domingo, 15 de setembro de 2013

LT 52 - Retratos da vida real: críticas

Sabe, é a primeira vez que faço uma critica de Lulu Teen no meu blog. Por favor, não me acusem de alta traição! Eu ainda amo a TMJ, mas isso não me impede de gostar de outras coisas também. E a edição de LT desse mês merece uma crítica.

O que me chamou a atenção há história desse mês foi o objetivo de passar uma maior consciência política aos leitores.

Mas heim? Consciência política? Que troço é esse? Consciência política é o que nos permite cobrar, criticar e buscar soluções para os problemas da sociedade em que vivemos. Quando temos essa consciência, somos capazes de entender nosso papel como cidadãos com direitos e deveres e também de que podemos mudar as coisas, ainda que aos poucos.

A maioria das pessoas, especialmente os jovens, não têm essa consciência. E não posso culpá-los. Com tanta roubalheira, corrupção e tudo acabando em pizza, a gente fica desanimado, cético e apático. É como se não adiantasse fazer nada. Mas sabem de uma coisa? É isso que eles querem: que o povo fique apático, não acredite em nada. Porque se algum dia todos acreditarem que é possível mudar a coisa, aí acabou a mordomia lá do congresso.

A história começa com Lulu trabalhando em um mutirão para ajudar uma escola municipal. Por isso eu me identifiquei bastante porque já estudei em escolas carentes, onde faltava até carteira para sentar e a merenda muitas vezes era um caldo ralo com macarrão branquelo. Sei como é difícil.

Só que diferente da maioria, ela questionou a situação, se sentiu indignada e incomodada enquanto os outros apenas aceitaram as coisas como elas estavam. Quer dizer, todo mundo trabalhava, se esforçava e tentava melhorar a escola. Isso é louvável e tem seu mérito. Só que as pessoas mergulharam tanto nisso que acabaram esquecendo de que esse trabalho não era só deles. Era da prefeitura também.

A comunidade deve ajudar e participar sim, mas os políticos também têm que fazer sua parte que é fornecer condições para que todos possam trabalhar.

Enquanto Lulu corria atrás para descobrir as razões de a verba não chegar até a escola, Bola e sua banda estavam tendo problemas com a Rosa, que sempre pareceu meio problemática. Ela desapareceu deixando-os no maior aperto. Finalmente eles conseguiram assinar um contrato, (ainda que quase na marra) e precisavam se dedicar e levar a sério.

Eles mantiveram o clima de suspense, com ninguém achando a Rosa em lugar nenhum. Uma quantidade enorme de jovens desaparecem todos os dias, então esse tipo de situação é bem preocupante.

Dá para ver que a família dela não é exatamente convencional. Eu não acompanho LT desde o iniciozinhoe não sei a história deles, mas parece que são pais separados, cada um com sua filha, que se casaram e as duas passaram a dividir a mesma casa. Não deve ter sido fácil para nenhuma delas, já que elas são tão diferentes.

Ponto para LT que não focou num casamento totalmente tradicional e mostrou que divórcio existe e é realidade.

Também gostei de ver como Lulu correu atrás, investigou o caso e não desistiu. Ela inclusive procurou ajuda de outras pessoas, fez pesquisas e até quis ir a delegacia onde pelo visto o pessoal a conhece. Ela é curiosa mesmo e gosta de investigar as coisas, o que é bom.

Quando o culpado foi descoberto, ela pensou que fosse tipo um criminoso cinematográfico e levou um susto ao descobrir que era um político, uma figura importante que certamente não parecia um criminoso. Mas é assim mesmo. Os maiores crimes são cometidos por gente engravatada e de colarinho branco.

O mais irônico é que as pessoas vêem isso e depois esquecem na próxima eleição quando esse político sobe no palanque para fazer mais e mais promessas. É sempre assim. Durante as eleições, todo mundo é amigo, anda com as pessoas simples, se mostra comprometido com as mudanças... aí quando ganha desaparece e vai comer nosso dinheiro. Nas próximas eleições começa tudo de novo porque a grande maioria esquece em quem votou no passado. Eu mesma já esqueci muitas vezes.

E no fim temos um bom suspense. Rosa foi encontrada na casa de uma ex do Vicente, o que é meio estranho. Por que ela procuraria a ex-namorada do pai dela e não uma amiga? Aí vem a bomba que deve ter deixado muita gente de cabelo em pé: ela diz que o Vicente não é pai dela, mas a conversa acaba aí e ficamos sem saber o que aconteceu no final. Ela apenas volta para a banda e os ensaios continuam.

Assim o leitor fica com a intrigante e instigante pergunta na cabeça: ela é adotada? O que aconteceu? Como ela foi parar com o Vicente? Então era por isso que ela o chamava pelo nome e não de pai, mostrando que talvez ela já soubesse disso.

Eu achei que a história desse mês foi acima da média, por isso comentei. Tem mais lances da vida real e parece que o foco de LT são mistérios, investigações, Lulu resolvendo problemas usando a cabeça. Acho que eles poderiam seguir essa receita e ter sucesso.

