aquele padrão em filmes de terror
clássico. Tudo começa aparentemente normal. Uma coisa estranha acontece aqui.
Ninguém desconfia. Outra coisa estranha acontece ali. Geral não liga. Mas os
eventos vão aumentando até que o personagem principal começa a ficar
desconfiado e resolve a investigar. Depois em numa espécie de avalanche, onde o
que antes pareciam casos isolados se tornam freqüentes.
Salem’ Lot é uma típica cidade pequena dos EUA. Todos se
conhecem, pouca coisa de importante acontece, tudo ali é parado. A gente vai
conhecendo os personagens e vendo o papel que cada um desempenha naquela cidade
onde tudo é sempre igual. Tem até a típica fofoqueira que espia a vida de todo
mundo com um binóculo na mão e o telefone na outra.
Os mesmos casos, muitas vezes coisas que aconteceram anos
atrás, são sempre comentados de novo e de novo, meio que passados de uma
geração a outra. Velórios chegam a ser tipo um acontecimento porque morre pouca
gente na cidade também (já morei na roça, é verdade mesmo).
É nesse clima de cidadezinha do interior que o personagem
principal, Ben, volta para a cidade a fim de acertar assuntos pendentes de sua
infância que o assombram até a vida adulta. Ele chegou achando que tudo ia ser
tranqüilo, que ia poder escrever seu livro e respirar um pouco de ar puro. Só
que não.
A impressão que eu tive é que o livro meio que começa pelo
final, quando a história já teve seu desfecho. Interessante, mas um tanto
corta-clima porque acabei vendo quem ia ou não morrer. Mas ainda assim foi bom,
pelo menos não fiquei criando grandes expectativas. Aliás, quem quiser ler os
livros de King tem que se acostumar com isso, pelo que percebi até agora. Não
sei se é assim com todos, mas parece que ele tem a tendência a dar pequenos
spoilers ao longo da leitura. Mas ao invés de atrapalhar, acaba criando algum
suspense porque aguça nossa curiosidade de saber mais detalhes do que aconteceu
e por que aconteceu. Vale a pena.
A peça central no livro, se posso chamar assim, é a Casa
Marten. É uma casa antiga de aparência bem assustadora onde aconteceu uma
grande tragédia. Essa casa ganha tanta importância na história que em alguns
momentos até parece um personagem e não somente uma casa. É um lugar que parece
emanar o mal e as pessoas sentem logo quando chegam perto. Ela tem uma história
horrível, como falei. Teria sido interessante se o autor tivesse falado um
pouco mais a respeito, mas do jeito que está ficou bom.
Outra
característica é o grande número de personagens que
vão aparecendo no livro. Dá um pouco de trabalho lembrar seus nomes, mas
a
gente se acostuma. É bem legal porque não vemos o ponto de vista só do
personagem principal e sim das pessoas envolvidas na trama. Isoladas,
essas passagens não dizem muita coisa. Mas juntas, nos deixam por dentro
de tudo o que acontece na cidade.
E esses pontos de vista vão de coisas bem simples como a rotina da pessoa, seu trabalho, etc. até coisas mais complexas e assustadoras. Quem não estiver acostumado pode se perder um pouco.
E esses pontos de vista vão de coisas bem simples como a rotina da pessoa, seu trabalho, etc. até coisas mais complexas e assustadoras. Quem não estiver acostumado pode se perder um pouco.
Conhecemos os principais lugares em Salem’s Lot, as pessoas
que freqüentam e suas histórias. A gente até chega a entrar no clima, sentimos
a rotina do lugar e até da a impressão de fazermos parte dela. Também vemos a
passagem das horas do dia, desde o amanhecer até o anoitecer.
O medo e o terror que os personagens sentem também é bem
descrito, assim como as sensações que cada um tem de estar sendo vigiado e até
os cheiros que sentem quando chegam em determinados lugares. Nessa história,
temos terror e quotidiano misturados. Em alguns momentos tudo parece tranqüilo
e normal, em outros vemos como tudo vai desandando aos poucos até que esse
verniz de normalidade acabe descascando e revelando toda a morte e decadência
que está por detrás dele.
Os únicos poréns foram a luta final, da qual esperava mais ação e o desfecho da história que faltou mais detalhamento. Acho que King preferiu deixar as coisas no ar, mas preferia que tivesse falado o que aconteceu. A não ser que esse assunto seja abordado em outro livro para frente, vamos ver.
Os únicos poréns foram a luta final, da qual esperava mais ação e o desfecho da história que faltou mais detalhamento. Acho que King preferiu deixar as coisas no ar, mas preferia que tivesse falado o que aconteceu. A não ser que esse assunto seja abordado em outro livro para frente, vamos ver.
Quem gosta de um bom terror, recomendo. Acreditam que até
chegou a dar um medinho durante a noite? Sabe quando qualquer barulhinho dentro
de casa assusta e a gente até chega a ver um vulto aqui e ali? Pois é. Quer
dizer que o livro é bom mesmo. Não recomendo para crianças menores de 16 anos,
o ideal seria ter mais que 18. Aconselho cuidado ao ler esse livro para quem
não tiver idade suficiente.
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