terça-feira, 10 de setembro de 2013

A nova Mônica e Estereótipos de gênero

Se tem uma coisa que a ed. 61 mostrou bem é como os estereótipos de gênero são prejudiciais. Mas o que é isso? Vou tentar explicar.

Estereótipo é quando a gente olha para pessoas de um grupo e diz que elas são de um determinado jeito. Nós damos a esse grupo várias características como se todos fossem iguais e não levamos em consideração que cada membro desse grupo é uma pessoa diferente.

É basicamente tentar obrigar todas as pessoas de determinado grupo a usarem o mesmo número de sapato sem entender que cada um tem o pé de tamanho diferente.

Por exemplo: quando alguém fala que quem mora na favela é bandido, isso é um estereótipo porque está colocando todo mundo como farinha do mesmo saco sem refletir que nas favelas também mora gente honesta e trabalhadora.

Outro exemplo de estereótipo é quando falam que português é burro, ou que os japoneses são inteligentes e bons em tecnologia. Deu para entender?

Estereótipo de gênero é quando determinam regras para homens e mulheres dizendo como cada um tem que se comportar, vestir, falar, quais papéis devem desempenhar, etc. Quando falam que toda mulher é delicada e todo homem é agressivo, isso é também um estereótipo de gênero.

Dizer que toda mulher quer casar e ser mãe também é um estereótipo, assim como falar que todo homem gosta de cerveja e futebol.

E o que a história da Ed. 61 tem a ver com isso? Essa história mostra a tentativa da Mônica de se encaixar num estereótipo de gênero onde se fala que toda garota deve ser delicada, sempre tranqüila e dependente de um príncipe encantado. Lembram daquele drama que ela fez com o Cascão por causa da bolada? Aquilo foi uma tentativa de se encaixar naquilo que a sociedade em geral espera das garotas.

As roupas, atitudes, ver o Toni maltratar seus amigos e não fazer nada... tudo isso foi uma forma que ela achou de se encaixar no que esperam de uma garota. Aliás o próprio Toni resumiu bem a mentalidade que as pessoas tem: a de que mulher não pode ser independente demais ou o homem fica sem função.

Por que isso é prejudicial? A história falou por si só. Ela foi feita de trouxa pela Carmem e quase caiu na armadilha do Toni. Tudo isso para se encaixar num estereótipo que não leva em conta a individualidade de cada pessoa. A Mônica é uma garota forte, mas às vezes sente dificuldade com isso porque todo mundo diz que as garotas têm que ser de um jeito. Quem não se encaixa nesse molde é freqüentemente desrespeitado e discriminado.

O objetivo do feminismo é desmontar esses estereótipos de gênero, dando as pessoas mais liberdade para serem elas mesmas.

Por que uma mulher não pode ser independente e decidida?

“Ain, mas assim o homem fica sem função”

Ué, mas quem disse que a função do homem é proteger e carregar a mulher nas costas o tempo inteiro? Aliás, se para ser forte, um homem depende que a mulher seja fraca, então eu sinto pena dele. Só um fraco depende da fraqueza de outra pessoa para se sentir forte.

Então, gente, antes de dizerem que “mulher tem que ser/fazer isso” e “homem tem que ser/fazer aquilo”, pensem muito bem se é nisso que acreditam ou se estão apenas repetindo o que todo mundo fala.

Estereótipos de gênero não são naturais e genéticos. São coisas moldadas pela cultura e sociedade. Não são verdades supremas e absolutas. Muita gente sofre, se sente inadequada e deslocada porque não consegue se encaixar nesses padrões. Lembram do exemplo do sapato? Pois é.

A sociedade nos dá um determinado número de sapato e acha que temos de calçá-lo de qualquer jeito. E quando não conseguimos nos acostumar com esse sapato, falam que tem algo de errado com nossos pés.

A Mônica conseguiu se libertar dessa armadilha, mas milhões de pessoas pelo mundo afora continuam aprisionadas sem nem ao menos saberem. Vivem a vida inteira tentando se encaixar em algo que não lhes serve só para agradar a uma sociedade que não os aceitam do jeito que são. Isso não é vida. Pensem nisso.

Aqui vai a imagem dela no novo visual. Bonito, não nego, mas vemos que não combina com a personalidade dela. A Mônica é uma garota forte e não há nada de errado nisso.

13 comentários:

  1. Nossa, adorei a postagem ! Me faz lembrar da TMJ 28, na parte que a Ramona fala sobre ser diferente e também da 54 na parte que o DC conversa com a Amanda. Acho que se as pessoas vissem que podem ser o que quiserem ser ao invés de seguir padrões, teríamos um mundo mais diversificado e feliz, também lembrei do começo da TMJ 30.

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    1. Valeu. Também acho que as pessoas deveriam ser livres para serem elas mesmas. Se a pessoa não está prejudicando ninguém, não vejo porque ficar patrulhando a vida dela.

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  2. ola novamente Malagueta!como eu já disse uma vez, a mulher pode ser independente, e não deve depender de nenhum homem para viver. claro que eu quero ter filhos e uma mulher mas, não quero que ela se sinta pressionada, pois acima de tudo eu acho que o homem deve ver a mulher como um ser humano normal, e a mônica devia perceber que uma mudança no visual não vai mudar quem ela e de verdade e nem as suas raízes!

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  3. Nossa, Mallagueta! Esse seu desenho ficou bem bonito! (E o fundo também!)

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  4. malagueta eu tbm quero o site :3
    email; aline.cantuaria@hotmail.com

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  5. gostaria de saber aonde vc leu
    eu lia na gibiteca mas agora nao sei
    como fazer.tambem nao consigo baixar.

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    1. Deixa seu e-mail que eu te mando o site onde tem pra baixar. Estou evitando divulgar muito pra não prejudicar o dono do blog.

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    2. mallagueta quero muito ler tbm me manda o site
      nandah015@hotmail.com

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    3. Eu tbm o meu é jamille.costa2003@gmail.com

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    4. Eu tbm quero o meu e starpixie2012@gmail.com

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  6. Ah, estereótipos. Uma coisa tão presente na TMJ, e ao mesmo tempo tão inserida na sociedade que as pessoas muitas vezes nem percebem

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