 E finalmente deram notícias do Leon! Vamos ver se a Glorinha se resolve com ele agora. É claro que o Plínio vai ficar chateado, mas fazer o quê, né...

Bom, eu sei que exercer cidadania não é nada fácil. Afinal, o que uma criança/adolescente pode fazer? Começar com coisas pequenas. Não precisam iniciar um grande movimento político para mudar as coisas.

Tenham um pouco mais de civilidade, não jogando lixo no chão e não depredando patrimônio público. Na escola, evitem rabiscar as carteiras. Eu fazia isso e me arrependo dessa atitude infantil. Felizmente na época as carteiras eram laváveis e eu escrevia a lápis, mas ainda assim é errado.

Pior é quando riscam com estilete. Isso não sai nunca e estraga aquilo que é de vocês e dos outros alunos. Também não joguem papel no chão. Tem sala que fica emporcalhada porque o pessoal não enxerga a lata de lixo que fica lá no canto.

Se não dá para levantar e jogar o papel fora, então arrumem um jeito de guardar para jogar depois. Levem saquinhos plásticos e embalem seu lixo. No fim da aula, joguem fora. As faxineiras agradecem. Elas não estão ali para limpar a porcaria de vocês.

E quando lerem e ouvirem alguma coisa, não acreditem logo de cara. Toda nossa mídia é manipulada. Eles mostram apenas o que querem que a gente saiba. Nem sempre a televisão diz a verdade.

Vão tomando pequenas iniciativas. Comecem na casa de vocês e vão aos poucos tentando coisas maiores. Um passo de cada vez, no ritmo e no jeito de cada um. É assim que aos poucos a gente vai mudando nossa realidade.

Olhem ao seu redor e vejam o que podem fazer para melhorar. Sempre existe trabalho a ser feito, não se preocupem.

“Ain, meldels, mas eu não posso mudar o mundo sozinho! De que adianta só eu fazer e os outros não?”

Os outros são os outros. Vocês não podem fazer nada quanto a eles, mas podem fazer com vocês mesmos. Não sejam marias vai com as outras. Sejam um pouco DC e façam as coisas porque é certo, não importando o que os outros fazem ou deixa de fazer. mas até que tem uma boa notícia.

Lembram da TMJ 46? Em uma parte, Nina falou que as pessoas estão ligadas de certa forma. A ação de uma pode influenciar as outras. Quando alguém faz algo, os outros também podem seguir o exemplo e aos pouquinhos a mudança vai espalhando. Mas alguém tem que tomar a iniciativa. Não fiquem com a bunda grudada na cadeira o dia inteiro esperando que as coisas aconteçam. Tomem iniciativa e sejam agentes de mudança também. 

9 comentários:

  1. gostei bastante da sua critica Mallagueta, e acho q vc tem rasão os maiores vilões estão ai cometendo seus crimes sem nem precisar se disfarçar pois o povo (na maioria das vezes) tem medo e ou um receio de exercer seus direitos....
    Ah, também acho q vc poderia continuar comentando sobre a lulu...

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  2. Oi Mallagueta, clica no link e veja. E que você achou?
    http://brendarela.blogspot.com.br/2013/09/tmj-36-refazendo-monica-com-uma-nova.html

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  3. Oi Mallagueta, leio seu blog faz um tempinho mas só estou comentando agora.
    Não costumo ler LT, mas pelo o que você disse essa parece ser bem legal. Vou ver se acho no Calameo, e comento mais vezes kkkk. Adoro seu blog *_*

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  4. Eu achei interessante essa edição. Já passei por mesma situação, numa escola onde eu frequentava, tinha situações precárias, o colégio era mal acabado, não tinha lugares para sentar, tinha goteiras pelo teto e quase não tinha merenda.

    Engraçado que eles não focaram muito no namoro de Lulu e Bola, acho até legal, pelo menos assim eles continuam. Até porque se focarem muito é capaz do casal terminar na mesma edição assim como Mônica e Cebola que se tornou uma enrolação do caramba na edição 34.

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    1. Sabe que acho até melhor não focarem muito em cima do namoro da Lulu com o Bola? Claro que um pouquinho de vez em quando é bom, mas o tempo inteiro enjoa mesmo. Senão fica igual a TMJ que vive pendurada na monica e no cebola (e os dois nem namoram) e com isso deixam de fazer boas histórias.

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  5. Eu tbm gostei mto no fato deles fazerem as historias mas nao focam so na lulu, tem a historia da rosa, tm a banda do bola se dando bem, tem a glorinha falando com o leon la atras, e ainda teve o misterio foi mto legal na verdade.
    E a rosa se dava bem com a glorinha mas elas brigaram quando a glorinha ficou com o bola, outra coisa q pode acontecer, se nao admitir que gosta da pessoa.
    E gostei bastante.

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    1. Pois é. Na LT parece que eles lembram da existência dos outros personagens, diferente da TMJ que agora só fica em cima dos quatro.

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  6. Gostei bastante de você ter feito uma crítica da LT! ( Mesmo eu nunca ter lido uma dessas revistas. )

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