Eu sei que estou super atrasada com a crítica da ed. 60, mas
aconteceram tantas coisas esse mês! O fim da Gibiteca realmente me deixou
bolada. Mas vamos tentar seguir em frente, né?
Bem, confesso que a história foi bem interessante. Uma coisa
que eu gosto muito é de esperar uma coisa e vir outra para me surpreender.
Coisas previsíveis demais não têm graça nenhuma.
Sejam sinceros: quando falaram em “os opostos se atraem”, em
quem vocês pensaram? Uns devem ter pensado no Cascão e na Cascuda. Outros na
Carmem e no Cascão. Mas será que eles não estariam falando da Carmem e da
Cascuda? Considerando que elas se mostraram opostas durante a história, acabei
chegando a conclusão de que o título falava delas.
E será que alguém esperava que ELAS iam fazer o trabalho em
dupla? Eu também não. Estava imaginando que ia ser a Carmem e o Cascão. Ponto
positivo, adorei esse desfecho inesperado.
Sabe, uma coisa que gostei na história é que vi bastante de
mim na Cascuda. Como ela, eu era meio caxias na escola e detestava o falatório
que o pessoal fazia durante as aulas. O pior era que nem adiantava falar nada,
porque sempre vinha a mesma resposta: “os incomodados que se retirem”. Pois é.
E nem adiantava continuar discutindo porque senão dava briga. Era um saco mesmo.
Se bem que eu já tive uma professora de química que nem
ligava para a bagunça, mas na hora da prova castigava sem dó. Aí só dava
neguinho desesperado pedindo cola.
Voltando ao assunto, confesso que esperava um pouco mais da
participação do Licurgo. Esperava que ele tivesse feito algo realmente maluco,
extraordinário e sem pé nem cabeça. Mas tranqüilo, acho que a trama precisava
ser centrada mais na Carmem e na Cascuda do que nele.
Outra coisa que me trouxe muitas lembranças na história foi
o lance do trabalho em dupla, que eu sempre detestei. Aliás, eu nunca gostei de
trabalho em grupo, dupla ou qualquer coisa parecida. Sempre preferi trabalhar
sozinha. Agora, colocar toda a nota do semestre num trabalho só foi bem tenso,
heim? Agora que todo mundo já tirou a nota, ninguém vai querer prestar atenção
nas aulas dele daqui em
diante. A propósito, ele dá aula de que mesmo? Até hoje eu
não sei!
E que dupla eles foram formar, heim? Juntaram uma aluna
esforçada com uma patricinha desmiolada. No lugar da Cascuda, eu teria ficado
estressada também, apesar de achar que ela exagerou bastante ao mostrar tanta
hostilidade assim logo de cara, sem nem ao menos tentar melhorar as coisas com
a Carmem.
E por uns instantes até cheguei a ficar com pena dela,
porque a Cascuda levou tudo muito a ferroe fogo. Escrever os trabalhos não é
mole não, eu detestava fazer isso porque minha letra sempre foi horrorosa.
Agora, a briga da Cascuda com o Cascão e a Carmem foi
bastante tensa, não foi? Ela até parecia a Mônica, que foi logo soltando fogo
sem deixar ninguém se explicar. Quanta confusão! Bem... quem nunca agiu por
impulso na vida? Acontece até com as pessoas mais racionais.
O que aconteceu logo em seguida não foi exatamente original
porque já tinham usado antes a idéia da Carmem entrando no meio de briga de casal.
Mas pelo menos o desfecho foi bem diferente e fiquei surpresa ao ver a Carmem sendo
capaz até de bolar um plano inteligente para juntar os dois. É como a Mônica disse:
ela não é má ou tonta o tempo inteiro. Só na maioria das vezes, mas de vez em
quando seus dois neurônios servem para alguma coisa. Claro que ela geralmente
precisa de uns dois ou três quadrinhos para entender alguma coisa, mas tudo bem.
O que eu mais gostei nessa história foi terem dado mais ênfase
em personagens que normalmente não aparecem tanto, como a Carmem e a Cascuda. Geralmente
elas só fazem papéis secundários e não vemos muito a personalidade delas. Foi interessante
terem aprofundado mais na Cascuda e mostrado melhor seu perfil. E uma coisa que
ela falou é realmente verdade:
Todo mundo estranha uma garota ser estudiosa e esforçada,
mas acha normal ela ser fútil, fofoqueira e cabeça de vento. É como se ninguém esperasse
ver uma garota se esforçando nos estudos para ser alguém na vida. Sei como é
isso.
E confesso que achei a Mônica assim meio... intrometida por
ter se incomodado demais com o problema dos dois. Mas no fim ela acabou dando
aquela força para eles e até sacou o lance da Carmem. Também, né! Depois de anos
convivendo com o Cebola, é normal que ela consiga farejar planos de longe.
Ler essa história me lembrou de outra que eu tinha lido há
um tempo atrás no gibi. Não me lembro o título, mas nessa história a Cascuda
usou um perfume novo e ficou com raiva porque o Cascão não percebeu. Então, para
agradá-la, ele resolveu aprender mais sobre perfumes e se meteu em confusão.
A Carmem percebeu isso e se prontificou a ajudar o Cascão dizendo
que a Cascuda era sua amiga. Parece que na infância o relacionamento entre elas
era melhor, já que alguém como a Carmem nunca pareceu ser do tipo que se
preocupa com os outros a ponto de fazer algo assim. Por isso eu estranhei um
pouco eles terem colocado as duas apenas como pessoas que se toleram por causa
das amizades em comum.
Outra coisa que eu também não estou conseguindo entender é
ficarem falando que a Cascuda usa água oxigenada sendo que nos gibis ela sempre
foi loirinha e não faz o menos sentido uma garotinha de 7 anos tingir os
cabelos.
A propósito, o que o Titi e o Jeremias estavam fazendo na
sala da Mônica? Eles não são mais velhos que o resto da turma? Ou será que regrediram
uma ou duas séries? Acho que colocaram os dois só para fazer volume mesmo, mas que
ficou estranho ficou.
Tem outro erro também. Quando a Mônica vai na casa da Carmem conversar com ela, na página 120 a Carmem aparece sem a mochila nas costas. Depois a mochila aparece na página 121 e depois desaparece nas páginas seguintes. Aliás, eu achei que o desenho da Carmem ficou muito diferente, inclusive o cabelo que não tem aquela franja.
Eu ainda vou fazer alguns pngs, só que vai levar um
tempinho. Tem umas imagens na revista que achei legais e vou refazê-las. Mas no
mês que vem eu não sei como vai ser porque como sabem, a Gibiteca saiu do ar e
era dali que eu pegava as edições. Uma grande perda para todos.
